sexta-feira, 31 de maio de 2013

Qual a diferença de Tentação e Provação? Com a Palavra Hernandes Dias Lopes

Você sabe diferenciar tentação e provação? Neste pequeno e edificante vídeo o Rev Hernandes Dias Lopes nos apresenta uma explicação didática e bíblica sobre este assunto.

Assista o vídeo:

Pastor Fábio Bernardo
Facebook: https://www.facebook.com/fabiojosebernardo.bernrdo

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Sobre Festas Juninas

A festa celebra o nascimento de João Batista, que virou um dos santos católicos. É realizada no dia 24 de junho com base no fato que João Batista havia nascido seis meses antes de Jesus (Lc 1:26,36). Se o nascimento de Jesus (Natal) é celebrado em 25 de dezembro, então o de João Batista é celebrado seis meses antes, em 24 de junho. É claro que estas datas são convenções, apenas, pois não sabemos ao certo a data do nascimento do Senhor.

A origem das fogueiras nas celebrações deste dia é obscura. Parece que vem do costume pagão de adorar seus deuses com fogueiras. Os druidas britânicos, segundo consta, adoravam Baal com fogos de artifício. Depois a Igreja Católica inventou a história que Isabel acendeu uma fogueira para avisar Maria que João tinha nascido. Outra lenda é que na comemoração deste dia, fogueiras espontâneas surgiram no alto dos montes.

Já a quadrilha tem origem francesa, sendo uma dança da elite daquele país, que só prosperou no Brasil rural. Daí a ligação com as roupas caipiras. Por motivos obscuros acabou fazendo parte das festividades de São João.

Fazem parte ainda das celebrações no Brasil (é bom lembrar que estas festas também são celebradas em alguns países da Europa) as comidas de milho – provavelmente associadas com a quadrilha que vem do interior – as famosas balas de “Cosme e Damião.” São realizadas missas e procissões, muitas rezas e pedidos feitos a São João. As comidas são oferecidas a ele.

Se estas festividades tivessem somente um caráter religioso e fossem celebradas dentro das igrejas como se fossem parte das atividades dos católicos, não haveria qualquer dúvida quanto à pergunta, “pode um evangélico participar?” Acontece que as festas juninas foram absorvidas em grande parte pela cultura brasileira de maneira que em muitos lugares já perdeu o caráter de festa religiosa. Para muitos, é apenas uma festa onde acendem-se fogueiras, come-se milho preparado de diferentes maneiras e soltam-se fogos de artifício, sem menção do santo, e sem orações ou rezas feitas a ele.

Paulo enfrentou um caso semelhante na igreja de Corinto. Havia festivais pagãos oferecidos aos deuses nos templos da cidade. Eram os crentes livres para participar e comer carne que havia sido oferecida aos ídolos? A resposta de Paulo foi tríplice:

- O crente não deveria ir ao templo pagão para estas festas e ali comer carne, pois isto configuraria culto e portanto, idolatria (1Cor 10:19-23). Na mesma linha, eu creio que os crentes não devem ir às igrejas católicas ou a qualquer outro lugar onde haverá oração, rezas, missas e invocação do São João, pois isto implicaria em culto idólatra e falso.

- O crente poderia aceitar o convite de um amigo pagão e comer carne na casa dele, mesmo com o risco de que esta carne tivesse sido oferecida aos ídolos. Se, todavia, houvesse alguém presente ali que se escandalizasse, o crente não deveria comer (1Cor 10:27-31). Fazendo uma aplicação para nosso caso, se convidado para ir a casa de um amigo católico neste dia para comer milho, etc., ele poderia ir, desde que não houvesse atos religiosos e desde que ninguém ali ficasse escandalizado.

- E por fim, Paulo diz que o crente pode comer de tudo que se vende no mercado sem perguntar nada. A exceção é causar escândalo (1Cor 10:25-26). Aplicando para nosso caso, não vejo problema em o crente comer milho, pamonha, mungunzá, etc. neste dia e estar presente em festas juninas onde não há qualquer vínculo religioso, desde que não vá provocar escândalos e controvérsias. Se Paulo permitiu que os crentes comessem carne que possivelmente vieram dos templos pagãos para os açougues, desde que não fosse em ambiente de culto, creio que podemos fazer o mesmo, ressalvado o amor que nos levaria à abstinência em favor dos que se escandalizariam.
Segue abaixo parte de um livro meu onde abordo com mais detalhes o que Paulo ensinou aos coríntios em casos envolvendo a liberdade cristã.

O CULTO ESPIRITUAL, Augustus Nicodemus Lopes. Cultura Cristã, 2012.

“A situação de Corinto era diferente. O problema lá não era o mesmo tratado no concílio de Jerusalém. O problema não era os escrúpulos de judeus cristãos ofendidos pela atitude liberal de crentes gentios quanto à comida oferecida aos ídolos. Portanto, a solução de Jerusalém não servia para Corinto. É provavelmente por esse motivo que o apóstolo não invoca o decreto de Jerusalém.[1] Antes, procura responder às questões que preocupavam os coríntios de acordo com o princípio fundamental de que só há um Deus vivo e verdadeiro, o qual fez todas as coisas; que o ídolo nada é nesse mundo; e que fora do ambiente do culto pagão, somos livres para comer até mesmo coisas que ali foram sacrificadas.

