quarta-feira, 31 de julho de 2013

Por Que os Evangélicos Estão se Surpreendendo Tanto com o Papa Francisco?

Antes de qualquer coisa preciso afirmar que não sou católico e que respeito a opção de fé de quem quer que seja. Afirmo também que possuo sérias divergências com o Catolicismo Romano quanto a aspectos doutrinários e teológicos os quais considero fundamentais. Discordo da veneração dos "Santos", da "mariolatria", da infabilidade papal, do ecumenismo, de sua soteriologia universalista, bem como de sua cristologia miscigenada.

Isto posto, vamos ao artigo:

A vinda do Papa Francisco ao Brasil tem despertado não somente a atenção da população em geral, como também dos evangélicos que  não se cansam de elogiar o bispo de Roma. Basta olharmos as mídias sociais que constataremos isso. Na verdade , tornou-se comum encontramos evangélicos enaltecendo publicamente a postura simples do Papa.

Diante disto resta-nos indagar o por que de tal comportamento, visto que o protestantismo possui inúmeras divergências teológicas com o catolicismo romano.

Na minha opinião a valorização do Papa se deve em parte a insatisfação que os evangélicos tem feito quanto ao comportamento de alguns dos seus líderes, senão vejamos:

1- O papa passa uma imagem de simplicidade, enquanto os "apóstolos" tupiniquins ostentam riquezas.

2- O papa demonstra gostar de gente e de se relacionar com o povo, já os "apóstolos" tupiniquins preferem a ostentação de títulos eclesiásticos, além é claro da nítida e clara separação do restante do povo.

3- Ainda que tenha MUITO dinheiro, mesmo porque a Igreja Católica Romana é milionária, O Papa Francisco ostenta uma vida simples, sem muitas riquezas que se reflete na forma com que vive; já os "apóstolos" tupiniquins, fazem questão de ostentar riqueza, poder e glória.

4- O Papa Francisco demonstrou simplicidade em voar num avião comercial, em carregar sua própria mala, em dormir num mosteiro numa cama de solteiro, em andar em carro comum, em se relacionar com o povo sem protocolos, pompa ou exigências. Já os "Apóstolos" tupiniquins andam de avião particular, exigem hotéis cinco estrelas, além é claro de exigirem uma série de obrigações a todos àqueles que os convidam para pregar o Evangelho de Cristo.

5- O Papa tem falado de Cristo,  os "apóstolos" tupiniquins só falam em dinheiro.

Caro leitor, a falta de compostura por parte de alguns dos líderes evangélicos, além é claro das heresias propagadas por "apóstolos" fraudulentos que teimam em contrapor-se aos ensinos das Escrituras, tem levado aos cristãos protestantes desse imenso país a valorizar pessoas como Francisco, que mesmo tendo uma fé diferente do protestantismo histórico, comporta-se (pelo menos aparentemente) como homens de Deus deveriam se comportar.

Pense nisso!

Renato Vargens


Alineane Cabral
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terça-feira, 30 de julho de 2013

O Justo pelos Injustos

“Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio Dele como propiciação pelos nossos pecados.” I João 4.9-10

            O homem foi criado a imagem e semelhança de Deus: justo, bom e santo, tendo livre acesso a vontade de Deus. Por sua própria vontade o homem desobedeceu ao mandamento da vida, quebrando a aliança com o Pai e corrompendo sua natureza perfeita, perdendo assim o privilegio e o livre acesso a Deus, juntamente com a incapacidade de fazer o bem, recebendo sobre si a maldição do pecado e a morte corporal e espiritual.

Porque todos pecaram e destituídos estão da gloria de Deus.” Rm 3:23

            O homem estava incapaz de buscar a Deus, “como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.” Rm 3.10-12. Sua inclinação era para as coisas da carne, não agradando ao Senhor trazendo assim inimizade contra Ele, condenação e morte eterna.

            Fomos criados perfeitos
, porém pecamos e desagradamos a Deus com isso estamos destituídos da gloria Dele. Merecíamos através do justo julgamento o castigo e de maneira nenhuma poderíamos pagar esta divida, pois somos criaturas e não suportaríamos o peso da ira de Deus contra o pecado. Mas o próprio Senhor em seu eterno plano de redenção nos enviou o seu Filho, que seria o grande Salvador e justificador de muitos. “O próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. Mc10.45

            Deus precisaria de um mediador que ao mesmo tempo fosse totalmente homem, porém perfeito e justo, e totalmente Deus, santo. Mediador esse que imaculado levou sobre si os pecados da humanidade, pois ninguém maculado pelo pecado pagaria o pecado dos outros homens, ”Visto que a morte veio por meio de um só homem,também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem.” (I co 15.21), e ao mesmo tempo ser um Deus, porque somente um verdadeiro Deus poderia cumprir fielmente a lei, sem pecado.

            E sendo Jesus Cristo o próprio Deus Santo, justo e imaculado, pois “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”Joao1.1, foi enviado ao mundo como foi anunciado pelos profetas,onde se fez carne e habitou entre nós assumindo a natureza humana, porém sem pecado, “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
Jo1.14.

