sexta-feira, 14 de março de 2014

Por Que um Deus Triúno Criaria o Mundo? Com a Palavra, Tim Keller

O Pai, o Filho e o Espírito caracterizam-se em sua essência por um amor que se doa pelo outro. [...] Se este mundo foi criado por um Deus triúno, relacionamentos de amor são a essência da vida.

Veja bem, diferentes visões de Deus trazem implicações diferentes. Se Deus não existe – se estamos aqui por mero acaso, estritamente em consequência da seleção natural -  então, o que eu e você chamamos de amor não passa de uma reação química do cérebro. Os biólogos evolucionistas dizem que não há em nós nada que não esteja lá por ter ajudado nossos ancestrais a passar adiante com maior êxito nosso código genético. Se você sente amor, isso se dá apenas pelo fato de essa combinação de fatores químicos capacitar a sua sobrevivência a levar as partes do corpo para os ocais que eles precisam estar para transmitir seu código genético. Isto é tudo que é o amor: pura química. Por outro lado, se Deus existe, mas é unipessoal, houve um tempo em que Deus não era amor. Antes que ele criasse o mundo, quando havia apenas ama pessoa divina, não havia a quem amar, pois o amor só pode existir em um relacionamento. Se um Deus unipessoal tivesse criado o mundo e os que nele habitam, tal Deus em essência não seria amor. Seria poder e grandeza, possivelmente, mas não amor. No entanto, se por toda a eternidade, sem que tenha havido inicio ou fim, a realidade suprema é uma comunhão de pessoas que conhecem e amam umas às outras, então a realidade suprema tem a ver com relacionamentos de amor.

Por que um Deus triúno criaria o mundo? Se ele fosse um Deus unipessoal, você poderia dizer: “Bem, ele criou o mundo para que tivesse seres que o amassem e o adorassem, que lhe trouxessem alegria.”. Mas o Deus triúno já tinha tudo isso – e em si mesmo recebia amor de uma forma muito mais pura e poderosa do que os seres humanos poderiam lhe dar. Então, por que iria nos criar? Há somente uma resposta. Ele deve ter nos criado não para receber alegria, mas para dar. Ele deve ter-nos criado para nos convidar a entrar na dança, para dizer: Se você me glorificar, se centralizar a sua vida em torno de mim, apreciar minha beleza por aquilo que sou em mim mesmo, então você entrará na dança, que é o motivo pela qual você foi criado. [...] Você é feito para entrar na dança divina com a Trindidade.



KELLER, Timothy. Capitulo 1: A Dança. In: A Cruz do Rei: a história do mundo na vida de Jesus, tradução de Maria K. A. de Siqueira Lopes. São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2012.
Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd

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