quinta-feira, 25 de julho de 2013

Calviarminio

Em se tratando de assuntos teológicos os termos “calvinista” e “arminiano” são os preferidos do publico evangélico. Esses termos revelam logicamente algum posicionamento na igreja de determinados crentes, mas o que seria isso? E o que tem haver com o termo que nem existe “calviarminiano”?

O fato é que o termo aqui usado “calviarminiano” é um termo usado de forma coloquial para designar que o individuo acredita nas duas correntes, ou mesmo que ele quer ser politicamente correto, para poder ser aceito em todas as comunidades evangélicas.

Para explicar tais pensamentos teológicos deve-se voltar um pouco na historia, mas antes mesmo de apresentar de forma sucinta a teologia de João Calvino e Jacó Armínio, definir o que é teologia reformada é pertinente. A teologia reformada “é uma forma de teologia protestante e, portanto, tem em comum com Lutero e com outros reformadores protestantes os três grandes princípios protestantes: a salvação pela graça mediante a fé somente, a autoridade especial e final das Escrituras e o sacerdócio de todos os crentes” (OLSON, p 407).

Entretanto é preciso enfatiza que o pensamento reformado sucede bem antes da reforma no século XVI, quando apresenta a ideia geral da Soberania de Deus sobre a historia e a natureza. Segundo Olson, Lutero negava o livre-arbítrio, mas mesmo assim Melâncton tendia para o sinergismo, enquanto que os reformadores Suíços não abriram mão do monergismo.

Tanto o sinergismo quanto o monergismo são termos usados para também explicar as correntes presentes no cenário, pois os que defendem a ideia arminiana pensa que a salvação é sinérgica e os que defendem a ideia calvinista pensa que a salvação é monérgica.

Sendo assim para explicar o pensamento de Calvino e de Arminio e o legado para a teologia hoje pregada nos púlpitos afora, é preciso muito mais que um simples post. Então precisa-se de um posicionamento diante do proposto. Pois o assunto realmente demanda muito mais.

Diante mão o posicionamento de Jacó Armínio sobre a confissão de que somos justificados mediante a fé é uma realidade, podemos ver isso em uma de suas declarações: “pelo presente, abreviadamente, direi apenas que creio que os pecadores são considerados justos unicamente pela obediência de Cristo e que a justiça de Cristo é única causa meritória pela qual Deus perdoa os pecados dos que crêem”. Existe uma realidade de conformidade com a confissão reformada de que Armínio declarava que a salvação se dá pela graça de Deus mediante a fé somente.

A controvérsia acontece quando Armínio começa a declarar que é contra a doutrina de Beza sobre a predestinação e começou a explicar a predestinação como sendo a presciência de Deus acerca da livre escolha dos indivíduos. Nota-se uma controvérsia, e se intensifica quando estuda-se o consenso doutrinário calvinista, pois o mesmo é organizado no acrônimo TULIP. Os cinco pontos calvinistas nunca tinha sido exposto, em detrimento a controvérsia arminiana com o remostrantes, no Sínodo de Dort.

Franklin Ferreira afirma que: Calvino cria que essa doutrina era claramente encontrada nas Escrituras e não queria dizer nada sobre a predestinação que não pudesse ser tomado da Bíblia.

Consequentemente temos uma contradição na formulação da Articuli Arminiani sive Remonstrantia onde definiu que a salvação de pecadores é condicionada à perseverança na fé e na obediência daqueles que crerão em Jesus, em outras palavras a salvação está baseada na presciência que Deus tem daqueles que responderão ao evangelho em fé e obediência.

Ver-se então posicionamentos totalmente antagônicos, sendo a confissão de fé para a questão da predestinação e ou presciência e seus pormenores diferentes um do outro. A afirmação de em se posicionar a favor dos dois termos teológicos é totalmente incoerente com a realidade dos fatos, embora que a consonância para a revelação bíblica é totalmente praticável para os dois pontos. Talvez a afirmação de um termo como “Calviarminiano” seja apenas para ser convidado em ambas comunidades que professam tais teologias. Mas é impossível ser calvinista e arminiano quanto se entende todo o legado e a construção teológica dos dois teólogos João Calvino e Jacó Armínio.    

REFERENCIAS:
FERREIRA, Franklin e MYATT, Alan. Teologia Sistemática: Uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007.

GRUDEM W. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999.

BERKHOF, L. Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.

OLSON, R. Historia da Teologia Cristã. São Paulo: Vida, 2001.


Presb. Antônio Junior

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3 Comentários

3 comentários:

  1. Fomos predestinados a discutir eternamente se existe predestinação

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    1. hahaha. Mas não me dê os créditos pela frase. Na verdade é uma citação

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