            O Senhor Jesus, pela sua perfeita obediência ao Pai, pagou perfeitamente a dívida de todos aqueles a quem o Pai escolheu, sendo justificados através da morte na cruz e da ressurreição de Cristo, por qualquer coisa feita por nós, mas imputando em nós, mediante a fé, os méritos de Cristo, satisfação e a obediência, tornando Deus propício a nós, fazendo a propiciação dos nossos pecados de uma vez por todas sendo Ele o Filho de Deus.    

Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito.”
1Pedro 3.18

              Que possamos ter um coração grato diante desse Deus justo e misericordioso. Que o nosso coração se regozije diante desse maravilhoso Evangelho da graça e que tenhamos a consciência de que o fim supremo do evangelho é unicamente a Glória de Deus, o que torna em Boas-novas todos os acontecimentos do evangelho.

Ruan Medeiros


segunda-feira, 29 de julho de 2013

UMP INDICA: Eu Não Entendo a Trindade

Você tem dificuldades em entender o conceito de trindade apresentado nas Escrituras Sagradas? Fique calmo, você não está só! Neste vídeo simples, objetivo e rico em informações o Bispo Mcalister nos conduz de forma resumida sobre os conceitos da trindade no Antigo e no Testamento, assim como traça um breve panorama na história da igreja, demostrando que este assunto de fato vai além da nossa compreensão, e que ocasionou acaloradas debates ao longo dos séculos.

Ainda assim é possível compreendermos o que a bíblia nos revela acerca da trindade, e este respeito o vídeo ainda tece algumas considerações até mesmo devocionais sobre este assunto tão complexo e interessante de nossa Fé. Cristã.

Assista e seja extramente edificado e provocado a estudar mais sobre o assunto, mas sempre com a devida cautela, pois estará pisando em solo santo. Sempre que não conseguimos compreender nosso Deus, que é infinitamente superior a nós, devemos fugir da tentação de especular sobre o que a bíblia não esclarece, curvando os joelhos e adorando o nosso Supremo Criador.

Veja o vídeo:

Rodrigo Ribeiro

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Será que as Minhas Emoções Espirituais Provam que Eu Sou um Cristão Cheio do Conhecimento de Deus? Com a Palavra Jonathan Edwards

Emoções espirituais não são calor sem luz. Surgem da iluminação espiritual. O verdadeiro cristão sente porque e compreende algo mais sobre as coisas espirituais do que antes. Tem uma visão mais clara e melhor do que antes; ou recebe conhecimento novo da verdade de Deus ou recupera um conhecimento que teve, o qual perdeu. “E também faço esta oração: que o vosso amor aumente ainda mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção” (Filipenses 1.9). “Vos revestites de novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Colossenses 3.10).

Neste ponto, quero afirmar que há uma grande diferença entre o conhecimento doutrinário e conhecimento espiritual. Conhecimento doutrinário envolve somente o intelecto, porém o conhecimento espiritual é um sentimento do coração pelo qual vemos a beleza da santidade na doutrina cristã. Conhecimento espiritual sempre envolve o intelecto e o coração ao mesmo tempo. Precisamos entender intelectualmente o que significa uma doutrina das Escrituras, e degustar a santa beleza desse significado com nosso coração.

É possível ter grande conhecimento das doutrinas no intelecto e ainda assim não ter gosto pela beleza da santidade nessas doutrinas. A pessoa sabe intelectualmente em sua mente, mas não conhece espiritualmente em seu coração. Mero conhecimento doutrinário se assemelha a alguém que viu e tocou o mel. Conhecimento espiritual se assemelha a alguém que sentiu o gosto doce do mel em seus lábios. Este sabe muito mais sobre o mel do que aquele que somente olhou e tocou!

Segue-se que uma compreensão espiritual das Escrituras não significa uma compreensão de suas parábolas, tipos e alegorias. Uma pessoa pode saber interpretar todas estas coisas, sem que tenha tido sequer um raio luz espiritual em sua alma. “Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência...se não tiver amor, nada serei.” (I Corintios 13.2). O “significado espiritual” das Escrituras é a doçura divina de suas verdades, e não a correta interpretação de suas passagens simbólicas.

A Genuína Experiência Espiritual – Jonathan Edwards

LARYSSA LOBO

https://www.facebook.com/laryslobo

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Calviarminio

Em se tratando de assuntos teológicos os termos “calvinista” e “arminiano” são os preferidos do publico evangélico. Esses termos revelam logicamente algum posicionamento na igreja de determinados crentes, mas o que seria isso? E o que tem haver com o termo que nem existe “calviarminiano”?

O fato é que o termo aqui usado “calviarminiano” é um termo usado de forma coloquial para designar que o individuo acredita nas duas correntes, ou mesmo que ele quer ser politicamente correto, para poder ser aceito em todas as comunidades evangélicas.

