segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

UMP INDICA: Uma Oração de Ano Novo (Vlog do Yago)


Neste dia tão especial e de tantas reflexões, indicamos um vídeo produzido pela vlog do Yago, editor do Voltemos ao Evangelho e Cante as Escrituras. Que esta oração também seja a sua, e que em 2013 possamos todos ter um ano com muita graça vinda do alto, para abençoarmos a vida das pessoas ao nosso redor, trazendo os valores do reino de Deus para perto de nossos irmãos mais próximos, e abençoando também a nossa nação.

Não irei me alongar no discurso, pois o vídeo já fala por si só. Obrigado pela agradável companhia neste ano que está se acabando, e que possamos continuar caminhando juntos no ano vindouro! 

Aqui está o link do vídeo. Deus o abençoe:


Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Onde Jesus esteve entre os 13 e 30 anos? Com a Palavra Augustus Nicodemus

A revista Aventuras na História da Editora Abril publicou uma matéria onde requenta a velha teoria de que Jesus, dos 13 aos 30 anos, viveu em países estrangeiros aprendendo mágica, filosofia e alquimia, antes de se apresentar em Israel como o esperado Messias dos judeus. Vários evangelhos apócrifos são mencionados como fonte para esta especulação.

A matéria é entediante, além de revelar a mais completa ignorância dos estudos bíblicos e arqueológicos relacionados com a vida de Jesus Cristo. É igual às outras publicações sensacionalistas de fim de ano, que se aproveitam do Natal todo ano para interessar os curiosos e ignorantes tecendo teorias absurdas sobre a vida de Jesus.

A razão pela qual os Evangelhos não nos dizem nada sobre Jesus dos 13 aos 30 anos é por que os Evangelhos não são biografias no sentido moderno do termo, onde se conta toda a história da vida do biografado, desde seu nascimento até a sua morte, dando detalhes da sua infância, adolescência, mocidade, vida adulta e velhice. Os Evangelhos, como o nome já diz, foram escritos para evangelizar, isto é, para anunciar as boas novas da salvação mediante a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Portanto, o que da vida de Jesus interessa aos Evangelhos é seu nascimento sobrenatural, para estabelecer de saída a sua divindade, seu ministério público a partir dos 30 anos, quando fez sinais e prodígios e ensinou às multidões, e sua morte e ressurreição que são a base da salvação que ele oferece. Não há qualquer interesse biográfico na adolescência e mocidade de Jesus, pois nesta época, viveu e cresceu como um rapaz normal.

Assim mesmo, algumas informações dos Evangelhos canônicos - Mateus, Marcos, Lucas e João - nos deixam reconstruir este tempo da vida de Jesus, que passa sem registro direto. Lemos que quando Jesus começou a fazer milagres e a ensinar em sua própria cidade, Nazaré, os moradores estranharam muito pelo fato de que eles conheciam Jesus desde a infância:
 "E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto? E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na sua casa. E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles". (Mat 13:54-58 ARA)
 Percebe-se pela passagem acima que os moradores da cidade conheciam Jesus e toda a sua família. Se Jesus tivesse passado estes 27 anos fora da cidade, certamente não haveria esta reação.

Além do mais, o ensino de Jesus acerca da Lei, dos mandamentos, do Reino de Deus , as suas parábolas e suas ilustrações são todas tiradas do Judaísmo, das Escrituras do Antigo Testamento e das terras da Palestina. Ele está familiarizado com a agricultura, o cuidado de ovelhas, o mercado, o sistema financeiro e legal da Palestina. Estas coisas teriam sido impossíveis se ele tivesse passado todos estes anos recebendo treinamento teológico e místico em outro país, outra cultura, outra religião. Não há absolutamente nada no ensino de Jesus que tenha se originado na religião egípcia, persa, mesopotâmica do da índia, todas elas politeístas, cheias de deuses e totalmente panteístas. O ensino de Jesus, ao contrário é monoteísta e criacionista.

Estas lendas bobas da sua infância são tiradas de "evangelhos" apócrifos e espúrios, cuja análise já fiz e ofereci aos meus leitores aqui

É impressionante, todavia, que ainda estão dando importância a este fragmento de um suposto "evangelho da esposa de Jesus" mesmo após autoridades em manuscritologia e papirólogos terem rejeitado sua importância e mesmo sua autenticidade. Escrevi aqui sobre o tal fragmento.

No fundo, a razão para todas estas especulações é a rejeição do quadro simples e claro que os Evangelhos nos pintam acerca de Jesus, como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que nasceu, viveu e morreu para que pudéssemos ter o perdão de pecados e a vida eterna.

Augusutus Nicodemus
Link Original: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2012/12/onde-jesus-esteve-entre-os-13-e-30-anos.html

Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

E o Futuro?


Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. Rm 8:18

O cantor popular Ivan Lins em sua música “Depende de Nós” com sua letra e poesia aponta para um futuro melhor que depende necessariamente de cada um de nós para um mundo melhor. Atrás desse futuro existencial e material as multidões têm caminhado desenfreadamente. Não quero dizer que não tenhamos que trabalhar na direção de melhorias pessoais, familiares, sociais ou globais, mas há uma eternidade para se viver, um lar celeste para morar, um céu para se deleitar e uma adoração inescrutável para se prestar. Aquilo que é eterno e superior é completamente ignorado por aqueles que não anseiam ou não desfrutam de nenhuma perspectiva sobre ela

O apóstolo Paulo poderia ficar extremamente desmotivado diante de tanto sofrimento, exceto se houvesse algo incomensuravelmente melhor e maior que o aguardasse. O texto selecionado revela que o paradoxo do sofrimento e glória revelam a realidade mais intrínseca entre elas. Não se trata de uma relação excludente, mas de sequencialidade quando se está na direção e caminho apontados por Cristo Jesus. O sofrimento por Cristo e em Cristo conduz-nos naturalmente ao inefável, sendo assim o sofrimento tem o seu valor.

O sofrimento experimentado por qualquer pessoa, à semelhança de Paulo, torna-nos mais conscientes que somos criaturas dependentes. Somente Deus é totalmente livre e independente. Em Mateus 5:3 relata que aos “pobres de espírito” pertencem o reino dos céus. O adágio diz: “Deus sem você continua sendo Deus, você sem Deus não é ninguém”. Outra proeza realizada pelo sofrimento é nos tornar mais humanos, pois terminamos por nos aproximar uns dos outros e verificar que somos pó e ao pó tornaremos. Que somos frágeis como teia de aranha e nossa vida como uma breve neblina da manhã.