1. A primeira pergunta dos coríntios havia sido: era lícito participar de um festival religioso num templo pagão e ali comer a carne dos animais sacrificados aos deuses? Não, responde Paulo. Isso significaria participar diretamente no culto aos demônios onde o animal foi sacrificado (1 Co 10.16-24). Paulo havia dito que os deuses dos pagãos eram imaginários (1 Co 10.19). Por outro lado, ele afirma que aquilo que é sacrificado nos altares pagãos é oferecido, na verdade, aos demônios e não a Deus (10.20). Paulo não está dizendo que os gentios conscientemente ofereciam seus sacrifícios aos demônios. Obviamente, eles pensavam que estavam servindo aos deuses, e nunca a espíritos malignos e impuros. Entretanto, ao fim das contas, seu culto era culto aos demônios. [2] Paulo está aqui refletindo o ensino bíblico do Antigo Testamento quanto ao culto dos gentios:
 Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus... (Dt 32.17)
...pois imolaram seus filhos e suas filhas aos demônios (Sl 106.37).
 O princípio fundamental é que o homem não regenerado, ao quebrar as leis de Deus, mesmo não tendo a intenção de servir a Satanás, acaba obedecendo ao adversário de Deus e fazendo sua vontade. Satanás é o príncipe desse mundo. Portanto, cada pecado é um tributo em sua honra. Ao recusar-se a adorar ao único Deus verdadeiro (cf. Rm 1.18-25), o homem acaba por curvar-se diante de Satanás e de seus anjos.[3] Para Paulo, participar nos festivais pagãos acabava por ser um culto aos demônios. Por esse motivo, responde que um cristão não deveria comer carne no templo do ídolo. Isso eqüivaleria a participar da mesa dos demônios, o que provocaria ciúmes e zelo da parte de Deus (1 Co 10.21-22). Paulo deseja deixar claro para os coríntios “fortes”, que não tinham qualquer intenção de manter comunhão com os demônios, que era a atitude deles em participar nos festivais do templo que contava ao final. Era a força do ato em si que acabaria por estabelecer comunhão com os demônios.[4]

2. Era lícito comer carne comprada no mercado público? Sim, responde Paulo. Compre e coma, sem nada perguntar (1 Co 10.25). A carne já não está no ambiente de culto pagão. Não mantém nenhuma relação especial com os demônios, depois que saiu de lá. Está “limpa” e pode ser consumida.

3. Era lícito comer carne na casa de um amigo idólatra? Sim e não, responde Paulo. Sim, caso não haja, entre os convidados, algum crente “fraco” que alerte sobre a procedência da carne (1 Co 10.27). Não, quando isso ocorrer (1 Co 10.28-30).

O ponto que desejo destacar é que para o apóstolo Paulo a carne que havia sido sacrificada aos demônios no templo pagão perdia a “contaminação espiritual” depois que saia do ambiente de culto. Era carne, como qualquer outra. É verdade que ele condenou a atitude dos “fortes” que estavam comendo, no próprio templo, a carne sacrificada aos demônios. Mas isso foi porque comer a carne ali era parte do culto prestado aos demônios, assim como comer o pão e beber o vinho na Ceia é parte de nosso culto a Deus. Uma vez encerrado o culto, o pão é pão e o vinho é vinho. Aliás, continuaram a ser pão e vinho, antes, durante e depois. A mesma coisa ocorre com as carnes de animais oferecidas aos ídolos. E o que é verdade acerca da carne, é também verdade acerca de fetiches, roupas, amuletos, estátuas e objetos consagrados aos deuses pagãos. Como disse Calvino,
Alguma dúvida pode surgir se as criaturas de Deus se tornam impuras ao serem usadas pelos incrédulos em sacrifícios. Paulo nega tal conceito, porque o senhorio e possessão de toda terra permanecem nas mãos de Deus. Mas, pelo seu poder, o Senhor sustenta as coisas que tem em suas mãos, e, por causa disto, ele as santifica. Por isso, tudo que os filhos de Deus usam é limpo, visto que o tomam das mãos de Deus, e de nenhuma outra fonte.[5]



[1] Note que Paulo não teve qualquer problema em anunciar o decreto em Antioquia, o que produziu muito conforto entre os irmãos (At 15.30-31).
[2] Não somente Paulo, mas os cristãos em geral tinham esse conceito. João escreveu: “Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar” (Ap 9.20).
[3] Cf. Charles Hodge, A Commentary on 1 & 2 Corinthians (Carlisle, PA: Banner of Truth, 1857; reimpressão 1978) 193.
[4] Hodge (1 & 2 Corinthians, 194) chama a nossa atenção para o fato de que o mesmo princípio se aplica hoje aos missionários que, por força da “contextualização”, acabam por participar nos festivais pagãos dos povos. Semelhantemente, os protestantes que participam da Missa católica, mesmo não tendo intenção de adorar a hóstia, acabam cometendo esse pecado, ao se curvar diante dela.
[5] João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, em Comentário à Sagrada Escritura, trad. Valter G. Martins (São Paulo: Paracletos, 1996) 320.

Augustus Nicodemus

Intercâmbio Feito por Caio Anderson

terça-feira, 28 de maio de 2013

Não Perca a Festa!

(Lucas 15.25-32)

Quanto tem nos custado perder os bons momentos de alegria na vida, para corrermos atrás do vento. Gosto sempre de pensar que a vida é muito curta para que percamos tempo com aquilo que não traz felicidade.

Lembro-me de um certo jovem, que em seu coração tinha muitos desejos e depois de tê-los todos saciados descobriu que não havia melhor lugar para estar, que junto ao seu pai, desfrutando do conforto do seu lar, mas nessa mesma parábola havia um outro jovem que perdera uma grande festa porque estava de birra atrás das portas resmungando e reclamando da vida, das pessoas, dos lugares que não foi e dos bens que não gastou e muito pior que isso olhando com inveja  os despojos de seu irmão, sua vergonha e sua humilhação e ainda assim desejando estar no lugar dele e desfrutar daquele pequeno momento em que seu pai o recebera com festa e alegria. Nós temos muita facilidade para esquecermos os momentos felizes da vida, e muito mais facilidade para lembrar dos tristes, faz parte da nossa humanidade que os traumas nos causem maior marca ou mácula que os momentos bons.

