Normalmente, a afeição natural deve ser encorajada. No entanto, seria um erro pensar que o caminho que para obter a caridade consiste em sentar-se e tentar fabricar bons sentimentos [...] A regra comum a todos nós é perfeitamente simples. Não perca tempo perguntando-se se você "ama" o próximo ou não; aja como se o amasse. Assim que colocamos isso em prática, descobrimos um dos maiores segredos. Quando você se comporta como se tivesse amor por alguém, logo começa a gostar dessa pessoa. Quando você faz mal a alguém de quem não gosta, passa a desgostar mais ainda dessa pessoa. Já se, por outro lado, lhe fizer algo bom, verá que a aversão diminui [...] Sempre, porém, que fizermos o bem ao próximo por ele ser um "eu" igual a nós, criado por Deus, que deseja sua própria felicidade como nós desejamos a nossa, teremos aprendido a amá-lo um pouco mais, ou, no mínimo, a desgostar dele um pouco menos [...] O ímpio trata bem algumas pessoas por que "gosta" delas; o cristão, tentando tratar a todos com bondade, tende a gostar de um número cada vez maior de pessoas no decorrer do tempo - inclusive de pessoas de quem ele não imaginaria que um dia viesse a gostar.
FONTE: O Significado do Casamento. Timothy Keller e Kathy Keller, tradução de Suzana Klassen. Edições Vida Nova, 2012. Páginas 122. Extraído de Mere Christianity. Harper San Francisco, 2001, p. 130-1.
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