Mas que glória há nisso já que todos os seres humanos passam por essas intempéries? A glória não está no sofrimento, mas à semelhança de Paulo, a glória está no sofremos por Cristo, por sua causa, por seu reino, por sermos eleitos. A glória está em saber que o melhor de Deus ainda está por vir. A glória está nos frutos e resultados que advirão na eternidade, ainda que desfrutemos indelevelmente desde já das benesses celestiais. Esse futuro e essa glória não depende em nada de nós. Já é certo o futuro de todos que confiam e esperam nEle, galardoador de todos que o teme.

Rev. Fábio Bernardo (Pastor da IV IPCG)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A Capacidade Humana de Escolher a Deus


É irônico que no mesmo capítulo, na verdade no mesmo contexto, em que nosso Senhor ensina a absoluta necessidade da regeneração para ver o reino, quanto mais escolhê-lo, visões não-reformadas encontram um dos seus principais textos-prova para argumentar que homens decaídos possuem uma pequena ilha de habilidade para escolher Cristo. É João 3.16: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

O que esse famoso versículo ensina sobre a capacidade do homem decaído de escolher Cristo? A resposta é: simplesmente nada. O argumento usado pelos não-reformados é que o texto ensina que todas as pessoas do mundo têm em si o poder para aceitar ou rejeitar a Cristo. Um olhar cuidadoso no texto revela, no entanto, que ele nada ensina sobre isso. O que ensina é que todos os que creem em Cristo serão salvos. Quem faz  A (crê) receberá B (vida eterna). O texto não diz nada, absolutamente nada, sobre quem vai crer. Ele não diz nada sobre a capacidade (moral) natural do homem decaído. Reformados e não-reformados, ambos, concordam plenamente que todos que creem serão salvos. Eles discordam plenamente sobre quem tem a capacidade de crer.

Alguns provavelmente responderão: “Tudo bem. O texto não ensina explicitamente que homens decaídos têm a capacidade de escolher Cristo sem antes nascerem de novo, mas ele certamente implica isso”. Não estou disposto a concordar que o texto implique uma coisa dessas. No entanto, mesmo se fizesse não faria diferença no debate. Por que não? Nossa regra de interpretação das Escrituras é que implicações extraídas das Escrituras devem sempre ser subordinadas ao ensino explícito das Escrituras. Nunca, nunca, nunca devemos reverter isso para subordinar o ensino explícito das Escrituras para possíveis implicações retiradas das Escrituras. Esta regra é compartilhada por pensadores reformados e não-reformados.

Se João 3.16 implicasse uma capacidade humana, natural e universal dos homens decaídos de escolher Cristo, então essa implicação seria apagada pelo ensino explícito contrário de Jesus. Acabamos de ver que Jesus ensinou explícita e inequivocamente que nenhum homem tem a capacidade de chegar a ele sem que Deus realize alguma coisa para lhe dar essa capacidade, isto é, atraí-lo.

O homem decaído está na carne. Na carne, ele não pode fazer nada para agradar a Deus. Paulo declara, “Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.7,8).
Perguntamos, então, “Quem são aqueles que estão ‘na carne?”. Paulo continua: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9). A palavra crucial aqui é “se”. O que distingue aqueles que estão na carne daqueles que não estão é a habitação do Espírito Santo. Ninguém que não é regenerado é habitado por Deus Espírito Santo. Pessoas que estão na carne não foram regeneradas. A menos que sejam primeiro regenerados, nascidos do Espírito Santo, eles não podem estar sujeitos à lei de Deus. Eles não conseguem agradar a Deus.

Deus nos ordena a crer em Cristo. Ele se agrada com aqueles que escolhem Cristo. Se as pessoas não regeneradas pudessem escolher Cristo, então poderiam se submeter a pelo menos um dos mandamentos de Deus, e poderiam pelo menos fazer algo que é agradável a Deus. Se é assim, então o apóstolo errou aqui em insistir que aqueles que estão na carne não podem estar sujeitos a Deus, nem agradá-lo.

Concluímos que o homem decaído continua livre para escolher o que deseja. Porém, porque os seus desejos são somente maus, ele não tem capacidade moral de chegar a Cristo. Enquanto ele permanece na carne, não regenerado, nunca chegará a Cristo. Ele não pode escolher Cristo precisamente porque não pode agir contra a sua própria vontade. Ele não tem desejo por Cristo. Ele não pode escolher o que não deseja. A sua queda é grande. É tão grande que somente a graça eficaz de Deus trabalhando em seu coração pode lhe trazer fé.

R. S. Sproul

Texto publicado em: http://diarioreformado.com/2012/03/21/a-capacidade-humana-de-escolher-a-deus/
Fonte original da tradução: iprodigo.com

Por Rafaelle Amado

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O nascimento de Jesus, paganismo e a festa do natal






Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus.
E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus.
Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai;
E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. 
Lucas 1:30-33
E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz.
E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo:
Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. 
Lucas 2:6-12

                O dia 25 de dezembro de todos os anos é marcado pelas festividades do Natal, onde como todos sabemos, comemora-se o nascimento do menino Jesus, aquele que veio a ser a pedra fundamental da obra redentora de Deus. Para os cristãos do nosso século é uma festa tradicional e constitui importante celebração juntamente com a páscoa. Mesmo em meio aos ataques que vão desde o questionamento da divindade e até mesmo a existência de Cristo, a festa do Natal ainda é tida como importante não por seu significado e sentido em sim, mas pela tradição da festa.
                De início é bom saber que mais provavelmente Jesus não nasceu no mês de dezembro. Os motivos maias prováveis que circulam este fato são os seguinte: Quanto à época de pastoreio, no hemisfério norte, no mês de dezembro a estação vigente é o inverno. O que impossibilitaria a estadia dos pastores de rebanho (vers. 8) naquele local nesse mês; outro indicativo é que não se acredita que o decreto ao recenseamento feito por César Augusto tenha sido feito em uma época chuvosa ou fria.
                Ou ponto importante a se citar que a visita dos magos (ou sábios) a Jesus não se deu exatamente nos momentos que passou na manjedoura e nem se pode afirmar que eram três. Perceba que os magos vieram do oriente, ou seja, algum lugar mais ao leste da cidade onde Jesus nasceu. Só para que você lembre, as jornadas naquele época eram quase todas à pé mesmo ou com algum animal (jumentinho), ou seja, eram viagens demoradas. Acredita-se que a chagada deles se deu por volta de dois anos após o nascimento de Jesus. Acredita-se assim pelo fato de que Herodes (rei de Israel entre 37 a.C à 4 d.C) decretou a matança das crianças de até dois anos e isto depois da visita dos magos. É por isto que o presépio de natal traz consigo uma imprecisão história, pois os pastores visitaram Jesus em Belém já os magos em Nazaré.
               