Porém, Jesus, nos mostra na parábola do filho pródigo que não era apenas o filho pródigo que precisava aprender uma lição, mas que o filho mais velho também precisava rever alguns valores. No discurso do filho mais velho percebemos que o que havia em suas ações era uma prisão de amargura e não um coração disposto em amor e lealdade.

“...eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com meus amigos”...

Provavelmente ele não o tenha recebido porque não tenha pedido. Quantos entre nós somos iguaizinhos ao filho mais velho, rixosos e enciumados com coisas que não temos, mas que provavelmente nunca a tenhamos pedido ao nosso Pai Celestial, Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que sonhamos e imaginamos, mas também é sábio para nos dar apenas aquilo que nos fará bem. Não sabemos quem eram os amigos do filho mais velho, com quem ele queria festejar e quais as intenções do seu coração nessa festa que desejava dar, mas certamente se em algum momento lhe fora negado o seu pai o sabia, ora Deus de igual modo sabe de todas as coisas Ele sonda e conhece o nosso coração, conhece as nossas palavras antes que elas nos cheguem a boca, então certamente se nossas petições não tem sido respondidas é porque estão fora do projeto de Deus para nossas vidas.

...”E ele lhe disse: filho tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas.”

Porém, o filho não compreendia que ele não tinha apenas uma parte, ou um cabrito, mas todas as coisas do seu pai lhe pertenciam. O Senhor tem nos dado muito além do que merecemos e muito mais do que temos pedido, entretanto temos focado apenas nas coisas que não temos recebido, a nossa humanidade tem nos feito reféns dos interesses mundanos em ter casas luxuosas, carros caríssimos e tem nos afastado da compreensão de que o melhor lugar onde possamos estar é junto ao nosso Pai, desfrutando das coisas do seu reino, e tomara que não venhamos a descobrir isso como o filho prodigo, depois do abandono, da humilhação e da vergonha, mas que ainda assim se alegrou por ter retornado ao lar. Deus está neste tempo disposto a receber-nos em seus braços e preparar para nós um banquete. E que entre nós não sejamos achados como o filho mais velho, rixoso e amargurado pois seu amor e lealdade estavam postos nos bens que o Pai lhe daria, mas que sempre foram seus, enganado pelo seu próprio coração ele corroía-se de inveja e dissabor.

...”era justo, alegramo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado”.

Alegremo-nos sempre no Senhor, pois o justo viverá pela fé!

N`Ele, que nos dá o tempo necessário, para regressarmos de volta aos seus braços, para que não percamos a festa,
Graça e Paz.

Renata Cláudia

Facebook: https://www.facebook.com/renata.claudia.71

O texto foi inspirado no Livro de Max Lucado - Ele ainda remove pedras. 2003

segunda-feira, 27 de maio de 2013

UMP Indica: O Evangelho que Envergonha (Presb. Solano Portela)

O Presbítero Solano Portela, expondo Gálatas 5:1-12, mostra a diferença entre o verdadeiro e o falso evangelho e nos convida a nos envergonharmos do falso evangelho pregado por muitos.

http://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/10/solano-portela-o-evangelho-que-envergonha-fiel2012/

Uma poderosa mensagem de Deus para sua igreja.

Presb. Cícero da Silva Pereira

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Como Buscar uma Vida de Santidade com Alegria? Isto é Possível? Com a Palavra Joel R. Beeke.

Uma vida santa deve exalar alegria no Senhor, e não uma labuta enfadonha e negativa. A ideia de que a santidade requer uma disposição melancólica é uma distorção trágica das Escrituras, pois elas afirmam que aqueles que cultivam a santidade experimentam alegria verdadeira. Jesus disse: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos do meu Pai e no seu amor permaneço. Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo” (Jo 15.10-11). Aqueles que seguem, com obediência, a santidade como um caminho de vida conhecerão o gozo que flui da comunhão com Deus. Esse gozo inclui o seguinte:

            A alegria suprema: comunhão com Deus. Não há alegria maior do que a comunhão com Deus. “Na tua presença há plenitude de alegria”, diz Salmos 16.11. A verdadeira alegria procede de Deus enquanto andamos em comunhão com ele. Quando quebramos a comunhão com Deus, por meio do pecado, só podemos retornar, como Davi, com oração de arrependimento, implorando: “Restitui-me a alegria da tua salvação” (Sl 51.12). As palavras que Jesus falou ao ladrão na cruz, representam o maior deleite de todo filho de Deus: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43).

               A alegria incessante: segurança permanente. A verdadeira santidade obedece a Deus e confia nele. Ela diz com segurança: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28), mesmo quando não pode ver o fim. Como aqueles que trabalham fielmente numa tapeçaria persa, entregando cegamente os fios coloridos àquele que elabora o padrão acima deles, os santos de Deus lhe entregam até mesmo os fios negros que ele exige, sabendo que o padrão dele é perfeito, ainda que não possa ser visto agora. Você conhece essa profunda confiança, semelhante à de uma criança, de crer nas palavras de Jesus: “O que eu faço não o saber agora; compreendê-lo ás depois” (Jo 13.7). Essa alegria incessante e estabilizadora ultrapassa o entendimento. A santidade produz um contentamento jubiloso, pois “grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento” (1Tim 6.6).

