segunda-feira, 31 de março de 2014

Quando Tiramos Proveito da Palavra em Relação as Boas Obras? Com a Palavra, A. W. Pink

1.Tiramos proveito da Palavra quando aprendemos ali qual é o verdadeiro lugar das boas obras.

Muitas pessoas, em seu afã de dar apoio à ortodoxia como um sistema, falam sobre a salvação mediante a graça e a fé de tal maneira que subestimam a santidade e a vida consagrada a Deus. Mas as próprias Sagradas Escrituras não dão margem a isso. O mesmo evangelho que declara que a salvação vem pela gratuita graça de Deus, através da fé no sangue de Cristo, e que nos termos mais fortes possíveis assevera que os pecadores são justificados pela justiça do Salvador, lançada na conta daqueles que nEle confiam, independentemente das obras, também nos asseguram que, sem a santificação nenhum homem jamais verá a Deus.

Também ensinam que os crentes são purificados pelo sangue expiatório de Cristo; que os seus corações são limpos pela fé, a qual opera por intermédio do amor, a qual também vence o mundo; e que a graça divina que oferece a salvação a todos os homens também ensina que aqueles que a recebem devem negar a impiedade e as paixões mundanas, a fim de que vivam sóbria, justa e piedosamente neste mundo.

E qualquer temor de que a doutrina da graça sofrerá alguma perda, devido a saliência dada às boas obras, com base bíblica, deixa transparecer o conhecimento inadequado e grandemente defeituoso da verdade divina; e qualquer manuseio das verdades bíblicas, a fim de silenciar o testemunho das Escrituras em favor dos frutos da justiça, como algo absolutamente necessário para o crente, é tão-somente uma perversão e uma idéia forjada no tocante à Palavra de Deus" (Alexander Carson).

Mas alguns indagam: "Que força tem essa ordenação ou mandamento de Deus, que nos recomenda as boas obras, se, apesar de não aplicarmos diligentemente nossos esforços para obedecer-lhe, ainda assim formos justificados devido à imputação da justiça de Cristo, e desse modo sermos salvos?" Uma objeção tão sem sentido procede da total ignorância sobre o presente estado e das presentes relações do crente para com Deus. Supor que os corações dos homens regenerados não são tão profunda e eficazmente influenciados pela autoridade e pelos mandamentos divinos, para que se inclinem à obediência, tanto quanto tivessem sido dados para sua justificação, é ignorar a verdadeira natureza da fé, bem como os argumentos e os motivos que afetam e constrangem principalmente aos crentes. Além disso, fazer tal objeção é perder de vista a conexão inseparável que Deus estabeleceu entre a nossa justificação e a nossa santificação. Supor que uma dessas duas verdades pode existir sem a outra é desfazer o evangelho inteiro. O apóstolo Paulo trata exatamente dessa objeção, em Romanos 6:1-3.

EXTRAÍDO DO LIVRO: Enriquecendo-se com a Bíblia. Editora Fiel.

Iris Bernardo

quinta-feira, 27 de março de 2014

Jesus Intercede ao Pai pelos seus

JOÃO 17 (TODO O CAPITULO).

Para entendermos o contexto Jesus se despede dos discípulos falando que estaria se preparando para deixa-los e incentivando-os a crerem no próprio Cristo diante das aflições que iriam surgir. Da mesma forma nos fortalecendo nos dias de hoje perante as crises adversas que enfrentaremos até sua vinda.

Todo o capitulo 17 de João é belíssimo, pois se trata da oração do próprio Cristo por nós; muito objetiva e verdadeira. Jesus Começa falando da glorificação do Pai através dEle diante do que iria acontecer (a salvação através da cruz), a mais importante realização para toda a humanidade e criação; depois falando com o pai Ele expressa a importância daqueles que são do pai confirmando assim a predestinação daqueles que são alcançados por ELE.

Porem quero destacar a intercessão de Cristo por nós, que somos salvos, eleitos e escolhidos por ELE nos versículos: 19 e 20 “A favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra”.

Os dois versículos em destaque se refere a Cristo rogando ao Pai em primeiro lugar pelos discípulos (agora os 11) pedindo ao pai que os fortaleça na fé e no conhecimento da sua própria palavra e logo em seguida por nós. A oração do Jesus é também feita para nós e por nós pedindo ao pai que seja conosco diante das adversidades do mundo e das perseguições que enfrentaremos, afinal somos nós que fomos alcançados pelo próprio Cristo através da sua palavra.

Meus queridos o texto é muito claro quando se refere aos que vierem a crer em mim através da sua palavra, Jesus nesse momento esta intercedendo ao Pai o Deus todo o poderoso por nós os eleitos. Então com o próprio Filho (Jesus) intercede pelos seus. Desta forma me sinto  fortalecido e ao mesmo tempo grato por essa graça imensa e imerecida que recebemos (salvação) para levantarmos toda a manha e encarar na vida as adversidades, problemas, dores, perseguições e muito mais, pois temos um que esta sempre ao lado do pai intercedendo por nós nada mais é do que o próprio filho na pessoa de Cristo. E lembremos mais ainda que é uma exclusividade para nós que fomos escolhidos desde a eternidade.

Amados irmãos quero concluir essa reflexão dizendo que ao sermos escolhidos desde a eternidade fomos adotados como filhos Dele através de Cristo isso nos alegra muito, pois diante de tudo que passamos e ainda passaremos nos coloquemos diante do pai em oração da mesma forma que Cristo fez e ainda assim fez a nosso favor, por isso o pai nos amou e confirma esse amor através do seu filho Jesus, seja feliz e viva a vida com Cristo.


Presb. Josinaldo Ferreira

terça-feira, 25 de março de 2014

Cristo, Muito mais que a Cereja do seu Bolo.

