Não há como
negar ‘o papa é pop’ e não somente entre os católicos apostólicos romanos, mas
dentre muitos outros, adeptos das mais diversas religiões. Mesmo que ‘o pop não
poupe ninguém’, as manifestações contra a visita do bispo de Roma em nada
ofuscaram a sua presença e participação ilustre na JMJ (Jornada Mundial da
Juventude), na cidade do Rio de Janeiro.
Com o lema “Ide e fazei
discípulos entre todas as nações” (Mt
28:19), a JMJ se diz como “mais que um encontro que reúne milhares ou mesmo
milhões de jovens, a Jornada Mundial da Juventude dá testemunho de uma Igreja
viva e em constante renovação.”, uma pequena mostra de que a ICAR realmente
está preocupada com o avanço das outras religiões mundo a fora e em especial
aqui no Brasil. O destaque é para o protestantismo que cresceu 61% entre 1990 e
2010, porém há uma diluição dos membros da ICAR em outros credos, como o
espiritismo Kardecista (2%) e o ateísmo ou agnosticismo (8%). E nesse sentido,
vemos que a música da vez é o tango, já que o estilo alemão de dançar foi ‘obrigado’
a renunciar e o baile polonês não durou pra sempre, embora tenha começado tudo
isto.
Algo que ICAR retomou a pouco, com João Paulo II, o
intuito do evento no Rio de Janeiro, foi a evangelização. Contraditoriamente em um
país de maioria católica este ato se faz necessário pelos motivos de perca de
membros. E como disse um amigo meu “o marketing do Vaticano é muito bom”, pois
soube realmente quem colocar no pontificado para dançar conforme a música do
momento, pois como bem sabemos a expressa humildade de Francisco é atraente até
para os evangélicos que possuem líderes mais soberbos do que qualquer ímpio que
não conhece a Cristo. Aí ficou fácil até demais agradar, porque se por um lado
‘sobra dinheiro’ ao segmento neopentecostal, falta humildade em todos os sentidos
e no sentido mas amplo da palavra. Lembremos também que todo esse investimento
de renovação também se expande a música, o argumento é o mesmo, ficou fácil com
o cenário musica gospel do “agora é só vitória” em contraste com "tudo é do Pai".
Contudo a 28ª JMJ passou, mas alguns de seus objetivos
foram cumpridos. Ao contrário do emocionalismo contido nos breves e raros momentos que algum
evento protestante trouxe algo de mais chamativo, a religião romana conseguiu
atrair para si a ideia de que juntamente com ela, as outra religiões podem
juntamente coexistir sem divergir. E mais, podem até compactuar da visão una de
que Cristo realmente morreu por todos, já que o seu amor é imensamente maior do
que sua justiça e ira. Infelizmente, a teologia burra do quantitativo (e não qualitativo) evangelicalismo
atual do Brasil é criança demais para comer da solidez da palavra e entender,
às claras, que o catolicismo está demasiadamente distante do que Cristo
realmente ensina a Palavra. A JMJ e a visita do Papa ao Brasil fizeram mais
estrago ao protestantismo do que uma simples admiração cega a uma falsa
humildade marqueteira. A afinidade de alguns líderes ou simples membros,
ditos cristãos, com o papa é entendível: ambos estão mais preocupados com a
quantidade de membros e sua hegemonia do que com a mensagem do evangelho de
forma que a nova onda de ecumenismo juntou a fé e a vergonha quando a
simples afirmação "somos todos irmãos" foi proferida. Em última
análise, estamos voltando ao tradicionalismo onde a religião realmente não faz
diferença.
“Você pode ter sido
batizado na igreja, criado na igreja, servido na igreja. Pode ser que tenha se
casado na igreja, morrido na igreja, ter sido velado na igreja e ainda assim
acordar no inferno caso esteja meramente na igreja e não em Cristo” (Mark Driscoll)
. Estar em Cristo é uma necessidade impar e transcende qualquer religião, mas
não é possível ter fé se você não está em uma religião que te faça ouvir as
verdadeiras palavras da fé dos evangelhos como afirma o verdadeiro apóstolo de
Jesus, Paulo de Tarso, em Romanos 10.17, ponto.
Felipe Medeiros
Facebook: //www.facebook.com/felipealexandremedeiros
Boa analise, sucinta e relevante, vai entrar dentro da aplicação também no meu sermão de domingo.
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