Para explicar tais pensamentos teológicos deve-se voltar um pouco na historia, mas antes mesmo de apresentar de forma sucinta a teologia de João Calvino e Jacó Armínio, definir o que é teologia reformada é pertinente. A teologia reformada “é uma forma de teologia protestante e, portanto, tem em comum com Lutero e com outros reformadores protestantes os três grandes princípios protestantes: a salvação pela graça mediante a fé somente, a autoridade especial e final das Escrituras e o sacerdócio de todos os crentes” (OLSON, p 407).

Entretanto é preciso enfatiza que o pensamento reformado sucede bem antes da reforma no século XVI, quando apresenta a ideia geral da Soberania de Deus sobre a historia e a natureza. Segundo Olson, Lutero negava o livre-arbítrio, mas mesmo assim Melâncton tendia para o sinergismo, enquanto que os reformadores Suíços não abriram mão do monergismo.

Tanto o sinergismo quanto o monergismo são termos usados para também explicar as correntes presentes no cenário, pois os que defendem a ideia arminiana pensa que a salvação é sinérgica e os que defendem a ideia calvinista pensa que a salvação é monérgica.

Sendo assim para explicar o pensamento de Calvino e de Arminio e o legado para a teologia hoje pregada nos púlpitos afora, é preciso muito mais que um simples post. Então precisa-se de um posicionamento diante do proposto. Pois o assunto realmente demanda muito mais.

Diante mão o posicionamento de Jacó Armínio sobre a confissão de que somos justificados mediante a fé é uma realidade, podemos ver isso em uma de suas declarações: “pelo presente, abreviadamente, direi apenas que creio que os pecadores são considerados justos unicamente pela obediência de Cristo e que a justiça de Cristo é única causa meritória pela qual Deus perdoa os pecados dos que crêem”. Existe uma realidade de conformidade com a confissão reformada de que Armínio declarava que a salvação se dá pela graça de Deus mediante a fé somente.

A controvérsia acontece quando Armínio começa a declarar que é contra a doutrina de Beza sobre a predestinação e começou a explicar a predestinação como sendo a presciência de Deus acerca da livre escolha dos indivíduos. Nota-se uma controvérsia, e se intensifica quando estuda-se o consenso doutrinário calvinista, pois o mesmo é organizado no acrônimo TULIP. Os cinco pontos calvinistas nunca tinha sido exposto, em detrimento a controvérsia arminiana com o remostrantes, no Sínodo de Dort.

Franklin Ferreira afirma que: Calvino cria que essa doutrina era claramente encontrada nas Escrituras e não queria dizer nada sobre a predestinação que não pudesse ser tomado da Bíblia.

Consequentemente temos uma contradição na formulação da Articuli Arminiani sive Remonstrantia onde definiu que a salvação de pecadores é condicionada à perseverança na fé e na obediência daqueles que crerão em Jesus, em outras palavras a salvação está baseada na presciência que Deus tem daqueles que responderão ao evangelho em fé e obediência.

Ver-se então posicionamentos totalmente antagônicos, sendo a confissão de fé para a questão da predestinação e ou presciência e seus pormenores diferentes um do outro. A afirmação de em se posicionar a favor dos dois termos teológicos é totalmente incoerente com a realidade dos fatos, embora que a consonância para a revelação bíblica é totalmente praticável para os dois pontos. Talvez a afirmação de um termo como “Calviarminiano” seja apenas para ser convidado em ambas comunidades que professam tais teologias. Mas é impossível ser calvinista e arminiano quanto se entende todo o legado e a construção teológica dos dois teólogos João Calvino e Jacó Armínio.    

REFERENCIAS:
FERREIRA, Franklin e MYATT, Alan. Teologia Sistemática: Uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007.

GRUDEM W. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999.

BERKHOF, L. Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.

OLSON, R. Historia da Teologia Cristã. São Paulo: Vida, 2001.


Presb. Antônio Junior

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Tesouro em Vaso de Barro ou Pirita em Vaso de Luxo?

O poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16): era assim que o apóstolo Paulo se referia ao evangelho, do qual dizia não se envergonhar. Contudo, o apóstolo sabia muito bem que, por causa da queda, o homem natural não daria ouvidos a coisas espirituais, pois elas de discernem espiritualmente (1Co 2.14) e que para os mortos espirituais a Palavra da cruz não passa de loucura (1Co 1.18). Conforme Paulo, como “na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou Deus salvar aqueles que creem por meio da loucura da pregação” (1Co 1.21 – NVI).

Em sua segunda epístola aos Coríntios o apóstolo enfatizou: “visto que temos este ministério pela misericórdia que nos foi dada, não desanimamos. Antes, renunciamos aos procedimentos secretos e vergonhosos; não usamos de engano, nem torcemos a palavra de Deus. Ao contrário, mediante a clara exposição da verdade, recomendamo-nos à consciência de todos, diante de Deus” (2Co 4.1,2 – NVI). Ao pregar a Jesus Cristo, o Senhor, iria se cumprir o que Deus disse: “Das trevas resplandeça a luz, ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo” (2Co 4.6 – NVI). A conclusão de Paulo é extraordinária: “temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós” (2Co 4.7).

