O coração humano
O popular mantra “siga seu coração” assume que nós temos uma bondade inerente dentro de nós, e que nós precisamos apenas expressar isso às outras pessoas.
John Keats, poeta romântico inglês, escreveu: “Eu de nada tenho certeza, a não ser da realidade das afeições do coração e da verdade da Imaginação.”
E quem não se lembra do desenho “Ursinhos carinhosos”, que usavam poderes vindos do coração para derrotar o vilão “Coração Gelado”?
Na verdade, Jesus trouxe algumas más notícias no que diz respeito ao que vem do coração humano: pensamentos vis, imoralidade sexual, roubo, homicídio, adultério, falso testemunho, ganância, malícia, dissimulação, lascívia, inveja, fofoca, arrogância e frivolidades (Mateus 15.17-20; Marcos 7.20-22). Ele conclui, “Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem ‘impuro’.
Em Gálatas 5.17-21, Paulo segue a linha de Jesus e nos diz que é inerente a nós a imoralidade sexual, impureza, sensualidade, idolatria, feitiçaria, inimizade, conflito, ciúmes, ira, rivalidade, dissensão, divisão, inveja, embriagues, orgias e outras coisas desse tipo.
O Fruto do Espírito
Após fazer uma lista de desejos pecaminosos, Paulo procede e lista os Frutos do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, mansidão, fidelidade e domínio próprio. O fruto do Espírito não nos é inerente, mas é trabalhado em nós pelo Espírito Santo.
O coração natural do homem produz um tipo de desejo, e o Espírito produz outro tipo ao nos dar um novo coração. E eles se opõem. Moitas não produzem laranjas. Grama não produz maçãs. E o coração humano não consegue produzi naturalmente o fruto do Espírito.
Enganos
Infelizmente, alguns Cristãos tratam o fruto do Espírito como uma nova lei – metas que precisamos nos esforçar para atingir com nossas próprias forças. Não é isso que Paulo quer dizer. O fruto do Espírito é trabalhado pelo Espírito, não por nós. Essa é uma mensagem de grade esperança, não de resignação pessimista. O fruto do Espírito é algo que podemos pedir a Deus e esperar que ele nos dê. O fruto do Espírito é a esperança pelo agir de Deus em nós; não é um dever a ser cumprido. O fruto do Espírito é uma antecipação do que Deus pode fazer por nós; não é uma expectativa moral com ameaça de punição. O fruto do Espírito é Deus matando partes de nós para transformá-las – cortando para curar, destruindo para reconstruir. O fruto não é nossa dedicação a nossas intenções piedosas.
Se é Deus quem trabalha em nós a o querer e o efetuar de acordo com sua bondade (Filipenses 2.13), então porque nós começamos com o Espírito e na realidade, tentamos atingir nossos objetivos por nossas próprias forças (Gálatas 3.3)?
• Como você demonstra seu amor quando sente ódio por seu (sua) ex? Ou pela pessoa que te ofendeu? Ou aquele seu amigo egocêntrico e chato?
• Como você demonstra alegria quando está paralisado pelo medo e pela insegurança?
• Como você encontra paz quando está cheio de preocupações sobre seu passado, presente, ou futuro?
• Como você mantém a paciência quando você acorda no meio da noite, cheio de uma ansiedade tão grande que você consegue até sentir no próprio corpo?
• Como você age com bondade quando há tantas pessoas que agem como se fosse seus inimigos?
• Como você age com mansidão quando percebe que os mais mansos são normalmente pisados como pano de chão?
• Como você age com bondade quando a maldade surge mais naturalmente e parece ser mais recompensadora?
• Como você mantém o domínio próprio quando seu desejo pelo prazer imediato parece tão fora de controle?
Transformação
Por nós mesmos, não somos capazes de nenhuma dessas coisas, pois o fruto do Espírito é um agir de Deus em nós, não um plano de ação para eliminar o pecado e atingir a santidade. Não precisamos de um ajuda do Espírito Santo combinada com nosso “esforço espiritual”. Precisamos que o Espírito nos transforme. Precisamos que o Espírito nos dê um novo coração, com novos desejos e afeições: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (2 Coríntios 5.17).
O fruto do Espírito é o fruto da fé e do arrependimento, não uma auto-determinação espiritual. O fruto do Espírito é a esperança de que Deus vai fazer o que prometeu: restaurar o que foi destruído, ser fiel quando você não é, e agir com poder em tempos de fraqueza.
Justin Holcomb é o Diretor Acadêmico do centro de treinamento do The Resurgence
Traduzido por Filipe Schulz
Intercâmbio feito por Guilherme Barros
Artigo originalmente publicado em: http://iprodigo.com/traducoes/siga-seu-coracao.html
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