Êxodo Capítulo 19.
O dia 7 de setembro tem um grande
significado para o povo brasileiro, ele marca o início de uma nova etapa na
vida da nação. O país conquistou liberdade para trilhar seus próprios passos,
livre para construir seu destino. Neste ano de 2013 as comemorações referentes
à independência do Brasil misturaram sentimentos de patriotismo expressos nos
desfiles cívicos realizados na maioria das grandes cidades do Brasil com sentimentos
de revolta e indignação populares expressos nas diversas manifestações de
protestos, também realizados em muitas cidades do País. Estes movimentos de
protestos refletem a insatisfação do povo com aqueles que receberam a missão de
conduzir o destino da nação.
O livro de êxodo relata o início de
uma nova etapa para a nação de Israel. Este povo que recebera a promessa de ser
uma nação livre e viver debaixo da benção de Deus acabara de ser liberta da
escravidão do Egito e estava dando início a sua caminhada sobre a face da terra
como uma nação livre do julgo de outra nação e chamada para cumprir o propósito
divino. Deus escolhe um homem para liderar esta nação rumo ao destino que Deus
preparou para ela, este homem é Moisés, e sua liderança consistia em mediar a
aliança entre Deus e a nação. Assim como aquela nação, a Igreja do Senhor é o
cumprimento das promessas de Deus, os que fazem parte desta grande nação um dia
estavam aprisionados pelo pecado e foram libertos para cumprir o propósito de Deus,
e o próprio Deus elegeu um homem como cabeça e líder deste povo, este homem é
Jesus, e a ele foi entregue a missão de conduzir como mediador a Igreja em uma
relação de aliança com Deus.
Baseado em êxodo 19 gostaria de meditar sobre os privilégios para o povo
de Deus em ter Cristo como mediador:
1. O
conteúdo da sua revelação é de caráter celestial: Antes de apresentar ao
povo o que estava proposto para a nação, Moisés dialogava diretamente com Deus,
desta forma através da mediação de Moisés eles tinham o privilégio de tomar
conhecimento dos planos de Deus da libertação do Egito até a posse da terra
prometida. A comunhão de Moisés com Deus também proporcionou ao povo o
recebimento de leis que revelavam atributos do caráter de Deus, entre eles o amor,
a justiça, o perdão, a misericórdia e a fidelidade com o propósito de conduzir
a nação a desfrutar destes valores celestiais na sua peregrinação diária rumo à
terra prometida. O autor da carta aos Hebreus apresenta Jesus como mediador
superior a Moisés, pois como filho de Deus, Jesus desfrutava de uma comunhão
perfeita com o pai. O mesmo autor da carta aos hebreus relata que Jesus é a
expressão exata do ser de Deus, revelando o caminho pavimentado por Deus, a ser
seguido pela sua Igreja durante sua caminhada pela face da terra com destino ao
lar celestial.
2. Caminhar
com a nação: O amor de Deus por Moisés não o impediu de entregá-lo para
caminhar ao lado de um povo que continuamente reclamava, e alguma vez
rebelava-se contra Moisés para mostrar sua insatisfação com Deus. A presença de
Moisés como mediador no meio do povo era operosa, orientando-os na direção que
deveriam seguir, alimentava e saciava a sede do povo, julgava sobre toda a
nação, disciplinando-os com firmeza, preparava o povo para a batalha, intercedia
pelo povo, clamando a Deus por misericórdia, encorajava o povo a caminhar rumo
à terra prometida. O livro de apocalipse relata a presença de Jesus como
mediador no centro da Igreja, Ele é o Senhor da Igreja e age de forma operosa
nela e por meio dela, preservando-a dos ataques de satanás, fortalecendo-a em
meio às adversidades, intercede junto ao pai por ela, conduzindo-a em santidade
em sua caminhada triunfante rumo a Jerusalém celestial.
3. Reconcilia
o homem com Deus: Como mediador Moisés recebeu a missão de libertar o povo
do Egito, conduzir o povo pelo deserto e por fim introduzi-los na terra
prometida. Para cumprir estes objetivos abriu mão da convivência dos palácios
egípcios, suportou o fardo de caminhar ao lado de um povo rebelde. No cumprimento
do último propósito sua morte foi significativa, visto que ela marcou a entrada
da nação na terra que Deus preparou para eles. Para resgatar o seu povo do
domínio do pecado, o filho de Deus como mediador, se esvaziou, abrindo mão de
sua glória, tornando-se homem, habitou entre nós, manifestou o Reino de Deus na
terra e por causa disto foi perseguido, caluniado e ultrajado. Ao morrer na
cruz cumpriu eficazmente sua missão como mediador reconciliando o seu povo com
Deus.
Conclusão: Cristo ocupa o centro na trajetória do povo de Deus. O
plano de Deus foi feito por causa Dele, o cumprimento das promessas de Deus
para o seu povo baseava-se em seus méritos e pôr fim a história do povo de Deus
é o resultado da missão que Ele exerceu como mediador entre Deus e o homem.
Deste modo se como nação celebramos a independência no 7 de Setembro, marcada
pela frase notória de D. Pedro I, independência
ou morte, e assim também como o povo de Israel celebrava a libertação do
Egito, que possamos de forma muito mais profunda e constante festejar com o
coração cheio de gratidão a nossa maior libertação, a do pecado, da morte e da
condenação. Em Cristo temos a independência e morte. Através do sacrifício do
perfeito mediador recebemos a carta de alforria que nos livra do cárcere do
pecado, e hoje somos escravos de Cristo, vivendo para a glória de nosso Senhor.
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!
Amauri Ribeiro
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