terça-feira, 17 de setembro de 2013

Gratidão e Egoísmo

             O assunto da gratidão é algo interessante. Parafraseando um narrador de futebol, “a ingratidão humana é quase um domínio público”. Realmente, a ingratidão é um dos piores aspectos da pecaminosidade humana (se é possível falar em pior se tratando de pecado). Outra mazela do ser humano é o egoísmo. O que tem a ver uma coisa com a outra? Vamos tecer algumas considerações.
          O ser humano sempre espera recompensa também humana pelas coisas que faz a algo ou a alguém. Então, quando vir alguém descascando os ingratos, possivelmente, mas muito possivelmente mesmo, alguém deixou de agradecer aquela pessoa por algo que ela fez, e espera ardentemente um ato de gratidão, expondo a todos o quanto  foi importante na vida da beneficiada. É uma tristeza só. Já pensou se Deus manifestasse sua graça para conosco pensando na relação causa-efeito (Rm 11. 35)? Ou seja, eu dou isso a ele, então ele me dá aquela outra coisa para manifestar sua gratidão. Tristes de nós. Deus nos abençoa por graça, misericórdia e para sua glória, pois tudo é dele (Rm 11.36). Por que nós agiríamos então assim com nossos semelhantes? Reclamar gratidão muitas vezes não passa de puro egoísmo.

               Em tudo daí graças, pois esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco (1 Ts 5.18). Muitas vezes nos esquecemos do significado da palavra tudo. Tudo é TUDO mesmo. Coisas boas e coisas ruins. Momentos alegres e também momentos tristes, pois há tempo para tudo (Ec 3). A gratidão pelos maus bocados da vida só vem (na maioria das vezes) quando estes passam, transmitindo a ideia de que não merecíamos passar pelo revés, e reside apenas no fato de ter passado, e não na compreensão da razão e propósito de termos passado tal tormenta. Jó compreendeu isto, quando entende que todo o processo doloroso a que foi submetido mostrava a soberania de Deus em sua vida (o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor. Jó 1.21). Jó é a personificação da ideia de Paulo colocada em Rm 8.28, pois tinha a consciência que Deus  faz todas as coisas (boas ou más) cooperarem para o bem daqueles que O amam. Entender isto nos faz realmente dar graças por tudo. Agradecer apenas momentos bons e agradecer os ruins apenas por terem passado não passa de puro egoísmo.

        Por tudo o que tens feito. Por tudo o que vais fazer. Ao cantarmos, estejamos realmente com um coração cheio de gratidão pelo amor de Deus para conosco que se manifesta desde antes da fundação o mundo até a eternidade. Bendito seja o nome do Senhor. Atendamos ao chamamento do salmista: Oh! Provai e vede que o Senhor é bom (Sl 34.8). E assim teremos muito que agradecer a Ele (e não a nós) que em tudo nos é suficiente. Entender as coisas assim é realmente gratidão.

DEUS NOS ABENÇOE
Presb.Cicero da Silva Pereira

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