O método de Deus para a salvação é, e sempre foi, a fiel pregação da Palavra que, aplicada ao coração do pecador pelo Espírito de Deus, traz os eleitos à fé em Cristo Jesus e glorifica ao Deus que salva pecadores indignos. O alvo principal da evangelização é, portanto, a glória do Deus gracioso. Foi com essas convicções que Paulo pediu a ajuda da igreja de Roma para chegar à Espanha a fim de pregar o evangelho, visto não ter mais campo de trabalho na região em que estava (Rm 15.23-24).

Mesmo diante dessas verdades, temos testemunhado em nossos dias uma completa distorção do propósito primário da evangelização. Ela agora não prioriza a glória de Deus, mas busca, de toda forma, fazer com que o homem seja salvo. Tirando-se o Senhor do centro, perde-se a convicção de que a proclamação fiel da Escritura seja suficiente para o Senhor salvar a quem quer salvar e busca-se ser “mais eficaz” no chamado do pecador.

O resultado disso é uma mensagem antropocêntrica que visa a tornar o evangelho mais “palatável” ao pecador e que parte da falsa premissa de que o homem está interessado em Deus, mas somente a mensagem da Escritura não é suficiente para despertar nele o interesse pelo Senhor. O esforço, então, não é mais para se compreender o texto bíblico dentro do seu contexto, explicá-lo e aplicá-lo à vida dos homens, dependendo da ação do Espírito para convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo. Longe disso! A maior concentração de forças está em produzir um ambiente agradável e descolado, um marketing que apela àquilo que o pecador acha que precisa e uma mensagem mais “contemporânea” baseada em poesias, filmes e músicas seculares, com umas poucas referências bíblicas e, é claro, com o devido cuidado de não falar diretamente sobre o pecado e a ira de Deus, assuntos tão “indigestos” e “desnecessários”.

Uma mensagem assim não é o evangelho, poder de Deus para a salvação do que crê e tesouro em vaso de barro, antes, assemelha-se mais à pirita ou, como é comumente chamada, “ouro de tolo”. Parece ter algum valor, mas é puro engano e, como não tem o poder para a salvação que é fruto da clara exposição da verdade (2Co 4.2), tem a oferecer somente entretenimento, resultado da ornamentação do vaso que passa a ser mais importante que o seu conteúdo. Uma mensagem assim, que coloca o homem no centro em detrimento de Deus, fatalmente se encaixa naquela categoria que Paulo chamou de “outro evangelho”.

Tesouro em vaso de barro ou “ouro de tolo” em vaso de luxo? O que você tem procurado apresentar ao homens?

Que o Senhor nos faça cada dia mais convictos da suficiência da mensagem do evangelho que aponta o pecado do homem, sua condenação e a providência do Deus gracioso, em Cristo Jesus, para a salvação de todo aquele que nele crê.

Milton Jr.


Intercâmbio feito por Walber Arruda
Facebook: https://www.facebook.com/walber.arruda.73


terça-feira, 23 de julho de 2013

O Pacto e as Escrituras

Quando falamos em Pacto, imaginamos que se trata de um acordo em que cada parte tem uma responsabilidade e privilégio quanto àquilo que ficou acordado. Isto pode ser verdade nos acordos e contratos comuns entre os homens, mas nem sempre é assim quando diz respeito ao Pacto que Deus fez com os homens.

A doutrina do pecado tem uma nuance importante a se observar que é a inabilidade do homem quanto a incapacidade do homem por si e, unicamente por si, alcançar a salvação.

Historicamente nos deparamos basicamente com três pontos de vista, qual o seu?

O primeiro é o ponto de vista pelagiano que afirma que o homem é plenamente habilitado para fazer tudo que Deus requer. Não há necessidade de regeneração ou de graça divina na santificação ou crescimento espiritual.

O segundo é o ponto de vista semi pelagiano que afirma que o homem está enfraquecido; mas nem toda habilidade (capacidade) foi perdida. Ele necessita da graça divina  para ajudar seus esforços pessoais.

O terceiro ponto de vista agostiniano ou calvinista afirma que o homem ficou totalmente desabilitado (incapacitado) pela queda e assim depende completamente do Espírito de Deus para início e desenvolvimento de sua vida espiritual.

O primeiro ponto de vista diz que o homem está bom, o segundo que ele está doente e o terceiro que ele está morto. Biblicamente o homem não está bom e nem tão pouco apenas doente, então morto ele está em seus delitos e pecados.

O que inabilidade não é? Não é perda de qualquer faculdade da alma, intelecto, sentimento, vontade ou consciência. Não é perda de livre agência. Não significa que o homem caído não possua virtudes. Não significa falta de capacidade para conhecer a Deus e a receber a graça.