Sobre a relação do paganismo com o Natal, têm-se duas vertentes sobre esta suposição:
 ● A primeira delas afirma que o Imperador Constantino ( ~ 306 d.C à 337 d.C.), que declarou o Cristianismo como religião oficialmente de Roma, substituiu uma das maiores festas da antiga religião (pagã) pela comemoração do nascimento de Cristo. Esta festa era em homenagem ao deus sol, pois entre os dias 22 e 25 de dezembro ocorre o solstício de inverno naquela região, onde temos o dia com menos horas de luz do ano. Acreditava-se que a este fenômeno estava associada simbolicamente a renascimento ou nascimento.
● A segunda proposição atesta que as origens do natal vem da politeísta Babilônia. Estabelecido por Nimrode, neto de Cam, o filho de Noé. Após a morte de Nimrode, a sua esposa (quem também era sua mãe) disseminou a idéia de que ele havia reencarnado em seu filho Tamuz e que em cada aniversário seu (natal) dever-se-ia depositar presentes em uma árvore para Nimrode, pois era desejo seu.

Assim, algumas pessoas preferem não comemorar o Natal pela sua origem pagã (puritano), ou porque os apóstolos sequer comemoram, após a morte de Cristo a sua morte.
Um fato importante a se salientar é que a importância da festa do Natal não é pela tradição ou por sua origem pagã. A importância do Natal está relacionada com o aniversariante em questão: Jesus! Quando festejamos o Natal, estamos comemorando o nascimento daquele que foi o próprio Deus encarnado como homem e que veio cumprir toda a lei que nenhum dos injustos e destituídos da glória de Deus era capaz de cumprir. Jesus não somente cumpriu toda a lei, como também sofreu a justiça de Deus pelos pecados daqueles por quem Ele morreu. Através dEle, Deus nos vê como justos. Independe do controverso da data, por que não comemorar o nascimento daquele que realizou tão importante obra na cruz? Independente das origens da Festa, os verdadeiros Cristãos celebram o nascimento daquele que trouxe luz a um mundo de trevas, ao que trouxe vida a um mundo de morte. Celebramos o nascimento do elo entre o verdadeiro Deus e os homens, celebramos o seu amor por aqueles que são verdadeiramente chamados seus filhos!

Felipe Alexandre Medeiros silva
felipe_seven7h@hotmail.com



segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

UMP INDICA: O nascimento de Jesus, um cordel de Natal

Nesta época do ano, apesar de todas as controvérsias, temos uma grande oportunidade de anunciar a todos o nascimento de Jesus, e o significado deste grande fato histórico, a encarnação de Deus, a fim de cumprir os propósitos eternos de Deus, nos salvando e exaltando sua maravilhosa graça.

Neste sentido indicamos hoje um vídeo muito bem feito que narra com bastante criatividade a história do nascimento de Cristo, através de um cordel. Se você aprecia a beleza da arte nordestina, mas principalmente se regojiza com a vinda do Salvador do mundo, assista e compartilhe esta mensagem. Glória a Deus na alturas!

Assista o vídeo:


Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Posso ouvir música que não seja cristã? Com a palavra Walter MacAlister








Felipe Medeiros
felipe_seven7h@hotmail.com

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A Palavra de Deus: Uma Defesa Racional


Deixe-me desenvolver duas linhas de pensamento aqui, de forma a entender se a Bíblia é inequivocamente a Palavra de Deus ou não. E que Deus abençoe você que está lendo isso!

Primeiro precisamos saber se Deus possui o poder de, através de homens falhos, criar um livro exatamente como Ele deseja. Existem apenas duas respostas possíveis: sim e não. Se Deus possui esse poder, então é possível que a Bíblia seja a Palavra de Deus. Se não possui, então é impossível que ela seja 100% revelação de Deus.

Agora, qual seria o motivo pelo qual Deus não teria tal poder? Primeiro precisamos duvidar da onipotência de Deus, mas, para aqueles que não creem na Bíblia como revelação objetiva de Deus, isso não será problema. Em segundo lugar, precisamos crer que a natureza pecadora e má dos homens interferiu na Escritura, ou seja: a mão, que segurava a pena, havia cometido pecados e por isso não permitiria que a escrita fosse totalmente orientada por Deus, isto é, que o pecado produziria uma interferência.

Se crermos nisso, amados, imediatamente podemos descartar toda a possibilidade da nossa salvação. Isso porque, se Deus é incapaz de realizar tudo quanto deseja através do homem, se Deus é incapaz de fazer uma obra totalmente Sua e absolutamente perfeita, então a nossa salvação, tal qual a Sua Palavra, jamais será completa e totalmente obra divina, posto que nós mesmos a impediríamos inevitavelmente, se Deus não tem poder de purificar de forma eficaz. Bradar, como fazem os liberais, que a Bíblia não é senão que uma revelação imperfeita de Deus, é ter de admitir, igualmente, que a nossa salvação jamais poderá ser completa e assim, o Evangelho nada mais é que uma mentira.

Tendo isto claro, não podemos duvidar de que Deus tenha sido capaz de criar Sua Palavra de maneira perfeita. Mas permanece a questão: era esse Seu desejo? Foi assim que Ele fez?

Aqui, apenas uma opção se apresenta: Deus criou, de fato, Sua Palavra, absolutamente como Ele desejava, isso significando que, mesmo ela contendo a interferência humana ou não, ela é aquilo que Ele desejou que fosse. Resta-nos saber se ela possui interferência humana ou não. E creio que não é questão de duvidarmos da própria palavra, portanto, visto que Deus permitiu que ela possuísse as informações que possui. E ela diz dela mesma que é toda inspirada por Deus, que homens santos escreveram aquilo que o Santo lhes indicou, e que ela é um presente perfeito e maior que todas as riquezas do mundo. Se ela diz isso de si mesma, e se ela é, ainda que alguns considerem, em parte inspirada, então esses textos não são inspirados? Ou são medianamente? Ora, a Palavra também nos lembra que Deus não é Deus de confusão: Deus certamente não desejava que ficássemos confusos, ou que lêssemos essas passagens e duvidássemos se são palavras de Deus ou de homens.

