sexta-feira, 17 de maio de 2013

Reflexões sobre a Graça Comum e a Graça Especial


 A graça comum não traz perdão nem purifica a natureza do homem, e não efetua a salvação dos pecadores. No entanto, ela retém o poder destrutivo do pecado, mantém em certa medida a ordem moral do mundo, possibilitando assim uma vida ordenada e promove o desenvolvimento da ciência e da arte.

O nome
graça comum expressa a ideia de que esta graça se estende a todos os homens, povos, línguas e nações.:

Contudo, não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações.” Atos 14:17

Há também outro modo usado por Deus para manifestar sua graça, esse limita- se apenas aos escolhidos, é a chamada graça especial. Essa doutrina reformada nos mostra com muita clareza o quanto Deus é misericordioso com o homem, não sendo merecedor de tamanho favor, Deus graciosamente nos dá a Salvação eterna. Esta é a graça que nos salva.

A Graça comum na vida do cristão muitas vezes é entendida de forma distorcida, onde é separado o que é religioso “vida espiritual ” e o que é profano “vida secular”, trazendo consequências para a nossa vida. Sendo dividido assim, ”Santo” é ir a igreja, orar, ler a Bíblia,ouvir músicas evangélicas e conversar sobre assuntos religiosos. E as demais coisas cotidianas são vistas como seculares, gerando assim um erro gravíssimo, pois toda a vida humana tanto a área chamada espiritual como a secular são áreas onde a graça de Deus é manifesta. Deus é quem capacita através dos dons e talentos, quem dá saúde, que o sustenta em todos os momentos da vida sem distinções.

Visto que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, refletindo aquilo que Deus é, o próprio Deus o capacita para que de forma positiva realizem boas obras nas mais variadas áreas da vida como a cultura, a arte e a ciência. Por isso tanto os não cristãos como os cristãos são capazes de produzir coisas boas, nobres, bonitas, agradáveis e justas. Embora a natureza do homem seja caída e maculada pelo pecado, não devemos rejeitar o que ele produz. Contudo se aquilo que foi feito não reflita a glória de Deus, não é proveitoso; como por exemplo, uma canção feita por um cristão, se essa música não glorifica a Deus, não é útil nem agradável, deve ser rejeitada, mas uma música feita por um não cristão, sendo útil, agradável e proveitosa é lícito desfrutarmos dela, pois foi feita através da capacitação que Deus o deu. Os dois principais fins da Graça Comum são o favor e os privilégios dados aos eleitos, e a Glorificação de Deus.

Ruan Medeiros

 Este texto foi baseado na aula nº 08 da revista Palavra viva – Teologia Reformada, publicada em 2013 pela Editora Cultura Cristã.
 

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