sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Porque Deus Permite que a Humanidade Sofra? Com a Palavra Augustus Nicodemus

Se Deus é pessoal, soberano, todo-poderoso, onisciente, amoroso e bom, como então explicar a ocorrência de tragédias, calamidades, doenças e sofrimentos que atingem bons e maus ao mesmo tempo?

         Creio que qualquer tentativa que um cristão faça para entender tragédias, desastres, catástrofes e outros males que sobrevêm à humanidade não pode deixar de levar em consideração dois componentes da revelação bíblica: a realidade da queda moral e espiritual do homem e o caráter santo e justo de Deus.

       Entendo que a Bíblia deixa claro que os nossos pecados, tanto o original quanto os pecados atuais que cometemos, por serem transgressões da lei de Deus, tornam-nos culpados e, portanto, sujeitos à ira justa de Deus, a sua justiça retributiva, pela qual ele trata o pecador com o que ele merece. Ou seja, a humanidade inteira, sem exceção – visto que não há um justo sequer, um único que seja inocente e sem pecado – está sujeita ao merecido castigo de Deus, o que inclui – atenção! – a morte, as misérias temporais (entre as quais se enquadram as tragédias, as calamidades, os desastres, as doenças, o sofrimento, etç.) e as misérias espirituais (que a Bíblia chama de morte eterna, inferno e lago de fogo).

       Deus traz esses castigos e misérias para despertar a raça humana, provocar o arrependimento, refrear o pecado do homem, incutir-lhe o temor de Deus, desapegar o homem das coisas desta vida e levá-lo a refletir sobre as coisas vindouras.

       As pessoas nascem cegas, deformadas, morrem em tragédias e acidentes, perdem tudo o que têm em catástrofes, não necessariamente porque são mais pecadoras que as demais, mas porque somos todos pecadores, culpados e sujeitos a misérias, castigos e males aqui nesse mundo.

     Sofrimento, calamidades etç. não são somente um prelúdio do julgamento eterno de Deus; há também um tipo de sofrimento no qual Deus é glorificado por meio de Cristo, em sua graça, e assim se torna, portanto, um exemplo e um prelúdio da salvação eterna. As tragédias servem para levar as pessoas a refletir sobre a temporalidade e fragilidade da vida e as coisas espirituais e eternas. Muitos têm encontrado Deus no caminho do sofrimento.

        Posso não saber os motivos específicos [do sofrimento], mas consola-me saber que Deus é justo, bom e verdadeiro, e que todas as suas obras são perfeitas e retas, e que nele não há engano.

NICODEMUS, Augustus Lopes. O ateísmo cristão e outras ameaças à Igreja. 1º Ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2011. Cáp. 21 (trechos); p. 129 – 136

Lidia Santos


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