Às vezes tenho a impressão que as
igrejas que não falam sobre o pecado, não entendem a seriedade que ele
representa. Suponho que o motivo pelo qual eles não citam tal assunto é porque
não conhecem a Santidade de Deus. Deus é totalmente santo, e como santo não
tolera um pecado sequer. Em toda a escritura, é mostrada a figura de um Deus
três vezes Santo, e que não pode se relacionar com pecadores. Enquanto nós
comparamos nossa justiça com a de outro homem, somos tendenciosos a nos achar
justos, santos, merecedores de honra e etc. Mas quando confrontamos nosso
pecado com a Santidade de Deus entramos em desespero, e tudo que conseguimos
dizer (quando conseguimos dizer algo...) é: “Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de
lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos
viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! "Isaías 6:5
Jó apelou várias vezes, durante
suas perdas, para sua Autojustiça, chegando até mesmo a
questionar Deus em seu juízo. Jó olhava para os outros homens e se via reto. E
de certa forma ele tinha razão. Ele era o homem mais reto da face da terra. Mas
Deus usou de sua soberana providência fazendo com que Jó, ao longo de seu
sofrimento, olhasse para Deus e visse que diante de Deus não há um justo
sequer. E que ele necessitava de um mediador, de alguém que o
justificasse. Enquanto Jó olhava para os
homens ele sentia-se digno, mas quando Jó viu a santidade de Deus ele percebeu
o quão miserável ele era, que estava perdido, que não poderia contemplar á um
Deus santo sem que houvesse alguém para fazer a mediação. Que diante do justo
juiz, ele precisava de um advogado não só a altura, mas das alturas. Só ai ele
pôde contemplar a figura do seu Redentor, que por fim se levantaria sobre a
terra.
É somente quando nós enxergamos a Santidade de Deus que podemos ver nosso pecado como ele realmente é. E vemos que estamos totalmente destituídos da presença favorável de Deus. Diante de todo esse cenário a figura de Cristo aparece de forma totalmente essencial para intermediar esse relacionamento. Que só o Filho de Deus, em sua encarnação, sua vida perfeita, sua morte e ressurreição pode nos dar aceso ao Pai. Que fora de Cristo estamos debaixo da ira divina.
Cristo só será precioso para nós, quando entendermos o quão pecadores nós somos. O sacrifício do cordeiro imaculado só é necessário para um povo que tem consciência de que pecou contra Deus. Sem a noção de pecado a propiciação e a expiação não fazem o menor sentido. Por que é necessário falar sobre pecado? Porque quanto mais pecadores nós nos vermos, maior vai ser nosso apego á Cristo. Quanto mais indignos, impuros e fracos nos vermos, Cristo será infinitamente mais digno, puro e poderoso. Por isso devemos falar sobre o pecado, para que a cada dia nos quebrantemos nos despindo de nossa autojustiça, para glorificar cada vez mais aquele que nos salvou. Que prossigamos em nos humilhar de maneira que toda honra e glória seja dada a Jesus Cristo nosso Senhor!
Guilherme Barros
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