sábado, 2 de abril de 2016

Jeová Tsidekenu – Justiça nossa



Jeremias: 23. 5. Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e procederá sabiamente, executando o juízo e a justiça na terra. 6. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este é o nome de que será chamado: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA. 7. Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que nunca mais dirão: Vive o Senhor, que tirou os filhos de Israel da terra do Egito; 8. mas: Vive o Senhor, que tirou e que trouxe a linhagem da casa de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e eles habitarão na sua terra.

Diante da situação do nosso país, é de extrema importância que o cristão tenha uma cosmovisão bíblica sobre tudo o que tem ocorrido (assim como deve ter em toda sua vida). Tendo a certeza de que Cristo está reinando, soberanamente. Essa convicção certamente refletirá no nosso modo de agir, pensar e nos posicionar.

O caos no nosso país está instaurado. Estudiosos políticos divergem ao buscar as causas da crise e em quando o Brasil começou a entrar em colapso. O governo está envolvido em esquemas de lavagem de dinheiro, seus opositores, em crimes de corrupção. Não se pode vislumbrar uma saída que solucione os problemas da nossa crise política e econômica. Como se não bastasse o governo e oposição corruptos, outras esferas da nossa sociedade também estão corrompidas.

Nossa sociedade tem seus valores subvertidos dia após dia. (1) Defender a união de homossexuais, por exemplo, é, na visão do mundo, é um avanço e conservar os valores da família nos moldes bíblicos é um retrocesso. (2) O papel do marido e da mulher no casamento tem sido furtado por uma sociedade que ataca o sistema de família revelado por Deus. (3) A educação dos filhos cada vez mais nas mãos do Estado e menos da família. (4) A própria corrupção em cada cidadão que age com suborno, sonegação, burlando leis, etc.

Poderíamos chegar a imaginar que só há esperança na Igreja em nosso país. Em nossos pastores do Brasil. Porém, infelizmente, esta é mais uma área afetada. O evangelicalismo no Brasil está doente! (5) Há um suposto crescimento numérico de evangélicos que não mudam nada nos relacionamentos interpessoais. Antes, praticam as mesmas coisas e até piores do que o mundo. (6) Nossas canções “gospel” estão corrompidas com cada vez mais pecaminosidade, heresias, emocionalismos, carnalidade e menos doutrina, louvor e adoração a Deus. (7) Falsos profetas têm ganhado destaque no cenário nacional. E suas doutrinas, penetrado nas nossas igrejas. E com isso, o povo de Deus tem se tornado motivo de chacota entre os ímpios.

Sim! O caos no nosso país está instaurado.

Vejamos, então, o contexto de Jeremias.

Durante o reinado de Josias, o Livro da Lei foi encontrado. Ao ler, rei e sacerdotes iniciaram uma reforma na Casa do SENHOR e no Culto a Deus. Fazendo com que o povo deixasse a sua idolatria e voltasse para Deus. Porém, a reforma perdeu força com a morte do rei Josias e o povo voltou a pecar. Se corrompendo juntamente com seu governo.

É nesse contexto que Jeremias recebe o seu chamado e começa a profetizar acerca do cativeiro vindouro na Babilônia. Pois achava-se em Israel e Judá um povo cultuando a Baal (cap. 2) e não havia um justo sequer no meio do povo (cap. 5). Logo, Jeremias prega uma condenação causada pela iniquidade daquele povo (cap. 6). O povo, com o coração endurecido, não cria que viria sobre eles condenação, pois o Templo representava a proteção divina no meio deles. Porém, o templo físico não os livraria da condenação (cap. 7). Tal condenação era inevitável (cap. 8).

Com a aliança violada pelo povo de Deus (cap. 11), houve uma grande seca em Judá. Como julgamento severo de um Deus onipotente (cap 14). E isso já nos serve de alerta para o que temos vivido hoje no Brasil. Além da corrupção social, cai sobre nossa terra vários tipos de doenças, epidemias e seca. E o caminho para combater tais fatos é voltar-se para Deus em oração e contrição.
Diante de tudo o que ocorria, portanto, havia um Deus no céu que era soberano. Que revela-se a Jeremias como o Oleiro (cap. 18) que tem poder sobre o barro. Um Deus que quebraria o seu povo para fazê-lo novamente. Um aspecto de disciplina que todo aquele castigo e desolação carregava em si.

Jeremias também lança profecia contra o governo e “ais” contra os pastores (cap. 22 e 23). Esferas que também estavam corrompidas em seu tempo. Havia mal trato com o povo por parte do governo e mal trato com a noiva de Cristo por parte dos pastores [Jeremias vivia no Brasil?]. – Eu não sou SANTO, SANTO, SANTO, e amo minha noiva; imagina o tamanho do zelo do Senhor!

Diante do fracasso dos reis, dos sacerdotes, o próprio Senhor assumiria o controle de uma maneira nova. Em Jr 23:3 ele diz “Eu mesmo” farei! O Deus soberano é que estava por trás de tudo aquilo em sua provisão, amor e repreensão. E levantaria e livraria (como sempre fez) um restante, um remanescente fiel.