Deixe, portanto, as opiniões de homens de lado. Se fôssemos acatar com as opiniões dos liberais, cada um tem a sua própria: um diz que não devemos aceitar os milagres de Jesus, porque foram escritos apenas para engrandecer sua história, mas não foram reais; outros nos dirão para abandonar os Seus discursos duros, que são apenas pregações moralizantes que os discípulos colocaram na boca do Cristo. Outros ainda irão dizer que os evangelistas erraram ao atribuir ao Senhor encarnado certas profecias antigas, e assim não teremos NADA do Evangelho, se aceitarmos as opiniões dos homens.

Daniel Campos

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

“Foi Deus quem me disse” e a Suficiência da Escritura


Eu fiquei perplexo (o que não acontece muitas vezes). Certo homem me disse que seu supervisor havia designado a ele a tarefa de elaborar um plano para a plantação de uma nova igreja, e que quando ele orou sobre isso, Deus o instruiu para usar as palavras de Cristo. Deixe-me esclarecer. Ele contou que Deus ordenara que em seu planejamento para essa nova igreja, ele deveria consultar, refletir e citar apenas palavras que Jesus havia dito.
Esse homem era um empregado de tempo integral em uma organização cristã. Era evidentemente cristão. Além disso, ao contrário de outros empregados dessa organização, tinha um mestrado em teologia. Obtido em um seminário evangélico. Lá ele foi, como nós imaginamos, treinado cuidadosamente sobre a Bíblia e sobre teologia. Também devemos imaginar que ele trabalhou de alguma forma liderando uma igreja local, já que agora ocupava uma posição de muita responsabilidade. Foi essa pessoa que estava diante de mim e me disse com sincera piedade e sinceridade verdadeira que Deus o ordenou a consultar apenas as palavras de Cristo quando estivesse planejando uma nova igreja.
Se você já foi ao circo e viu aquela típica entrada dos palhaços, em que um carro minúsculo surge no meio do palco, e de dentro dele sai uma porção de palhaços que logo se espalham pelo meio da platéia causando risadas e até alguns sustos, você tem alguma idéia do que aconteceu na minha cabeça quando eu ouvi isso. Mas sem a parte engraçada. “Jesus mencionou a igreja explicitamente apenas duas vezes!”, pensei. “Há mais de 20 outros livros no Novo Testamento que são cartas com instruções a igrejas!”, pensei. “Quem foi que te deu tanta responsabilidade?”, pensei. “O que foi que te ensinaram no seminário?”, pensei. “Como foi que Deus te disse isso?”, pensei. “O que mais ‘Ele’ falou?”, pensei.
E tinha mais. Eu não disse nada, em parte pela surpresa, em parte pelo medo do que eu pudesse dizer. Após algumas perguntas respondidas com grunhidos, decidi dizer alguma coisa simples sobre como havia outros livros do Novo Testamento que o Espírito de Cristo inspirou particularmente para direcionar igrejas, e que eu esperava que ele também levasse em conta, e logo dei um jeito de sair dali. Espero que minha surpresa diante disso tudo não tenha ficado muito evidente.
Situações como essa – e muitas outras – que aconteceram nos últimos anos que me encorajou a refletir sobre a importância da doutrina da suficiência da Escritura. Essa doutrina foi um dos pontos fundamentais da Reforma Protestante. Uma das maiores disputas entre Roma e os Reformadores era se Deus havia de fato prometido que continuaria provendo instruções inspiradas e inerrantes através de Pedro e seus sucessores. Roma afirmava que era isso que Jesus havia ensinado em Mateus 16. Os reformadores negavam isso, dizendo que, pelo contrário, a Escritura por si só era suficiente para instrução, mediante a iluminação de nossas mentes pelo Espírito Santo. Eles ensinaram que as Escrituras são claras e suficientes. Questões importantes seriam claras ao entendimento, não obscuras. E as Escrituras, se vistas como um todo, seriam suficientes para nossa necessidade de orientação divina. Existem muitas outras questões relacionadas a isso, mas o que devemos levar em conta aqui é simplesmente que as Escrituras são suficientes.
Enquanto o protestantismo Evangélico como um todo continuou a ensinar assim – margeado pela declaração de autoridade da igreja de Roma e a tradição pela direita, e declarações subjetivas de autoridade da “luz interior” de cada um pelos Quakers pela esquerda – surgiu outro pensamento em meio ao evangelicalismo.  Mais em nossa vida prática do que na teologia escrita, surgiu a idéia de que a Palavra escrita de Deus deve se tornar a Palavra de Deus a nós pessoalmente por meio de algum tipo de poderoso encontro com ela ou com seu significado. Isso não acontece em meio à leitura de textos sobre divindade, como muitos teólogos Neo-Ortodoxos como Karl Barth imaginavam, mas prática comum e corriqueira. Lembro-me de outro amigo que participou de um grupo evangélico de estudantes, onde ficaram por duas horas cantando, orando sinceramente e clamando que Deus falasse com eles, enquanto por todo esse tempo suas Bíblias ficaram fechadas em seus assentos. Esse é o problema que a prática do “Deus me disse” com a suficiência da Escritura. E se nossos pastores e líderes não entendem que a Escritura é suficiente, não devemos nos surpreender os membros de nossas igrejas, em uma sincera busca pela verdade, forem até Roma, de um lado, ou ao subjetivismo liberal, do outro, buscando algum tipo de autoridade que seja suficiente. Os Mórmons, em particular, se aproveitam da fraqueza dos evangélicos nesse ponto de terem pouca instrução a respeito da suficiência da Escritura.
Essa questão é vital para nós pastores, particularmente se formos pastores que valorizam a centralidade da exposição bíblica em nosso ministério. Um entendimento da suficiência da Escritura é o contexto em que afirmamos, mantemos e praticamos a centralidade da Escritura na vida da igreja.
Vinte anos atrás, em meio à enxurrada de escritos sobre a inerrância da Escritura, pouco foi escrito sobre a suficiência da Escritura. Ela apareceu em escritos sobre a visão dos Reformados sobre a Escritura. Então você podia ler um grande artigo de R. C. Sproul, “Sola Scriptura: Crucial ao Evangelicalismo”, no livro Os Fundamentos da Autoridade Bíblica, editado por James Montgomery Boice. Mais recentemente, Wayne Grudem escreveu um capítulo muito bom sobre a suficiência da Escritura em sua Teologia Sistemática. As últimas páginas são dedicadas às aplicações práticas da doutrina, e há muita sabedoria nelas. Ele afirma claramente que “quando estamos enfrentando problemas de genuína importância em nossa vida cristã, devemos buscar a Escritura com a confiança que Deus nos proverá orientação através dela para o nosso problema”.
Se vamos nos comprometer com o pastoreio das ovelhas, levando-as à Palavra de Deus, devemos estar aptos a responder o que significa a suficiência das Escrituras. Devemos saber, considerar, explicar e ensinar que as Escrituras são suficientes. Eu sei que elas são. Deus me disse:
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra. (2 Timóteo 3.16-17)
Traduzido por Filipe Schulz | iPródigo
Mark Dever
Texto publicado originalmente em: http://iprodigo.com/traducoes/%E2%80%9Cfoi-deus-quem-me-disse%E2%80%9D-e-a-suficiencia-da-escritura.html
Intercâmbio feito por Walber Arruda

