O
Pai, o Filho e o Espírito caracterizam-se em sua essência por um amor que se doa pelo outro. [...] Se
este mundo foi criado por um Deus triúno, relacionamentos de amor são a essência
da vida.
Veja
bem, diferentes visões de Deus trazem implicações diferentes. Se Deus não
existe – se estamos aqui por mero acaso, estritamente em consequência da
seleção natural - então, o que eu e você
chamamos de amor não passa de uma reação química do cérebro. Os biólogos
evolucionistas dizem que não há em nós nada que não esteja lá por ter ajudado
nossos ancestrais a passar adiante com maior êxito nosso código genético. Se
você sente amor, isso se dá apenas pelo fato de essa combinação de fatores químicos
capacitar a sua sobrevivência a levar as partes do corpo para os ocais que eles
precisam estar para transmitir seu código genético. Isto é tudo que é o amor:
pura química. Por outro lado, se Deus existe, mas é unipessoal, houve um tempo
em que Deus não era amor. Antes que ele criasse o mundo, quando havia apenas ama
pessoa divina, não havia a quem amar, pois o amor só pode existir em um
relacionamento. Se um Deus unipessoal tivesse criado o mundo e os que nele
habitam, tal Deus em essência não seria amor. Seria poder e grandeza,
possivelmente, mas não amor. No entanto, se por toda a eternidade, sem que
tenha havido inicio ou fim, a realidade suprema é uma comunhão de pessoas que
conhecem e amam umas às outras, então a realidade suprema tem a ver com relacionamentos
de amor.
Por que um Deus triúno criaria o mundo? Se
ele fosse um Deus unipessoal, você poderia dizer: “Bem, ele criou o mundo para
que tivesse seres que o amassem e o adorassem, que lhe trouxessem alegria.”.
Mas o Deus triúno já tinha tudo isso – e em si mesmo recebia amor de uma forma
muito mais pura e poderosa do que os seres humanos poderiam lhe dar. Então, por
que iria nos criar? Há somente uma resposta. Ele deve ter nos criado não para
receber alegria, mas para dar. Ele deve ter-nos criado para nos convidar a
entrar na dança, para dizer: Se você me glorificar, se centralizar a sua vida
em torno de mim, apreciar minha beleza por aquilo que sou em mim mesmo, então
você entrará na dança, que é o motivo pela qual você foi criado. [...] Você é feito para entrar na dança divina com
a Trindidade.
KELLER, Timothy. Capitulo
1: A Dança. In: A Cruz do Rei: a história do mundo na vida de Jesus, tradução
de Maria K. A. de Siqueira Lopes. São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições
Vida Nova, 2012.
Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd
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