A inabilidade significa: 1) Que o homem é incapaz de guardar a lei de Deus e merecer a vida eterna pelas suas obras; 2) Que é incapaz de restaurar-se a si mesmo no favor de Deus; 3) Que é incapaz de mudar a sua natureza, regenerar-se a si mesmo e tornar-se santo; 4) que é incapaz de nutrir um sentimento correto ou inclinação para com Deus; 5) Que foi auto adquirida no jardim do Éden, portanto constitui-se culpa; 6) que é incapaz para estar disposto para exercer volições santas.

 Esta é a condição do homem com quem se fará um pacto eterno, pelo sangue de Jesus. O homem morto e Deus em sua graça resolve salvar, redimir, perdoar, ressuscitar a quem ele quis para que o adore.

Pastor Fábio Bernardo

segunda-feira, 22 de julho de 2013

UMP INDICA: 20 Anos de UMPdaIV

Não poderíamos esquecer de nosso evento que ocorre daqui a menos de um mês, nos dias 17 e 18 de agosto. Não deixe de participar desse momento, quando estaremos ofertando ações de graças a Deus por estes 20 anos de União de Mocidade Presbiteriana da IV Igreja Presbiteriana de Campina Grande. São muitos nomes, rostos e corações que se dispuseram, nestas duas décadas, a servir ao Senhor da vida no trabalho da UMP. Isto nos faz olhar para o passado e tirarmos preciosas lições tanto para o presente como para vislumbrarmos o futuro, e buscarmos louvar e engrandecer o nome do Senhor, que “com efeito, tem feito grandes coisas por nós, por isso estamos alegres”.

Sendo assim, junte-se a nós e celebremos. Estará conosco o Pastor, músico, poeta, compositor e professor Gladir Cabral, que na oportunidade ministrará a palavra de Deus, e também cantará e ministrará uma oficina de composição. No mínimo, imperdível.

Deus nos abençoe e até agosto.

Presb. Cícero da Silva Pereira

sábado, 20 de julho de 2013

A bíblia defende o julgamento? Com a palavra Yago Martins





Felipe Medeiros

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O Que É Ser Bem Sucedido? Com a Palavra Pr. Robson T. Fernandes.

Diante da Confissão Positiva e da Teologia da Prosperidade, que não vêem outra coisa a não ser dinheiro e poder, é o mesmo que ser rico. É o mesmo que estar bem financeiramente.

Na verdade, "Bem Sucedido" é uma expressão que significa "obter um bom êxito em seu empreendimento". Mas, o que é empreendimento?

O termo empreendimento vem do latim "imprehendere", e significa "o ato, efeito ou resultado de apanhar, prender com as mãos".

Dessa forma, ser bem sucedido significa "obter um bom êxito com aquilo que está em suas mãos". Na verdade, o conceito de bem sucedido será determinado por aquilo que está em seu coração. Bem sucedido é alguém que alcança aquilo que seu coração deseja, "Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração" (Mt 6:21).

O que para o homem pode parecer uma evidência de "bem sucedido", para Deus pode significar, simplesmente, vaidade, orgulho e avareza.


E aí, na ótica de Deus você é bem sucedido?


FONTE: Extraído do Facebook do autor.

Rodrigo Ribeiro

quinta-feira, 18 de julho de 2013

As Múltiplas Formas do Amor Cristão

                 O amor é um preceito basilar da vivência cristã, como todos sabemos, mas muitas vezes o nosso amor fica muito restrito aos nossos próximos mais próximos e esquecemos que o amor cristão deve ser estendido a todos os que nos rodeiam, ainda que sejam eles nos desafetos.

                Corroborando essa afirmação, lemos em Lucas 06: 32-33: “E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo”.

                Entretanto, que difícil missão amar aqueles que não nos são caros! E como se pode forçar o coração humano e falho a amar aqueles que nos fazem mal? Deus, onisciente e onipotente, não nos daria um encargo o qual não seríamos capazes de cumprir e isto porque há diversas formas de amar.

1. Amar através das palavras

Poucas coisas iniciam discórdias com tanta eficácia quanto as palavras. Basta um comentário fora do contexto ou mal interpretado para que intrigas sejam criadas. E como é difícil não alimentar sentimentos ruins por pessoas que nos difamam! No entanto, Jesus nos orienta a bendizer aqueles que nos maldizem (Lucas 6:28). Isso também é reforçado Romanos 12:14: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis”.  Bendizer, ou abençoar com as palavras, pode ser considerado um tipo de amor, pois você rompe a força da maldade e, ao bendizer, você também começa a quebrantar o seu coração em relação ao seu ofensor.

2. Amar através da oração

Ainda em Lucas 6:32 recebemos a orientação que devemos orar pelos que nos caluniam. A oração é um poderoso lenitivo espiritual que nos coloca em comunhão com Deus e que nos dá paz. No momento em que direcionamos as nossas orações para aquelas pessoas que não nos querem bem, também estamos colocando-a aos pés do Pai e retirando a força do desafeto que está envolvendo ambas as partes. Orar pelo nosso próximo também é uma forma de amar.