                A alegria antecipada: recompensa eterna e graciosa. Jesus suportou seus sofrimentos por contemplar de antemão a alegria de sua recompensa (Hb 12.1-2). Os crentes também podem olhar para frente e contemplar a entrada da alegria de seu Senhor, visto que seguiram a santidade durante toda a sua vida. Pela graça, eles podem antecipar, com exultação, a recompensa eterna de ouvirem: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21). Jhon Whitlock comentou: “Este é o caminho do cristão, e este, o seu fim: o caminho é a santidade, e o seu fim, a felicidade”.



Joel R. Beeke, Vivendo para a Glória de Deus, Editora Fiel 2010.

Laryssa Lobo

quinta-feira, 23 de maio de 2013

A Bíblia e a Gaveta


Um observador casuístico poderá identificar algumas semelhanças e diferenças entre a Bíblia e a gaveta para alguns cristãos. Por incrível que pareça é possível encontrar algumas semelhanças e diferenças entre estes itens, antes de você seguir a leitura o que você pensa sobre isso?

            Por incrível que pareça para alguns cristãos há muita semelhança e nenhuma diferença. Como seria possível? Imaginável? Olhe para dentro dela e descubra o que ela significa para você.

            A Bíblia é o Livro por excelência, a Escritura Sagrada, Lei de Deus, Palavra de Deus, divinamente inspirada, preceitos escritos no coração, fonte de luz nas trevas, amada pelos santos, poderosa em sua influência, chama devoradora, martelo despedaçador, força transmissora de vida, poder salvador, arma de defesa, instrumento sondador, absolutamente digna de confiança, proveitosa para instrução...

            Supra citamos uma fagulha daquilo que significa a Bíblia, uma exemplificação de suas características virtuosas para nós. Somente essas seriam suficientes para cuidarmos adequadamente deste Livro de Deus para lermos, estudarmos e vivermos seus preceitos. Ela é providência de Deus para um povo que vivia em densas trevas.

Bíblia Sagrada, providência divina para orientar os servos de Deus, carta informativa do Seu mais terno e puro amor, instrução perfeita para homens imperfeitos, o GPS espiritual para homens perdidos.

            A gaveta é instrumento para arquivo de papéis antigos, de calendários ultrapassados, de lápis desgastados, de corretivos vazios, fotos envelhecidas pelo tempo, de contas a pagar, de mensagens nostálgicas, de rascunhos inutilizados, de folhetos que não distribuímos, de cofre onde o ladrão não terá acesso.

            Tratamos a Bíblia de acordo com o que ela significa para nós, conforme interiormente a vemos. Guardamos na gaveta aquilo que temporariamente nos serve, pelo menos deveria ser assim. Consegue perceber o significado de cada uma?

            Sabemos que as diferenças físicas são gritantes, mas para muitos as semelhanças são gigantescas, como saber disto? Corra e olhe para dentro de sua Bíblia e veja o que você encontra, veja o que ela significa.

Rev. Fabio José Bernardo

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A Maior de Todas as “Heresias” Protestantes


Comecemos com uma pergunta de prova de história da igreja. O cardeal Roberto Belarmino (1542-1621) não foi uma figura para se desconsiderar. Ele era o teólogo pessoal do Papa Clemente VIII e uma das figuras mais capazes no movimento de Contra-Reforma no Catolicismo Romano do século dezesseis. Em uma ocasião, ele escreveu: “A maior de todas as heresias protestantes é ______________.” Complete, explique e discuta a afirmação de Berlarmino.

Como você responderia? Qual a maior de todas as heresias protestantes? Talvez a justificação pela fé? Talvez o Sola Scriptura, ou uma das palavras de ordem da Reforma?

Tais resposta fazem sentido lógico. Mas nenhuma delas completam a frase de Belarmino. O que ele escreveu foi: “A maior de todas as heresias protestantes é a certeza.”

Um momento de reflexão explica o motivo. Se a justificação não é apenas pela fé, apenas por Cristo, apenas pela graça — se a fé precisa ser completada por obras; se a obra de Cristo é de alguma maneira repetida; se a graça não é gratuita e soberana, então alguma coisa sempre precisa ser feita, ser “adicionada” para que a justificação final seja nossa. Este é exatamente o problema. Se a justificação final é dependente de algo que temos de completar, não é possível desfrutar da certeza de salvação. Pois então, teologicamente, a justificação final é contingente e incerta, e é impossível para qualquer um (à parte de uma revelação especial, concedida por Roma) ter certeza da salvação. Mas se Cristo fez tudo, se a justificação é pela graça, sem obras contributivas; é recebida pelas mãos vazias da fé — então a certeza, mesmo “certeza completa” é possível para todo crente.

Não me admira que Belarmino tenha pensado que a plena, gratuita e irrestrita graça era perigosa! Não me admira que os Reformadores tenham amado a carta aos Hebreus!

Eis o motivo. Conforme o autor de Hebreus pausa para respirar no clímax de sua exposição da obra de Cristo (Hebreus 10:18), ele continua seu argumento com um “pois” ao estilo de Paulo (Hebreus 10:19). Ele, então, nos urge a aproximarmo-nos “em plena certeza de fé” (Hebreus 10:22). Nós não precisamos reler toda a carta para ver o poder lógico de seu “pois”. Cristo é nosso Sumo Sacerdote; nossos corações foram purificados de uma má consciência assim como nossos corpos foram lavados com água pura (v.22).

Cristo se tornou de uma vez por todas o sacrifício por nossos pecados, e foi ressurreto e vindicado no poder de uma vida indestrutível como nosso sacerdote representativo. Pela fé nele, somos justos diante do trono de Deus como ele é justo. Por sermos justificados em sua justiça, sua justificação singular é nossa! E nós podemos perder essa justificação tanto quanto ele pode cair do céu. Assim, nossa justificação não precisa ser completada nada mais do que a justificação de Cristo precisa!

