quinta-feira, 16 de maio de 2013

Orando ou Rezando?


               Em várias passagens da Bíblia, lemos relatos em que Jesus se retira para orar, em situações em que Ele precisou de fortaleza e sabedoria. A oração é, para o cristão, um canal de comunhão com o Pai e ela deve sempre ser uma constante na nossa vida, por isso o próprio Jesus nos ensinou a orar.

                Convém, todavia, estabelecer uma diferenciação entre rezar e orar. Rezar é a repetição aleatória e mecânica de palavras, sem que aquilo esteja saindo dos nossos corações. Essa prática, inclusive, é criticada por Cristo, quando Ele afirma: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos” (Mateus 6:7). Nesse sentido, rezar não é sinônimo de comunhão com Deus.

                Já a oração é um ato de entrega, de entrada na presença do Pai, de súplica e de agradecimento. É um momento privilegiado em que podemos nos entregar nos braços do maior amigo, do nosso Pai supremo.

                É verdade que Jesus nos ensinou a orar a partir do “Pai Nosso” (Mateus 6: 9-13), mas, mais do que servir como uma sistematização rigorosa de palavras a serem proferidas, Jesus nos dava orientações de como podemos orar. Em outras palavras, o “Pai Nosso” não é um modelo a ser repetido, mas uma orientação de como podemos entrar na presença de Deus.

   1.       Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome (Mateus 6:9).

O primeiro passo é entrar na presença de Deus, evocar o seu nome e reconhecer a sua grandeza, a sua santidade, invocá-lo para perto de nós. Portanto, para entrarmos na presença de Deus, em oração, devemos reconhecer a sua magnitude. Sendo, portanto, um momento de adoração.

   2.       Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu (Mateus 6:10)

Também, ao orar, devemos declarar que aceitamos o sacrifício de Deus em nossas vidas e proferir que queremos fazer parte do Reino dos Céus. Também, Jesus alerta para que devemos aceitar a vontade soberana de Deus, não só em nossas vidas, mas em todo o universo. Assim, reconhecemos que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2) e, ao mesmo tempo, estamos glorificando o Seu nome.

   3.       O pão nosso de cada dia nos dá hoje (Mateus 6:11)

Pedir que Deus nos dê o pão é reconhecer que por nosso esforço nada conseguimos, mas que Deus é quem provê todas as nossas necessidades e que Ele é capaz de suprir a nossa fome, não apenas material, mas também espiritual. Esse é o momento em que suplicamos pela graça de Deus em nossas vidas.

   4.       E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores (Mateus 6:12)

Pecamos todos os dias, e Jesus nos estimula a reconhecermos isso diante de Deus e pedirmos perdão pelas nossas falhas, mas não apenas isso, Ele nos fala da necessidade de sermos brandos de coração e também oferecermos o perdão aos nossos irmãos, pois eles, assim como nós, também falham. Assim, além de rogar o perdão de Deus, nós assumimos um compromisso de agirmos como cristãos, perdoando também. Nesse sentido, a oração também é um momento de nos comprometermos com Deus.

   5.       E não nos deixeis cair em tentação; mas livra-nos do mal (Mateus 6:13)

Pedir a proteção divina, em face das tentações e do mal é uma das coisas que também devemos lembrar-nos de fazer, ao orarmos, pois devemos estar fortalecidos espiritualmente para andarmos na vontade do Pai. Nesse sentido, a oração é um veículo de reconhecimento de nossa fraqueza espiritual e de pedido para que não venhamos a desagradar a Deus.

Sendo assim, a oração é uma evocação ao Pai que deve nos fazer reconhecer a Sua grandeza, o Seu sacrifício, a Sua soberania e que também nos permita pedir o sustento espiritual e material.

Mais do que palavras sem sentimento, repetidas inúmeras vezes, a verdadeira oração é a reafirmação da nossa necessidade de Deus. E essa é a oração que agrada ao Pai, pois “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16).
Andrea Grace

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