Em várias passagens da Bíblia,
lemos relatos em que Jesus se retira para orar, em situações em que Ele
precisou de fortaleza e sabedoria. A oração é, para o cristão, um canal de
comunhão com o Pai e ela deve sempre ser uma constante na nossa vida, por isso
o próprio Jesus nos ensinou a orar.
Convém,
todavia, estabelecer uma diferenciação entre rezar e orar. Rezar é a repetição
aleatória e mecânica de palavras, sem que aquilo esteja saindo dos nossos
corações. Essa prática, inclusive, é criticada por Cristo, quando Ele afirma: “E,
orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito
falarem serão ouvidos” (Mateus 6:7). Nesse sentido, rezar não é sinônimo de comunhão com Deus.
Já
a oração é um ato de entrega, de entrada na presença do Pai, de súplica e de
agradecimento. É um momento privilegiado em que podemos nos entregar nos braços
do maior amigo, do nosso Pai supremo.
É
verdade que Jesus nos ensinou a orar a partir do “Pai Nosso” (Mateus 6: 9-13),
mas, mais do que servir como uma sistematização rigorosa de palavras a serem
proferidas, Jesus nos dava orientações de como podemos orar. Em outras
palavras, o “Pai Nosso” não é um modelo a ser repetido, mas uma orientação de
como podemos entrar na presença de Deus.
1.
Pai
nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome (Mateus 6:9).
O primeiro passo é entrar na presença
de Deus, evocar o seu nome e reconhecer a sua grandeza, a sua santidade,
invocá-lo para perto de nós. Portanto, para entrarmos na presença de Deus, em
oração, devemos reconhecer a sua magnitude. Sendo, portanto, um momento de
adoração.
2.
Venha o teu
reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu (Mateus 6:10)
Também, ao
orar, devemos declarar que aceitamos o sacrifício de Deus em nossas vidas e
proferir que queremos fazer parte do Reino dos Céus. Também, Jesus alerta para
que devemos aceitar a vontade soberana de Deus, não só em nossas vidas, mas em
todo o universo. Assim, reconhecemos que a vontade de Deus é boa, perfeita e
agradável (Romanos 12:2) e, ao mesmo tempo, estamos glorificando o Seu nome.
3.
O pão nosso de cada dia nos dá hoje (Mateus 6:11)
Pedir que
Deus nos dê o pão é reconhecer que por nosso esforço nada conseguimos, mas que
Deus é quem provê todas as nossas necessidades e que Ele é capaz de suprir a
nossa fome, não apenas material, mas também espiritual. Esse é o momento em que
suplicamos pela graça de Deus em nossas vidas.
4.
E perdoa-nos
as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores (Mateus 6:12)
Pecamos todos os dias, e Jesus nos estimula a reconhecermos isso diante
de Deus e pedirmos perdão pelas nossas falhas, mas não apenas isso, Ele nos
fala da necessidade de sermos brandos de coração e também oferecermos o perdão
aos nossos irmãos, pois eles, assim como nós, também falham. Assim, além de
rogar o perdão de Deus, nós assumimos um compromisso de agirmos como cristãos,
perdoando também. Nesse sentido, a oração também é um momento de nos
comprometermos com Deus.
5.
E não nos deixeis cair em tentação; mas livra-nos
do mal (Mateus 6:13)
Pedir a
proteção divina, em face das tentações e do mal é uma das coisas que também
devemos lembrar-nos de fazer, ao orarmos, pois devemos estar fortalecidos
espiritualmente para andarmos na vontade do Pai. Nesse sentido, a oração é um
veículo de reconhecimento de nossa fraqueza espiritual e de pedido para que não
venhamos a desagradar a Deus.
Sendo assim,
a oração é uma evocação ao Pai que deve nos fazer reconhecer a Sua grandeza, o
Seu sacrifício, a Sua soberania e que também nos permita pedir o sustento
espiritual e material.
Mais do que
palavras sem sentimento, repetidas inúmeras vezes, a verdadeira oração é a
reafirmação da nossa necessidade de Deus. E essa é a oração que agrada ao Pai,
pois “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16).
Andrea
Grace
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