Com isso em vista, o autor diz: “com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hebreus 10:14). A razão pela qual podemos ficar de pé diante de Deus em plena certeza é porque agora experimentamos nossos corações “purificados de má consciência” os corpos “lavados com água pura” (Hebreus 10:22).

“Ah,” replicou a Roma do Cardeal Berlamino, “ensine isso e aqueles que creem nisso viverão em licença e antinomismo.” Mas ouça, então, à lógica de Hebreus. Desfrutar desta certeza leva a quatro coisas: Primeiro, uma firme fidelidade à nossa confissão de fé apenas em Jesus Cristo como nossa esperança (v.23); segundo, uma cuidadosa consideração de como podemos encorajar uns aos outros ao “amor e às boas obras” (v.24); terceiro, uma comunhão contínua com outros cristãos em adoração e todo aspecto de nossa amizade (v.25a); quarto, uma vida na qual exortamos uns aos outros para nos mantermos olhando para Cristo e sendo fieis a ele, conforme o tempo de sua volta se aproxima (25b).

Esta é a boa árvore que produz bons frutos, não o contrário. Nós não somos salvos pelas obras; somos salvos para as obras. De fato, nós somos o trabalho de Deus trabalhando (Efésios 2:9-10)! Assim, ao invés de levar a uma vida de indiferenças moral e espiritual, a obra definitiva de Jesus Cristo e a plena certeza da fé que ela produz, fornece aos crentes o mais poderoso ímpeto para viver para a glória e o prazer de Deus. Ademais, tal plena certeza é arraigada no fato de que o próprio Deus fez tudo isso por nós. Ele revelou seu coração a nós em Cristo. O Pai não requer a morte de Cristo para persuadi-lo a nos amar. Cristo morreu porque o Pai nos ama (João 3:16). Ele não está à espreita atrás de seu Filho com um intento sinistro desejando nos fazer mal se não fosse pelo sacrifício que seu Filho fez! Não, mil vezes não! — o próprio Pai nos ama no amor do Filho e no amor do Espírito.

Aqueles que desfrutam de tal certeza não vão aos santos ou a Maria. Aqueles que olham apenas para Jesus não precisam olhar para nenhum outro lugar. Nele nós desfrutamos a pena certeza da salvação. A maior de todas as heresias? Se for uma heresia, deixe-me desfrutar da mais bendita de todas as “heresias”! Pois ela é a verdade e a graça do próprio Deus!

Por Sinclair Ferguson. Extraído do site ligonier.org. © Ligonier Ministries. Original: What is the Greatest of All Protestant “Heresies”?
Tradução: Alan Cristie
Fonte: Editora Fiel

Autor: Sinclair Ferguson

Intercâmbio Feito por Walber Arruda

terça-feira, 21 de maio de 2013

Comemorar Sim. Avaliar Também.

Ainda no pique e no ânimo das comemorações pelos 77 anos de UMP no Brasil e pelo dia do Jovem Presbiteriano (terceiro domingo de maio), vamos considerar desta feita duas reações importantes em momentos como estes. Houve comemorações por todo o Brasil, com ações de graças a Deus pela Mocidade Presbiteriana. Particularmente, estive em Natal junto com os jovens da Paraíba e em especial da Federação Borborema. Foram momentos maravilhosos de louvor a Deus, comunhão e muita alegria. E creio ter sido assim Brasil afora pelo que vemos nas redes sociais. Graças a Deus. Mas vamos então às reações. Comemorar e Avaliar.
Comemorar sim, pois Deus tem sido muito gracioso com nossa juventude e mostrado, dia a pós dia, a sua fidelidade para conosco. Ao observarmos a história, escrita com lágrimas, sorrisos e muito suor do trabalho de muitos jovens, podemos dizer como o salmista: "Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres." (Sl 126.3). São muitas vidas alcançadas, igrejas que são abençoadas por seus jovens, estes crescendo em graça e sabedoria, vivendo de maneira o cristianismo puro e simples. Louvamos a Deus não só pelo que ele fez, mas pelo que ele faz. Como tem sido maravilhoso ver jovens animados a trabalharem para Deus em sua sociedade, em participar ativamente de suas diretorias, indo a congressos e encontros e participando de maneira transformadora na sociedade, sendo verdadeiramente sal e luz. Contudo , no verso 4 do salmo 126 há um pedido de restauração, de uma nova ação de Deus a mudar a sorte do povo. E aqui entra a segunda parte de nossa reflexão. É necessário e urgente uma avaliação.
Um pedido de restauração vem, com certeza, depois de uma avaliação e diagnóstico de necessidade de mudança. Assim, neste momento de muita festa (e é justo que assim seja) , precisamos parar e analisar que muita coisa ainda precisa ser feita e acontecer. Não é pequeno o número de jovens que abandonam os caminhos do Senhor, embebecidos com as paixões do mundo, sejam sociais, financeiras, sexuais ou intelectuais. Nossos jovens precisam de boa instrução bíblica e de exemplos sérios a serem seguidos. Ainda temos muito jovens apegados a excessivo denominacionalismo.  Se o amor dessas pessoas à denominação se convertesse em amor e defesa de nossa confessionalidade, teríamos UMP's muito fortes. O que fazer então? Antes de tudo, orar, orar e orar, pois servimos ao Senhor criador dos céus e da terra e que a tudo governa. E juntamente à oração, muito trabalho. Os exemplos existem, motivem seus jovens a formarem grupos de leitura e convidem pessoas para estes encontros. Esta é uma possibilidade. Existem várias. E simples de executar, e com grandes frutos, para a glória de Deus.
Enfim, louvemos a Deus pelo que Ele tem feito , e clamemos para que Ele continue , hoje e sempre, restaurando nossos jovens.
Você já pensou que daqui pra janeiro de 2014 haverá eleições para novas diretorias em sua UMP, em sua Federação, na Confederação Sinodal e na Confederação Nacional? Já pensou o quanto precisamos orar por isto. Vamos em frente. Alegres na esperança, fortes na fé, dedicados no amor, unidos no trabalho. Portanto, comemorar sim, avaliar também.