É notório vermos que hoje são muitos que se levantam com a bandeira do falso evangelho. Pessoas de todas as partes estão sendo facilmente levadas por falsos mestres a todo instante, pois não conhecem sobre Cristo na sua profundidade, não conhecem quem faz toda a diferença na vida do homem.
Nessa propagação de falso evangelho vemos coisas que são invenções humanas e que precisam ser combatidas com a verdade. Qual a única forma de combate? A bíblia!
É muito comum vermos hoje em dia:
1. Pessoas mostrando meios ou regras para encontrar a salvação.
2. Pessoas colocando o homem como capaz de achar a Cristo.
3. Pessoas que escondem que Cristo veio por muitos e não por todos.
Gostaria de derrubar alguns ensinamentos falsos nesse breve texto, baseados nos 3 pontos acima.
1- Primeiramente, não há meios ou regras que nos levem a salvação, não há nada que você faça digno de salvação, não há nada que você possa fazer para alcança-la, não há um modelo a ser seguido, não há outro caminho se não Cristo.
A Bíblia nos ensina que somos salvo pela graça, mediante a fé em cristo, porém não vindo de nós e sim dom de Deus. 
Referência Bíblica: 
Efésios 2:8- "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus"
2- Não é possível que o homem encontre Jesus sem que ele intervenha antes. O homem não pode fazer isso, pois não tem poder para isso. Jesus chama pessoas a segui-lo, pois ele tem autoridade para isso.
Isto fica claro no momento em que vemos que quando Cristo veio a terra, ele quebra a tradição judaica no quesito do ensino, pois os pupilos procuravam os rabis para aprender quando desejavam saber de algo, com Cristo não, ele não era procurado, ele chamava as pessoas. Não se pode ter um relacionamento com Jesus a menos que ele chame você.
Referência Bíblica: 
Marcos 1:17- "E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens"
3- De início é preciso ficar claro, Deus não veio por todos e sim por muitos, por seus eleitos.
Seria contraditório dizer que Cristo veio por todos e mesmo assim pessoas vão para o inferno, então Cristo foi frustado? Nunca! Ele veio por seus eleitos que foram escolhidos antes da fundação mundo pela vontade soberana de Deus.
Referência Bíblica:
Jo 6:39- "E a vontade de quem me enviou é esta: Que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu os ressuscitarei no último dia"
Já pensou o que seria de nós sem Cristo? Sem ele nada faria sentido. Dessa forma, Esses 3 pontos são só alguns entre muitos outros que relatam a maravilha que foi o cumprimento da promessa de Deus. Busque conhecer mais de Cristo, pois ele não é a cereja do seu bolo. Ele é TUDO ou não é NADA. Corra para ele, só nele há salvação. 
Soli Deo Glória. Solus Christus. 

Caio Anderson

segunda-feira, 24 de março de 2014

Glorificando a Deus nas Rotinas

Beijo, abraço, cobertor de macaco, livro, orarEssa é a soma da rotina de dormir pré-escolar do meu filho. Sua simples rotina para dormir deve significar o mundo para ele, porque se eu perder uma batida ou abalar a ordem, ele me permite saber que o universo está caindo aos pedaços. Se você quiser que a responsabilidade para manter uma rotina disciplinada, apenas deixe pré-escolares saberem as suas intenções, e eles vão incansavelmente lembrar vocês a manter o curso.

Ordem e previsibilidade percorrem um longo caminho para tranquilizar as crianças que o seu mundo é estável. Rotinas funcionam do mesmo jeito em nos tranquilizar, crianças grandes, também. Pense em quão perturbador sua manhã seria se a cafeteira de repente cuspisse faíscas sobre a bancada e quebrasse.

Quando a vida parece chata

Apesar de tudo podemos apreciar a estabilidade que as rotinas trazem (Obrigado, Deus, porque o sol se levanta esta manhã), uma vida onde "todas as coisas comuns" possam parecer, bem... Chatas. Vivemos no mundano, e que muda a vida, momentos dramáticos são, por definição, extraordinários. Qualquer que seja o seu “normal”, eu acho que todos podemos concordar que é onde vivemos. Mesmo assim, ansiamos por um trabalho significativo, chamados únicos e oportunidades incomuns.

É tentador ver a vida todos os dias como um ciclo monótono de fazer a sua cama só para deitar nela novamente. A nossa perspectiva, todos os dias de nossas vidas, sobre o negócio é importante, porque quando nos esquecemos sobre a atividade de Deus no mundo, tornamo-nos funcionalmente inútil. Qual é o ponto sobre as coisas, se "tudo é vaidade"? Muitas vezes a nossa visão do comum é governada pelo "ter-fazer": eu tenho que levar o lixo para fora, eu tenho que ir para o trabalho; eu tenho que mudar outra fralda, e assim por diante. Nós ouvimos a instrução de Paulo: " qualquer coisa que você fizer, fazei tudo para a glória de Deus" ( 1 Coríntios. 10:31 ) e nós queremos saber como isso se enquadrada com o "ter-fazer" da nossa vida cotidiana. Graça lança luz sobre o nosso mundano. A graça pode transformar o "ter-fazer" em "conseguir-fazer", pois vivemos para a Sua glória.

Aqui estão apenas três das maneiras da graça de Deus governar as áreas de nossas vidas que parecem comuns e sem importância:

1. Nós começamos a viver fora do jardim. vivos. Nós começamos a viver. Deixe o seu coração disparar com gratidão quando você percebe que Deus continua a nos dar a vida, mesmo que todos nós pecamos contra a Sua santidade. Deixe sua mente ser surpreendida pela realidade que Jesus é atualmente, intencionalmente segurando nossas vidas juntos pela palavra do Seu poder. O gracioso dom da vida, apesar do nosso pecado ser esmagador. Certamente esta misericórdia é motivo para incessante louvor ao nosso Criador. Jó nos ensina que qualquer condição que esteja as nossas vidas, Deus é digno de ser louvado. Como destinatários de tal graça surpreendente, longe de nós lamentarmos de que a vida é chata. Em vez disso, vamos espalhar com louvor o Autor da Vida com a nossa respiração.

2. Nós começamos a viver para sempre em Cristo. Cada um de nós está a apenas um fôlego de encontro com o Senhor face a face. Por causa da morte expiatória de Jesus na cruz, nós olhamos para o nosso Deus e vivemos, e vamos viver para sempre na Sua presença, onde há plenitude de alegria. Nesse meio tempo, nós somos consolados pelo Espírito Santo que habita em nós e que podemos ter comunhão com Deus, mesmo agora. Deus usa meios comuns para nos deixar conforme à imagem de Seu Filho amado. Esta é apenas uma maneira do evangelho da graça dá um novo significado às rotinas aparentemente sem importância.


