Em se tratando de assuntos teológicos os termos “calvinista” e
“arminiano” são os preferidos do publico evangélico. Esses termos revelam
logicamente algum posicionamento na igreja de determinados crentes, mas o que
seria isso? E o que tem haver com o termo que nem existe “calviarminiano”?
O fato é que o termo aqui usado “calviarminiano” é um termo usado de
forma coloquial para designar que o individuo acredita nas duas correntes, ou
mesmo que ele quer ser politicamente correto, para poder ser aceito em todas as
comunidades evangélicas.
Para explicar tais pensamentos teológicos deve-se voltar um pouco na
historia, mas antes mesmo de apresentar de forma sucinta a teologia de João
Calvino e Jacó Armínio, definir o que é teologia reformada é pertinente. A
teologia reformada “é uma forma de teologia protestante e, portanto, tem em comum
com Lutero e com outros reformadores protestantes os três grandes princípios
protestantes: a salvação pela graça mediante a fé somente, a autoridade
especial e final das Escrituras e o sacerdócio de todos os crentes” (OLSON, p
407).
Entretanto é preciso enfatiza que o pensamento reformado sucede bem
antes da reforma no século XVI, quando apresenta a ideia geral da Soberania de
Deus sobre a historia e a natureza. Segundo Olson, Lutero negava o
livre-arbítrio, mas mesmo assim Melâncton tendia para o sinergismo, enquanto
que os reformadores Suíços não abriram mão do monergismo.
Tanto o sinergismo quanto o monergismo são termos usados para também
explicar as correntes presentes no cenário, pois os que defendem a ideia
arminiana pensa que a salvação é sinérgica e os que defendem a ideia calvinista
pensa que a salvação é monérgica.
Sendo assim para explicar o pensamento de Calvino e de Arminio e o
legado para a teologia hoje pregada nos púlpitos afora, é preciso muito mais
que um simples post. Então precisa-se de um posicionamento diante do proposto.
Pois o assunto realmente demanda muito mais.
Diante mão o posicionamento de Jacó Armínio sobre a confissão de que
somos justificados mediante a fé é uma realidade, podemos ver isso em uma de
suas declarações: “pelo presente, abreviadamente, direi apenas que creio que os
pecadores são considerados justos unicamente pela obediência de Cristo e que a
justiça de Cristo é única causa meritória pela qual Deus perdoa os pecados dos
que crêem”. Existe uma realidade de conformidade com a confissão reformada de
que Armínio declarava que a salvação se dá pela graça de Deus mediante a fé
somente.
A controvérsia acontece quando Armínio começa a declarar que é contra a
doutrina de Beza sobre a predestinação e começou a explicar a predestinação
como sendo a presciência de Deus acerca da livre escolha dos indivíduos.
Nota-se uma controvérsia, e se intensifica quando estuda-se o consenso
doutrinário calvinista, pois o mesmo é organizado no acrônimo TULIP. Os cinco
pontos calvinistas nunca tinha sido exposto, em detrimento a controvérsia
arminiana com o remostrantes, no Sínodo de Dort.
Franklin Ferreira afirma que: Calvino
cria que essa doutrina era claramente encontrada nas Escrituras e não queria
dizer nada sobre a predestinação que não pudesse ser tomado da Bíblia.
Consequentemente temos uma contradição na formulação da Articuli Arminiani sive Remonstrantia
onde definiu que a salvação de pecadores é condicionada à perseverança na fé e
na obediência daqueles que crerão em Jesus, em outras palavras a salvação está
baseada na presciência que Deus tem daqueles que responderão ao evangelho em fé
e obediência.
Ver-se então posicionamentos totalmente antagônicos, sendo a confissão
de fé para a questão da predestinação e ou presciência e seus pormenores
diferentes um do outro. A afirmação de em se posicionar a favor dos dois termos
teológicos é totalmente incoerente com a realidade dos fatos, embora que a
consonância para a revelação bíblica é totalmente praticável para os dois
pontos. Talvez a afirmação de um termo como “Calviarminiano” seja apenas para
ser convidado em ambas comunidades que professam tais teologias. Mas é
impossível ser calvinista e arminiano quanto se entende todo o legado e a
construção teológica dos dois teólogos João Calvino e Jacó Armínio.
REFERENCIAS:
FERREIRA, Franklin e MYATT, Alan. Teologia
Sistemática: Uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto
atual. São Paulo: Vida Nova, 2007.
GRUDEM W. Teologia Sistemática. São
Paulo: Vida Nova, 1999.
BERKHOF, L. Teologia Sistemática.
São Paulo: Cultura Cristã, 2001.
OLSON, R. Historia da Teologia
Cristã. São Paulo: Vida, 2001.
Presb. Antônio Junior
Fomos predestinados a discutir eternamente se existe predestinação
ResponderExcluirComentário perfeito! kkk
Excluirhahaha. Mas não me dê os créditos pela frase. Na verdade é uma citação
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