Presb. Cícero da Silva Pereira

segunda-feira, 20 de maio de 2013

UMP INDICA: XVII Congresso Nacional da Mocidade Presbiteriana (Palmas 2014)


Muitas vezes somos absorvidos por nossa realidade local de UMP, os desafios, os problemas, as vitórias, e acabamos perdendo a noção mais ampla do que representa a UMP no contexto nacional. Somos mais de 70.000 jovens presbiterianos, e unidos como confederação podemos viabilizar grandes projetos de dimensão nacional para o reino de Deus, além de compartilhas idéias e diretrizes bíblicas para o trabalho em nossa igrejas locais.

Momentos de congresso da federação, sinodais, regionais e encontros nacionais, nos ajudam a recuperar a dimensão mais ampla de UMP, além de ser grandes momentos de comunhão com nossos irmãos de lugares mais distantes, unidos como um só corpo que somos. Neste sentido, nós da UMP da IV, juntamente com irmãos de a Presbiteriana de Lagoa Seca e da Liberdade, representando a Federação da Borborema, fomos até Natal, capital Rio Grande do Norte, no dia 18 de maio, comemorar o aniversário de 77 da UMP, num evento organizado pela CNM, onde tivemos contato com jovens de vários Estados. Este momentos nos motivou bastante com relação a uma integração maior com outras mocidades de nossa Cidade, Estado e Nação.

Caravana da Paraíba - 51 pessoas

Uma parte do pessoal da UMP da Quarta

Culto em ação de graças pelos 77 anos da UMP na Igreja Presbiteriana de Pirangi


Motivados por este entusiasmo, indicaremos hoje um evento de proporções ainda maiores e ainda mais vital para a Mocidade Presbiteriana de todo país: O XVII Congresso Nacional da Mocidade Presbiteriana, que será realizado em Palmas, nos dias 21 a 26 de Janeiro de 2014. A inscrição custa somente R$ 200,00. 

Vamos participar do evento mais empolgado da UMP, para nos confraternizarmos com irmãos de todo o país e traçar os rumos de nossa sociedade nos próximos 4 anos. Não deixe passar esta oportunidade, pois só teremos outra chance desta em 2018!


Maiores informações neste site: http://palmas2014.eventize.com.br/index.php?pagina=1


Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Reflexões sobre a Graça Comum e a Graça Especial


 A graça comum não traz perdão nem purifica a natureza do homem, e não efetua a salvação dos pecadores. No entanto, ela retém o poder destrutivo do pecado, mantém em certa medida a ordem moral do mundo, possibilitando assim uma vida ordenada e promove o desenvolvimento da ciência e da arte.

O nome
graça comum expressa a ideia de que esta graça se estende a todos os homens, povos, línguas e nações.:

Contudo, não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações.” Atos 14:17

Há também outro modo usado por Deus para manifestar sua graça, esse limita- se apenas aos escolhidos, é a chamada graça especial. Essa doutrina reformada nos mostra com muita clareza o quanto Deus é misericordioso com o homem, não sendo merecedor de tamanho favor, Deus graciosamente nos dá a Salvação eterna. Esta é a graça que nos salva.

A Graça comum na vida do cristão muitas vezes é entendida de forma distorcida, onde é separado o que é religioso “vida espiritual ” e o que é profano “vida secular”, trazendo consequências para a nossa vida. Sendo dividido assim, ”Santo” é ir a igreja, orar, ler a Bíblia,ouvir músicas evangélicas e conversar sobre assuntos religiosos. E as demais coisas cotidianas são vistas como seculares, gerando assim um erro gravíssimo, pois toda a vida humana tanto a área chamada espiritual como a secular são áreas onde a graça de Deus é manifesta. Deus é quem capacita através dos dons e talentos, quem dá saúde, que o sustenta em todos os momentos da vida sem distinções.

Visto que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, refletindo aquilo que Deus é, o próprio Deus o capacita para que de forma positiva realizem boas obras nas mais variadas áreas da vida como a cultura, a arte e a ciência. Por isso tanto os não cristãos como os cristãos são capazes de produzir coisas boas, nobres, bonitas, agradáveis e justas. Embora a natureza do homem seja caída e maculada pelo pecado, não devemos rejeitar o que ele produz. Contudo se aquilo que foi feito não reflita a glória de Deus, não é proveitoso; como por exemplo, uma canção feita por um cristão, se essa música não glorifica a Deus, não é útil nem agradável, deve ser rejeitada, mas uma música feita por um não cristão, sendo útil, agradável e proveitosa é lícito desfrutarmos dela, pois foi feita através da capacitação que Deus o deu. Os dois principais fins da Graça Comum são o favor e os privilégios dados aos eleitos, e a Glorificação de Deus.

Ruan Medeiros

 Este texto foi baseado na aula nº 08 da revista Palavra viva – Teologia Reformada, publicada em 2013 pela Editora Cultura Cristã.
 