3. Nós começamos a participar do plano cósmico de Deus. A morte substitutiva penal de Jesus Cristo, Sua ressurreição dentre os mortos, e sua exaltação acima de qualquer nome, muda como vemos nossas vidas comuns, porque, na verdade, muda tudo. A fim de experimentar a alegria no trabalho que Deus tem para nós, devemos procurar entender o mistério da vontade de Deus que tem propósitos "para unir todas as coisas em Cristo" ( Ef 1:09 -. 10 ). Enquanto estamos tentados a se preocupar com nossos horários perfeitos, Jesus está infalivelmente colocando o cosmos em ordem novamente. Esta teologia do grande-retrato do plano cósmico de Deus se vê através do trabalho pela manhã e os pratos empilhados na pia para fazer a varredura do horizonte dos novos céus e da nova terra. Que graça extraordinária que nos foi dada para participar no plano de Deus para reconciliar todas as coisas para Ele mesmo ( 1 Coríntios. 15:27-28 ).

Selo de eternidade em nossos globos oculares

Uma perspectiva eterna é algo que você carrega em seu coração. Com os olhos do seu coração iluminado, você pode conhecer a esperança para a qual Deus o chamou. Olhe através desta lente da eternidade quando você está tentado a andar por sua visão. Veja como a graça de Deus transforma a maneira como você vê outra viagem de negócios, outro acidente de treino banal, mais uma tarde em um engarrafamento, outra reunião, outro projeto de lei, ou de outra carga de roupas para lavar. Alegria durável pode existir em coisas comuns da vida hoje, porque tudo o que nos foi dado foi ordenado por Jesus, existe para Jesus, e vai testemunhar para sempre na eternidade como um tributo à sua gloriosa graça.



Traduzido por Jéssica Figueredo

sexta-feira, 21 de março de 2014

Qual a importância e natureza da fé polarizada em Cristo? Com a palavra João Calvino


Com efeito, estas coisas todas serão fáceis de ser entendidas onde for proposta uma definição mais clara da fé, para que os leitores aprendam sua força e sua natureza. É conveniente, porém, recordar as coisas que foram previamente expostas, a saber, em primeiro lugar, como Deus, através da lei, nos prescreve o que se tenha de fazer e, se em alguma parte lhe tenhamos falhado, sobre nós paira aquela terrível sentença de morte eterna que ela pronuncia. Em segundo lugar, porque é não somente árduo, mas também acima de nossas forças, e além de toda nossa capacidade, cumprir a Lei como ele o exige, se miramos apenas a nós mesmos e ponderamos que condição seja condigna de nossos merecimentos, nada de boa esperança é deixado; pelo contrário, rejeitados por Deus, jazemos sob a perdição eterna. Em terceiro lugar, foi isto explicado, que um só é o meio de libertação que nos possa livrar de tão mísera calamidade: onde aparece Cristo o Redentor, através de cuja mão o Pai Celestial, compadecido de nós por sua imensa bondade e clemência, nos quis socorrer, se deveras não só abraçamos a esta misericórdia com firme fé, mas também nela descansamos com esperança constante. Mas, isto nos convém agora examinar: de que natureza deva ser esta fé, mercê da qual entram na posse do Reino Celestial todos quantos foram por Deus dotados por filhos. Claramente se compreende que não é suficiente em um assunto de tanta importância uma opinião ou convicção qualquer. E de tanto maior cuidado e zelo se nos deve perscrutar e investigar a verdadeira natureza da fé, quanto mais pernicioso é hoje neste aspecto o engano de muitos. Com efeito, a maioria dos homens, ao ouvir falar de fé, nada mais profundo concebe que certo assentimento comum à história do evangelho. De fato, quando nas escolas discutem a respeito da fé, afirmando simplesmente que Deus lhe é o objeto, mercê de efêmera especulação,  como dissemos em outro lugar, transviam as míseras almas em vez de as dirigirem ao seu destino. Ora, visto que “Deus habita a luz inacessível” [1Tm 6.16], faz-se necessário que Cristo se apresente como intermediário. Donde também se diz “a luz do mundo” [Jo 8.12] e, em outro lugar, “o caminho, a verdade e a vida, porque ninguém vem ao Pai”, que é “a fonte da vida” [Sl 36.9], “senão por ele” [Jo 14.6], porquanto só ele conhece o Pai, então, depois dele, os fiéis a quem o quis revelar [Lc 10.22]. 


Conforme esta maneira de ver, Paulo declara nada considerar digno de conhecer-se mais do que Cristo [1Co 2.2] e, no capítulo vigésimo de Atos, afirma haver pregado “a fé em Cristo” [At 20.21]. E, em outro lugar, introduz a Cristo assim a falar: Enviar-te-ei entre os gentios, para que recebam remissão de pecados e sorte entre os santos, mediante a “fé que está em mim” [At 26.17, 18]. E Paulo atesta que em sua pessoa nos é visível a glória de Deus, ou, o que equivale ao mesmo, que “a iluminação do conhecimento da glória de Deus resplandece em sua face” [2Co 4.6]. Verdadeiro é, de fato, que a fé atenta para o Deus único. Tem-se, porém, de aduzir também que ela “conhece a Jesus Cristo, a quem aquele enviou” [Jo 17.3], pois Deus mesmo jazeria oculto, ao longe, se o fulgor de Cristo não nos iluminasse. Para este fim, o Pai depositou com o Unigênito tudo quanto tinha, para que nele se revelasse, e assim, pela própria comunicação das benesses do Pai, expressasse Cristo a verdadeira imagem de sua glória. Se na verdade, como foi dito, impõe-se-nos ser tomados pelo Espírito para que sejamos impelidos a buscar a Cristo, assim, por nossa vez, devemos estar alertados de que o Pai Invisível não deve ser buscado em outro lugar senão nesta imagem. Em relação a essa matéria, brilhantemente falou Agostinho que, discorrendo acerca do escopo da fé, ensina que se deve saber para onde e por onde se tenha de ir. Então, imediatamente após, conclui que o caminho mais guarnecido contra todos os erros é aquele mesmo que é Deus e homem – pois, como Deus, é para onde nos dirigimos; e, como homem, é por onde  amos; ambos, porém, só se acham em Cristo. Tampouco tem Paulo em mente, enquanto prega a fé para com Deus, confundir o que tantas vezes inculca a respeito da fé: que toda sua estabilidade se encontra em Cristo. Pedro, ademais, mui adequadamente a ambos correlaciona, dizendo que por meio dele cremos em Deus [1Pe 1.21]

CALVINO, João. As Institutas da Religião Cristã (edição clássica, e-book): Capítulo II, Livro III, pag. 23-25. 