3. Amar através das ações

Muitas vezes, aquelas pessoas que nos maltratam vem a precisar de nós. Esse é o momento de realmente externar o Cristo que habita em nós e fazer o bem, como está escrito em Lucas 6:27: “fazei bem aos que vos odeiam”. Se essa pessoa vier a cair, que não seja pelas suas mãos. Faça o que estiver ao seu alcance para que o problema ou a necessidade daquela pessoa seja suprida. Isso também é uma forma de amor.

4. Amar através da fé em Deus

Às vezes temos tanto medo de que a influência daqueles que nos atacam nos alcance que adotamos a defensiva e passamos a alimentar sentimentos de mágoa, rancor, raiva. Entretanto, não devemos esquecer que “Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido”. (Salmos 91:7). Quando temos a certeza de que Deus está a nos guardar e que nada de ruim há de advir sobre nós, não nos deixamos envolver em intrigas e não nos enlaçamos em sentimentos pequenos.

Que estejamos mais atentos, com a sabedoria concedida pelo Espírito Santo, a não nos enredar em sentimentos que nos afastam de Deus e que pode nos colocar em vergonha diante dos homens. Que estejamos comprometidos em cumprir o nosso papel cristão de amar a todos os que nos rodeiam, dando testemunho do nosso amor a Cristo, pois “onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração” (Lucas 12:34).

Andrea Grace
 Facebook: https://www.facebook.com/andreagce



quarta-feira, 17 de julho de 2013

Pecadores Destituídos

“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus. (Romanos 3.23)”
A expressão “carecem” vem da palavra grega husteréo, que significa não conseguir atingir a meta ou não chegar ao fim. De acordo com o texto acima, o objetivo ou o fim ao qual o homem carece é a glória de Deus. Ao longo da história da igreja, houve muitas opiniões sobre o significado exato dessa expressão; no entanto, a interpretação mais comum e aprovada é a seguinte: o homem carecer da glória de Deus significa que ele não foi capaz de glorificar a Deus como deveria, e perdeu seu privilégio exclusivo de carregar ou refletir a glória de Deus.

Glorificando a Deus

As Escrituras ensinam que Deus criou o homem para sua própria honra, louvor e beneplácito. Respiramos somente para que lhe seja devolvido em louvor e adoração. Nossos corações batem ritmados para que batam para ele estando assim completamente satisfeito. Nossas mentes têm sua grande complexidade a fim de pensar grandes pensamentos sobre ele e permanecer em admiração. Nossa força física nos torna capazes de servi-lo e de realizar a sua vontade. Em suma, somos dele, por ele e para ele.[1] Encontramos nosso sunum bonum em amá-lo com todo o nosso coração, alma, mente e força, e em fazer tudo o que fazemos para a sua glória.[2]

O homem deve estar obcecado – completamente fascinado – com Deus. Qualquer satisfação que não encontra nele a sua origem é um ídolo, e até mesmo as tarefas mais humildes de comer e beber devem ser feitas para a sua glória ou nem serem feitas.[3]

O Breve Catecismo de Westminster está correto em declarar que “o fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre” (P. 1). É privilégio e dever do homem estimar a Deus acima de todas as coisas, estar completamente satisfeito nele e viver diante dele com reverência, gratidão, obediência e adoração. O homem era assim em seu estado original antes da queda, e ele nunca estará completo até que volte ao que era e ao propósito para o qual foi feito.

É o claro testemunho da Escritura que Deus fez o homem para sua própria glória, mas o homem voluntariamente se colocou aquém desse propósito. A carta de Paulo à igreja de Roma ilustra melhor essa terrível realidade: “porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.”[4] De acordo com esse texto, todos os homens sabem o suficiente sobre o único Deus verdadeiro de modo de não terem desculpas diante dele no juízo. Porém, o homem suprime o que ele sabe ser verdadeiro e se rebela contra o propósito para o qual foi feito, a glória e a honra de Deus. Afastando-se da verdade, ele fica envolto em trevas e vaidade. Em vez de se arrepender, ele luta contra o que sabe ser verdade e continua a sua espiral descendente rumo à escuridão moral, degradação e futilidade cada vez maiores.

O pecado que marca a vida de todos os homens é a própria antítese de glorificar a Deus, e isso demonstra quão inapropriado e inadequado o homem se tornou.[5] Ele se arrancou do propósito para o qual Deus o fez e se desligou da única razão de sua existência. Ele deixou a glória do Deus incorruptível e fez para si um objeto de adoração.[6] Ele rejeitou a vontade de Deus e submeteu-se a si mesmo. É de se admirar que ele tateia sem sucesso buscando sentido para sua vida e que suas maiores tentativas de busca por significado são absolutamente ridículas?