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Muito obrigado


Este é o meu último texto no blog no ano de 2012. Costumeiramente, refletimos sobre o ano que se finda e tentamos vislumbrar perspectivas para o ano vindouro. Planos e metas alcançados ou não. Alegrias, frustrações, e todas as sensações pelas quais passamos em meio a todas as experiências vividas. Mas desta feita quero usar desse espaço para agradecer.

Agradecer a todos que fazem com que este blog seja um instrumento de Glória a Deus e edificação daqueles que nos leem. A começar pela equipe, que desde o início tem se mostrado firme em manter a dinâmica deste veículo, e principalmente, a qualidade do conteúdo aqui publicado. Aos que estão conosco desde o início, bem como os que se agregaram recentemente e tem proporcionado mais brilhantismo ao blog. Valeu galera, vocês são demais e eu tenho aprendido muito com vocês. É uma honra estar ao lado de vocês nessa obra.

Agradecer a todos que acessam e investem um pouco de seu tempo pra ler nossos textos. Muito obrigado pelo carinho e pela disposição em nos ler e divulgar. Vocês são importantíssimos para nós. Aos que além de ler e divulgar, deixam seus comentários, nosso muito obrigado. As contribuições são sempre muito bem vindas. Continuem conosco em 2013.

Não gostaria de citar nomes, mas é impossível falar do crescimento do nosso blog, sem falar de nosso parceirão Antognoni Misael, do blog Arte de Chocar e  que publicou nossos textos no Púlpito Cristão, dando uma visibilidade muito maior ao nosso trabalho. Deus te abençoe mano.

A todos que fazem a UMP da IV, meu muito obrigado.  Deus abençoe cada um de vocês.
E assim vamos. Entre textos, indicações e citações, construindo uma história muito bonita de amizade, crescimento, e que vai render mitos frutos para a Glória de Deus.

Valeu gente, até 2013.

Presb. Cícero Pereira

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

UMP INDICA: A Importância da Pregação Expositiva para Crescimento Saudável da Igreja (Hernandes Dias Lopes)


Resumo

As tarefas primordiais do pastor, reverendo, presbítero ou bispo são a oração e o ministério da Palavra (Atos 6:4).  Estas são fatores essenciais para uma igreja saudável. Vamos nos concentrar hoje no ministério da Palavra.

O que é Pregação expositiva?

A pregação expositiva pode ser resumida em três pontos:
  • Ler o texto. Se um pregador lê o texto rapidamente, provavelmente ele pregará algo que não tem nada a ver com o texto.
  • Explique o texto. Você conhece pregadores que leem o texto, mas pregam algo totalmente diferente? O sermão emana do texto e explica o texto. Não coloque no texto as suas ideias. Não tenha algo pré-concebido na mente e procure um texto para apoiar a sua ideia humana. O verdadeiro pregador é somente um canal explicativo do texto bíblico.
  • Aplicar o texto. Pregação não é um discurso em um auditório, mas um discurso ao auditório. Uma pregação deve pegar as palavras do passado e aplicá-las  às pessoas de hoje. Mas cuidado, se você não interpretar corretamente o texto, você pode aplicá-lo de forma herética, colocando palavras na boca de Deus.

Por que pregadores não pregam expositivamente?

Alguns dos motivos são:
  • Não é ensinado em muitos seminários.
  • Não tem uma boa biblioteca, nem a leem. Os motivos disso podem ser (1) falta de recursos e (2) desinteresse na leitura.
  • Terrível tensão entre pregação e liturgia (uma hora de música e 10 min. de pregação).

Vantagens da pregação expositiva

Podemos listar no mínimo três vantagens da pregação expositiva:
  • A grande vantagem da pregação expositiva é que ela almeja ser fiel (“assim diz o Senhor”) e não popular.
  • Outra vantagem é não ter que ficar cassando a pregação, pois o livro a ser exposto já foi definido previamente.
  • Também evita melindres, pois é pregado o que está no texto, doa quem doer.
Essas coisas são importantes, mas de nada adiantará se você não colocar seu coração nisso. A pior coisa é ficarmos acostumados com o sagrado – com a santidade da pregação. Você acredita no que você prega? Precisamos desesperadamente de um reavivamento no púlpito. John Wesley dizia: põe fogo no seu sermão ou põe seu sermão no fogo.
Por: Hernandes Dias Lopes. Editora Fiel 2006 – 2012 © Todos os direitos reservados.
Resumo por: Voltemos ao Evangelho ©. Website: www.voltemosaoevangelho.com
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Neste link tem o video onde ele prega na Conferência Fiel 


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Iris B nascimento

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O que significa ser concebido em pecado? Com a Palavra, Steven Lawson


“Contra ti, contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me. Sei que sou pecador desde que nasci, desde que me concebeu minha mãe.” Salmo 51.4-5