24:7 – Dar-lhes-ei coração para que me conheçam que eu sou o SENHOR; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; porque se voltarão para mim de todo o seu coração.

Então, a primeira providência tomada por Deus para reverter à situação estria em 23:4 – Levantarei a ti pastores! O amor de Deus está explicito a nós quando ele nos derrama sua graça através de Cristo, o nosso Pastor. E ele demonstra isso hoje nos dando pastores que nos são porções dessa graça amorosa.

Então chegamos ao texto que lemos no início. Jeremias 5, 6 e 7.
Em meio ao Caos, uma mensagem de Esperança, mas também de Juízo. Pois aquele que é o Salvador de Israel e Judá era também o JUSTO JUÍZ. Nos fazendo deparar com o paradoxo da Cruz, o nosso Cristo: Graça – Justiça, Cordeiro – Leão, Servo – Rei, Humilhado – Glorificado, Cruz – Trono, Salvação – Condenação.

·     A promessa – Versículo 5

“levantarei a Davi”. Essa promessa é um lembrete das escrituras. Pois se fundamenta na promessa feita a Davi em 2Sm 7:12. E tem seu cumprimento em Mt 1:1 quando lemos a genealogia de Cristo. Sendo ele reconhecido como Filho de Davi em Mt 12:23.
“Renovo Justo” é um termo messiânico que expressa o fato de o último Ungido da linhagem de Davi seria perfeitamente justo. Vejamos o que diz a Palavra do Senhor no livro de Isaías a respeito disso:

Is 4:2-   Naquele dia o Renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória; e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel.
3- E será que os restantes de Sião, e ficar em Jerusalém, será chamado santo; todo aquele que estiver inscrito entre os viventes em Jerusalém;
4- Quando o Senhor lavar a imundícia das filhas de Sião, e limpar o sangue de Jerusalém, do meio dela, com o espírito de justiça, e com o espírito de purificação (ardor).

Além disso, o termo serve de parâmetro para todos os líderes do povo de Deus, a exemplo de Josué:

Zc 6: 12 E fala-lhe, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é RENOVO; ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do SENHOR.
  •  Versículo 6;

A união do povo seria uma das características da era Messiânica (ainda incluiria gentios). Israel e Judá seriam, de uma vez por todas unidos a um só Rei e Senhor, a saber, Jesus Cristo. Além disso, estariam “seguros” numa salvação definitiva que se assegurava em Cristo, o Renovo Justo.

- “SENHOR, Justiça Nossa”. Nesse momento, a passagem que se refere a Cristo, o trata agora como “Yahweh” ou “yahweh tsidkenu”. Nos revelando o caráter, personalidade e divindade de Cristo. Este é o âmago do texto. Aquele que julga as nações. Condenação para o mundo. Mas para nós, justiça imputada, paz com Deus. Em meio aos poderes do mundo e às circunstâncias adversas e até mesmo o nosso pecado, Ele é a Nossa Justiça.

Uma grande ironia que está aqui nessa passagem também pode nos servir de aplicação para os nossos dias. O nome “Zedequias” (objeto de condenação de Jeremias nos cap’s 21 e 22) significa “O Senhor é minha justiça”. Porém sua justiça era falha e pecaminosa. Só quem tinha poder para julgar com retidão e livrar a igreja da face da ira de Deus é o nosso Cristo e não qualquer homem. Isso nos ensina a nos refugiar unicamente em Deus diante da conjuntura atual brasileira.
·           
  •                Versículo 7;


“Não mais se dirá” – a Revelação desabrochava à medida que o tempo passava: 1) Cativeiro do Egito à 2) Cativeiro da Babilônia à Cativeiro do Pecado. Cristo é o libertador comum de todos os cativeiros da história do Seu povo. Sendo hoje Ele o libertador de todo cativeiro humano.
Diante do que vimos, no mundo  nem governos, nem a sociedade ou religiões podem nos livrar desse caos. Só o Deus que permaneceu fiel à Aliança e que nos lembra dela na sua Palavra pode nos livrar das calamidades das secas, epidemias, crises econômicas e políticas. Ele é o nosso livramento.
Cristo é o Renovo Justo para o cativeiro do pecado – ARREPENDEI-VOS!

Para concluir, uma bela poesia de Robert Murray McCheyne:

Jeová Tsidkenu – Senhor, Justiça nossa (Jeremias 23:6)
Era alheio outrora à graça e a Deus,
Não sabia do perigo nem dos pesos meus;
Amigos falavam, embevecidos, de Cristo no madeiro,
Mas, para mim,
Jeová Tsidkenu ainda não era verdadeiro.

Lia com prazer para me entreter ou me livrar da ansiedade,
A exuberância de Isaías, ou de João, a simplicidade;
Mas, nem mesmo ao imaginar de Cristo o sangue carmesim,
Jeová Tsidkenu significava algo para mim.

Como as lágrimas que as filhas de Sião vertiam,
Chorava quando as águas sua alma encobriam;
Não pensava, contudo, em meus pecados cravados no madeiro;
Para mim, Jeová Tsidkenu ainda não era verdadeiro.

