sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Devemos pregar sobre o inferno? Com a Palavra, D. A. Carson


Muitos crentes de nossos dias querem dizer: “Certamente, é melhor pensar no inferno como um lugar que haverá punição temporária, até que todas as pessoas percam, finalmente, toda a consciência: aniquilação”. Outras acham que é manipulador e cruel pensar no inferno: “Fale sobre o amor de Deus”. Há diversas coisas que devem ser ditas. Este não é um assunto fácil, mas tem de ser dito.

            Jesus foi quem apresentou as imagens mais horríveis e vívidas. Ele falou abertamente para os seus discípulos que estavam em risco de serem crucificados, espancados e sofrerem outras atrocidades: “Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanta alma quanto o corpo (Mt 10.28). Ele falou sobre algemas, cadeias, trevas exteriores. Às vezes, pessoas dizem: “Quero ir para o inferno. Todos os meus amigos estão lá”. Não há amigos no inferno. Jesus falou sobre choro e ranger de dentes. Portanto, não é surpreendente que ele tenha chorado sobre a cidade quando as pessoas não se arrependeram e creram.

            Então, se pessoas acham que falar sobre o inferno é manipulador, elas têm de acusar Jesus de manipulação. Contudo, a acusação será sensível apenas se a ameaça do inferno não for real.  Advertir as pessoas a abandonar um prédio em chamas, contando-lhes as consequências terríveis de permanecer ali e suplicar-lhes que se apressem a sair dele, nunca seria chamado de manipulação. Visto que o inferno é real, terrível e tem de ser evitado urgentemente, seria falta de amor e compaixão da minha parte não advertir as pessoas, exatamente como o seria da parte Jesus não advertir as pessoas de sua época.

CARSON, D. A. In: o Deus Presente. Traduzido por Francisco Wellington Ferreira.  São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2012. Capítulo 13: O Deus bastante irado, pp. 295-296.


Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd

Comentários
10 Comentários

10 comentários:

  1. Ninguém pediu para viver... acho que seria injusto da parte de Deus condenar alguém eternamente ao inferno. Não vejo suporte bíblico para o castigo no inferno ser eterno (apesar de acreditar que o inferno em si seja eterno)

    O castigo é eterno para satanás e os demônios como deixa claro apocalipse. Mas para os homens? Seria muito injusto testar os homens por alguns anos e condená-los eternamente ao inferno.

    Talvez essa idéia seja fruto da concepção pagã romana de que o homem era eterno

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    1. O inferno, como condenação eterna de Satanás e seus anjos, assim como dos ímpios, é uma realidade bíblica inconteste. A única saída para negá-lo é negar as escrituras, e esta posição não é cristã. Negar um inferno eterno é universalismo, e sobre isto indico um excelente texto: http://www.blogmundocristao.com.br/index.php/o-inferno-em-que-rob-bell-se-meteu/

      Se fosse apenas uma ideia herdada do paganismo romano, não teria problema algum. Mas acontece que é uma verdade divina. Que ninguém ouse viver como se isto não fosse verdade, pois terá de arcar com as consequências no fim de sua vida.

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    2. Rob Bell é realmente perda de tempo ouvir ele. Se contradiz muito. Acho q nem ele sabe no que acredita

      Eu não defendo o universalismo. Tendo a acreditar na verdade no aniquilacionismo (apesar de ser de uma igreja de linha tradicional ... antes q pense q sou testemunha de Jeová ou adventista)

      Qual versículo bíblico vc acredita que endossa a eternidade do castigo eterno para o homem? (veja que estou falando da eternidade do CASTIGO e não do inferno como lugar) Veja que nenhum dos versículos citados pelo Dr. Nicodemus no link q vc mandou garante que o castigo será eterno.

      Por último, essa tônica de pregação baseada na ameaça adotada pela igreja não me agrada. Quantas vezes Paulo falou em inferno? Uma pesquisa realizada nos EUA comprovou que ateus e pessoas pouco religiosas costumam agir mais por compaixão que religiosos justamente por isso: os religiosos tentam fazer as coisas certas por medo do inferno.

