“Ora, o Senhor é o
Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade”
II Coríntios 3.17
Em
primeiro momento entendesse que a liberdade falada seria de atuação do Espírito
Santo na humanidade, a total intervenção de Deus na criação. Uma afirmação de
liberdade tem seus perigos, sabemos que Deus tudo pode, e é o único que pode
intervir de maneira total, o que não pode fazer é de qual quer jeito, de uma
forma que fira sua própria palavra que nos foi relevada.
A
liberdade que o Espírito Santo nos proporciona por intermédio do sacrifício de
Cristo é algo grandioso em nossas vidas, mas alguns homens têm usado dessas
afirmações usando somente versículos isolados e assim transformando aquilo que
é verdadeiro em sua totalidade, em argumentos errôneos sobre essa liberdade.
Liberdade de fazer o que por si só achar Lícito. Levando assim muitos ao falso entendimento da
liberdade que as escrituras nos confirmam e espírito nos testifica.
1.0 As escrituras e o seu poder libertador.
A
palavra de Deus tem um poder libertador. O maior problema dessa afirmação é o
seu significado ignorado e desagradável ao homem, quando analisamos a condição
de escravidão vivida pelo homem depois da queda. As escrituras nos afirmam que
Adão e Eva foram vendidos ao pecado, escravos do pecado, e todo o homem vive ou
viveu nesta condição. Viver no pecado dá ao homem uma perspectiva de liberdade,
pois não há lei a ser seguido, o homem é cego em suas atitudes e feliz, pois o
pecado é prazeroso, mas essa felicidade e prazer têm seus prazos de validade,
porque nunca é completa, a busca insaciável por satisfação e alegria nunca
acabará, pois nunca é plena mais sim parcial, por isso a afirmação “Escravos do
Pecado”, pois não controlam seus desejos de satisfação pessoal. A liberdade descrita no Novo testamento não
depende do homem, mas sim do sacrifício de cristo no calvário (Jo 8.36; Gl 2.4; 5.1) que nos concedeu
o seu Espírito. A tentativa humana de alcançar essa liberdade com seus próprios
méritos tende-se a ser frustrada, a liberdade que vem de cristo é através do
reconhecimento Dele como Senhor e Salvador de nossas vidas. (Jo 8.32/Jo 14.6). Esse conhecimento já
é uma revelação da graça de Deus, sem a obra do Pai e do Espírito nós jamais o
reconheceríamos como nosso Salvador (Mt
11.27; 16.16-17; Co 12.3).
2.0 Somos livres de que?
2.1 Do pecado.
Porque
todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados
gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Romanos
3:23-24
Essa
é a real situação do homem, o pecado nos fez seus escravos totalmente sobre seu
domínio (Rm 6.14), fazendo-nos
cativos como prisioneiros de guerra, habitando em nós. (Rm 7.17,20). Dando uma maior ênfase ao domínio do pecado sobre
nós, antes do novo nascimento, Paulo escreve: “... sou carnal, vendido à
escravidão do pecado” (Rm 7.14). A
expressão “Vendida ao pecado” nos afirma que estamos sobre o domínio de um
senhor onde somos submissos. O homem
entregue dessa forma não é mais livre que um animal sobre o julgo do seu dono
(senhor) onde cabe a ele decidir o que se deve fazer Prendê-lo, vendê-lo ou
matá-lo. Essa é a real situação do homem no pecado sem domínio algum sobre o
certo ou errado, pois ainda não há lei atuante em sua vida e não houve a
libertação por Cristo. “Porque o
salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por
Cristo Jesus nosso Senhor. (Rm
6:23)”.
Mas
a graça de Deus nos libertou definitivamente do poder do pecado, (Mt 1.21; Jo 8.32-34; Rm 6.6, 17-18, 20;
8.2), do domínio moral e espiritual deste mundo, agora no novo nascimento o
Espírito do Pai e do Filho. No entanto o pecado continuará em toda nossa
jornada cristã para santificação total, ou seja, até a segunda volta de cristo.
O pecado cairá sobre influência em nossas vidas, qual quer conceito de
perfeccionismo espiritual que declare que o novo homem não peque é uma
afirmação que não é bíblica. A palavra nos ensina que apesar do novo nascimento
ainda continuamos pecado, a grande diferença é que não sentimos mais prazer nos
atos pecaminoso que é bem diferente no antigo homem, antes o pecado tinha o
total domínio e influência, mas hoje ele não reina mais. Isso indica também a necessária mudança para novos
hábitos pela pratica da verdade e do amor. Vale enfatizar que ainda com toda
essa mudança continuaremos sendo pecadores até o fim dessa condição carnal em
que vivemos. “Não há homem Justo sobre a terra, que faça o bem e que não peque”
(Ec 7.20).