Quando a graça generosa  despertou-me com a luz do alto,
Fui tomado de temor e de mortal sobressalto;
Nenhum refúgio ou segurança em mim mesmo posso encontrar,
Somente Jeová Tsidkenu pode me salvar.

Diante desse nome nenhum terror pode restar;
Banida a culpa, com ousadia hei de me aproximar
Para beber da fonte viva que jamais terá fim;
Jeová Tsidkenu é tudo para mim.

Meu tesouro e glória eterna, Jeová Tsidkenu!
Jamais me perderei, Jeová Tsidkenu!
Seja nas águas, seja em terra firme, em ti serei vencedor,
Minha corda e âncora, minha armadura e escudo protetor!

Mesmo no vale da sombra da morte,
Lembrar-me-ei desse nome e serei forte;
Pois, quando o Senhor desta vida febril me libertar,
Jeová Tsidkenu serão as últimas palavras que meus lábios hão de pronunciar.


Walisson Alves
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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Eu posso fazer todas as coisas







No post de hoje, eu gostaria de considerar brevemente um dos versículos mais conhecidos e frequentemente-citado do Novo Testamento. Na verdade, ele é um dos versos mais populares na cultura evangélica americana hoje.

Foi impresso em cartazes e inspirador de arte de parede. Uma rápida busca na Internet revela que você pode comprar chaveiros, anéis, botões, t-shirt, etiquetas, cartões postais, pulseiras, bolsas, e outras bugigangas cristianizadas com as palavras deste versículo estampada, bordado, ou em relevo sobre eles. 

Mas a ironia é que, ao tomar este versículo fora de contexto, muitas pessoas têm realmente transformou-o em sua cabeça, tomando por significado o oposto do que ele realmente significa. Eles transformaram-no em um slogan de empoderamento pessoal, declaração de auto-realização, ambição, e realização. Para muitos, este versículo tem sido banalizado em uma espécie de lema motivador para a prosperidade material, progressão na carreira, ou o sucesso atlético.


Mas, na realidade, não é nada do tipo.

Até agora, você já deve ter adivinhado que o versículo que estou descrevendo é Filipenses 4:13. Lá, o apóstolo Paulo escreve: "Tudo posso naquele que me fortalece."

Se lermos Filipenses 4:13 em isolamento, fora de seu contexto, é possível ver porque tantos o tomam como uma declaração de capacitação pessoal. Fora de contexto, "todas as coisas" parece que poderia se referir ao que quer que alguém pode querer realizar em ganhar um jogo de futebol, para perder peso, para conseguir um novo emprego, para ganhar a riqueza material. Fora de contexto, muitas vezes é tratado como um impulso espiritual de auto-confiança que pode ser aplicado a qualquer ambição ou aspiração na vida.

Mas no contexto, este versículo tem um significado muito específico, definido significado e um que a maioria dos americanos não querem ouvir falar, mas que é muito importante para nós, como crente, nos lembrarmos.

Fora de contexto, Filipenses 4:13 é usado como uma promessa em branco de check-in para o que é desejado. Mas no contexto, é um versículo acerca do contentamento. Não é sobre os seus sonhos se tornando realidade ou seus objetivos a serem cumpridos. Pelo contrário, é sobre ser alegre, satisfeito, 
e  firme, mesmo quando a vida é dura e suas circunstâncias parecem impossíveis.

Você vê, este versículo não é sobre ganhar o jogo de futebol; é sobre como você reage quando você perde o jogo de futebol, ou se machuca para a temporada, ou deixa de fazer parte da equipe completamente. Não se trata de conseguir o novo trabalho, a casa nova, ou aquela roupa nova; É sobre encontrar a sua satisfação no trabalho que você já tem, na casa que você já possui, e no seu guarda-roupa.

Este não é um versísuclo sobre ter competência para alterar as suas circunstâncias; ao contrário, é um verso sobre confiar no poder de Deus, a fim de se contentar em meio a circunstâncias que você não pode mudar.

Considere-se, por um momento, o contexto de Filipenses 4:13. Escrevendo aos crentes de Filipos, Paulo diz:

(10) Alegro-me grandemente no Senhor, porque finalmente vocês renovaram o seu interesse por mim. De fato, vocês já se interessavam, mas não tinham oportunidade para demonstrá-lo.
(11) Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância.
(12) Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade.
(13) Tudo posso naquele que me fortalece.

Você pode ver lá, que quando o apóstolo diz: Eu posso tudo naquele que me fortalece, ele está falando sobre o contentamento. Em qualquer circunstância, ele tinha aprendido a estar contente por depender de Cristo que lhe deu a força para perseverar em qualquer situação.

E essa é uma perspectiva que somos chamados a imitar. De fato, imediatamente antes os versos citados acima, Paulo escreve no versículo 9:

(9) Ponham em prática tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim. E o Deus da paz estará com vocês.

Ele diz a seus leitores a seguir o seu exemplo, e então ele imediatamente fala sobre contentamento. Claramente, a atitude que Paulo possuía é aquele que deve nos caracterizar bem.