Felipe Medeiros

quinta-feira, 20 de março de 2014

Contentamento? Você só pode tá brincando...

“porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.” (Filipenses 4.11b)

  Primeiro fato desse texto: não é nem um pouco fácil escrever sobre contentamento, porque essa é um 'coisa' que luto todos os dias, mas por lutar “com” ela todos os dias foi que quis escrever sobre esse assunto. Segundo, comecei a escrever esse texto há mais ou menos duas semanas, nunca tenho costume de escrever muito tempo antes o texto, mas dessa vez foi assim. Foi exatamente em um Domingo que comecei a escrever e nesse mesmo dia fui “assaltada” por um sentimento horrível de ingratidão e angústia diante de algumas coisas. Depois na Sexta seguinte perdi o meu avô por causa de uma doença súbita, um derrame que trouxe várias complicações, o qual deixou toda a família abalada. Meu pensamento logo após tudo isso, ao retornar para escrever o texto foi: “Iai Laryssa, como continuar escrevendo sobre Contentamento assim diante disso tudo?”.  Mas, isso só me fortaleceu, e aqui estou.

“Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.” (Hebreus 13.5).

  Esse versículo não se refere a nenhuma outra coisa a não ser a uma promessa do nosso Deus. Em sua Palavra temos várias referências sobre o ‘não abandonar’ de Deus para nós. J. C. Ryle em seu livro diz: “A fonte do contentamento é a comunhão íntima com o Deus Todo Suficiente. ‘Contentamento é uma das graças mais raras’. Como toda coisa preciosa, ela é mais incomum.”.

  Tenho percebido que pouco se é falado sobre Contentamento, não Contentamento de ser estar contente, mas Contentamento de se estar satisfeito. Mas satisfeito em quem? Em nós mesmos? Não. Em Deus.

   Muito ouvimos sobre sermos cristãos felizes, cristãos sem pecado, cristãos obedientes, mas e sobre sermões cristãos contente com o que temos, quanto você ouve ou pensa sobre?
  O descontentamento leva o cristão a um grande número de pecados, enganos de corações e distorções de caráter. São estados de alma corrompidos, pecaminosos e muito perigosos. Eis alguns exemplos: Murmuração, insatisfação, pessimismo, ambição, avareza, ingratidão, inquietação, irritação, desânimo, engano, endurecimento, inveja, auto piedade, cobrança,  julgamento, amargura, ressentimento, rebeldia e descontrole.

  Ser Contente hoje em dia é algo difícil, somos tentados sempre a querer mais e mais. Queremos aquele carro novo, aquela roupa nova, aquele celular novo, queremos aquela pessoa para suprir nossa carência e nos fazer sentir amado, queremos aquele curso que nos vai trazer bom retorno financeiro. Queremos cultos cheios de Palavras sobre prosperidade, benção, paz e conforto. Não que isso não seja Bíblico, mas devemos ser conscientes de que Deus, o justo Pai, nos dará tudo àquilo conforme Sua Santa Vontade, não por nosso próprio merecimento, mas por sua grande Misericórdia. Por sermos pecadores e miseráveis sempre caímos na nossa própria ambição. J. C. Ryle mais uma vez nos diz algo importante: "Um espírito desse tipo é o segredo de um coração luminoso e uma mente limpa.".

  Ter Contentamento é crer na promessa e confiar inabalavelmente no Deus que é Soberano, que cuida, guarda, protege, abençoa e prover aos seus Filhos suas bênçãos. Se formos Filhos o que o mais não fará por nós? “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.” (Filipenses 4.19).

  Seremos abençoados, cuidados e supridos em Cristo Jesus, no nosso Senhor e Salvador. O contentamento nos leva a lidar de modo saudável com as situações nas quais não podemos ter controle, as fatalidades, situações nas quais nada pode ser feito para voltar atrás, ao invés de se ficar choramingando e murmurando acerca delas.

  Vemos o verdadeiro Contentamento retratado na vida de José, filho de Jacó (Gênesis 37). Sem ter feito nada de errado, ele foi submetido a diversas dificuldades. Mas ele não fraquejou, permaneceu fiel a Deus, mesmo quando foi falsamente acusado e encarcerado durante anos. Então, no tempo devido, Deus o usou para livrar e proteger os irmãos, que o tinham traído antes. Portanto, mesmo no meio de provas e tribulações, José demonstrou contentamento e continuou sua cainhada na fé.

Romanos 12.12a diz: "Alegrem-se na Esperança.".

Lições práticas:

*Contentamento não é algo que surge do nada, é algo que se aprende a ter, que se busca orando, meditando e confiando nas promessas de Deus descritas nas Sagradas Escrituras;
*Contentamento é demonstração de inteira confiança no Deus Eterno;
*Contentamento é uma das virtudes de um Cristão genuíno;
*Contentamento é entender que mesmo que o mundo lhe falte, mesmo que seus amigos lhe faltem, e mesmo que parece que Deus não o escuta, nada está perdido, nem você está sozinho, Deus nunca nos desempara;

  Para se chegar ao contentamento é preciso aprender a renunciar o provisório com a finalidade de obter o Eterno, aprender com as provações, estar disposto a servir ao Senhor com humildade e graça, a viver o caminho da simplicidade, da santificação, da intimidade com Deus, adoração, meditação, recolhimento e desprendimento.