Aqui Davi fez um exato diagnóstico do problema do coração humano, a saber: desde o momento da concepção, todas as pessoas possuem uma natureza ímpia, que busca e pratica iniquidade. Ninguém nasce num estado de neutralidade moral. Ao contrário, todos nascem em pecado e vivem em pecado, como o porco na lama, enquanto não nascem de novo. J. J. Stewart comenta: “Agora o pecado é considerado em sua origem. Deus o meu primitivo ser, desde a hora em que fui concebido, o pecado tem estado comigo. A pecaminosidade consiste não meramente em tantos ou quantos atos pecaminosos, mas numa natureza pecaminosa e corrupta”. João Calvino acrescenta:

“Somos mimados no pecado desde primeiro momento em que estamos no ventre materno [...] A passagem nos propicia um notável testemunho em prova do pecado original vinculado por Adão a toda a família humana. [...] Tanto nesse lugar como em outros, a Bíblia assevera claramente que nascemos em pecado, e que ele era uma agressor desde quando viu a luz do mundo. [...] Adão, em sua queda, foi despojado da retidão original, sua razão foi enebrecida, sua vontade oi pervertida, e [...] sendo reduzido a este estado de corrupção, ele trouxe filhos ao mundo semelhantes a ele no caráter. [...] Quando ele caiu, todos nós fomos privados com ele de nossa integridade original.”

            Todos os bebês nascem com uma natureza radicalmente corrupta, que afeta toda a parte interna. Em consequência, o homem peca muitas vezes contra outros homens, mas todo pecado é, em última instância, contra Deus.
           
LAWSON, Steven. J. In: Fundamentos da Graça: longa linha de vultos piedosos, volume I. Traduzido por Odayr Olivetti.  São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2012. Capítulo 5: Monarcas se inclinam diante do Deus soberano, pp. 201-202.

Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Deus no octógono


Muita gente pensa que Deus concede super poder aos novos convertidos, algo como o raio de Zeus para os mortais. “A oração tem poder” é um jargão evangélico arcaico e mais poderoso que a própria oração, pois ao mesmo tempo que é, de fato, apenas um instrumento para invocar os desejos de Deus, nós, através deste provérbio, a transformamos em um “feitiço contra o feiticeiro”, pois a usamos rotineiramente para encurralar Deus no octógono, com o propósito de retirar o cinturão de Sua vontade.

Esta queda de braço é antiga, porém se tornou mais tangível com o advento do neopentecostalismo. Determinar a bênção, marcar hora para o milagre e requerer direitos supostamente adquiridos, é, sem margem de erro, se posicionar como quem é superior à divindade invocada, que passa a ser serva e funcionária de quem esfrega a lâmpada. A oração, neste sentido, é um método intelectual para manipular um deusinho bom e submisso. Não os pedidos, mas as imposições realizadas são melhores para quem está do outro lado da linha.


Isto acontece por todos os oito lados do octógono espiritual, local onde desafiamos Deus. Mas a verdade é que Ele não se presta, como o gênio da lâmpada, a realizar os nossos desejos e nem está à nossa disposição. A oração é um ato de humildade para se dizer a Deus que nada podemos fazer, que não podemos nem mesmo terminar a mesma oração sem o agir constante dele. “Contudo, não se faça a minha vontade, mas a Tua” [Lc 22.42], foi o que o próprio Jesus disse em angústia e aflição no caminho de sua morte. Apesar do sofrimento efêmero, ele tinha a certeza de que o Pai, dotado de uma eternidade de experiências, conhecia o final derradeiro daquela história, pois era ele mesmo o seu próprio designer. A evidência incontestável é que o Cristo ressuscita ao terceiro dia.

Deu certo com Jesus! Sempre dará certo quando agirmos como o mesmo e aprender com ele. A vontade de Jesus era que aquele cálice de sofrimento passasse de fato. E se Deus o atendesse naquele momento? Meus pecados não estariam perdoados e, portanto, este texto nunca seria escrito por mim. Você jamais leria um artigo no qual estivesse a palavra “Deus” em seu título. Portanto, a vontade de Deus é a única coisa à qual devemos identificar e considerar diante do que queremos. Nossa ilusão é pensar que estamos observando uma lógica em nossos projetos, de tal forma que não haverá falhas ou surpresas, de maneira que não precisamos de outra vontade além da nossa, e de modo com que os nossos caminhos e pensamentos fossem maiores que os de Deus [Rm 11.33]. Depois, olhamos para trás, e percebemos que nada poderia ser diferente do que Ele queria.

Às vezes, Ele parece demorado e tardio em nos defender [Lc 18.7], mas tal fato é apenas fruto do nosso ponto de vista. O único motivo pelo qual Ele sabe o futuro, não é porque ele é Deus, mas sim pelo fato de que é Ele quem o cria, e que por isso, “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam” [Rm 8:28]. Então apenas ame, chore, peça, clame e se derrame perante a Sua grandeza. Deus não é manipulável, nem convencível, não pode ser usado em nosso favor. Chega de chamá-lo ao octógono para dizer o que deverá ser feito. Você não faria isto com o Anderson Silva, não é mesmo?!

Marlon Bruno

ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE EM: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2012/12/10/deus-no-octogono/

Intercâmbio feito por Rodrigo Ribeiro

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Calvino contra o Natal?

Cristãos Contra o Natal! 

Como bem observou o Augustus, em seu último post, o impossível está acontecendo: temos um movimento crescente de “Cristãos Contra o Natal”! A chamada “festa máxima da cristandade” está sob ataque cerrado de vários flancos e desta vez a luta é interna! Multiplicam-se os textos e os posicionamentos não apenas contra as características eminentemente comerciais do feriado (esse viés sempre foi um legítimo campo de batalha dos cristãos), mas somos alertados que o Natal não é nada mais do que um feriado pagão assimilado pela igreja medieval, e que persiste no campo evangélico apenas por desconhecimento do seu histórico. Essa origem, além da exploração comercial, inviabilizaria a sua observância religiosa pelos cristãos sendo fútil a tentativa de se resgatar o conceito abrigado no desgastado chavão do “verdadeiro sentido do Natal” (postei algo sobre isso em 20 de dezembro de 2005).

