Deus não é obrigado a dar nada a
ninguém. Começo esse texto sendo objetivo nesse ponto, pois não posso ver mais
ou ouvir pessoas dizendo que ‘Deus deve’, ‘Deus deveria’. Ou falarem que Deus
vai fazer algo, declarando palavras ao vento para que estas ‘hajam no mundo
espiritual’ fazendo realidade os desejos de quem as ‘libera’. São esses dois
pontos dos quais eu pretendo discorrer agora. (– Dá-me graça, Senhor!).
O fato é que esse tipo de
doutrina está invadindo as igrejas. Pessoas têm sido contagiadas por essa forma
fácil de um evangelho fácil onde você está no controle da situação. Colocando a
soberania de Deus no fundo do baú e sendo pequenos deuses soberanos em seus
caminhos. Lamentável. Deus é imutável. E sendo soberano e todo poderoso, não
recebe ordens de ninguém nem sugestão de quem quer que seja.
"Quem primeiro me deu, para
que eu haja de retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é
meu". (Jó 41:11)
Tentar manipular quem Deus é e as
suas atitudes é insultar a sua soberania e autoridade. É relativizar um Deus
absoluto em grandeza, verdade e poder. E é aí que me pergunto da forma que foi
questionado em Romanos: o barro tem algum direito sobre o Oleiro? Que
autoridade é essa? Que poder é esse? Quem é o homem que dê palpite nas coisas
de Deus? Ou muito pior, quem é o homem para que diga a Deus o que ele deve ou
não fazer?
"Tal ciência é para mim
maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir". (Sl 139:6)
"O profundidade das
riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os
seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos"! (Rm 11:33)
Essa doutrina acompanha uma
segunda prática estranha e antibíblica. É o exercício do ‘poder da palavra’.
Usando o argumento de que a ‘palavra tem poder’, pessoas saem dizendo mentiras
ao vento em voz alta para que as coisas sobrenaturalmente aconteçam conforme a
vontade do homem. É no mínimo contraditório. Pois se declaramos coisas que não
existem para ‘trazê-las à existência’, estamos mentindo e, assim, infringindo a
Lei de um Deus que é Santo e que em si é a Verdade. Sendo o Satanás o pai da
mentira. De quem é filho aquele que fala mentiras?
“O que o homem mais deseja é o
que lhe faz bem; porém é melhor ser pobre do que mentiroso”. (Pv 19:22).
Consegue ver, então, o perigo de
tal doutrina? Chego a ser duro nas palavras, mas insisto em dizer que se uma
doutrina mentirosa ensina pessoas a declararem coisas que não existem ‘pela fé’
(fé em quê?), tais pessoas estão ensinando outras a mentirem. Estão fazendo
ensinamentos demoníacos. Não é apenas um erro da igreja de Cristo. Pois tal
corpo não pode ser confundido com o de Cristo.
Não estou aqui dizendo, porém,
que não existem pessoas genuinamente cristãs em igrejas que pregam uma doutrina
desta natureza. Mas posso afirmar com propriedade que tais pessoas estão
famintas e não estão sendo alimentadas em tais comunidades religiosas. Pois o
seu alimento deve ser a palavra de Deus. Sendo assim, não estão sendo saciadas
pelo evangelho de Cristo (e que Deus tenha misericórdia dessas pessoas).
Lembro-me ligeiramente de uma pregação do irmão Paul Washer que diz que nessas
determinadas igrejas pessoas pregam uma doutrina carnal para pessoas carnais se
alimentarem. Enquanto as pessoas nascidas do Espírito não são alimentadas.
A conclusão de tudo isso nos
parece tão óbvia, não é? Porém, não compreendo a razão pela qual se propaga
tanto tal mentira pregada em igrejas que se denominam evangélicas, mas que não
pregam o evangelho bíblico. Não há outra explicação para esse crescimento de
tal doutrina se não a advertência bíblica de que esses falsos mestres
apareceriam. Ratificando: você não determina, não decreta nem ordena nada. O
poder é de Deus, a glória é de Deus. O barro não tem direito sobre o Oleiro.
Sola Scriptura!!!
Walisson Alves
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