quinta-feira, 26 de junho de 2014

A Mulher Cristã e as Reflexões sobre Temas Polêmicos Dentro e Fora da Igreja

Na semana passada, exatamente no dia 18/06 o blog Estadão publicou um texto da blogueira Ruth Manus intitulado “A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer.” Confesso que li esse texto várias vezes seguidas para fixar bem em minha mente sobre o assunto que estava sendo tratado e para entender que ele estava sendo escrito por uma autora não cristã.

No mesmo dia, várias mulheres compartilharam o texto, umas concordando e outras dizendo que discordavam completamente da ideia daquele texto. Após algumas discussões com amigos cristãos, percebi que 70% (estatística feita em pensamento rsrs) discordavam do texto e diziam que a autora estava propagando conceitos feministas e os outros 30%, para meu conforto, compartilhavam comigo da mesma ideia de que o texto era uma crítica ao feminismo e aos valores colocados e exigidos das mulheres ditas modernas.

Minha intenção ao escrever esse texto é trazer algumas reflexões sobre certos pontos específicos falados no texto da blogueira Ruth Manus e assim pensarmos eles à luz das Sagradas Escrituras e os envolvendo em assuntos polêmicos dentro da nossa Igreja Cristã.

Em nossa cultura moderna, percebemos predominar cada vez mais, o sentimento de independência entre meninas, jovens e até mulheres já maduras. Quem entre nós, nunca se viu pensando assim? Particularmente, fui criada em um lar não cristão e cresci ouvindo minha mãe dizer que eu deveria ser independente quando mais velha, me identifiquei muito com essa parte do texto: “[...] Somos a geração que foi criada para ganhar o mundo. Incentivadas a estudar, trabalhar, viajar e, acima de tudo, construir a nossa independência. [...]”. Até dentro do casamento a ouvia falar que eu não deveria depender do meu futuro esposo. É até normal ver isso em um lar não cristão, pois estes não crescem estruturados nas Sagradas Escrituras, mas o que mais me deixa triste é ver isso ser dito dentro de um lar cristão e perceber o quanto cada dia mais as mulheres cristãs estão deixando de entender os conceitos bíblicos sobre o seu papel como mulher que deve agradar a Deus.

Martha Peace* uma autora referência para as mulheres cristãs fala assim em seu livro Mulheres em Apuros: “Quando me pergunto ‘Quem sou eu?’ a resposta é: ‘Uma mulher criada por Deus à sua imagem. Minha responsabilidade como criatura de Deus é glorifica-Lo e servi-Lo como Ele merece. Com frequência, isso está no papel bíblico de esposa ou mãe.’”. “Disse então o homem: ‘Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada" (Gênesis 2.23). A primeira mulher (Eva) foi criada para ser auxiliadora do homem, os dois não foram criados ao mesmo tempo, Deus criou a mulher após observar que o homem (Adão) se sentia sozinho e precisava de uma auxiliadora. Não é incomum vermos até em famílias não cristãs, onde não existe o entendimento da aliança do casamento como a aliança entre Cristo e a Igreja, as mulheres cumprindo seu papel de esposa e mãe, isso sendo descrito na Palavra para regra para os cristãos, mas que é também vivido pela nossa sociedade como regras morais para o bom andamento desta.