Nathan Busenitz
Link original: http://www.tms.edu/preachersandpreaching/i-can-do-all-things/


TRADUZIDO E EDITADO POR LARYSSA LOBO
https://www.facebook.com/laryslobo

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Reflexão sobre a Cruz




Os ladrões representavam toda a humanidade: os salvos pela graça e os que nunca desfrutaram nem desfrutarão do renascer que a salvação oferece. Um, salvo em seus últimos momentos. O outro, com seu coração endurecido mesmo estando pregado numa cruz prestes a morrer. Não teve seus olhos desvendados para ver que o Deus criador dos céus e da terra estava ao seu lado, na mesma condição, na mesma sentença.
Deus, estava coroado. E recebia as honrarias dos soldados que o chamavam de "Rei". Em cima de sua cabeça estava escrito em três idiomas: "Este é o Rei dos Judeus". No lugar chamado Caveira, importou que Deus fosse levantado assim como a serpente abrasadora de bronze feita por Moisés no deserto, a fim de que todo aquele que olhasse para Cristo, fosse salvo.
Todos nós somos um daqueles ladrões. Todos nós estamos destituídos da glória de Deus por natureza. Pecamos, e com juízo iremos carregar nossa cruz uma hora ou outra. A qualquer momento iremos estar pregados numa cruz. Seja do lado direito ou esquerdo. Seremos salvos por pura graça e misericórdia de Deus ou morreremos e partiremos pro sofrimento eterno. Acontece que no meio disso tudo, há um Deus. Um Deus cujo amor é incompreendido. Um Deus imensurável. Que mesmo ao sangrar, exalava glória e poder. Um Deus que tem poder pra salvar. Porém eu e você receberemos por justiça, mas Ele, que mal fez? Um dos malfeitores, reconhecendo isso, disse as palavras certas, no momento certo, para a Pessoa certa: "Lembra-Ti de mim, quando entrares no teu reino". E no mesmo dia, esteve aquele malfeitor, com Jesus no paraíso.
[...]
E dois varões com vestes brancas disse as mulheres que foram ao túmulo visitar o corpo de Jesus: "Por que buscais entre os mortos aquele que vive?"
Onde estão agora os soldados que diziam: "Salvou a muitos mas não pode salvar a si mesmo"? A verdade é que quando a terra escureceu, a terra tremeu e o véu se rasgou, o mais duro dos corações ali presente bradou: "Verdadeiramente este era o filho de Deus" Então ele e todos, saíram batendo no peito!
E o verbo se fez carne e habitou entre nós. Veio para os seus, mas os seus não o receberam. Mas vimos a sua glória, glória como a do unigênito do Pai. Foi ferido por nossos erros e transpassado por nossos delitos e ainda por nossas iniquidades foi moído. E o SENHOR agradou-se em moê-lo. E Jesus agradou-se em ser moído. Ao que falou em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste? E do cálice não foi livrado, mesmo pedindo - se fosse possível.
E toda a história da humanidade e da criação converge para aquela sexta, para aquele sábado e para aquele domingo. Domingo cujo JESUS de Nazaré (Pode sair algo bom dali?) RESSUSCITOU!
Onde está óh morte a tua vitória? Onde está óh morte o teu aguilhão? O MEU REDENTOR VIVE!
Somos a nação da cruz. Salvos pelo sangue de Jesus.


Lucas Mendonça

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Pecados Mortificados



"Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena; prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e avareza, que é idolatria" (Colossenses 3.5)
Enquanto deixarmos que pecados de estimação ocupe o trono no coração, a Graça e Santidade sempre se mostrará excessivamente fraca e baixa em nós. Porém, quando tais pecados são destronamos e mortificados pelo poder da Espada do Espírito, Graça e Santidade rapidamente se tornarão mais e mais fortes em nós. 
Quando um homem toma veneno, nada o fará melhor até que aquele veneno seja posto para fora. Pecados não confessados é um veneno para a alma. E amenos que ele seja vomitado e lançado fora pela prática do arrependimento e o exercício da fé no sangue de Cristo, a alma nunca crescerá em Graça e Santidade.

Se, após você ter conseguido subjulgar todas as suas corrupções e os seus mais ousados desejos, quiser atingir graus mais elevados de santidade, Oh, não pense que seus ídolos de ouro e de prata, facilmente irão baixar suas armas e renderem-se com facilidade aos seus pés. Lembre-se que o pecado que tenazmente nos assedia, fará tudo o que ele puder para manter o seu espaço, por isso, é que você precisa se opor a ele com todas as suas forças e esmagá-lo completamente.
Oh! irmãos, lidem com seus pecados como os Filisteus lidaram com Sanção, furou seus olhos e o fez trabalhar forçado num moinho da mortificação, até que toda a sua força foi consumida. 
Li a respeito de um homem que, quando perguntado sobre qual a melhor maneira para mortificar o pecado, respondeu: 

Primeiramente, o melhor meio de mortificar o pecado é meditando sobre morte.
Segundo, medite sobre o dia do Juízo;
Terceiro, medite sobre a alegria do Céu;
Quarto, medite sobre os tormentos do inferno;
Quinto, medite sobre a morte e sofrimento de Jesus;

Sem dúvida que esta ultima fechou com chave de ouro. 
Pois, a visão diária do nosso Salvador sangrando, gemendo, morrendo é a unica coisa que subjulga e mortifica os pecados de estimação. Ô amigos! nunca deixem de olhar para o Cristo Crucificado, até que virtudes fluam dEle para a crucificação daqueles pecados que assediam, os quais fazem o possível para impedir o crescimento e o florescimento da santidade.