      E sabemos que se fosse possível resumir o evangelho em uma palavra, essa palavra seria "amor" e não "medo"

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    4. Por partes:

      Este é um dos textos que deixa bem claro que o castigo será eterno: Mat 25:41 Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna.

      A grande questão é, se a condenação não fosse tão terrível, Deus precisaria de uma medida tão drástica para salvar-nos? Não seria melhor nos deixar sendo castigados por um tempo? Diminuir a pregação sobre o inferno real, é diminuir o sacrifício de Cristo e seu amor.

      Não é correto resumir o evangelho ao amor, apesar de ser um atributo maravilhoso de Deus. O resumo do evangelho é cruz! E este representa tanto o amor, quando a justiça de Deus, e esta se revela na condenação daqueles que se rebelão contra o seu governo.

      Não devemos fazer com as pessoas vivam para Deus por terror, mas quem vive enganado morre condenado. Isto não é misericórdia. Quem tem compaixão pelas almas, as alertas enquanto é tempo.

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    5. esse é realmente o versículo mais usado para combater o aniquilacionismo

      Podemos fazer um pararelo com a condenação de Sodoma e Gomorra que foram castigadas com fogo eterno segundo a bíblia (Judas)

      Isso não significa que as cidades estão lá queimando até hoje, mas sim que o castigo é irrevogável ... nunca mais essas cidades voltarão a existir.

      Acredito que toda a oonfusão se resume nisso: o inferno é eterno, mas o castigo não.

      Essa interpretação além de tudo é coerente com o Deus revelado por Jesus

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    6. O fogo eterno que afligiu Sodoma não se limitou as brasas que consumiram a cidade, mas são eternas porque há uma referência a o inferno. Podemos não compreender como poder haver condenação eterna, mas não podemos esquecer que Deus é o oleiro e não devemos por o dedo em riste e questioná-lo segundo nossos padrões de justiça. Aqui está Romanos 9 para fulminar as questões especulativas de nossa alma.

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    7. Desculpa a insistência, mas isso ainda não me foi esclarecedor

      Se o fogo de Sodoma, que de fato não foi eterno, faz referência ao fogo do inferno, por lógica o fogo do inferno também não seria eterno.

      Sua argumentação só seria lógica se partisse do pressuposto que o castigo no inferno é eterno.

      O problema é que se vc parte de uma premissa falsa, nada garante que suas conclusões serão verdadeiras.

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    8. Veja só, várias vezes Jesus chamou o inferno “lugar de fogo inextinguível” (Mc 9.43-48) onde os corpos dos ímpios nunca morrerão (cf. Lc 12.4,5. O próprio Pauylo que você citou anteriormente, como alguém que não prega sobre inferno, disse que os ímpios “sofrerão a pena de destruição eterna” (2 Ts 1.9).

      É bíblico, cara. Se estas premissas são falsas, o que é verdade?

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    9. Nesse caso nós voltamos para a primeira parte da discussão: é bíblico que o castigo durará para sempre?

      No texto de Marcos que vc citou, vc interpretou "o bicho que não morre" como "corpos dos ímpios"

      O fato de Jesus ter usado essa expressão só reforça que Ele se refere a morte dos ímpios já que "bicho" faz referência a "vermes" que atacam cadáveres. Se ainda houver dúvida, é só ler Isaías 66:24 que parece ser justamente o texto que Jesus usou para criar essa figura.

      Lucas 12 não traz nada novo.

      Em tessalonicenses, Paulo fala sobre destruição eterna ... um aniquilacionista não conseguiria fazer referência melhor.... é exatamente isso que representa a condenação

      Veja que eu não disse que Paulo não pregava sobre inferno. No contexto em que eu questionava a tônica de pregação terrorista da igreja de hoje, eu apenas perguntei: quantas vezes Paulo falou sobre inferno? De fato foram poucas vezes.

      Justamente porque ele está mais ocupado falando do céu

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