A literatura já nos brindou com alguns exemplos de personagens que não gostavam do Natal. Temos Charles Dickens, no livro Um Conto de Natal (teria sido melhor traduzido como “Um Cântico de Natal”),[1] trazendo a história de Ebenezer Scrooge, durante um período de festividades natalinas. Scrooge era um homem rico, não ligava para ninguém; desprezava as crianças pobres; era avarento e egoísta. Teve, entretanto, um sonho no qual empobrece, modificando sua atitude para com a data. A mensagem de Dickens é que a “essência” do Natal conseguiu derreter aquele coração endurecido. Outro personagem famoso é o Grinch – da pena do escritor Dr. Seuss, que publicava seus contos em rimas. Ele escreveu Como Grinch Roubou o Natal,[2] que virou, anos atrás, um filme com o ator Jim Carey. A história retrata Grinch como uma criatura mal-humorada que tem o coração bem pequeno. Ele odeia o Natal – pois não consegue ver ninguém demonstrando felicidade – e planeja roubar todos os presentes e ornamentos para impedir a celebração do evento em uma aldeia perto de sua moradia. Para seu espanto, a celebração ocorre de qualquer maneira. A mensagem de Seuss é que a “essência” do Natal não estava nos presentes ou nos ornamentos – transcendia tudo isso.

Obviamente os “Cristãos Contra o Natal” não têm relação com qualquer desses personagens, ou com aquele outro, registrado nas páginas das Escrituras Sagradas, que também odiou o Natal – o Rei Herodes,[3] mas parece que está virando moda termos cristãos contra o Natal. Além das razões relacionadas com as origens e da distorção comercial já mencionada, temos cristãos que apresentam algumas razões teológicas firmadas em suas convicções do que seria ou não apropriado ao culto e celebrações na Igreja de Cristo.

Cristãos Reformados Contra o Natal!
No campo reformado, principalmente entre presbiterianos e batistas históricos, os argumentos contra o Natal são ampliados com uma veia histórica. Pretende-se provar que a verdadeira teologia da reforma e, principalmente, os reformadores e seus seguidores próximos, foram avessos à celebração do Natal. Argumenta-se que a celebração do Natal fere o “princípio regulador do culto”, defendido pela ala reformada da igreja. Conseqüentemente, se desejamos ser seguidores da reforma, teríamos que, coerentemente, rejeitar a celebração desta data. Nessa linha de entendimento, muitos artigos têm sido escritos[4] presumindo uma linha uniforme de pensamento nos teólogos reformados e correntes denominacionais reformadas no que diz respeito à rejeição da comemoração do Natal. Normalmente, também, o raciocínio se estende a outras datas celebradas no seio da cristandade, tais como a páscoa, que seriam igualmente condenáveis no calendário cristão. Por vezes, a defesa apaixonada deste ponto de vista tem resultado em dissensões e desarmonia no seio da igreja, ou de demonstração de um espírito de superioridade espiritual e auto-justiça, com críticas mordazes e ferinas aos que não se convenceram do embasamento teológico, histórico ou bíblico para a rejeição.

Deixando de lado a questão das origens – se elas têm a força de determinar a correção de uma observância religiosa – o que seria um ensaio à parte, será que a opinião dos reformadores foi sempre uniforme com relação à celebração do Natal e de outras datas importantes ao cristianismo? Será que houve sempre tanta harmonia assim, nas denominações reformadas, com relação à rejeição da comemoração do Natal resultando nessa tradição monolítica? Será que Calvino, realmente, se posicionou contra o Natal? Será que procede o que me escreveu uma vez um irmão reformado, dizendo que a rejeição do Natal seria “coerente com a fé cristã bíblica e reformada, principalmente com a posição presbiteriana histórica, a partir de Calvino e Knox”?

Calvino Contra o Natal?
A primeira coisa que temos a observar é que essa hipotética concordância entre Calvino e Knox não existiu. Nem há uma visão monolítica, sobre a questão, no seio reformado histórico, como muitos pretendem transmitir. Aquele irmão, em sua carta, desafiava: “por favor cite uma fonte primaria de onde Calvino aprova o Natal ou recomenda o mesmo”.

Bom, se é isso que vai ajudar, vamos a ela: uma das fontes primárias é uma carta de Calvino ao pastor da cidade de Berna, Jean Haller, de 2 de janeiro de 1551 (Selected Works of John Calvin: Tracts and Letters, editadas por Jules Bonnet, traduzida para o inglês por David Constable; Grand Rapids: Baker Book House, 1983, 454 páginas; reprodução deLetters of John Calvin (Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, 1858). Nela, Calvino escreveu: “Priusquam urbem unquam ingrederer, nullae prorsus erant feriae praeter diem Dominicum. Ex quo sum revocatus hoc temperamentum quae sivi, ut Christi natalis celebraretur”.

Para alguns, isso bastaria para resolver a questão, mas para o resto de nós – entre os quais me incluo, a versão ao vernáculo é necessária. Possivelmente, uma tradução razoável para o português, seria (agradecimentos ao Rev. Elias Medeiros): “Antes da minha chamada à cidade, eles não tinham nenhuma festa exceto no dia do Senhor. Desde então eu tenho procurado moderação afim de que o nascimento de Cristo seja celebrado”.

Uma outra carta, de março de 1555, para os Magistrados (Seigneurs) de Berna, que aderentemente eram contra a celebração do Natal, diz o seguinte: “Quanto ao restante, meus escritos testemunham os meus sentimentos nesses pontos, pois neles declaro que uma igreja não deve ser desprezada ou condenada porque observa mais festivais do que outras. A recente abolição de dias de festas resultou apenas no seguinte: não se passa um ano sem que haja algum tipo de briga e discussão; o povo estava dividido ao ponto de desembainharem as suas espadas” (mesma fonte). No contexto, Calvino parece indicar que os oficiais que haviam abolido a celebração tinham boas intenções de eliminar a idolatria (vamos nos lembrar da situação histórica), mas parece igualmente claro que ele indica que, se a definição estivesse em suas mãos teria agido de forma diferente.

Historicamente, Knox e a igreja a Igreja Escocesa seguiram a opinião dos oficiais de Genebra. Ou seja, em seu contexto histórico de se dissociar de tudo que era catolicismo, reforçou a abolição das festividades, nas igrejas. Mas não esqueçamos que ele também rejeitou instrumentos musicais, cânticos, e várias outras formas de adoração – os “Reformados Contra o Natal” estão dispostos a segui-lo em tudo, como parâmetro infalível?