(Thomas Brooks)

Publicado e Editado por Clélio Simões
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terça-feira, 21 de abril de 2015

A falta de confessionalidade como razão do caos teológico contemporâneo



Organizar a fé em sistematizações ou resumi-la em credos não é algo somente dos séculos XVI em diante, os judeus usavam a Shema (duas primeiras seções da Torá) para professar a sua fé (exemplo encontrado em Deuteronômio 6:4-9). As varias declarações de fé encontradas no Novo Testamento (João 4:42 , 6:14, 6:69) além do Credo Apostólico datado dos primeiros séculos da igreja cristã que tinha função pedagógica para o batismo dos novos na fé e para combater as heresias da época.
Após o marco da Reforma Protestante, em 31 de Outubro de 1517, o cristianismo teria a sua principal divisão em função dos abusos encontrados em diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana e embora Lutero inicialmente não tivesse a intenção se fundar uma nova religião, mas sim purificar a igreja de tais desvios e para que ficassem claras as intenções de Lutero, as 95 teses constituíam a exposição publica e escrita dos desvios. Contudo, a resposta protestante aos abusos da ICAR gradualmente foram copilados nos Cinco Solas e também no moto Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est. Posteriormente as confissões de fé Belga (1561), Catecismo de Heidenberg (1563), Segunda Confissão Helvética (1566), Cânones de Dort (1618-1619), Confissão de Fé de Westminster (1647) e seus Catecismos Maior e Menor (1648).
Augustus Nicodemus fala que comumente alguns dos lemas reformados são usados e entendidos de maneira diferente em nossos dias, por exemplo o moto Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est (A Igreja é reformada e está sempre se reformando). Nicodemus diz que o holandês calvinista Gisbertus Voetius (1589-1676), que escreveu tal moto na época do Sinodo de Dort, dificilmente estava se referindo a ‘igreja estar sempre mudando’, de forma que a voz passiva do “Ecclesia Reformata” lembra que o agente da reforma não é a igreja, mas sim o Espírito Santo, que leva os cristãos às Escrituras, entendendo que a verdade não muda [1] . Mas em nossos dias não é bem assim que acontece. Evocando para si a justificativa de que a igreja “está sempre se reformando”, as mais variadas aberrações entraram na igreja com a interpretação errônea que isto significava novas interpretações que não tem nenhum comprometimento com as Escrituras.
Toda falsa doutrina tem como principal argumento o recebimento de novas revelações da parte de Deus, ou seja, começam então a negar o Só a Escritura e assim ao contrário do que pensam ser o progresso da igreja, voltam as práticas da ICAR e regressam a uma situação de obscuridade da qual contrasta fortemente com a iluminação do Verdadeiro Espírito que nos chama a Palavra e somente a ela. A falta de apego confessional deságua na livre interpretação pessoal dos textos bíblicos e não na livre consulta (CFW cap. 1. V), porém é necessário não menosprezar a história da Igreja, onde os Pais da Igreja se esmeraram para explicar passagens e fundamentar a fé cristã, inclusive não rejeitando a doutrina apostólica, mas se apoiando nela.
É obvio que a subscrever uma confissão não é incoerente, a Bíblia é infalível, as confissões não. A autoridade das confissões é vinda da própria Bíblia, por isso ser confessional significa entender que tal confissão é a interpretação mais harmoniosa do Sagrado Texto e isto não coloca a confissão acima das Escrituras nem deixa de lado o lema Só a Escritura. Joel Beeke cita que os primeiros reformadores reconheciam o serviço que as confissões prestavam à igreja na adoração (tarefa doxológica), o testemunho (tarefa proclamadora), o ensino (tarefa didática) e a defesa da fé (a tarefa disciplinadora), ou seja, nas confissões a igreja declara no que ela crê [2].
Sérios desvios doutrinários como o arminianismo, adventismo, mormonismo, liberalismo, neopentecostalismo e etc. tem aparecido pela falta de apego às confissões reformadas. Os Cânones de Dort, por exemplo, foram os cinco artigos escrito contra os seguidores dos ensinos de Armínio. Eles foram elaborados em 154 sessões durante sete meses, rejeitado os ensinos dos remonstrantes. Uma volta no arminianismo, em função do pentecostalismo, não teria ocorrido se fosse levado em conta o trabalho do Sínodo de Dort. Talvez fosse possível evitar a força que neopentecostalismo tem desde Charles Finney. Não obstante Ellen G. White não teria influenciado com seus escritos a volta às praticas da lei cerimonial e civil de Israel por parte do adventismo, quem sabe Joseph Smith Jr tivesse suas duvidas sanadas antes das mesmas o levar a fundar a religião mórmon ou mais talvez ainda mais importante nos nossos dias, o liberalismo teológico fosse apenas uma clara blasfêmia contra Deus.
Claramente o abandono das confissões da época da reforma constitui um perigo que nos fez chegar até o atual quadro de caos no meio evangélico. Somos filhos de um retorno efetivo às Escrituras, principalmente com Lutero e Calvino, mas claramente a ausência literal ou funcional do apego as confissões reformadas como o trabalho da vida dos reformadores e dos Pais da Igreja, nos tem feito perceber a necessidade da ‘igreja ser reformada e sempre se reformar’. Não nesse sentido em que a Palavra é diluída nos achismos das seitas, mas no sentido de volta às Escrituras guiada pelo Espírito Santo.
É importante frisar que não se trata de tornar qualquer confissão um ídolo, mas sim tentar abandonar o ídolo da interpretação particular das escrituras, ou seja, o ídolo do “eu”. Não há duvidas que o espírito deste século tem usado de estratégias que se valem do argumento da comparação das confissões com a tradição romana, para diminuir obra do Espírito ao longo da história da igreja. Confissão alguma tem caráter igual ou superior às Escrituras, inclusive as próprias confissões claramente expressam a inerrância bíblica, algo que tanto a tradição católica nega (igualando-se a Palavra) quanto os líderes carismáticos que negam efetivamente com suas novas revelações e interpretações, a autoridade bíblica.
Um cristianismo confessional sem dúvida expõe mais do que um credo aos de fora da comunhão, o cristianismo confessional tem contribuído para que os próprios cristãos sejam mais conhecedores da Palavra e não sejam levados por qualquer vento de doutrina que se proliferam aos montes à medida que a volta de Cristo se aproxima. Que Deus nos dê a graça de poder encontrar na Sua Palavra a verdadeira espada do Espírito!