OBS:
Porque
vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar
ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor. (Gálatas 5:13)
Com
tudo visto não necessitamos de algo paralelo em nossa vida cristã, nossas
necessidades são supridas pelo Cristo Jesus. Não podemos usar dessa liberdade
de outra forma que não seja para glorificar o nome de Deus.
2.2 Somos livres da morte espiritual eterna e do poder de Satanás.
Deus
nos deu a vida (Ef 2.1,5),
restaurando nossa comunhão com ele, livrando-nos da sua ira, A ira de Deus é a
manifestação da sua justiça. Deus no salvou da condenação eterna e nos trouxe
para a vida e assim desfrutar da sua gloria eternamente. Somos libertos
definitivamente do poder de Satanás, Cristo o derrotou e agora ele não tem mais
domínio sobre nós (Cl 1.13/2.15; Hb
2.14-15; 1Jo 3.7-8).
2.3 Somos livres do “Mundo”.
Cristo
morreu e ressuscitou para nos libertar definitivamente desse mundo ambicioso e
perverso, ou seja, valores desse mundo de uma ética egoísta e terrena. O
contexto de “mundo” significa as transformações pelas quais o nosso tempo
passa, conduzindo-o a degradação constante e valores transitórios de uma
sociedade corrompida. Pertencer ao mundo significa está totalmente afastado de
Deus, andar em caminho contrario a sua lei e não dar mérito algum ao verdadeiro
significado do sacrifício de Cristo. E deixando ser governados por valores e
perspectiva de vida mundana. A libertação do mundo em Cristo não é para uma
atuação futura, mas ela se inicia em vida, somos salvos para viver livres dos
valores do mundo até a consumação da nossa total liberdade na eternidade. Jesus
veio para nos libertar definitivamente, Ele mesmo nos mostra isso em sua
palavra dizendo: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis
livres” (Jo 8.36/Mt 20.28). Essa
libertação engloba a libertação do domínio da vontade satânica sobre a nossa
vida. Satanás tem sua vontade na vida do homem, o homem sem Cristo naturalmente
faz a sua vontade, já que o pecado o tornou eticamente filho do diabo (Jo 8.44).
2.4 Livres da superstição e da Maldição.
Nesta
libertação do pecado, a Escritura nos mostra que fomos salvos da superstição,
outrora não conhecíamos a Deus, servimos a deus que, por natureza não são.
Éramos entregues crendices mundanas, baseando-se naquilo que nos fazia se
sentir bem e em harmonia com esse deus.
O Homem inseguro do que o espera no futuro é mestre em criar deuses em
sua imagem e semelhança que confortem em uma falsa segurança. Deus nos resgatou da maldição da sua lei, a
lei de Deus é boa e foi nos dada para o nosso bem, ele se tornou maldição pra
nós em razão de termos pecado. A quebra da lei por meio do pecado fez que nós
merecêssemos o justo castigo, a morte espiritual eterna. Sem a lei fica com uma impressão que temos a
vida correta e satisfatória, com isso em mãos não percebemos que precisamos da
Salvação.
OBS: Analisando o que já foi
apresentado, a palavra nos revela o cuidado e o amor que Deus tem sobre os seus
eleitos, nos mostrou alguns dos livramentos que o Espírito do Pai e do Filho
tem nos proporcionado de forma gratuita. Na nossa caminha cristã sabemos e
temos convicção que fomos libertos de algo, alguns afirmam que pecado, do
inferno e outras demais coisas e situações. O tratado de Deus vai muito alem
dos prontos apresentados e nos faz refletir sobre tal liberdade.
Gostaria de encerrar
citando um trecho da musica de John
Newton.
Amazing Grace(Graça Maravilhosa)
“Graça Maravilhosa, quão doce o som
Que salvou um infeliz como eu
Eu estava perdido, mas agora fui encontrado”
Estava cego, mas agora eu vejo”
Fabio Araújo
Este texto foi baseado na aula nº 5 da revista Palavra Viva – O Espírito Santo, publicada em 2013 pela Editora Cultura Cristã.
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