"Se os homens realmente soubessem que eles não merecem nada, e são devedores da misericórdia de Deus a cada dia, logo cessariam de se queixar." (J. C. Ryle).

  Que o Senhor nos ajude a ficar Contentes em todas as situações, desde uma perda de emprego, até a morte de um parente querido. Estar assim, não é simplesmente ignorar o mundo ao redor e viver “ao léu” esperando algo bom acontecer não, mas é estar com a vida diante de Deus todos os dias, confiando em seu imenso poder e na sua Maravilhosa Graça disposta a nós pobres pecadores. Que o Contentamento faça parte de nossa caminhada todos os dias. Fé, Força e Esperança em Cristo, amém.

LARYSSA LOBO

https://www.facebook.com/laryslobo

quarta-feira, 19 de março de 2014

Jamais oculte Cristo em Você!

Ainda tenho argumentos a favor de Deus. Jó 36.2

Não devemos ter o desejo de ser conhecidos pelos outros por causa de nossas virtudes ou de nosso zelo. Ao mesmo tempo, porém, é um pecado tentar sempre ocultar aquilo que Deus nos concedeu para o benefício dos outros.
O crente não deve ser uma aldeia localizada em um vale, e sim uma cidade edificada sobre um monte.

O crente não deve ser uma candeia colocada debaixo de um móvel, e sim uma lâmpada posta em um lugar adequado para iluminar, refletindo sua luz para todos (ver Mateus 5.14-15). O isolamento pode ser útil em ocasiões específicas, e ocultar a si mesmo é algo modesto; todavia, nunca pedemos ocultar que Cristo vive em nós.

O reter a verdade, que é preciosa para nós, é um pecado contra os outros e uma ofensa contra Deus. Se você possui um temperamento explosivo e uma disposição incontrolável, tenha cuidado para que não satisfaça essa terrível tendência e, assim, se torne inútil à Igreja de Cristo.

Em nome do Senhor Jesus, que não se envergonhou de você, decida ignorar seus sentimentos. Conte aos outros o que Ele lhe tem falado. Se você não possui um falar altissonante; fale com sua voz branda e tranquila. Se o púlpito não é sua área de atuação; se escrever livros não é seu dom, fale como Pedro, que disse: "Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou" (Atos 3.6).

Fale à mulher samaritana, na beira do poço, se você não pode pregar um sermão para muitas pessoas. Proclame os louvores de Jesus em casa, se não pode fazê-lo no templo; no campo, se não pode fazê-lo na cidade; entre seus familiares, se não pode fazê-lo a um grande número de pessoas. Das fontes ocultas em seu íntimo, permita que jorrem alegremente as águas de seu testemunho, satisfazendo a sede de cada transeunte.

Não esconda o seu talento. Testemunhar sobre Cristo será estimulante para nós mesmos, encorajador para os crentes, útil aos pecadores e uma honra para o Salvador.

Spurgeon

Publicado em: http://trovian.blogspot.com.br/2012/05/jamais-oculte-cristo-em-voce-chspurgeon.html#.UymHS_ldWfi

Intercâmbio feito por Jhonatas Araújo

Para a Glória de Deus

"Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus". Este texto é ao mesmo tempo abrangente e restrito. Um aparente paradoxo. Como um texto que fala em tudo, apresenta restrição? Vejamos atentamente. 

O apóstolo Paulo começa falando sobre ações rotineiras, cotidianas, muitas vezes despercebidas por nós em seu valor como a alimentação, de tão corriqueira que se tornou. Daí, ele generaliza para qualquer outra coisa que venhamos a fazer. Aí então começam as restrições, e que ao mesmo tempo englobam tudo. Façais qualquer outra coisa. Qualquer mesmo? A resposta vem logo depois. Devemos, em qualquer coisa que façamos, glorificar a Deus. E lá vem mais perguntas. O que glorifica a Deus? Qual a medida para este discernimento? A medida é a Bíblia, as Santas Escrituras, que apontam a revelação de Deus de como ele deseja ser glorificado. 

Sendo assim, tudo feito de acordo com as Escrituras glorifica a Deus. Mas isto nos leva a uma outra vertente do caminho. Como compreender as Escrituras a fim de obedecê-las e assim glorificar a Deus? Isto só é possível pela ação do Espírito Santo, nos iluminando, dando entendimento e conduzindo-nos a obedecer à Santa Lei do Senhor. Sem esta compreensão, até nos atos mais simples não damos a devida glória a Deus. Sendo assim, o abrangente tudo está restrito ao específico para a glória de Deus. 

E aí chegamos à maior das restrições. Só vai compreender isto aquele a quem o Pai elegeu antes da fundação do mundo, por quem o Filho morreu na Cruz do Calvário , a quem o Espírito Santo convencerá do pecado da justiça e do juízo, na maravilhosa obra da redenção, trazendo o homem de novo aos caminhos do Pai, ao redil do Bom Pastor e fazendo-o viver e compreender o fim para o qual foi criado: Glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre*. 

*Breve Catecismo de Westminster - Pergunta 1
Deus nos abençoe. 

Presb. Cícero Pereira

segunda-feira, 17 de março de 2014

UMP INDICA: REUNI (Reunião de Universitários)

Grande sãos os desafios impostos aos cristãos na sua luta diária contra o pecado, o mundo e Satanás. Mas as diferentes gerações deparam-se com problemas específicos em cada área de suas vidas, e é preciso tratar de maneira bastante focada afim de equiparar os cristãos para o bom combate.

Neste sentido indicamos a excelente iniciativa da UMP da Igreja Presbiteriana do Monte Santo que organiza mais uma edição do REUNI (Reunião dos Universitários) no intuito de dar subsídios aos jovens universitários cristãos para ajudá-los na árdua missão que defender e proclamar sua fé dentro da academia.

Participe e apoie este iniciativa para que gere bons frutos para o reino de Deus.

