Na semana passada, exatamente no dia 18/06 o
blog Estadão publicou um texto da blogueira Ruth Manus intitulado “A incrível
geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer.”
Confesso que li esse texto várias vezes seguidas para fixar bem em minha mente
sobre o assunto que estava sendo tratado e para entender que ele estava sendo escrito
por uma autora não cristã.
No mesmo dia, várias mulheres compartilharam
o texto, umas concordando e outras dizendo que discordavam completamente da
ideia daquele texto. Após algumas discussões com amigos cristãos, percebi que 70%
(estatística feita em pensamento rsrs) discordavam do texto e diziam que a
autora estava propagando conceitos feministas e os outros 30%, para meu
conforto, compartilhavam comigo da mesma ideia de que o texto era uma crítica
ao feminismo e aos valores colocados e exigidos das mulheres ditas modernas.
Minha intenção ao escrever esse texto é trazer
algumas reflexões sobre certos pontos específicos falados no texto da blogueira
Ruth Manus e assim pensarmos eles à luz das Sagradas Escrituras e os envolvendo
em assuntos polêmicos dentro da nossa Igreja Cristã.
Em nossa cultura moderna, percebemos predominar
cada vez mais, o sentimento de independência entre meninas, jovens e até mulheres
já maduras. Quem entre nós, nunca se viu pensando assim? Particularmente, fui
criada em um lar não cristão e cresci ouvindo minha mãe dizer que eu deveria
ser independente quando mais velha, me identifiquei muito com essa parte do
texto: “[...] Somos a geração que foi criada para ganhar o mundo. Incentivadas
a estudar, trabalhar, viajar e, acima de tudo, construir a nossa independência.
[...]”. Até dentro do casamento a ouvia falar que eu não deveria depender do
meu futuro esposo. É até normal ver isso em um lar não cristão, pois estes não
crescem estruturados nas Sagradas Escrituras, mas o que mais me deixa triste é ver
isso ser dito dentro de um lar cristão e perceber o quanto cada dia mais as
mulheres cristãs estão deixando de entender os conceitos bíblicos sobre o seu
papel como mulher que deve agradar a Deus.
Martha Peace* uma autora referência para as
mulheres cristãs fala assim em seu livro Mulheres em Apuros: “Quando me
pergunto ‘Quem sou eu?’ a resposta é: ‘Uma mulher criada por Deus à sua imagem.
Minha responsabilidade como criatura de Deus é glorifica-Lo e servi-Lo como Ele
merece. Com frequência, isso está no papel bíblico de esposa ou mãe.’”. “Disse
então o homem: ‘Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela
será chamada mulher, porque do homem foi tirada" (Gênesis 2.23). A
primeira mulher (Eva) foi criada para ser auxiliadora do homem, os dois não
foram criados ao mesmo tempo, Deus criou a mulher após observar que o homem
(Adão) se sentia sozinho e precisava de uma auxiliadora. Não é incomum vermos
até em famílias não cristãs, onde não existe o entendimento da aliança do
casamento como a aliança entre Cristo e a Igreja, as mulheres cumprindo seu
papel de esposa e mãe, isso sendo descrito na Palavra para regra para os
cristãos, mas que é também vivido pela nossa sociedade como regras morais para
o bom andamento desta.