[2] BEEKE, Joel R. Vivendo para a glória de Deus. Capítulo 2: pág. 35. Editora Fiel, 2010.


Felipe Medeiros

felipealexandremedeiros@outlook.com

sábado, 18 de abril de 2015

O que é um calvinista? Com a Palavra Augustus Nicodemus



1 – Creio que Deus predestinou tudo o que acontece. O Deus que determinou todas as coisas é um Deus pessoal, inteligente, justo, santo e bom, que traçou seus planos infalíveis levando em conta a responsabilidade moral de suas criaturas. Ele não é uma força impessoal, como o destino. Portanto, as decisões que tomamos não são mera ilusão e nossa sensação de liberdade ao tomá-las não é uma farsa. Eu acredito que as nossas decisões e escolhas são bem reais e que fazem a diferença. Elas não são uma brincadeira de mau gosto da parte de Deus. De uma maneira para mim misteriosa, porém perfeitamente compatível com um Deus onipotente e infinito, ele consegue ser soberano sem que a vontade de suas criaturas seja violentada. Ao mesmo tempo, ao final, sempre prevalecerá aquilo que Deus já determinou desde a eternidade. Encaro essa relação entre a soberania de Deus e a responsabilidade humana como sendo parte dos mistérios acerca do ser Deus, como a doutrina da Trindade e das duas naturezas de Cristo

2 – Creio que Deus predestinou desde a eternidade aqueles que irão se salvar. Esta convicção não me impede de orar pelos descrentes e evangelizar. Ao contrário, evangelizo com esperança, pois Deus haverá de salvar pecadores. Creio que Deus já sabe, mas oro assim mesmo. Sei que ele ouve e responde, e que minhas orações fazem a diferença. Sei também que, ao final, através de minhas orações, Deus terá realizado toda a sua vontade. Não sei como ele faz isso. Mas, não me incomoda nem um pouco. Não creio que minha oração seja um movimento ilusório no tabuleiro da soberania divina.

3 – Não creio que Deus predestinou todos para a salvação. Da mesma forma, não creio que ele foi injusto e nem que ele fez acepção de pessoas para com aqueles que não foram eleitos. Não creio que Deus tenha predestinado inocentes ao inferno, pois não há inocentes entre os membros da raça humana. E nem acredito que ele tenha deixado de conceder sua graça a quem merecia recebê-la, pois igualmente não há pessoa alguma que mereça qualquer coisa de Deus, a não ser a justa condenação por seus pecados. Deus predestinou para a salvação pecadores perdidos, merecedores do inferno. Ao deixar de predestinar alguns, ele não cometeu injustiça alguma, no meu entender, pois não tinha qualquer obrigação moral, legal ou emocional de lhes oferecer qualquer coisa.

4 – Creio que Deus sabe o futuro, não porque previu o que ia acontecer, mas porque já determinou tudo que acontecerá. Por isso, entendo que a presciência de que a Bíblia fala é decorrente da predestinação, e não o contrário. Negar a predestinação e insistir somente na presciência de Deus com o alvo de proteger a liberdade do homem levanta outros problemas. Quem criou o que Deus previu? E, se Deus conhece antecipadamente a decisão livre que um homem vai tomar no futuro, então ela não é mais uma decisão livre.