Informações:
Data: 22 de Março Horário: das 10 às 16hrs Investimento: $10.00 (Almoço incluso) Local: Igreja Presbiteriana do Monte Santo. Rua Santina Leão, 113. Monte Santo

Link para inscrição:
https://docs.google.com/forms/d/1UElaEOBivQdCD9Qdx3_c0ElommSQC8_61299j-39FuY/viewform

Vídeo promocional:
https://www.youtube.com/watch?v=p8jGrIXVvaQ

Rodrigo Ribeiro

sexta-feira, 14 de março de 2014

Por Que um Deus Triúno Criaria o Mundo? Com a Palavra, Tim Keller

O Pai, o Filho e o Espírito caracterizam-se em sua essência por um amor que se doa pelo outro. [...] Se este mundo foi criado por um Deus triúno, relacionamentos de amor são a essência da vida.

Veja bem, diferentes visões de Deus trazem implicações diferentes. Se Deus não existe – se estamos aqui por mero acaso, estritamente em consequência da seleção natural -  então, o que eu e você chamamos de amor não passa de uma reação química do cérebro. Os biólogos evolucionistas dizem que não há em nós nada que não esteja lá por ter ajudado nossos ancestrais a passar adiante com maior êxito nosso código genético. Se você sente amor, isso se dá apenas pelo fato de essa combinação de fatores químicos capacitar a sua sobrevivência a levar as partes do corpo para os ocais que eles precisam estar para transmitir seu código genético. Isto é tudo que é o amor: pura química. Por outro lado, se Deus existe, mas é unipessoal, houve um tempo em que Deus não era amor. Antes que ele criasse o mundo, quando havia apenas ama pessoa divina, não havia a quem amar, pois o amor só pode existir em um relacionamento. Se um Deus unipessoal tivesse criado o mundo e os que nele habitam, tal Deus em essência não seria amor. Seria poder e grandeza, possivelmente, mas não amor. No entanto, se por toda a eternidade, sem que tenha havido inicio ou fim, a realidade suprema é uma comunhão de pessoas que conhecem e amam umas às outras, então a realidade suprema tem a ver com relacionamentos de amor.

Por que um Deus triúno criaria o mundo? Se ele fosse um Deus unipessoal, você poderia dizer: “Bem, ele criou o mundo para que tivesse seres que o amassem e o adorassem, que lhe trouxessem alegria.”. Mas o Deus triúno já tinha tudo isso – e em si mesmo recebia amor de uma forma muito mais pura e poderosa do que os seres humanos poderiam lhe dar. Então, por que iria nos criar? Há somente uma resposta. Ele deve ter nos criado não para receber alegria, mas para dar. Ele deve ter-nos criado para nos convidar a entrar na dança, para dizer: Se você me glorificar, se centralizar a sua vida em torno de mim, apreciar minha beleza por aquilo que sou em mim mesmo, então você entrará na dança, que é o motivo pela qual você foi criado. [...] Você é feito para entrar na dança divina com a Trindidade.



KELLER, Timothy. Capitulo 1: A Dança. In: A Cruz do Rei: a história do mundo na vida de Jesus, tradução de Maria K. A. de Siqueira Lopes. São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2012.
Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd

quinta-feira, 13 de março de 2014

Não Desperdice o seu Namoro


Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. (Efésios 5:31)

Você já desperdiçou alguma coisa na vida? Aquele precioso tempo, dinheiro, trabalho, ou, seja lá o que tenham sido investidos com tanto empenho e expectativas. Ao final, perceber que nos acarretou somente prejuízo, é frustrante. E imagine só isso se tratando de namoro, em que geralmente são relacionamentos duradouros, cheios de sonhos e idealizações. Você não iria querer desaproveitá-lo, não é mesmo?!

O pior é que namoros tendem a ser verdadeiros desperdícios. Mas não pense que estou falando sobre aquele tipo de relacionamento longo, mas que no final não dão certo por não acabarem em casamento. É claro que, fatalmente isto deixará a impressão de que todo aquele tempo foi perdido. Mas, nem todo namoro que dá errado é desperdício, como nem todo namoro que dá certo quer dizer que ele tenha sido bem aproveitado.
O que estou querendo dizer, então?!

É que devemos entender como perda todo e qualquer namoro, independentemente de qual tenha sido seu desfecho, no qual não tenha sido observado o ponto mais importante dele: que se entenda através da Palavra de Deus, qual o papel do esposo e da esposa na estruturação familiar. Este é o ponto crucial do namoro, que dirá se o relacionamento valeu ou não, a pena. Um relacionamento verdadeiramente levado a sério, é aquele, cujo, os envolvidos se preocupam em aprender mutuamente o que a Palavra de Deus diz sobre casamento e buscam com disposição de coração preparar-se para a vida a dois, de modo que glorifiquem a Deus.

Ler Efésios 5:22-31 e Colossenses 3:18-19, poderá ser um bom começo. Neles estão contidos preceitos Bíblicos fundamentais para o futuro matrimônio. A Bíblia mostra claramente, que há uma distinção entre os papéis de marido e mulher, e que precisam ser prontamente levados a sério desde o “namoro-noivado” para que não haja confusões e distorções quanto ao papel que cada um terá de desempenhar.

Se estes princípios bíblicos forem negligenciados, não importa quanto tempo se teve de relacionamento, nem quantas centenas de presentinhos tenham sido guardados como recordação, tampouco, as eternas juras de amor descritas nas pilhas de cartas, essas coisas de nada valerão. Terão sido total desperdício! O importante é procurar saber o quanto antes, qual sua função no casamento. Pois, você pode ter sido um(a) ótimo(a) namorado(a), e não obstante ser uma tragédia como marido ou esposa, se não entender suas atribuições como tal.

Veja o alerta de Martinho Lutero: “Hoje em dia tem-se mais que ver com o casamento do que com todos os outros assuntos. [...] tenho observado muitos casais unirem-se em tão grande paixão que estavam prestes a se devorarem em amor, mas após uma metade de ano um fugiu do outro.”


