Os calvinistas
muitas vezes se deparam com algumas questões que são aparentemente difíceis, e
que acabam por inundar nossas mentes com várias dúvidas acerca das verdades
bíblicas. Uma destas indagações que é comumente feita aos que advogam a
predestinação é a seguinte: por que pregar a palavra e orar por conversões se
os salvos já foram eleitos desde a eternidade? Pretendo nesta breve reflexão
tratar da questão envolvendo a oração. É contraditório orar sabendo que Deus já
escolheu os seus ou a contradição reside na oração feita por aqueles que
acreditam no livre arbítrio?
Desde cedo
somos apresentados à ideia de Livre Arbítrio, seja em pregações arminianas que
ouvimos, ou por filmes e canções, dentro ou fora da igreja. Até mesmo
os incrédulos acreditam nesta doutrina, exatamente por que ela dá mérito e
poder ao homem, pois “Deus só me salvou por que eu aceitei”. No entanto esta
concepção não é bíblica. Quando a bíblia nos fala que o homem está morto em
seus delitos e pecados (Ef 2:1) ele não nos dá margem para concluir que o homem
está adoentado, com indisposição ou uma mera virose. Ele está morto
espiritualmente! Agora pense bem, que escolha tem um morto? A sua liberdade é
usada somente para se deteriorar dentro do caixão.
Esta é a
realidade do homem depois da queda. O que pecado nos trouxe a morte física e
espiritual. Deste modo o pecador só usa de sua liberdade para pecar, assim como
uma pedra atirada de um penhasco, a única coisa que pode fazer é continuar
descendo até atingir o chão e se despedaçar. Mortos não tem livre arbítrio, é
por isso que Jesus nos fala em nascer de novo (João 3:3), e só Deus pode fazer isso,
arrancando nosso coração de pedra e nos dando um coração de carne (Ez
11.19-20). Nosso arbítrio não era livre e sim escravo do pecado, e se não fosse
à intervenção do Espírito de Deus estaríamos perdidos escolhendo sempre a
morte.
Diante de tudo
isso que vimos, percebendo a necessidade da intervenção do Espírito Santo para
que o homem seja salvo, só podemos concluir que nosso papel é pregar o evangelho,
pois ele é poder de Deus para salvação (Rm 1.16), e orar para que Deus alcance
o coração do pecador e derrube todas as barreiras, desvendando os seus olhos
para que veja a glória de Cristo (2 Co 2.44), se arrependa de seus pecados e o
siga pelos caminhos de vida eterna. É preciso orar pois só Deus pode salvar o
nosso amigo ou familiar pecador. Só ele pode dar vida a um morto espiritual
através do evangelho de Cristo.
Não existe contradição entre eleição e oração. Oramos,
pois sabemos que sem a ação do Espírito convencendo da justiça, do pecado e do
juízo (João 16.8) não haveria salvação, todos seriam condenados, como de fato
já estão. A verdadeira contradição existiria se acreditássemos no livre arbítrio
do homem e que a decisão final estava nas mãos de um cadáver, e assim não
haveria esperança alguma de conversão. Mas se cremos nas doutrinas da graça que
preguemos o evangelho e oremos sem cessar!
Rodrigo Ribeiro
Facebook: https://www.facebook.com/rodrigo.ribeiro.14811
Muito bom o texto
ResponderExcluirA sua liberdade é usada somente para se deteriorar dentro do caixão.