Todos os que Morreram na Infância são Salvos? Com a Palavra, William Hendriksen


POSIÇÕES ERRADAS

Primeiramente, há o que pode ser chamado de visão prevalecente na Igreja Católica Romana. Esta posição é: todas as crianças não batizadas estão perdidas, no sentido em que, quando elas morrerem, elas entrarão no Limbus Infantum (ou Infantium), um lugas às margens do inferno. O sofrimento delas aqui é negativo, em vez de positivo. Elas sofrem a falta da “visão beatificada”.

Esta posição, embora contendo realmente um elemento de verdade (já que reconhece justamente o fato que a responsabilidade varia de acordo com a oportunidade), está errada em duas considerações, a saber: A) as Escrituras não designam em nenhuma parte tal importância à omissão do batismo; B) não ensinam também em nenhuma parte sobre a existência de um Limbus Infantum.

Opondo-se a isto está a posição dos que sustentam que todos os bebês são “inocentes”. De acordo com este ponto de vista, o “pecado original”, se é que podemos chamá-lo assim, não é sujeito ao castigo sem que haja transgressão real. Visto que crianças pequenas não são capazes de transgredir realmente, mas são inocentes, todas são salvas se morrem na infância. Esta ou algo similar a esta, é a posição de muitos protestantes evangélicos hoje. Como irmãos em Cristo, nós amamos essas pessoas, mas nós não acreditamos que as Escrituras endossem este argumento de sua posição. As crianças também são culpadas em Adão. Além disso, elas não são inocentes (veja Jó 14.4; Sl 51.5; Rm 5.12, 18, 19; 1Co 15.22 e Ef 2.3) Se elas serão todas salvas, esta salvação não terá que ser concedida com base em sua inocência, mas na aplicação do méritos de Cristo para com elas.

A POSIÇÃO OFICIAL DA IGREJA PRESBITERIANA DOS ESTADOS UNIDOS

A Confissão de Fé de Westminster não dá uma resposta clara à pergunta se todos que morrem na infância serão salvos. De fato, a Confissão deixa espaço para a opinião de que alguns poderiam não ser eleitos e, portanto, não serem salvos. Veja isto você mesmo. A Confissão declara: “As crianças que morrem na infância, sendo eleitas, são regeneradas e por Cristo salvas, por meio do Espírito Santo, que opera quando, onde e como quer (Capítulo X, Seção III). Em 1903, a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, porém, interpretou este artigo de forma que hoje sabe-se exatamente onde esta denominação se mantém com relação a este assunto. Esta denominação adotou o seguinte Manifesto Declaratório: “A Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América, com toda autoridade, declara como segue... Com referência ao Capítulo X, Seção III, da Confissão de Fé de Westminster, que não é considerado como ensino, que qualquer um que morrer na infância esteja perdido. Nós acreditamos que todos, morrendo na infância, estão incluídos na eleição da graça, e são regenerados e salvos por Cristo através do Espírito Santo, que opera quando, onde e como lhe agrada”.

CITAÇÕES DE OBRAS DE TEÓLOGOS REFORMADOS

Todos que morrem na infância serão salvos. Isto é deduzido do que a Bíblia ensina sobre a analogia entre Adão e Cristo (Rm 5.18-19). As escrituras não excluem qualquer classe de crianças em nenhuma parte, batizada ou não batizada, nascidas em países Cristãos ou pagãos, de pais crentes ou não crentes, dos benefícios da redenção em Cristo.” (Charles Hodge, Systematic Theology, Vol I, 9.26)

O seu destino é determinado independentemente de sua escolha, por um decreto incondicional de Deus, e nenhum ato próprio delas pode suspender sua execução; sua salvação é forjada por uma imediata e irresistível operação do Espírito Santo, antes e à parte de qualquer ação de suas próprias vontades. Isto quer dizer que elas estão incondicionalmente predestinadas para a salvação desde a fundação do mundo.” (B. B. Warfield, Two Studies in the History os Doctrine, p. 230)

A maioria dos teólogos calvinistas sustenta que aqueles que morrem na infância são salvos... Certamente não há nada no sistema calvinista que nos impeça de acreditar nisto; e , até que seja provado que Deus não predestina para a vida eterna todos aqueles que ele agradou chamar na infância, podem nos permitir sustentar esta visão.” (L. Boettner, The Reformed Doctrine of Predestination, pp. 143,144).

Não obstante, nem todos teólogos Reformados se expressam tão positivamente. Alguns apresentam mais claramente a diferença, segundo eles a veem, entre os filhos dos crentes e todas as outras crianças. “As crianças da Aliança, batizadas ou não batizadas, quando morrem, entram no céu; a respeito do destino das outras, tão pouco nos foi revelado que a melhor coisa que podemos fazer é nos abstermos de qualquer julgamento positivo” (H. Bavinck, Gereformeerde Dogmatiek, 3° ed., Vol IV, p.117, minha tradução).

De forma semelhante, L. Berkhof, embora em completo acordo com os Cânones de Dort com relação à salvação dos filhos de pais piedosos, a quem Deus se agrada chamar para fora desta vida em sua infância, declara, a respeito dos outros, que “não há nenhuma evidência nas Escrituras na qual nós possamos basear a esperança de que... os filhos dos gentios que não tenham alcançado a idade do discernimento sejam salvos” (Systematic Theology, pp. 638-693).

O ENSINO BÍBLICO

A) Se aqueles que morrem em sua infância são salvos, essa salvação não está baseada em sua inocência, mas está baseada na graça soberana de Deus através de Cristo aplicada a eles (Veja o terceiro parágrafo deste texto).

B) O fato de que o coração de Deus não se preocupa só com os filhos dos crentes, mas também com os filhos dos descrentes, e até mesmos com aqueles “que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda”, é ensinado claramente em Jonas 4.11.