5 – Creio que apesar de ter decretado tudo que existe desde a eternidade, Deus acompanha a execução de seus planos dentro do tempo, e se comunica conosco nessa condição. Quando a Bíblia fala de um jeito que parece que Deus nem conhece o futuro e que muda de ideia algumas vezes, é Deus falando como se estivesse dentro do tempo e acompanhando em sequência, ao nosso lado, os acontecimentos. É a única maneira pela qual ele pode se fazer compreensível a nós. Quem melhor explica isso é John Frame, no livro "Não Há Outro Deus," da Editora Cultura Cristã, que recomendo entusiasticamente.

6 – Creio que Deus é soberano e bom. A contradição que parece haver entre um Deus soberano e bom que governa totalmente o universo, por um lado, e por outro, e a presença do mal nesse universo é apenas aparente e, por enquanto, sem explicação. Diante da perversidade e dos horrores desse mundo, alguns dizem que Deus é soberano mas não é bom, pois permite tudo isto. Outros, que ele é bom mas não é soberano, pois não consegue impedir tais coisas. Para mim, a Bíblia diz claramente que Deus não somente é soberano e bom – mas que ele é santo e odeia o mal. Ao mesmo tempo, a Bíblia reconhece a presença do mal do mundo e a realidade da dor e do sofrimento que esse mal traz. Ainda assim, não oferece qualquer explicação sobre como essas duas realidades podem existir ao mesmo tempo. Simplesmente afirma ambas e pede que vivamos na certeza de que um dia Deus haverá, mediante Jesus Cristo, de extinguir completamente o mal e seus efeitos nesse mundo.

Deve ter ficado claro que um calvinista, para mim, é basicamente um cristão que aceita o que a Bíblia diz sobre a relação entre Deus e o homem e reconhece que não tem todas as explicações para as questões levantadas. Para muitos, esse retrato é de alguém teologicamente fraco e no mínimo confuso. Mas, na verdade, é o retrato de quem deseja calar onde a Bíblia se cala.

Treco do artigo Os seis pontos do meu calvinismo, publicado em http://tempora-mores.blogspot.com.br/search?q=soberania

Iris Bernardo

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Reformado ou deformado? Algumas reflexões sobre teoria e prática





Temos acompanhado atualmente um grande número de evangélicos, especialmente os jovens, aderindo às doutrinas reformadas como modelo doutrinário. Isto nos alegra, pois é sempre bom ver crentes querendo conhecer mais a Deus através da arcabouço de teses  reformadas. Porém, o que de um lado  nos traz alegria, por outro lado gera uma preocupação enorme ao constatarmos que muitas dessas adesões são feitas apenas por modismo (pra onde a galera tá indo, eu também vou). Poderiam perguntar: "Mas não é bom, pois no meio disso tudo tem gente comprometida?".  Seria, se esta adesão fosse simplesmente fogo de palha, mas não é. E pior, é uma adesão sem compromisso com os princípios bíblico-reformados. E isto causa uma anomalia, uma deformação, um reformado longe do sola scriptura, um cristianismo sem Cristo, um ateísmo prático. Verdadeiras deformações. Estas manifestações não só passam longe dos princípios da reforma como fazem muitos se afastarem deles. Há também aqueles que já vivem em igrejas reformadas e até professaram a fé, acham bonito o modelo reformado, mas na prática vivem do jeito que querem e não desejam prestar contas a ninguém.

Onde quero chegar? No simples fato de que é moda se dizer reformado, mas viver de acordo com isto são outros quinhentos. Ou seja, por mais que se diga cristão reformado e até professe publicamente tal fé, é no viver que isto vai se manifestar.  O grande estopim disto tudo é que, quando se trata de viver as Escrituras, começa-se a relativizar as Escrituras. Eu sei que a Bíblia diz assim, mas.. não tem nada demais. E assim, de nada demais em nada demais, vai se tentando fazer largo um caminho que é estreito, e forçar uma porta também estreita. 

Quando se pergunta a posição de um crente sobre determinado assunto, a resposta começa assim: "Na minha opinião...", quando devia ser: "Conforme as Escrituras..". E assim poderíamos expressar melhor a unidade do pensamento cristão sobre família, governo, trabalho, descanso muitos outros assuntos presentes em nossa visa e que fazem parte de nossa estada nesse mundo. Quando trocamos a Escritura pelo que achamos, caímos no pecado da idolatria e passamos a viver como senhores de nossas vidas. Não, não é assim, pois o "sola scriptura"  (2 Tm 3.15-15) deve ser uma constante em nossas vidas e viver longe disso só vai trazer juízo (Os 4.6). Ao colocarmos as Escrituras acima de nosso pensar, glorificamos a Deus, mortificamos nossa carne e vivemos, na prática, o lema igreja reformada sempre reformando. O oposto também causa prejuízos enormes: à igreja, pois um testemunho de vida longe das Escrituras afeta a todos os membros; ao crente que vive longe dos princípios das Escrituras; e também aos perdidos, que em vez de serem exortados a confessarem e se arrependerem de seus pecados, são estimulados a continuarem atolados em sua miséria por cristãos deformados em sua prática de vida. Será que pensamos nisto quando mantemos ou estimulamos crentes a namorarem descrentes? A Bíblia é clara quando diz não haver comunhão entre luz e trevas. Mas mesmo assim, muitos jovens enveredam por esses caminhos, e quando são exortados, sejam por pais ou por outros crentes, se dizem julgados e não admitem estar fazendo nada de errado. Sexo antes do casamento? Como Deus pode reprovar o amor? estes são apenas  alguns exemplos. No seu livro Ouro de Tolo (p. 13), publicado pela Editora Fiel, John MacArthur afirma que 