Nos dias de hoje, as mulheres são criadas
para viverem “inteiramente independentes”, sem exercer nenhum tipo de
submissão, e no que isso tem resultado? Em mulheres ainda mais dependentes, porém de
si mesmas, dentro de uma forma de idolatria maquiada. Quando pensamos na
consequência desse fator de não submissão, esse mal tem entrado também em
nossas congregações, levando mulheres ao desejo afrontador de tornarem-se
“pastoras”, buscando uma liderança bem distante da influência ou submissão a masculina,
inteiramente afastadas dos padrões bíblicos. Em uma discussão recente nas redes
sociais, uma garota, que dizia-se ovelha de uma “pastora”, falava que ninguém
poderia dizer que Deus não se agrada de um pastorado feminino, pois todos
deviam vê que as mulheres que se levantam para os ministérios são mulheres
“ungidas por Deus”. Tudo bem, mas vamos partir para o que a Palavra de Deus
diz: “A mulher deve aprender em silêncio, com toda a sujeição. Não
permito que a mulher ensine nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja,
porém, em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão e depois
Eva. E Adão não foi enganado, mas sim a mulher que, tendo sido
enganada, se tornou transgressora. Entretanto, a mulher será
salva dando à luz filhos - se permanecer na fé, no amor e na santidade, com bom
senso.” (1 Timóteo 2.11-15). Essa passagem se refere à ordem no culto, mas
também traz valores e ensinos para o papel da mulher cristã na igreja. O que Paulo
quer dizer nessa passagem, apesar de muitos se levantarem apontando como um é
um tipo de machismo, é que as mulheres não podem e nem devem exercer cargos
oficiais em suas igrejas, ofícios como diaconia ou presbiterato. Muitos,
cristãos e não cristãos, falam que essa passagem compromete todo o trabalho da
mulher na igreja, mas não é bem assim, infelizmente para entender isso é
necessário um estudo bem mais detalhado e não posso me ater à isso nesse texto.
Muitas mulheres se veem frustradas também na
hora da procura por um companheiro também porque não entendem onde estão
errando em seu modo de agir, de se vestir. Ruth Manus diz: “[...] Talvez se eu
fosse mais delicada… Não falasse palavrão. Não tivesse subordinados. Não
dirigisse sozinha à noite sem medo. Talvez se eu aparentasse fragilidade.
Talvez se dissesse que não me importo em lavar cuecas. Talvez... [...]”. A
autora é muito sábia nessas palavras ao confrontar que ela foi tão criada para
ser totalmente avessa ao cuidado de um homem que ela pensa que talvez agindo
dessa determinada forma ela possa encontrar um homem para sua vida.
Há um ponto onde não concordo com a autora
que é esse: “[...] não estou aqui, num discurso inflamado, culpando os homens.
Não. A culpa não é exatamente deles. É da sociedade como um todo. Da criação
equivocada. Da imagem que ainda é vendida da mulher. Dos pais que criam filhas
para o mundo, mas querem noras que vivam em função da família. [...]”. Ela fala
que a culpa é da sociedade como um todo e nós como cristãos sabemos que a culpa
é do pecado. “Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar,
era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter
discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu
também. Os olhos
dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para
cobrir-se.” (Gênesis 3.6-7). Sabemos que foi aqui onde o pecado entrou no
mundo e a partir daí todo mal, toda corrupção, toda impureza, todo desvio advém
do pecado que mora no nosso coração.
A
minha intenção com esse texto não foi a de concordar em 100% com a autora do
texto polêmico, mas sim de trazer a mente e para a reflexão de que até a
sociedade, aqueles que não seguem padrões cristãos, estão percebendo que está
existindo algo de errado com os conceitos que antes eram válidos e seguidos
para o nosso bem. Que Deus nos dê força e sabedoria para trilharmos caminhos
que O agrade em todos os momentos, nós mulheres e aos homens cristãos também,
que nossa regra de fé e prática seja a Bíblia e que dela tiremos os nossos “passos”
a percorrer nessa peregrinação que ruma à Vida Eterna.
Termino então com uma reflexão ainda de
Martha Peace*: “Conforme estudamos as Escrituras e amadurecemos em nossa
compreensão acerca do pensamento e das crenças piedosas, adquirimos mais
discernimento sobre as formas erradas pelas quais temos sido influenciadas. Em
vez de sermos atraídas pela fascinação da filosofia feminista que agrada nossos
ouvidos, o autor de Hebreus escreveu que nossas faculdades serão ‘exercitada
para discernir não somente o bem, mas também o mal’. (Hebreus 5.14)”.
Tenham cuidado para que ninguém os escravize
a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos
princípios elementares deste mundo, e não em Cristo. (Colossenses 2.8)
LARYSSA LOBO
*Martha
Peace em Mulheres em Apuros – Soluções bíblicas para os problemas que as
mulheres enfrentam. Editora Fiel, 2010.
*Link
do texto da blogueira Ruth Manus: http://blogs.estadao.com.br/ruth-manus/a-incrivel-geracao-de-mulheres-que-foi-criada-para-ser-tudo-o-que-um-homem-nao-quer/
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