sexta-feira, 30 de março de 2012

Evangelização e Adoração - Parte Final


Quando pregamos o evangelho, não estamos buscando pessoas para “aceitar a Jesus Cristo” (nomenclatura inencontrável nas Escrituras Sagradas) de modo frívolo, sentimental, e absolutamente inconsistente, mas sim procurando pecadores que sejam levados a perceber, por meio da pregação fiel do evangelho, que uma vida consagrada ao pecado é uma forma antecipada de inferno, dado que se efetiva longe de Deus, e completamente alienada do alvo supremo de uma vida realmente bem-aventurada: “glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre”.

                Embora a dinâmica objetiva do evangelismo (metodologia de apresentação do evangelho) possa ser móvel e sensível aos contextos concretos em que a evangelização se agencia, a evangelização propriamente dita (o conteúdo da mensagem anunciada) não pode sofrer nenhuma alteração no núcleo duro das suas formulações doutrinárias essenciais, sob pena de sermos catalogados como pregadores infiéis.

                Mark Dever, no livro a que aludimos anteriormente, diz que “aquilo com que ganhamos as pessoas é aquilo para que as ganhamos”. Se as ganhamos com entretimento e frivolidade, então teremos crentes tão ruidosos quanto descompromissados com o alto custo de se seguir a Cristo de modo realmente bíblico; crentes para os quais o cristianismo é um eterno piquenique de final de semana. Se as ganhamos com as facilidades próprias de uma ilusão terrível chamada Teologia da Prosperidade, então teremos crentes egoístas, e cheios de vontade, para os quais Deus não passa de uma espécie de serviçal cósmico, sempre pronto a satisfazer os mais caprichosos desejos humanos. Se as ganhamos com a apresentação pura e simples do evangelho da cruz, loucura para os perdidos, mas poder de Deus para os que nele encontram salvação, conforme assinala o apóstolo Paulo em sua epístola aos Coríntios, então teremos crentes dispostos a seguir a Cristo incondicionalmente; crentes que submeterão ao senhorio do Filho de Deus, e aos inafastáveis pressupostos que balizam um discipulado sério e desejoso de reproduzir em todas as esferas da vida as marcas indeléveis do caráter santo do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

                Ao chegarmos neste ponto das nossas considerações, cremos terem ficado evidenciadas as indeslindáveis relações existentes entre a evangelização e a adoração, duas das mais relevantes missões a serem desempenhadas pelo povo de Deus em sua peregrinação terrena. O alvo supremo da vida, reiteremos, “é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre”. Uma vida de devoção ao pecado frustra esse alvo solene.

                Deus é digno de louvor, glória, honra e adoração. É dever imperioso da igreja trabalhar incessantemente para, no poder do Espírito Santo, conquistar para Deus o maior número possível de pessoas. E é exatamente a esse trabalho glorioso que a Escritura Sagrada chama de evangelização, dever e privilégio de todo aquele que um dia foi alvo da salvadora graça que há em Jesus Cristo. A Escritura Sagrada afirma que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Um amor assim tão grande merece ser proclamado. Evangelizemos, pois, para a glória de Deus. SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER.

Presb. José Mário
Igreja Presbiteriana Central

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