"De fato, o discernimento está tão  na moda quanto a verdade absoluta e a humildade. Fazer distinções e julgamentos claros contradiz os valores relativistas da cultura moderna. O pluralismo e a diversidade tem sido exaltados como virtudes mais elevadas do que a verdade. Não devemos estabelecer limites definitivos ou afirmar qualquer absoluto. Isto é considerado retrógrado e deselegante. E, embora esta atitude para com o discernimento bíblico seja esperada do mundo secular, ela tem sido cada vez mais abraçada por um número cada vez mais de cristãos evangélicos.

O livro é de 2005, mas mostra claramente o mal que assola o evangelicalismo brasileiro.

A vida de renúncia está cada vez mais longe dos cristãos modernos. Parece até que textos como Mt 16.25 e 1 Pe 3.8-17 sumiram das Bíblias do povo. Queremos viver uma vida nos regalando do bom e do melhor por aqui, como se isto fosse tudo que temos. A filosofia do "comamos e bebamos que amanhã morreremos" tem afetado os crentes, e estes tem corrido desenfreadamente atrás do tesouro corruptível e deixando o que tem realmente valor em segundo plano (Mt 6.20). É promoção no trabalho, melhores salários, aquisição de mais bens de consumo, nem que pra isso morramos de trabalhar relegando a família, o descanso e o Dia do Senhor.  Como pais dizemos que queremos nosso filhos crescendo piedosamente, mas o entupimos da atividades, preparando-o para este mundo e não para glorificar a Deus neste mundo;dizemos querer nossas filhas sendo esposas submissas e piedosas, mas na prática, enfatizamos o curso superior que ela deve fazer do que qualquer outra coisa. Estas coisas citadas são legítimas, mas se colocadas em primeiro plano desonram a Deus, afastam o crente do culto, pois a atividade (ou trabalho para os adultos) é sempre mais importante. Queremos uma igreja fiel às Escrituras, mas relativizamos a aplicação dos princípios bíblicos por medo de perder membros e a disciplina, uma das marcas distintivas de uma igreja, vai se tornando peça de museu.

No aspecto litúrgico, os cultos tem sido cada vez mais centralizado o homem, as celebrações tem sido cada vez mais transformadas em shows w pastores e cantores se fazem artistas se apresentando enquanto o público sai satisfeito por ter visto o espetáculo da fé. Lamentável. O Soli Deo Gloria há muito tem dado lugar ao Glória ao homem. O pecador , em vez de ser confrontado com seu pecado, tem seu ego massageado, o crente, em vez de prestar um culto a Deus, que receber entretenimento de qualidade. Sobre este assunto e falando especificamente sobre pregação MacArthur diz:

"A pregação 'sensível aos interessados' nutre pessoas centralizadas em seu próprio bem estar. Quando você diz às pessoas que o principal ministério da igreja é consertar para elas o que estiver de errado nesta vida - suprir suas necessidades, ajudá-las a enfrentar seus desapontamentos neste mundo e coisas assim - a mensagem que você está enviando é que os problemas desta vida são mais importantes do que a glória de Deus e a majestade de Cristo. Novamente, isto corrompe a vedadeira adoração."

O cenário é caótico. Em vez de reformados, temos verdadeiros cristão deformados. Mas Deus é fiel com a sua Palavra e sustenta seu povo. Mesmo em meio ao caos, o remanescente é sustentado (veja o exemplo do profeta Jeremias), Josué e Calebe, entre outros outros. Todos estes testemunharam momentos terríveis de desobediência na história do povo de Deus, mas foram sustentados por Deus e se mantiveram firmes na fé.  Assim tem sido com pastores e igrejas que tem, mesmo em meio a dificuldades, pecado e apostasia, mantem-se fiéis a Deus, aos princípios bíblicos e confessionais, sendo sal e luz  neste mundo mergulhado na podridão do pecado. Jovens buscando relacionamentos saudáveis, castos e santos. Mulheres submissas aos seus maridos e homens que amam suas esposas a ponto de dar a sua vida por elas, e assim refletindo a graça do amor de Cristo por seu povo. Pais que orientam seus filhos nos princípios bíblicos, no caminho em que devem andar, vendo-os crescer em estatura, graça e sabedoria, da qual o princípio é o temos ao Senhor (Pv 1.7). Cristãos comprometidos com o mandato cultural, manifestando a glória de Deus nesta sociedade pervertida, sendo bons servos, patrões, alunos, professores, motoristas, e em tudo que Deus nos colocar a fim de glorificar o seu santo nome. Deus nos conduza a estar neste rol. Através da santa reforma pela palavra, abandonamos o conformar-se com o século (deformação), tomando a forma de Cristo (2 Co 3.18), para a glória dele.

Deus nos abençoe

Presb. Cicero Pereira