Portanto, o caráter meramente recreativo de casais que apenas se preocupam apenas com entretenimento, passeios e troca de presentes, (por mais legal que tudo isso seja) em nada irá acrescentar no amadurecimento para encarar o grande desafio por vir. É tempo de fazer uma análise sincera de como você tem aproveitado seu namoro. De fato, tem sido priorizado o que realmente é importante? Olhe lá para frente e observe se aquilo que tem sido cultivado e aprendido no presente irá refletir positivamente no futuro. Se seu namoro aponta para um casamento centrado do ponto de vista bíblico. Não permita que ele se torne apenas um passatempo, cheio de diversões, mas desprovido de significado. Lembre-se que namorar é preparar-se diligentemente para a longa jornada que será trilhada junto de seu futuro cônjuge.

Chega de perder tempo!

Ericon Fábio

quarta-feira, 12 de março de 2014

Mulheres Rixosas

Todos desejam um lar agradável. Provavelmente é seguro dizer que ninguém quer viver num lugar miserável, infeliz. Mas está claro que um lar agradável não é algo que se possa comprar com dinheiro. Se fosse assim, as pessoas ricas seriam felizes, e todos sabemos que bem poucas delas o são.

O que é que torna nossos lares verdadeiramente agradáveis? Sem dúvida, é a sabedoria que vem de Deus. Quando há sabedoria em casa, o lar é um prazer. Sendo assim, um lar agradável é aquele que tem uma mulher sábia, virtuosa no seu centro. Provérbios tem muitas descrições vívidas da mulher sábia e da mulher insensata.

Para iniciar, considerem Provérbios 14:1: “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba.” Ambas as mulheres estão ocupadas, e seu comportamento tem um impacto considerável sobre seus lares e suas famílias. Mas a mulher sábia está construindo, enquanto a insensata está destruindo. Poderíamos argumentar que pelo menos a insensata tem a atenção centrada no seu lar. Certamente – da mesma maneira que uma equipe de demolição tem sua atenção centrada ao direcionar a bola de demolição. O lar é um triste alvo, e que tragédia quando a pessoa designada por Deus para ser a benção principal acaba se tornando uma vergonha e uma destruidora.

Charles Bridges, um pastor do final do século XIX, diz em seu comentário sobre Provérbios, “Muitas são as misérias na vida de um homem; mas nenhuma se iguala àquela que vem de quem deveria ser o esteio da sua vida.” E continua dizendo que a esposa petulante é uma grande calamidade doméstica, e não há saída legal. Um filho rebelde pode pelo menos ser posto para fora de casa, diz ele, mas uma má esposa simplesmente tem que ser suportada.

O livro de Provérbios confirma isso. Uma mulher briguenta, petulante, rixosa, indiscreta, ignorante é uma grande aflição para seu marido e sua família. Seria melhor dormir sobre o teto, ou no deserto, do que suportar a sua raiva e amargura. Salomão diz que seria melhor suportar o mau tempo do que lidar com ela. Afinal, neste caso, o tempo pode ser pior em casa do que fora. Um homem está melhor sozinho do que acompanhado de uma mulher como esta.

A maioria das mulheres cristãs prontamente presume que não estão na categoria das “rixosas e petulantes.” Mas gostaria de refinar isto um pouco para que possamos todos prestar atenção. Já vi mulheres destruírem seus lares, e normalmente isto não acontece em um dia. Foram anos de lamúrias, reclamações, descontentamento, perturbação e outros “pequenos” pecados não tratados. E isto se transformou em profundo ressentimento que acabou com uma espetacular demolição de um lar. “Pequenos pecados” de irritação, desprazer, auto-piedade, e um espírito crítico são como pequenos balanços com malhos. A parede acaba cedendo. Pequenos pecados sempre se transformam em grandes pecados. Cantares diz que as raposinhas estragam o vinhedo. As mulheres precisam ter uma política de tolerância zero com respeito aos seus próprios pecados. Devem se arrepender de todos imediatamente. Mentiras devem ser confessadas. Restituições devem ser feitas. O perdão deve ser buscado em todos os casos. De outra forma, um pecado leva a outro, e logo as coisas que deveriam ser o doce conforto do lar, a mesa de jantar e a cama de casal, tornam-se os palcos da tragédia anunciada.

De que maneira uma mulher pode buscar sabedoria para que isto não aconteça? De que maneira pode transformar seu lar se as coisas já estiverem em um estado de entulho e confusão? Como eu disse acima, o pecado deve ser primeiramente reconhecido e tratado. Mas depois, ela deve considerar a característica da sabedoria descrita em Provérbios e buscá-la diligentemente. “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal ” (Provérbios 3:7). A mulher sábia busca a sabedoria no Senhor, não em si mesma. Esta humildade permite que ela seja ensinada: “O sábio de coração aceita os mandamentos, mas o insensato de lábios vem a arruinar-se ” (10:8); “O caminho para a vida é de quem guarda o ensino, mas o que abandona a repreensão anda errado ” (10:17). Uma mulher insensata não aceita mandamentos, instrução, crítica, informação ou correção de ninguém. Nem do seu marido, nem do pastor, nem de seus amigos, nem da Palavra. Ela é sábia aos seus próprios olhos e não necessita de nada. Ela justifica seu comportamento para si mesma. Ela conta e reconta sua história em suas próprias palavras e faz os ajustes necessários para garantir que ainda pareça um personagem compassível. Mas os outros personagens da história, a sua família, a vêem de maneira bem diferente.

A mulher sábia não apenas pode ser ensinada, mas também ensina aos outros coisas boas: “Prata escolhida é a língua do justo, mas o coração dos perversos vale mui pouco. Os lábios do justo apascentam a muitos, mas, por falta de senso, morrem os tolos ” (10:20-21). Quando uma mulher sábia fala ao seu marido, isto é alimento. Quando fala aos filhos, eles são abençoados. Ela se torna a fonte de força da sua família, ao invés de drenar sua alegria. Ela é a coroa, trazendo ao seu marido “bem e não mal, todos os dias da sua vida.” (31:12).

