segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Ainda não é Agora


Meu lar (Palavrantiga)
“Meu lar está pronto
Mas ainda não é agora
Mas tenho que esperar
No amor, meu bem, espero.
Meu lar não está tão longe
Caminho sempre querendo encontrar
No tempo um lugar de eternidade
Meu lar já foi o beijo da noite
O abraço quente de uma bela estranha
Um tanto vulgar de um gosto sem paz
Na casa do tempo e fez pra acabar
Foi sem pai nem mãe
Foi sem irmão
Foi à rua, foi o medo.
Meu lar não está tão longe
Caminho certo que vou encontrar
Meu doce lugar na eternidade
Meu lar é feito sobre a rocha
É casa aberta pra gente ficar
É canto que eu vi bem antes de estar
É perto do Pai
Meu rumo, meu lugar.
Meu lar está pronto
Mas ainda não é agora
Mas tenho que esperar
No amor, meu bem, espero”.
É. O CD mais recente do Palavrantiga continua tocando na minha cabeça. A playlist é a mesma, os arranjos insistem em tocar e as letras estão na ponta da língua. Não fosse apenas isso, as letras continuam a me tocar com sua sutileza em verbalizar aquilo que o coração do cristão genuíno sente. Colocações de palavras muito bem feitas para expressar a nossa corrida na maratona cristã.
A música Meu Lar (faixa 10) consegue dizer muito bem aquilo que é meu e que é íntimo de todo o Cristão: a obra em andamento feita durante toda a vida do homem. "Meu lar está pronto Mas ainda não". 
Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo; (Filipenses 1:6)
 Lembro-me rapidamente de outra canção do grupo. É quase enfático. "Estou em obras e essa morada um dia será perfeição" (Casa). Fazendo-me lembrar de quem eu sou e do estado em que me encontro na carreira. E o interessante é que é inevitável não traçar um caminho nos álbuns da banda atrelando as letras a estados da vida cristã. Pois sei que sou Feito de Barro. Inclusive, do mesmo barro que os ímpios. O pó da terra que é matéria-prima da minha existência é também dos usuários de droga que neste momento estão dilacerando suas vidas nas calçadas da cracolândia; o mesmo barro da menina que vende o seu corpo como uma mercadoria banalizada, desvalorizada.

"Eu olhei o meu dia". Logo percebi o que me difere dos outros criados do mesmo barro. Eu sei que tudo o que faço, o que canto, o que escrevo, o que falo é apenas vontade de agradar e conhecer mais a Deus. É um clamor em alta voz, chamando o nome de Jesus na noite escura. É um estágio da obra redentora de Cristo onde se abrem os olhos para que o homem reconheça que se necessita de um salvador.

Isso tudo também Fe faz lembrar mais uma outra canção do Marcos Almeida que fala que todos nós estávamos anteriormente sobre o mesmo chão esquecidos “do lado de lá”, cercados. Mas que uma esperança saltou o muro e nos abordou deste lado. E que agora amamos essa esperança que nos alcança. É a Boa Nova.

Depois disto, andamos olhando o andar de Cristo. Prestando atenção na ‘imagem mais perfeita da verdade’. Pois é como ele e para ele que vivemos. A carreira, que não sabemos bem onde começou, passa nesse momento a ter uma base sólida. A carreira para chegar em um lar que está pronto, mas que não estamos prontos para ele. É a obra da santificação.

Há muito para dizer de tudo isso. Mas o homem não consegue, ele não pode mensurar tamanha obra. Para ele basta viver a Boa Nova, repetir a Palavra viva e completa em si. Andar de forma que um dia possa dizer palavras semelhantes as de Paulo: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé (2 Timóteo 4:7).

E com a volta de Cristo sim. A hora de triunfar, a hora de habitar numa eternidade junto de Deus. Sem dor, sem choro, sem erro ou falha alguma, na plenitude da perfeição. Recebendo as prometidas recompensas e desfrutando do desfecho da graça de Deus. Cantando ao Rei das Nações.
Louvado e engrandecido seja o nome do nosso Deus!

Ainda estamos na carreira. Não importa em que estágio do caminho. Ainda não é a hora. Mas às vezes o que é sagrado se torna hilário. E algumas pessoas têm a triste tendência de proclamar os galardões antes do tempo. Aqui. Prematuros e imperfeitos que são não podem vir do Ser Perfeito. Presentes que nascem e morrem na carnalidade do homem, sem plenitude, cheios de máculas.

Assim, o cristão deve estar firmado apenas na esperança que nos dá a Boa Nova. Sem se deslumbrar com aquilo que parece sagrado, mas que é profano; carnal. Deve perceber que ‘esperar é caminhar’ e que caminhando, ‘seguro vai’ nas mãos de Deus. Até que chegue a hora certa onde desaguará esse rio, essa carreira.

Walisson Alves

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