C)“O Senhor é bom para todos, e suas misericórdias permeiam todas as suas obras” e “Deus é amor” (Sl 145:9; 1Jo 4.8). É nos, então, permitido concordar com as belas linhas:

Porque o amor de Deus é mais vasto
Que a extensão da mente do homem
E o coração do Eterno
É o mais maravilhosamente amável (F. W. Faber, 1854)

D) As crianças não pecaram de qualquer forma similar aos adultos, que rejeitaram a pregação do evangelho e/ou pecaram grosseiramente contra a voz da consciência;

E) As Escrituras, em nenhuma parte, ensina explicitamente que todos os filhos dos descrentes que morreram na infância são salvos. Embora com base nos pontos B, C e D, uma pessoa possa se sentir fortemente inclinada a aceitar a posição que todas estas são salvas, jamais se pode afirmar que as Escrituras positivamente, e com todas as palavras, declarem isto como verdadeiro.

F) Deus deu ao crente e à sua semente a promessa encontrada em Gênesis 17.7 e Atos 2.38,39, e também 1 Coríntios 7.14. Por isso, os Cânones de Dort declaram que “desde que “Devemos julgar a respeito da vontade de Deus com base na sua Palavra. Ela testifica que os filhos de crentes são santos, não por natureza mas em virtude da aliança da graça, na qual estão incluídos com seus pais. Por isso os pais que temem a Deus não devem ter dúvida da eleição e salvação de seus filhos, que Deus chama desta vida ainda na infância.” (I, artigo 17).

HENDRIKSEN, William. In: A vida futura segundo a Bíblia. Traduzido por Marcus Ferreira.  São Paulo, SP: Cultura Cristã, 2004. pp. 123-127.


Guilherme Barros

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Orando ou Rezando?


               Em várias passagens da Bíblia, lemos relatos em que Jesus se retira para orar, em situações em que Ele precisou de fortaleza e sabedoria. A oração é, para o cristão, um canal de comunhão com o Pai e ela deve sempre ser uma constante na nossa vida, por isso o próprio Jesus nos ensinou a orar.

                Convém, todavia, estabelecer uma diferenciação entre rezar e orar. Rezar é a repetição aleatória e mecânica de palavras, sem que aquilo esteja saindo dos nossos corações. Essa prática, inclusive, é criticada por Cristo, quando Ele afirma: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos” (Mateus 6:7). Nesse sentido, rezar não é sinônimo de comunhão com Deus.

                Já a oração é um ato de entrega, de entrada na presença do Pai, de súplica e de agradecimento. É um momento privilegiado em que podemos nos entregar nos braços do maior amigo, do nosso Pai supremo.

                É verdade que Jesus nos ensinou a orar a partir do “Pai Nosso” (Mateus 6: 9-13), mas, mais do que servir como uma sistematização rigorosa de palavras a serem proferidas, Jesus nos dava orientações de como podemos orar. Em outras palavras, o “Pai Nosso” não é um modelo a ser repetido, mas uma orientação de como podemos entrar na presença de Deus.

   1.       Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome (Mateus 6:9).

O primeiro passo é entrar na presença de Deus, evocar o seu nome e reconhecer a sua grandeza, a sua santidade, invocá-lo para perto de nós. Portanto, para entrarmos na presença de Deus, em oração, devemos reconhecer a sua magnitude. Sendo, portanto, um momento de adoração.

   2.       Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu (Mateus 6:10)

Também, ao orar, devemos declarar que aceitamos o sacrifício de Deus em nossas vidas e proferir que queremos fazer parte do Reino dos Céus. Também, Jesus alerta para que devemos aceitar a vontade soberana de Deus, não só em nossas vidas, mas em todo o universo. Assim, reconhecemos que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2) e, ao mesmo tempo, estamos glorificando o Seu nome.

   3.       O pão nosso de cada dia nos dá hoje (Mateus 6:11)

Pedir que Deus nos dê o pão é reconhecer que por nosso esforço nada conseguimos, mas que Deus é quem provê todas as nossas necessidades e que Ele é capaz de suprir a nossa fome, não apenas material, mas também espiritual. Esse é o momento em que suplicamos pela graça de Deus em nossas vidas.

   4.       E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores (Mateus 6:12)

Pecamos todos os dias, e Jesus nos estimula a reconhecermos isso diante de Deus e pedirmos perdão pelas nossas falhas, mas não apenas isso, Ele nos fala da necessidade de sermos brandos de coração e também oferecermos o perdão aos nossos irmãos, pois eles, assim como nós, também falham. Assim, além de rogar o perdão de Deus, nós assumimos um compromisso de agirmos como cristãos, perdoando também. Nesse sentido, a oração também é um momento de nos comprometermos com Deus.

   5.       E não nos deixeis cair em tentação; mas livra-nos do mal (Mateus 6:13)

Pedir a proteção divina, em face das tentações e do mal é uma das coisas que também devemos lembrar-nos de fazer, ao orarmos, pois devemos estar fortalecidos espiritualmente para andarmos na vontade do Pai. Nesse sentido, a oração é um veículo de reconhecimento de nossa fraqueza espiritual e de pedido para que não venhamos a desagradar a Deus.

Sendo assim, a oração é uma evocação ao Pai que deve nos fazer reconhecer a Sua grandeza, o Seu sacrifício, a Sua soberania e que também nos permita pedir o sustento espiritual e material.

Mais do que palavras sem sentimento, repetidas inúmeras vezes, a verdadeira oração é a reafirmação da nossa necessidade de Deus. E essa é a oração que agrada ao Pai, pois “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16).
Andrea Grace