Um lar com sabedoria será um “manancial de vida” (10:11). A mulher que busca este tipo de sabedoria necessariamente se tornará alegre, prudente, obediente, disciplinada, respeitosa e submissa ao marido, uma bênção para todos ao seu redor, edificando seu lar. Este é um contraste bem marcante em relação à mulher insensata que está destruindo a sua casa por ser rixosa, barulhenta, indiscreta, ignorante, tolerante consigo mesma, argumentadora, nunca satisfeita, e sempre reclamando. Há uma razão para a repetição em Provérbios deste assunto: as mulheres têm a tendência a tentação comum de serem como torneiras gotejando. E subestimam radicalmente o impacto da sua desobediência: “O gotejar contínuo no dia de grande chuva e a mulher rixosa são semelhantes” (27.15).

Nancy Wilson

Fonte: Monergismo
Extraído de: http://www.internautascristaos.com/textos/artigos/mulheres-rixosas

Intercâmbio feito por Lídia Santos

terça-feira, 11 de março de 2014

Examinando os espíritos: do docetismo ao neopentecostalismo





1
 Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.
2 Vocês podem reconhecer o Espírito de Deus deste modo: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne procede de Deus;
3 mas todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus. Esse é o espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no mundo.
4 Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo.
5 Eles vêm do mundo. Por isso o que falam procede do mundo, e o mundo os ouve.
6 Nós viemos de Deus, e todo aquele que conhece a Deus nos ouve; mas quem não vem de Deus não nos ouve. Dessa forma reconhecemos o Espírito da verdade e o espírito do erro.
7 Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
8 Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.
9 Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele.
10 Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.

( 1ª João, capítulo 4.1-10)

A primeira carta do Apóstolo João foi provavelmente escrita em algum ponto das últimas décadas do século I (85 – 95 d.C.), possivelmente antes do exílio na Ilha de Patmos (Apocalipse 1.9), mas em um contexto onde Jerusalém já havia sido destruída (70 d.C.), os cristãos estavam espalhados por quase todo o Império Romano e provavelmente todos os outros apóstolos e Paulo já estavam mortos, ou seja, toda uma geração tinha se passado. O público original da carta é desconhecido, provavelmente seriam cristãos com quem João tinha relação próxima e em termos gerais, 1ª João foi escrita para transmitir os frutos do trabalho da vida dos apóstolos e advertir e instruir sobre falsos ensinos. [1]
No capítulo 4 de 1ª João estão presentes as advertências e instruções acerca de alguns dos falsos mestres no meio dos cristãos do século I. Observe o que diz no verso 1 “examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus”. A palavra espíritos tem significado de ‘pessoas’ e não almas vagantes e a palavra examinar (do grego dokimazō , palavra sinônima de provar’ ou ‘testar’) tem relação com um termo usado na metalurgia para avaliar a pureza do metal. Isto faz referencia o fato de que não devemos acreditar em tudo o que ouvimos  de alguém como palavra inspirada por Deus. João tenta expor a ideia que podemos associar aos bereanos (Atos 17.11), que examinavam, nas escrituras, tudo o que os apóstolos pregavam e também esta associada à ideia contida no texto Não tratem com desprezo as profecias, mas ponham à prova [dokimazo] todas as coisas e fiquem com o que é bom” (1ª Ts 5.20 e 21).
Tais advertências e fazem referencia ao ensino chamado de “docetismo”, uma crença afirmava de várias vertentes, uma delas dizia que uma divindade passou a habitar em Jesus após seu batismo e o deixou momentos antes da crucificação. Outro ramo dessa crença afirma que Jesus era um espírito que parecia um ser humano, passando por experiências humanas (sofrimento e morte). Após uma geração de apóstolos e outros seguidores que andaram literalmente com o Deus Filho, chamado Jesus, este geração a qual João escreve mais ou menos aos 100 anos de idade é “nova” e havia se envolvido com esses falsos ensinamentos a cerca da divindade de Jesus. A preocupação com tais ensinos é simples: constituem Heresia. João sabia disto e argumenta, com a autoridade que possui como apostolo ensinado diretamente por Cristo, nos versos 2 e 3 do capítulo 4, que os cristãos podem discernir entre aqueles falam pelo Espírito de Deus e aqueles que não falam de maneira simples e direta: todos os que professam fé que Jesus Cristo veio como carne fala pelo Espírito de Deus, mas os que negam falam pelo espírito do anticristo.
Nos versos 4 e 5, João confirma que aqueles que creem na verdade do Evangelho de Cristo, assim o fazem por possuírem o maior dos espíritos, contudo aqueles que estavam sendo guiados pelo mundo, ouviam as coisas do mundo. Aqueles que eram de Deus acreditariam nas palavras de João e dos demais verdadeiros cristãos acerca desse ensino. Vejam o verso 6: “Nós viemos de Deus, e todo aquele que conhece a Deus nos ouve, mas quem não vem de Deus não nos ouve” . A seguir, nos versos 7, 8, e 9,  João fala a respeito do amor de uns para com os outros e fecha reafirmando o amor de Deus para com os homens no final do verso 10  “... enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” . João queria novamente enfatizar que Cristo não somente veio como homem, mas também morreu como homem, pelos nossos pecados. A crença do docetismo punha em xeque não somente a encarnação, mas também validade do sacrifício e da ressurreição. Lembremos do que Paulo diz em 1ª Corintios 15.14 se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm .
Para que o leitor entenda onde quero chegar e entenda a gravidade deste assunto, Segundo Franklin Ferreira,
Para os docetas [...] Cristo não foi plenamente encarnado na carne, pois a matéria é intrinsecamente má. As epístolas de Colossenses e João argumentam contra esta noção pré-gnóstica. Esta posição tem reaparecido atualmente no ensino dos evangelistas da prosperidade.[2]
               
                O atual pseudoevangelho da prosperidade não somente tem maculado a igreja no que se refere às bênçãos materiais, financeiras e relativas à cura, mas os pregadores neopentecostais tem negado a divindade de Cristo. Esses tais têm adequado a verdadeira Palavra às suas palavras e não às de Deus. Eles vem construindo discursos a seu gosto corrupto, pois eles não são de Deus. Fujamos destes, eles não falam em nome de Deus!


[1] Bíblia de Estudo de Genebra. 2. ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2009. pág. 1696.
[2] FERREIRA. Franklin, MYATT. Alan, Teologia Sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova. 2008. P. 487.



Felipe Medeiros

www.facebook.com/felipealexandremedeiros