Ocorre que Calvino é sempre apontado como uma força instigadora e radical, na gestão de Genebra. Na realidade, entretanto, ele agiu, em muitos casos (como no incidente de Serveto) como um pólo de moderação e encaminhamento, mas nem sempre sua opinião prevaleceu. O governo de Genebra era conciliar e fazia valer a visão da maioria. Por exemplo, o Rev. Hérmisten Maia Pereira da Costa aponta que a persuasão de Calvino era a de que a Santa Ceia devia ser celebrada semanalmente, enquanto que nas cidades de Berna e Genebra, no máximo era celebrada quatro vezes por ano. Calvino deu até o que poderíamos chamar de um “jeitinho reformado” ou de um “jogo de cintura” notável. Hérmisten cita: “Calvino procurou atenuar a severidade destes decretos fazendo arranjos para que as datas da comunhão variassem em cada igreja da cidade, provendo assim oportunidade para a comunhão mais freqüente do povo, que podia comungar em uma igreja vizinha” [William D. Maxwell, El Culto Cristiano: sua evolución y sus formas, p. 140-141] Costume este que se tornou comum na Escócia. [Cf. William D. Maxwell, El Culto Cristiano: sua evolución y sus formas, p. 141].

Hérmisten aponta também que em Genebra os magistrados determinaram que a Ceia fosse celebrada no Natal, na Páscoa, no Pentecostes e na Festa das Colheitas [Vd. John Calvin, “To the Seigneurs of Berne”, John Calvin Collection, [CD-ROM], (Albany, OR: Ages Software, 1998), nº 395, p. 163. Vd. também: William D. Maxwell, El Culto Cristiano: sua evolución y sus formas, p. 141]. A conclusão óbvia é a citada pelo Hérmisten: “As cinco festas da Igreja Reformada eram: Natal, Sexta-Feira Santa, Páscoa, Assunção e Pentecostes” (Cf. Charles W. Baird, A Liturgia Reformada: Ensaio histórico, p. 28)]. Podemos dizer que não havia, na essência da questão, celebração do Natal, em Genebra?

A suposta unidade monolítica e histórica dos reformados, sobre esta questão das celebrações de festividades do chamado “calendário cristão” é mais um mito do que verdade. Ousaríamos rotular o Sínodo de Dordrecht (Dordt) de “não reformado” – justamente de onde extraímos os Cinco Pontos do Calvinismo (em 1618)? Pois bem, em 1578, temos a seguinte decisão: “... considerando que outros dias festivos são observados pela autoridade do governo, como o Natal e o dia seguinte, o dia seguinte à Páscoa, e o dia seguinte ao de Pentecostes, e, em alguns lugares, o Dia de Ano Novo e o Dia da Ascensão, os ministros deverão empregar toda a diligência para prepararem sermões nos quais eles, especificamente, ensinarão a congregação as questões relacionadas com o nascimento e ressurreição de Cristo, o envio do Espírito Santo, e outros artigos de fé direcionados a impedir a ociosidade”. Assim, as igrejas reformadas procedentes do ramo holandês comemoram várias dessas datas até em dose dupla (incluindo o dia seguinte). Augustus mencionou não somente este trecho, mas adicionou a admissão dessa visão na Confissão de Fé de Westminster (Cap. 21) e na Confissão Helvética (XXIV). Não ve, igualmente, dano na celebração do Natal, um outro ícone reformado, Turretin (1623-1687)[5]. Ou seja, a rejeição do Natal, atualmente “ressuscitada”, não tem o respaldo histórico-teológico que pretende ter.

Obviamente todos esses referenciais históricos são importantes, mas o que firma a nossa convicção é a Palavra de Deus e nela aprendemos que a questão das origens não determina a propriedadeou não, de uma coisa ou situação, mas sim a atitude de fé do utilizante. Isso pode ser extraído de um estudo de 1 Coríntios 8.1-13; ou examinando como os artefatos e itens preciosos, surrupiados pelos Israelitas dos Egípcios (imediatamente antes do Êxodo), muitos dos quais com certeza utilizados em cultos e festividades pagãs, foram utilizados em consagração total (e sem restrições) no Tabernáculo (Ex 35 a 39). Das Escrituras, podemos inferir, possivelmente, que Jesus participou de celebrações de festividades que não procediam das determinações explícitas da Lei Mosaica, mas que refletiam ocorrências históricas importantes na história do Povo de Deus – como as festas de Purim[6] e Hanucah[7] – deixando implícita a propriedade dessas celebrações, como algo que, provém “de fé”, não sendo, portanto, pecado. Romanos 14 e 15 trazem considerações sobre tais questões, demonstrando a necessidade da consciência pura, ao lado da preocupação com os irmãos na fé, para que procuremos “as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua”. É lá igualmente que lemos (14.15): “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias; cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente”. Se Deus decidiu não disciplinar condenatoriamente a questão, não o façamos nós.

Um Feliz Natal Reformado a todos!

Solano Portela
[1] Charles Dickens, Um Conto de Natal (S. Paulo: Rideel, 2003), 32 pp.[2] Dr. Seuss, Como Grinch Roubou o Natal (S. Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000), 64 pp.[3] Mt 2.1-18. Herodes, conhecido como “o Grande” e “Rei dos Judeus”, nasceu em 73 a.C. Filho de Antipater II – era da região chamada induméia e foi indicado pelo imperador romano Júlio César como “governador da Judéia”.[4] Veja, por exemplo, Brian Schwertley e seu artigo “The Regulative Principle of Worship and Christmas”, postado, entre outros sites, em: http://www.swrb.com/newslett/actualnls/CHRISTMAS.htm (acessado em 18.12.2003).[5] Turretin admite as celebrações de dias especiais pelas igrejas, desde que estes não sejam impostos por elas como matéria de fé, ou considerados mais santos do que os demais. Referindo-se à censura de igrejas que haviam escolhido não celebrar o Natal e outras datas, sobre outras igrejas cristãos, ele escreve: “não podemos aprovar o julgamento rígido daqueles que acusam essas igrejas de idolatria” (Institutes of Elenctic Theology (Philipsburg, NJ: Presbyterian & Reformed, 1994), vol 2 p. 100.[6] Possivelmente a festividade relatada em João 5 – relacionada com os incidentes narrados no livro de Ester.[7] Ou “Chanukah” – festividade originada na época dos Macabeus, em celebração ao livramento físico do Povo Judeu. Jesus estava em Jerusalém na época da celebração (João 10.23-30).

ORIGINALMENTE PUBLICADO EM: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2010/12/calvino-contra-o-natal.html

Intercâmbio feito por Guilherme Barros