Nos dias de hoje, as mulheres são criadas para viverem “inteiramente independentes”, sem exercer nenhum tipo de submissão, e no que isso tem resultado?  Em mulheres ainda mais dependentes, porém de si mesmas, dentro de uma forma de idolatria maquiada. Quando pensamos na consequência desse fator de não submissão, esse mal tem entrado também em nossas congregações, levando mulheres ao desejo afrontador de tornarem-se “pastoras”, buscando uma liderança bem distante da influência ou submissão a masculina, inteiramente afastadas dos padrões bíblicos. Em uma discussão recente nas redes sociais, uma garota, que dizia-se ovelha de uma “pastora”, falava que ninguém poderia dizer que Deus não se agrada de um pastorado feminino, pois todos deviam vê que as mulheres que se levantam para os ministérios são mulheres “ungidas por Deus”. Tudo bem, mas vamos partir para o que a Palavra de Deus diz: “A mulher deve aprender em silêncio, com toda a sujeição. Não permito que a mulher ensine nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão e depois Eva. E Adão não foi enganado, mas sim a mulher que, tendo sido enganada, se tornou transgressora. Entretanto, a mulher será salva dando à luz filhos - se permanecer na fé, no amor e na santidade, com bom senso.” (1 Timóteo 2.11-15). Essa passagem se refere à ordem no culto, mas também traz valores e ensinos para o papel da mulher cristã na igreja. O que Paulo quer dizer nessa passagem, apesar de muitos se levantarem apontando como um é um tipo de machismo, é que as mulheres não podem e nem devem exercer cargos oficiais em suas igrejas, ofícios como diaconia ou presbiterato. Muitos, cristãos e não cristãos, falam que essa passagem compromete todo o trabalho da mulher na igreja, mas não é bem assim, infelizmente para entender isso é necessário um estudo bem mais detalhado e não posso me ater à isso nesse texto.

Muitas mulheres se veem frustradas também na hora da procura por um companheiro também porque não entendem onde estão errando em seu modo de agir, de se vestir. Ruth Manus diz: “[...] Talvez se eu fosse mais delicada… Não falasse palavrão. Não tivesse subordinados. Não dirigisse sozinha à noite sem medo. Talvez se eu aparentasse fragilidade. Talvez se dissesse que não me importo em lavar cuecas. Talvez... [...]”. A autora é muito sábia nessas palavras ao confrontar que ela foi tão criada para ser totalmente avessa ao cuidado de um homem que ela pensa que talvez agindo dessa determinada forma ela possa encontrar um homem para sua vida.

Há um ponto onde não concordo com a autora que é esse: “[...] não estou aqui, num discurso inflamado, culpando os homens. Não. A culpa não é exatamente deles. É da sociedade como um todo. Da criação equivocada. Da imagem que ainda é vendida da mulher. Dos pais que criam filhas para o mundo, mas querem noras que vivam em função da família. [...]”. Ela fala que a culpa é da sociedade como um todo e nós como cristãos sabemos que a culpa é do pecado. “Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e ­o deu a seu ma­rido, que comeu também. Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobri­r-se.” (Gênesis 3.6-7). Sabemos que foi aqui onde o pecado entrou no mundo e a partir daí todo mal, toda corrupção, toda impureza, todo desvio advém do pecado que mora no nosso coração.

 A minha intenção com esse texto não foi a de concordar em 100% com a autora do texto polêmico, mas sim de trazer a mente e para a reflexão de que até a sociedade, aqueles que não seguem padrões cristãos, estão percebendo que está existindo algo de errado com os conceitos que antes eram válidos e seguidos para o nosso bem. Que Deus nos dê força e sabedoria para trilharmos caminhos que O agrade em todos os momentos, nós mulheres e aos homens cristãos também, que nossa regra de fé e prática seja a Bíblia e que dela tiremos os nossos “passos” a percorrer nessa peregrinação que ruma à Vida Eterna.

Termino então com uma reflexão ainda de Martha Peace*: “Conforme estudamos as Escrituras e amadurecemos em nossa compreensão acerca do pensamento e das crenças piedosas, adquirimos mais discernimento sobre as formas erradas pelas quais temos sido influenciadas. Em vez de sermos atraídas pela fascinação da filosofia feminista que agrada nossos ouvidos, o autor de Hebreus escreveu que nossas faculdades serão ‘exercitada para discernir não somente o bem, mas também o mal’. (Hebreus 5.14)”.

Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo. (Colossenses 2.8)


LARYSSA LOBO


*Martha Peace em Mulheres em Apuros – Soluções bíblicas para os problemas que as mulheres enfrentam. Editora Fiel, 2010.
*Link do texto da blogueira Ruth Manus: http://blogs.estadao.com.br/ruth-manus/a-incrivel-geracao-de-mulheres-que-foi-criada-para-ser-tudo-o-que-um-homem-nao-quer/


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