quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A Justiça de Deus em Romanos 9

Romanos 9: 14-24

Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?

Qualquer coisa que Deus faça deve ser justa. Daí que o feliz povo santo de Deus seja diferente dos outros. Simplesmente a graça de Deus os faz serem diferentes. Ele age como benfeitor nesta graça eficaz e previsora que distingue, porque sua graça é somente sua. Ninguém a mereceu, de modo que os que são salvos devem agradecer unicamente a Deus; e aqueles que perecem, devem somente culpar a si mesmos (Os 13.9). Deus não está obrigado além do que lhe pareça bem obrigar-se segundo sua aliança e promessa, que é sua vontade revelada. Esta é que receberá e não lançará fora os que vêm a Cristo; mas a eleição de almas, para que vão, é um favor antecipado e distintivo para os que Ele quer.

Por que ainda encontra faltas? Esta não é objeção que a criatura possa fazer a seu Criador, o homem contra Deus. A verdade, como acontece com Jesus, abate o homem, deixando-o como menos que nada, e estabelece a Deus como o soberano Senhor de tudo. Quem és tu, tão néscio, tão fraco, tão incapaz de julgar os conselhos divinos? Nos corresponde submeter-nos a Ele, não objetá-lo. Os homens não permitiriam ao infinito Deus o mesmo direito soberano para manejar os assuntos da criação, como o oleiro exerce seu direito a dispor de seu barro, quando do mesmo montão de barro faz um vaso para um uso honroso, e outro para uso mais vil? Deus não pode fazer injustiça por mais que assim o pareça aos homens. Deus fará evidente que odeia o pecado. Além disso, formou vasos cheios com misericórdia. A santificação é a preparação da alma para a glória. Esta é obra de Deus. Os pecadores se preparam para o inferno, mas Deus é quem prepara os santos para o céu; e a todos os que Deus destina para o céu no além, a esses prepara agora.

Queremos saber quem são esses vasos de misericórdia? Aos que Deus chamou, e esses não somente são dos judeus, senão dos gentios. Certamente que não pode haver injustiça em nenhuma destas dispensações divinas; não existe em Deus que exerce sua benignidade, paciência e tolerância para com os pecadores sujeitos à culpa crescente, antes de trazer-lhes sua destruição total. A falta está no mesmo pecador calejado. Enquanto a todos os que amam e temem a Deus, por mais que essas verdades pareçam estar além de seu entendimento, ainda assim guardam silêncio perante Ele. É somente o Senhor quem nos faz diferentes; devemos adorar sua misericórdia perdoadora e sua graça que recria, e sermos diligentes para assegurar nossa vocação e eleição.

MATTHEW HENRY

Fonte: Comentário Bíblico de Matthew henry, ed. CPAD

Intercâmbio feito por: Laryssa Lobo

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