É importante notar que a falha do homem de glorificar a Deus não só conduz a uma existência sem sentido, mas também é a mãe de todos os outros pecados. A longa lista de devassidão e vícios listados no discurso de abertura de Paulo aos Romanos é apenas o resultado de um grande pecado acima de todos eles: a recusa de todo o homem de reconhecer e honrar a Deus como tal.[7] É a caixa de Pandora da Escritura e enche o mundo inteiro com caos e destruição.[8]

Esta breve discussão sobre a glória de Deus é especialmente importante quando abordamos o mitológica ateu “bonzinho”. Muitas vezes as pessoas tentam dissipar as reivindicações do cristianismo aludindo ao ateu que não acredita em Deus, nem presta louvor a Deus, mas é um homem de boa conduta moral que busca o bem da humanidade. O argumento é que é injusto levar tal homem a julgamento e condená-lo simplesmente porque ele não vê provas suficientes para sustentar a crença na existência de Deus.

Este argumento, apesar de popular, não resiste ao teste das Escrituras. Em primeiro lugar, as Escrituras afirmam que não há ateus de verdade. Todos os homens têm um conhecimento do único Deus verdadeiro, porque o que se sabe sobre Deus é evidente dentro deles; pois Deus lhes tornou evidente através do da criação para que eles sejam inescusáveis.[9]

Em segundo lugar, as Escrituras afirmam que o problema do ateu não é intelectual, mas moral. De acordo com o salmista, é o tolo que diz em seu coração que não há Deus, e ele não faz isso por razões intelectuais, mas por causa da sua própria corrupção e do seu desejo de fazer o mal. Ele não quer que a Deus ou sua moralidade, por isso nega a ambos.[10] Não é o refinamento intelectual do ateu que o proíbe de acreditar em Deus, mas a sua impiedade e injustiça que o leva a suprimir a verdade.[11]

Em terceiro lugar, as Escrituras argumentam contra a possibilidade de um ateu de boa conduta moral, porque, sem a graça de Deus, “não há justo, nem sequer um”.[12] O fato de um homem se orgulhar de sua moralidade não o torna alguém de boa conduta moral. Não são os ouvintes ou os defensores da moralidade que são verdadeiramente justos, mas aqueles que realmente fazem o que defendem.[13]

Em quarto lugar, o argumento de que é injusto condenar o ateu com bom comportamento moral representa uma visão da realidade distintamente humanista e antropocêntrica. Em um universo centrado no homem, o homem presta contas ao homem, mas em um universo centrado em Deus, o homem presta contas principalmente a Deus, e apenas secundariamente ao homem. Mesmo que a vanglória do ateu de sua justiça para com o seu semelhante fosse verdade, ele falhou em sua relação e responsabilidade primária para com o Deus que lhe dá vida, respiração e tudo mais.[14] Esse pecado contra Deus é infinitamente maior do que qualquer imoralidade que ele poderia cometer contra seu semelhante.

Finalmente, o ateu aparentemente moral é culpado não só em sua recusa de glorificar a Deus, mas também de tentar roubar a glória dele. Todos os homens nascem moralmente corrupto e radicalmente depravados. A única coisa que restringe o mal dos homens e faz com que eles tenham uma aparência de bondade é a graça comum de Deus. Se Deus retirasse essa graça e os homens fossem abandonados a serem regidos pela depravação de seus próprios corações, a raça humana rapidamente se aniquilaria; seria literalmente um inferno na terra, pelo menos enquanto durasse. A graça divina mantém a sociedade unida, a fim de que Deus possa realizar uma obra de redenção no meio da depravação e do desamparo da humanidade. Não é o ateu humanista ou alguma moralidade evoluída que o impede de ser um assassino em série e permite que ele faça aquilo que parece ser bom, mas a providência graciosa de Deus, que trabalha todas as coisas segundo o conselho de sua vontade.[15] Portanto, o crime do ateu é que ele nega veementemente o Deus que em graça o restringe em seu mal e lhe dá uma aparência de bondade. O ateu, em seguida, afirma que a obra é sua e recebe a glória que é devida a Deus. Ele é um ladrão da pior espécie, um charlatão desprezível. Sua condenação é justa.[16]



[1] Romanos 11.36
[2] Sunum bonum é uma expressão latina que significa “bem maior.” O homem encontra o seu maior propósito ou fim em Deus. Mateus 22.37; 1 Coríntios 10.31.
[3] 1 Coríntios 10.31
[4] Romanos 1.21-23
[5] O pecado é a antítese ou o oposto de glorificar a Deus.
[6] Romanos 1.23
[7] Romanos 1.21-32
[8] Na mitologia, a caixa de Pandora continha todos os males da humanidade. Zeus a deu a Pandora, que abriu a caixa contra o seu comando.
[9] Romanos 1.19-20
[10] Salmos 14.1-3; 53.1-3. A palavra tolo é traduzida da palavra hebraica nabal, que denota uma pessoa tola ou néscia. Deve-se notar que nabal é um termo moral e não se refere a uma vítima da ignorância que deseja sabedoria, mas a alguém que despreza a sabedoria e é voluntariamente ignorante.
[11] Romanos 1.18
[12] Romanos 3.10-12
[13] Romanos 2.13; Tiago 1.22
[14] Atos 17.25
[15] Efésios 1.11
[16] Romanos 3.8

