sábado, 10 de agosto de 2013

Qual o Problema da Ênfase Ministerial em Mega-Igrejas e Mega-Eventos? Com a Palavra Carl Trueman

Me preocupa o fato de que um movimento baseado em mega-igrejas, mega-conferências e mega-líderes, faça à igreja um desserviço de uma maneira muito importante que passa despercebido em meio de toda a energia e empolgação: ele cria a ideia de que a vida eclesiástica sempre será grande, espalhafatosa e emocionante, e deste modo, dá-se aos membros e aos candidatos ministeriais expectativas irrealistas a respeito da vida cristã normal. 

No mundo real, muitos, talvez a maioria de nós prestam culto e trabalham em igrejas de 100 membros ou menos; a vida não é espalhafatosa e empolgante; coisas grandes não acontecem todo domingo; os orçamentos são incrivelmente apertados e mal são o suficiente para o modesto salário de um pastor. A cada Dia do Senhor nós passamos pelas mesmas rotinas de cultos de adoração, de ouvir o evangelho proclamado, de tomar a Ceia do Senhor, de ensinar na Escola Bíblica Dominical; talvez várias vezes por ano fazemos panfletagem pela vizinhança com pouquíssimos resultados; no Natal, fazemos um coral na rua e entregamos convites e talvez duas ou três pessoas de fato comparecem; mas não importa - nós prosseguimos, doando e orando como pudermos; tentamos ser fieis com os poucos que nos foram confiados. 

É chato, é rotina, é a mesma coisa entra ano, sai ano. Portanto, em um mundo onde a empolgação, a celebridade, e o poder cultural são os ideais, é tentador no meio das circunstâncias da vida eclesiástica habitual esquecer que isso, a rotina do habitual, o chato, o lento e pesado é, na verdade, a norma para a vida eclesiástica e tem sido assim na maioria dos lugares, na maior parte da história da igreja; aqueles mega-quaisquer-coisas são a exceção, não a regra; e que a igreja tem sobrevivido através das eras não apenas - ou mesmo primariamente - por causa das exibições de pirotecnia de proeminência dos grandes e bons, mas por causa da fidelidade das pessoas terrenas, anônimas, ordinárias, que constituem a maior parte da igreja e que executam os trabalhos desagradáveis e tediosos que precisam ser executados. A história geralmente não registra seus nomes; mas a probabilidade é que você cultua em uma igreja que deve tudo, humanamente falando, a tais pessoas.

Carl R. Trueman

Extraído de uma citação do Facebook.
Tradução: Yago Martins.

Rodrigo Ribeiro

Comentários
1 Comentários

1 comentários:

  1. Concordo plenamente! Estamos vivendo tempos de apostasia da fé cristã. Todos querem as bênçãos de Deus (e muitos até pagam ou acham que pagam por elas), no entanto, ter um compromisso sério com o Deus da bênção se torna tedioso. Lamentável. Que o Espírito Santo de Deus possa abrir os olhos de tais pessoas para que voltem ao primeiro amor.

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