Extraído do livro 13º capítulo do livro “O Poder e a Mensagem do Evangelho” de Paul Washer, a ser lançado pela Editora Fiel. Tivemos a oportunidade de traduzi-lo e o privilégio de poder compartilhar pequenos trechos de cada capítulo com vocês.
Tradução: Vinícius Musselman Pimentel. Versão não revisada ou editada. Postado com permissão.
© Editora Fiel. Todos os direitos reservados. Original: Pecadores destituídos (Paul Washer) [13/26]


Intercâmbio feito por Fábio Araujo
Facebook: https://www.facebook.com/fabio.araujo.58173



terça-feira, 16 de julho de 2013

Restaurando a Família



              Quanta coisa poderíamos falar sobre família. Podemos chamá-la de célula-mater da sociedade, de um plano que nasceu no coração de Deus, entre outras coisas mais. Tudo isto é verdade, mas muitas vezes um dos aspectos principais da família é deixado de lado, que é o fato dela ser constituída de seres humanos. Sendo assim, falhos, pecadores e carentes da glória de Deus (Rm 3.23). E ao falarmos de restaurar a família, não estamos falando de uma entidade ou meramente de uma instituição. Estamos falando de pessoas, de vidas carentes de Jesus para uma eficaz restauração, pois restauração só em Jesus.

             Podemos observar isto no diálogo de Paulo e Silas com o carcereiro: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e atua casa (At 16.31). A restauração da família do carcereiro foi iniciada com a restauração da sua vida, e em seguida ocorre o mesmo com os seus familiares, segundo nos relata os versículos seguintes. Uma família restaurada por Jesus não é uma família perfeita, mas uma família de pessoas cientes de sua necessidade de Deus e que sem Ele, tudo é perdição. Por isso, canalizam seus esforços e energias para viverem, dentro da família os princípios bíblicos do amor, ensino, prática do perdão, compreensão do fato de ser pecador tanto quanto o outro e da disciplina. São ainda conscientes de que, sem Jesus, nada disso é possível, e só através dele, por meio de sua graça, somos levados a obediência a seus princípios. Restauração só em Jesus.

               Neste início de milênio (já não tão início assim), enxergo dois grandes desafios para a família. Um é o pluralismo, que tende a aceitar como normal e natural toda e qualquer forma de manifestação afetiva como família (seja o homossexualismo, o lesbianismo ou o chamado casamento aberto, onde os cônjuges são livres para fazerem o que quiserem, sem prestar contas ao outro). Quanto a isto é bom lembrarmos que toda prática de manifestação cultural ou social deve ser avaliada pela palavra de Deus. E se uma visão sobre família não se conformar à Bíblia (deixará o homem seu pai e sua mãe se unirá a sua mulher e serão os dois uma só carne), pode dispensar. Mas para esta análise, é preciso conhecimento da Bíblia. O outro desafio é o de criarmos filhos nos caminhos das Escrituras. Para isso, acho necessário duas coisas. A primeira é estarmos no caminho junto com nossos filhos,(Pv 22.6) orientando-os e acima de tudo, dando-lhes exemplo. A segunda é não querer criar filhos dentro de uma bolha, dizendo que eles não são do mundo. Eles são de onde? De Marte, por acaso? O que precisamos é dar-lhes ensinamento bíblico o suficiente para suas escolhas refletirem uma vida restaurada, o que mostra que fazem parte de uma família restaurada. Restauração só em Jesus.

Família restaurada é feita de vidas restauradas por Deus.




                                                                                       Deus nos abençoe! 

Presb. Cicero da Silva Pereira 
Twitter: @ciceroeiris

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Como Devemos Lidar com o Conhecimento Produzido pelos Incrédulos? Com a Palavra Calvino.

Negaremos nós a verdade que brilhou sobre os antigos juristas que estabeleceram a ordem cívica com grande equidade? Diremos que os filósofos cegos em sua fina observação e artística descrição da natureza? Diremos que os homens que conceberam a arte do discurso e nos ensinaram a falar razoavelmente eram faltos de entendimento? Diremos que são insanos os que desenvolvem a medicina, devotando o seu labor em nosso benefício? [...] Não, não podemos ler os escritos dos antigos sem grande admiração. Maravilhamo-nos com eles porque somos compelidos a reconhecer quanto foram notáveis.

Mas contaremos qualquer coisa como digna de louvor ou nobre sem ao mesmo tempo reconhecermos que vem de Deus? Que nos envergonhemos de nossa ingratidão, na qual nem os poetas pagãos caíram, pois eles confessavam que deuses tinham inventado a filosofia, as leis e todas as artes úteis. Esses homens a quem as Escrituras denominam “homens naturais” eram verdadeiramente argutos e sagazes na sua investigação das coisas inferiores. Que nós, igualmente, aprendamos do exemplo deles quanto aos dons que o Senhor deixou à natureza humana, até mesmo depois de ela ter perdido o seu verdadeiro bem.

CALVINO, João. Instituas 2.2.15 apud HORTON, Michael. In: O Cristão e a Cultura. São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2006.
Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd