quarta-feira, 30 de julho de 2014

Jesus Cristo Perdoa. E Você?

Falar em perdão é mais fácil que perdoar, mas o Senhor quer ambas as coisas, que falemos sobre essa virtude e que perdoemos na prática. Perdoar é algo belo, nobre e muito agradável de conversar numa comunhão santa entre irmãos, principalmente quando estamos citando exemplos de perdão de outros, contudo quando a coisa é com a gente tendemos a suspirar e gemer, como é difícil!

A Bíblia é cheia de exemplos de perdão, vale destacar aqui o perdão de um senhor de escravos a um escravo rebelde e fugitivo chamado Onésimo, escravo de Filemom. Esta história está registrada na Carta do apóstolo Paulo a Filemom.

Quem era Filemom? Este homem era um morador da cidade de Colosso, convertido a Cristo pela pregação do apóstolo Paulo, considerado seu Pai na fé. Era um cristão rico e mantinha uma igreja reunida em sua casa. Na época, tanto ser um senhor de escravos era legítimo quanto ter uma igreja doméstica, algo comum na Igreja Primitiva.

Quem era Onésimo? Como já foi dito, era um escravo de Filemom, mas também convertido pela pregação de Paulo, evangelizado e batizado em Roma. Local de sua fuga e provável prisão. Outro filho na fé do apóstolo aos gentios, companheiro de sofrimento na prisão, o qual "foi gerado nas minhas prisões", escreveu Paulo. Onésimo além de fugir da casa de Filemom ainda furtou bens materiais do seu senhor, prejuízo o qual o apóstolo Paulo se dispôs a pagar.

A pena para o crime de Onésimo era a morte por ser fugitivo e também por ter sido ladrão, porém Paulo intercedeu pela vida do escravo. Por causa de sua conversão genuína, Paulo pede que Filemom receba o servo de volta como um irmão, como se fosse o próprio Paulo -- "Recebe-o como a mim mesmo", diz Paulo. Se somos um só corpo em Cristo o perdão a outro é como perdoar a si mesmo. -- Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. Romanos 12:5-6. -- Estanho isso, não? Não. Perdoar um inimigo é algo nobre, mas perdoar um irmão (cristão) é como se estivéssemos perdoando a nós mesmos, é uma resposta afetiva ao próximo, como se colocar no lugar da outra pessoa:

Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; OLHANDO POR TI MESMO, para que não sejas também tentado. -- Gálatas 6:1

A Carta de Paulo a Filemom é uma carta de amigo para amigo, de irmão para irmão. É uma Carta que defende a causa de um escravo criminoso. Paulo como apóstolo podia usar de sua autoridade  para que Filemon recebesse Onésimo sem puni-lo, pois seria uma ordem para fazer o que era correto, mas Paulo usa a força do amor, da piedade e compaixão que deve haver entre os irmãos em Cristo para pedir a Filemon que perdoasse seu escravo fugitivo. Esta carta é um nobre exemplo de amor cristão, algo belo e nobre de se conhecer, mas colocar em prática e ignorar as ofensas é um processo doloroso. Não deve ter sido diferente para Filemom, porém um grande testemunho certamente.

Filemom possuía uma queixa legitima contra Onésimo, mas como a Palavra de Deus quebra muitos de nossos paradigmas mundanos, temos que ouvir e atender a voz do Espírito Santo que diz: Se você tem alguma queixa contra alguém, perdoe como o Senhor te perdoou. E a chave para abrir o nosso entendimento é a Cruz de Cristo. Lembre-se, assim como o Senhor te perdoou você deve perdoar os outros. Simples assim:

Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo. - Efésios 4:32.

Matthew Henry comentando Colossenses 3.13: SUPORTANDO-VOS uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. -- Resume que o cristão não deve apenas não cometer nenhum dano ou prejudicar o próximo, mas fazer o bem que puder fazer, a todos. Os escolhidos de Deus devem praticar a humildade e compaixão para com todos.

Vivemos num mundo terrível de corrupções tanto externamente, o mundo do lado de fora, que enxergamos, o nosso dia-a-dia, quanto em nosso mundo interno, em nossos corações. O que mais vemos ao nosso redor são brigas e confusões, e muitas vezes podemos estar inseridos nelas. Nessas situações o melhor a fazer é pedir a Deus que a sua paz domine nossos corações, que não sejamos impulsionados pela ira, rancor e amargura. Numa ira, não adiantará muito respirar mil vezes antes de falar se o coração não estiver em paz com Deus. -- Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.Gálatas 6:2.

O Espírito Santo nos orienta e conduz a SUPORTAR.  Suportar é aguentar, resistir; tolerar. Como colunas que suportam um edifício. Suportar vem do latim SUPPORTARE, "carregar, transportar." "SUP" significa "SUB", "abaixo" e "PORTARE", "levar, carregar." A ideia é colocar-se abaixo de uma carga para apoiar. Algo sofrido, que não é fácil mas que Deus nos dá a capacidade de carregar e suportar. Como ensina Provérbios 19.11:

A sabedoria do homem lhe dá paciência; sua glória é ignorar as ofensas.

Esse SUPORTAR muitas vezes é cansativo, dolorido, sofrido, como já foi dito.Mas nosso modelo do homem perfeito é Cristo que SUPORTOU com longanimidade todos que lhe queriam e fizeram o mal. A LONGANIMIDADE é um ânimo prolongado, perseverante em um propósito paciente. A longanimidade é algo que se pratica em silêncio, sem murmuração. Cristo nos suportou e nos suporta com paciência e misericórdia. PERDOAR é graça!  Se alguém tem alguma queixa contra alguém, lembremos-nos da história de Filemon e Onésimo e das misericórdias do Senhor, que são as causas de não sermos consumidos pela Ira de Deus. -- Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo. Tiago 2:13.

SUPORTAR uns aos outros é levar as cargas uns dos outros, suportar a fraqueza dos outros, perdoar-nos mutuamente de todas as falhas, delitos, e orando para Deus perdoá-los, assim como Cristo nos perdoou. NÓS CAUSAMOS TODOS OS FERIMENTOS EM CRISTO JESUS NAQUELA CRUZ,e ele nos perdoou desses ferimentos que fizemos nele. Nosso Senhor suportou toda vergonha e zombaria em nosso lugar, e foi condenado em nosso lugar! Perdoar nosso próximo é algo não tão pesado quando meditado aos pés da cruz. Nossa religião é a dos perdoados e dos perdoadores. A cruz é o preço do nosso perdão. Como disse D. Martyn Lloyd-Jones: "Se realmente conhecemos a Cristo como nosso Salvador, os nossos corações são quebrantados, não podem ser duros, e não podemos negar o perdão".

Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mateus 6:14

Raniere Menezes

Fonte: http://frasesprotestantes.blogspot.com.br/2014/07/jesus-cristo-perdoa-e-voce.html

Intercâmbio feito por Jhonatas Araújo


terça-feira, 29 de julho de 2014

A Lei e a Graça: Breves Considerações

Muitas pessoas hoje, assim como ao longo da história, tem certa dificuldade em compreender a relação destes dois termos essenciais para a vida do Cristão: A Lei e a Graça. Embora seja um assunto realmente complexo, relatarei alguns ensinamentos em tópico sobre estes dois termos:

LEI
• A Lei veio para mostrar o estado de pecador do homem. Pois o fato do homem ser pecador acarreta em não conseguir cumprir a lei.
• A Lei foi usada no levantamento dos profetas contra os pecados de Israel. Pois, embora não seja meio de salvação, serve de instrução para o povo de Deus no processo de santificação.
• A Lei não poderia ser cumprida por nenhum homem, se não Jesus Cristo, e na verdade não é à toa que ele é o próprio cumprimento da Lei.

GRAÇA
• A Graça nunca substituiu a lei, ela sempre andou lado a lado com a lei, atuando no novo e no velho testamento.
• A Graça nos salva e nos mostra que no nosso momento de aflição por entendermos nossa depravação no não cumprimento da Lei, podemos olhar para a Bíblia e ver que Jesus Cumpriu e entregou sua vida pelos eleitos.
• A Graça no momento que nos alcança também nos transforma, para que mesmo que hoje não possamos cumprir a Lei de maneira plena, precisamos santificar-nos e espelhar-nos nela, sabendo que um dia cumpriremos de maneira plena no Céu.

Mesmo falando da Lei e da Graça de maneira separada no texto, sempre tenhamos em mente que ao olharmos para a Lei enxergaremos sempre a Graça, enxergaremos Jesus Cristo. Nós precisamos enxergá-lo em tudo na nossa vida, CRISTO é tudo que precisamos. E hoje o cristão deve olhar a lei não como um meio de ser aceito por Deus, mas como uma forma de viver uma vida de oferta ao Deus que o aceita através de sua graça incomparável por meio de Cristo.

Soli Deo Gloria.

Caio Anderson
Este texto foi baseado na aula nº 13 da revista Expressão – Os 10 Mandamentos, publicada em 2014 pela Editora Cultura Cristã.

O que fazer quando você não gosta da Bíblia

Eu não gosto dessa parte da Bíblia.

Isso é o que o líder do grupo da comunidade com quem trabalho me contou sobre uma passagem da Escritura que havia estudado em seu grupo essa semana. Eu sorri quando ele me disse isso e pensei em todas as vezes que eu tinha encontrado algo na Bíblia que inicialmente me irritou. Todos nós já tivemos aqueles momentos em que na leitura da Bíblia, o que lemos não é apenas difícil de entender, mas difícil de gostarmos.

A Bíblia é a Palavra de Deus e confronta cada cultura e pessoa em diferentes pontos da nossa fragilidade e pecado. Estes são grandes momentos para o nosso crescimento espiritual, no entanto, eles nos permitem realmente crescer amor e adoração se não desperdiçá-los, decidindo simplesmente ignorar essa parte da Bíblia ou minimizá-lo. Não seja um cristão que pensa que você pode apenas dar peso às "letras vermelhas" de Jesus e ignorar as palavras de Paulo, inspiradas Espírito Santo.
Então o que devemos fazer quando nos deparamos com essas passagens e partes da Bíblia que parecem ser difícil para nós abraçarmos? Aqui estão algumas coisas que eu falei com o meu amigo sobre isso:

1. ALEGRAI-VOS!

Se você se deparar com algo que você não gosta, isso provavelmente significa que você está lendo a Bíblia corretamente. Se você ler a Bíblia e você nunca encontrar qualquer coisa que mostra que você está no caminho errado, então algo está errado.
Eu tive um professor uma vez que abordou um tema controverso, em seguida, disse que a bíblia queria dizer algo diferente sobre isso. Enquanto isso parece ser uma atitude conciliatória, na verdade revela uma falta de vontade de querer estar de acordo com o que Deus ama e nos diz em sua palavra. Estamos todos propensos a isso e precisamos lembrar que a Bíblia não é apenas um livro a ser estudado, mas para transformar-nos de modo que nós amamos o que Deus ama e odiamos o que Ele odeia ( Ps. 97:10 ).

2. ESTUDe

Certifique-se de que você está lendo e interpretando essa passagem da escritura corretamente. Será que ele realmente quer dizer o que você acha que é? Obter um bom estudo da Bíblia, também, e aprofundar. Quanto mais estudamos a Bíblia e entendermos toda a história da Bíblia, mais aprendemos a ver que as peças que pareciam difíceis de entender por conta própria fazem muito mais sentido dentro do contexto de toda a Bíblia.

3. OBSERVe

Às vezes nos esquecemos de que a nossa cultura e vidas não são normais, que as coisas não são do jeito que deveria ser na concepção pretendida de Deus para a criação, na verdade, normal e bom. Esteja disposto a olhar para a sua visão de mundo, a cultura e os valores em torno de você e entender que só porque eles são o que você está familiarizado, isso não os torna certo ou bom. Esteja disposto a ver que eles que chamam partes da Bíblia antiquada, ultrapassada, fora de moda ou algum outro pejorativo que tenta minimizar a sua importância, a partir de uma cultura que, como a nossa, nos EUA, não é tão velha, ou mesmo que, historicamente credível.
CS Lewis alertou sobre como muitos em nossos dias de hoje sofrem de "esnobismo cronológico," a crença de que só porque algo é mais recente ou moderno, deve ser melhor do que o que veio no passado. Mantenha os olhos abertos para isso ao estudar a Bíblia.

4. PERGUNTE NA COMUNIDADE

Por que você não gosta deste comando ou ensinamento?Existe algo em seu passado, cultura ou ações atuais que podem te fazer resistir de querer abraçar esse ensinamento? Quem tem autoridade final em sua vida? A Bíblia? Ou existem outras fontes de autoridade em que você dá o mesmo peso?
Muitas destas questões pode ser uma mudança de vida, se perguntar-lhes com um coração humilde  diante de Deus e na comunidade. Quando fazemos isso, estamos dando acesso a Palavra de Deus para lidar com as partes da nossa vida que realmente vai nos ajudar a crescer e mudar. Não tenha medo de fazer isso. Não importa o que o Espírito Santo nos convence do ou confronta-nos no meio de sua Palavra, ele também fornece ricamente a graça e o poder de mudar através da vida e morte de Jesus.

5. ORE

Peça a Deus para mudar seu coração e desejos. Ele pode estar no processo de libertar você de um falso ídolo, vicio, ou atitude que precisa ser ajustada. Deus lhe dará a fé que você precisa para mudar (2 Ts. 1:03 ).

Ryan Kerns


 Publicado em: 


TRaduzido por Jéssica Figueredo

sexta-feira, 25 de julho de 2014

O Fracasso do Cristão e a Misericórdia de Deus

Ao contrário da imagem sempre forte que muitos tentam passar, a vida do cristão é regada de fracassos. Fracassos por desobedecer a seu mestre, fracassos por ser provado e cair, por não conseguir seguir de forma fiel, por não agüentar a dor de ser cristão e muitas vezes ceder.

Devemos antes de qualquer coisa, constatar o problema. Em 1 João 1:8 o apóstolo diz que nos enganamos a nós mesmos quando afirmamos que estamos sem pecados. Paulo fala que não há um justo sequer, ninguém que busque a Deus (Rm 3:10-11). É verdade, perecemos por nós mesmos. Jesus disse que no mundo passaríamos por aflições. No salmo 31 – salmo Davídico, - o salmista revela sua dor no verso 10.

Gasta-se a minha vida na tristeza, e os meus anos, em gemidos; debilita-se a minha força, por causa da minha iniquidade, e os meus ossos se consomem.

Salmos 31:10

A fraqueza é a sina do homem caído. Criar forças é sua luta diária. Possivelmente passaremos dias sem força alguma, mais que isso, teremos vontade de desistir e esquecer-nos de tudo isso. Por diversas vezes nos vemos angustiados pelos nossos erros. Dizemos que amamos um Deus perfeito e ainda assim o entristecemos com nossos pecados (Rm 7:15). A angústia entra em nosso coração e mesmo quando o pecado é particular nos envergonhamos, nos entristecemos, e queremos nos esconder. As nossas iniquidades nos matam diariamente. É árduo!

Além disso, sofremos perseguições (2 Tm 3:12). Não somente os nossos pecados nos tiram a paz, mas também a maldade incrustada no coração de outros homens. Em diversos momentos da história, o povo de Deus foi humilhado e exilado. Muitos cristãos foram torturados por professarem Cristo como Senhor e Salvador.

Paulo sofreu como poucos. Em 1 Co 15:9, afirma que ele mesmo perseguiu a igreja e por isso não era digno do título de apóstolo. Após sua conversão, ele abandonou a antiga vida e provou as consequências dos seus antigos atos. Viveu parte da vida na prisão (Fp 1:13), sofreu com questionamentos quanto a seu ministério (2 Co 12:12), foi açoitado, apedrejado e passou por perigos de morte em diversos lugares (2 Co11:23-27). Ainda assim ele diz que o seu viver é Cristo, e o morrer é lucro (Fp 1:21).

Nos dias de hoje, em nosso país, talvez a perseguição não seja tão aberta, mas, com certeza não podemos desconsiderá-la. Somos “convidados” pela sociedade a abrir mãos dos nossos princípios e dos mandamentos do Senhor. Às vezes nos entristecemos mais ainda por isso vir de familiares próximos, amigos e não muito raramente, dos próprios irmãos em Cristo (1 Co 8:6). A zombaria contra os cristãos verdadeiros é real e deve ser tratada com muito cuidado.

O que fazer então com as nossas angústias? Nos versículo 14 a 16, ele continua.

Quanto a mim, confio em ti, Senhor. Eu disse, tu és o meu Deus. Nas tuas mãos, estão os meus dias. Livra-me das mãos dos meus inimigos e dos meus perseguidores. Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo; salva-me por tua misericórdia.

Salmos 31:14-16

Davi, sofrido, fracassado e humano, confiou em Deus. Preferiu lançar suas tristezas no Senhor e pedir que Ele resplandecesse seu rosto sobre ele, além disso, pede “Salva-me pela tua bondade”. Apesar de tudo, Deus nos salvou, nos deu vida e nos amou antes da fundação do mundo. Como então iremos ficar ansiosos e preocupados com fracassos, quando temos um Deus em que podemos chorar, lançar nossas tristezas e receber salvação? Deus controla a história e a nossa vida. Essa certeza deve nos servir de consolo em períodos de aflições (2 Co 7:6). Devemos apresentar nossas súplicas a Deus (Fp 4:6)

Quais são os resultados em depositar a nossa confiança em Deus? Nos versos 22-23, Davi completa.

Após falhar, cair, viver com angústias e dizer que viveu como um morto para as pessoas (v12), o salmista revela porque devemos confiar no Senhor. Assustados, nós pensamos como ele, que estamos “cortados” dos olhos de Deus, porém o Senhor ouve as nossas súplicas e preserva os fiéis (v22-23). O consolo de Deus é sempre presente e nos faz regozijar (v7). Em 2 Co 1:3-6, o apóstolo Paulo nos lembra que temos um Deus de toda consolação e que o sofrimento de Cristo se manifesta a nosso favor. Mesmo atribulados e aflitos, somos confortados. Assim, a paz que excede todo entendimento guarda nosso coração em Cristo (Fp 4:7). Por fim, são deixadas duas ordens.

Sede fortes, e revigore-se o vosso coração, vós todos que esperais no Senhor.
Salmos 31:24

Sedes fortes! Deus nos salva com sua misericórdia, mas não podemos usar isso como desculpa para relaxarmos (Rm 6:1-2). A vida cristã não pode ser levada de qualquer jeito. Temos que nos sujeitar a Deus, não podemos ser como o cavalo e a mula que precisam de cabresto e freio (Sl 32:9). Guardar os mandamentos é dever de todo homem, e não podemos fugir dele, pois Deus julgará até o encoberto (Ec 12:13-14). Se semearmos a carne, colheremos corrupção, mas se plantarmos o Espírito, colheremos vida eterna (Gl 6:8-9). Somente nEle podemos revigorar o nosso coração e continuar a caminhada.

Fácil com certeza não é. Mas Cristo nos deixou o Espírito Santo (Jo 14:16-17). Ele é o nosso consolador. Ele está conosco e habita em nós, e se amamos a Cristo, guardaremos suas palavras (Jo 14:23).


Vivemos uma vida cheia de fracassos, cheia de erros, tal qual o rei Davi, nos vemos desesperados (v9-13), mas também devemos confiar (v7-8, 19-20) e louvar a Deus (v21-25). A vitória do cristão é certa, porque não foi feita por nenhum homem falho. Foi produzida pelo único Deus confiável, fiel, misericordioso e soberano, que tem uma vontade boa, perfeita e agradável (Rm 12:12), através do seu filho na cruz. Por causa dEle temos nossas dívidas eternas quitadas, tudo está pago (Jo 19:30). Nossos fracassos não nos tiram de suas mãos poderosas, elas nos acalentam sempre que fracassamos. Nossas dificuldades não nos impedem de seguirmos o caminho correto, antes, sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Ele (Rm 8:28). Como dito antes, os nossos pecados nos matam todos os dias, mas as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã (Lm 3:21-22). Glórias a Deus por isso!

Matheus Gonzaga
Facebook: https://www.facebook.com/matheus.gonzaga.92

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Amor de Irmãos

Geralmente nutrimos uma noção de nós mesmos que nem sempre corresponde à realidade. Achamos que está tudo bem, que conhecemos a Bíblia, que vivemos de acordo com ela e até criticamos a superficialidade da teologia dos nossos irmãos pentecostais. Perdura, no entanto, uma realidade muito triste: olhamos para as ruínas do lado de fora dos nossos muros, quando a destruição está rondando o sossego do nosso próprio regato.
Você já reparou como as família não tem se preocupado em aplicar o mandamento de amar o próximo dentro de casa? Nossas crianças sabem falar de cor o mandamento que resume a segunda tábua da lei, mas não sabem demonstrar carinho uma pela outra. Certa vez vi uma cena que me entristeceu muito. Um menino morrendo de sono numa igreja desejava se recostar no ombro de sua irmã mais velha, e ela, sem piedade alguma, o empurrava trazendo-lhe frustração e muito incômodo. Enquanto via aquela cena, eu me perguntava: por que irmãos crentes vivem assim? Quanto custa demonstrar compaixão e amor por quem vive ao nosso lado todos os dias e de quem sentiremos muita falta no futuro?
É muito comum o sentimento de frustração e remorso de quem teve oportunidade de amar e não o fez, quando já é tarde demais para correr atrás do prejuízo. Eu fico me lembrando de quando eu convivia com meus irmãos quando eu era criança. Foram muitas oportunidades de demonstrar carinho, atenção, amizade, que já se foram. Hoje moro a seis horas e meia de distância de uma irmã e de um irmão, dez horas do outro e oito horas da outra. Morro de saudades deles e não posso vê-los na hora em que quero. Jamais pensei em minha infância que eu ficaria distante deles. Provavelmente, ficarei a cerca de 12 horas de avião de distância deles no ano que vem. Queria voltar no tempo para fazer cafuné nas minhas irmãs, para andar de mãos dadas com elas no Shopping, para brincar mais com meus irmãos, conversar mais sobre carros, máquinas e games, e brigar menos com todos eles, mas o tempo não volta jamais.
Por que você, que hoje tem seus irmãos perto de você deveria tratá-lo apenas com rivalidade? Trate com amor! O mandamento de amar o próximo começa dentro de casa. Se você não ama a seu irmão, a quem vê, como amará a Deus, a quem não vê? Além disso, a Palavra de Deus nos exorta a amar o próximo não apenas de lábios ou de língua, mas de fato e de verdade. Não é só dizer “eu te amo” de vez em quando; é necessário ir além, fazer favores, buscar água quando ele pedir, pegar a toalha de banho quando ele entra no chuveiro e esquece, sem reclamar. A coisa mais rara hoje em dia é ver um irmão deitado no colo do outro recebendo carinho e afeto. Sim, alguma coisa está profunda e gravemente errada!
Se você leu essas palavras, e se elas pesaram em seu coração, não defenda sua consciência; não formule racionalizações para justificar sua omissão e falta de amor. Admita que você tem sido relapso quanto ao mandamento de amar o próximo dentro de casa. Quer alguém mais próximo do que o irmão ou irmã que mora na mesma casa? Se tem alguém que precisa o tempo todo de nosso amor, é o irmão com quem moramos. Peça perdão a Deus por sua atitude e se esforce a amar de fato e de verdade aquele que passa pelas mesmas lutas e alegrias que você no contexto familiar. Quando vêm as alegrias, vocês estão juntos; quando vêm as tristezas, vocês estão juntos também.
Ame agora, enquanto é tempo. Um dia o conto de fadas vai acabar e a realidade vai colocar milhares de quilômetros de separação. Aí só restará a saudade e a comunicação remota, quiçá a frustração de não ter amado como deveria antes. Infelizmente, será tarde demais.

REV. CHALES MELO

Publicado em: http://www.ipb.org.br/informativos/amor-de-irmaos-1488
Intercâmbio feito por Cícero da Silva Pereira

Davi, Golias e a Menção do DEUS Vivo

E, estando ele ainda falando com eles, eis que vinha subindo do exército dos filisteus o homem guerreiro, cujo nome era Golias, o filisteu de Gate; e falou conforme àquelas palavras, e Davi as ouviu.
Porém todos os homens em Israel, vendo aquele homem, fugiram de diante dele, e temiam grandemente.
E diziam os homens de Israel: Vistes aquele homem que subiu? Pois subiu para afrontar a Israel; há de ser, pois, que, o homem que o ferir, o rei o enriquecerá de grandes riquezas, e lhe dará a sua filha, e fará livre a casa de seu pai em Israel.
Então falou Davi aos homens que estavam com ele, dizendo: Que farão àquele homem, que ferir a este filisteu, e tirar a afronta de sobre Israel? Quem é, pois, este incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?

1 Samuel 17:23-26

Antes que se delongue nas linhas desse texto preciso ser sincero com você caro leitor, não vai se tratar de um texto de alto-ajuda, nem mesmo uma palavra de ânimo para vencer problemas aparentemente invencíveis. Porém, facilmente se alegrará em meio a qualquer problema se conseguir enxergar a forma majestosa desse DEUS VIVO que Davi mencionou.

O Contexto acima nos remete a o período do 1 rei de Israel, período do reinado e Saul.

Dentro da cronologia do livro que vem desde Samuel como juiz, a reivindicação do povo pelo a designação de um rei em semelhança as nações vizinhas, a inserção de Saul como primeiro rei de Israel e o início do declínio do seu reinado. O livro segue com uma quebra na narrativa para a inserção daquele que seria o maior rei de Israel. Após Saul ter desagradado a Deus oferecendo sacrifícios reprováveis, 1 Sm 13.8, ter desobedecido a ordem do SENHOR na guerra contra os Amalequitas, 1 Sm 15.1. O SENHOR claramente fala a Samuel sobre a reprovação do Reinado de Saul:  Então disse o SENHOR a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? 1Sm 16.1

O SENHOR manda que Samuel vá a Belém a fim de oferecer sacrifícios a ELE e com a missão de ungir Davi como próximo rei daquela nação.

Samuel ao encontrar com Jessé, e após está junto a alguns dos seus filhos, olha para Eliabe e pensa ser ele aquele que o SENHOR havia mandado ungir, mas a voz do SENHOR logo vem dizendo que não seria ele. Dentre os sete irmãos Samuel não achou aquele que iria a ser o escolhido por Deus, mas fica sabendo por Jessé que inda restava um dos seus filhos que estava apascentando ovelhas e logo manda chama-lo.

A história segue com Davi sendo ungido por Samuel e Saul mandando o exército para atacar os filisteus. Porém, antes do início da batalha Golias, de Gate, que tinha de altura seis côvados e um palmo.

Trazia na cabeça um capacete de bronze, e vestia uma couraça de escamas; e era o peso da couraça de cinco mil ciclos de bronze. E trazia grevas de bronze por cima de seus pés, e um escudo de bronze entre os seus ombros.

E a haste da sua lança era como o eixo do tecelão, e a ponta da sua lança de seiscentos siclos de ferro, e diante dele ia o escudeiro.
parou, e clamou às companhias de Israel, e disse-lhes: Para que saireis a ordenar a batalha? Não sou eu filisteu e vós servos de Saul? Escolhei dentre vós um homem que desça a mim.

O texto citado no início faz referência a esse período, Davi ouvindo que o exército temia um único homem fala: Quem é, pois, este incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?

Certamente podemos enxergar como Davi confiava no seu exército? Não! A menção de um único nome fazia Davi ter plena certeza da vitória, Davi foi rude ao proferir essas palavras: quem é esse que pensa que pode alguma coisa contra o Deus vivo? Davi tinha plena confiança na força do seu Deus, a menção de qualquer um que viesse a querer se sobrepor ao Nome dEle fazia Davi ficar enfurecido.

Davi nos oferece uma das mais preciosas lições nessa pequena porção da palavra de Deus:

Comece a enxergar Deus não como última solução para seus problemas, mas testemunhando que Dele é o poder a gloria e a majestade. O Veja como aquele a qual não pode existe afronta, ELE é o todo poderoso. Enxergue-o como um DEUS vivo e saia para a batalha afim de não conseguir gloria para você, mas para se juntar a Davi e dizer: Que toda a terra saiba que há Deus em Israel.


 A História segue com ênfase no poder de Deus quando Davi vai enfrentar Golias, mas a lição já pode ser extraída dessas palavras de Davi: Quem é este, para afrontar o exército do Deus vivo?

Walber Arruda

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Israel, a Palestina e os Cristãos

Nos últimos dias a mídia internacional tem sido inundada de notícias sobre o conflito Israel-Palestina, uma vez que esse tem sido o maior acirramento do conflito desde 2009. As imagens são chocantes, mísseis israelenses invadindo a Faixa de Gaza e gerando inúmeras vítimas civis, sobretudo crianças e mulheres. Daí não falta posts nas redes sociais escritos por cristãos que ou defendem Israel por crerem que esse ainda é o povo de Deus ou aqueles que embora tenham uma teologia correta com relação aos judeus, movidos por boas intenções, creio eu, assumem a posição do lobby pro-Palestina e acusam Israel de ser a praticamente a única manifestação da depravação humana na terra. Tudo isso me entristece profundamente, pois era contra essa ignorância com relação aos judeus que Paulo adverte a Igreja de Roma (Rm 11.25).

Em primeiro lugar é necessário esclarecermos que o atual Estado de Israel não é o cumprimento de profecias bíblicas, mas que foi criado mediante a soberania de Deus sobre a História a fim de cumprir os Seus próprios propósitos, uma vez que Deus é soberano e rege as nações (Sl 2). Isso, portanto, não significa que os cristãos devem apoiar o Estado judeu em todas as suas políticas e ações. Ao contrário, significa que nós como cristãos devemos ver o Estado de Israel como um Estado secular e pecador igual a qualquer outro, reconhecendo os seus erros e combatendo-os, principalmente as suas práticas abusivas que são implantadas contra os palestinos, as quais violam diretamente os seus direitos humanos e vão contra as atribuições estabelecidas por Deus para os Estados (Rm 13).

Um segundo esclarecimento necessário diz respeito à natureza do verdadeiro povo de Deus hoje em dia. Os judeus que hoje existem não são mais o povo de Deus, uma vez que na Nova Aliança através do sacrifício de Jesus na cruz a salvação se estende a todos os povos, de todas as etnias e nações (Is 19.23-25, Mt 28.19, At 2.11, Ap 5. 8-10). Isso pode ser visto claramente no que Paulo diz aos Gálatas, ao afirmar que os verdadeiros filhos de Abraão não são apenas os judeus, mas os eleitos de todas as nações (Gl 3.6-8). Isso significa que o verdadeiro povo de Deus hoje é formado não apenas por judeus, mas também por alemães, palestinos e árabes! Ainda hoje há judeus que se convertem ao Cristianismo ao reconhecer Yeshua (Jesus) como o messias e esses sim é que passam a ser o povo de Deus, mas não os outros judeus que rejeitam a Jesus, como é a grande maioria dos judeus que compõem o atual Estado de Israel.

Tudo isso me faz crer que se o povo de Deus é formado tanto por judeus quanto palestinos, no atual conflito não devemos ficar nem do lado de Israel tão somente, nem do lado dos palestinos como se eles fossem as únicas vítimas da História. Devemos levar em consideração os princípios bíblicos de justiça e ter em mente que no atual conflito, ambas as partes são injustas e cometem atrocidades mútuas, violando assim a Lei de Deus. Isso não significa, contudo, que devamos ser imparciais, até porque isso é impossível, mas sim que devemos ficar ao lado da Igreja, o povo de Deus e para isso precisamos saber onde eles estão e como tudo isso os afeta.

Infelizmente embora seja o berço do Cristianismo, a atual “Terra Santa” é um dos lugares onde há menos cristãos. Os números são bastante inexatos, mas crê-se que apenas 2% de toda a população de Israel e dos territórios palestinos ocupados (Faixa de Gaza e Cisjordânia) sejam cristãos. Isso se dá devido a dois fatores: conflitos na região e perseguição religiosa. A criação do Estado de Israel em 1948 e os conflitos que o seguiram geraram uma grande onda de refugiados palestinos, entre os quais estavam em sua maioria cristãos, fazendo com que a sua presença na região diminuísse significativamente já a partir daí.

A situação, porém, piorou ainda mais após a Segunda Intifada palestina quando a Autoridade Palestina passou a administrar a Cisjordânia e o Hamas a Faixa de Gaza, o que ocasionou o surgimento da perseguição aos cristãos palestinos, os quais passaram a ser identificados diretamente como aliados ao governo israelense e por isso perseguidos. Tal perseguição advém da própria sociedade palestina, majoritariamente muçulmana, mas é de certo modo legitimada pelos governos da Autoridade Palestina e do Hamas. Os abusos sofridos pelos cristãos na região são vários: há conversões forçadas ao Islã, mulheres cristãs sofrem violência por não usarem o véu islâmico, igrejas são bombardeadas e alguns líderes da igreja até mesmo assassinados. Não é à toa que segundo a Missão Portas Abertas, os territórios palestinos são o 34° lugar em uma escala de 50 em que os cristãos mais sofrem perseguição.

Tanto o Hamas quanto a Autoridade Palestina possuem claramente uma agenda islâmica anti-cristã e isso por si só já seria um grande motivo para os cristãos não os apoiá-lo. Mas por outro lado, e quanto a Israel? Israel é a única democracia do Oriente Médio e teoricamente o Estado assegura o direito de liberdade dos cristãos. Lá também é o único lugar do Oriente Médio em que a população cristã ao invés de diminuir tem crescido. Mas isso não significa que os cristãos não são perseguidos em Israel. Lá a perseguição existe sim e é impetrada por grupos de judeus radicais, os quais tem assento no Parlamento israelense e até criaram uma lei que proíbe a pregação do Evangelho em lugares públicos, como em ônibus. Além disso, também há perseguição por parte de setores mais extremistas da sociedade judaica que não aceita que judeus se convertam ao Cristianismo e persegue a pequena, porém crescente, comunidade de judeus messiânicos, os judeus cristãos. Ao mesmo tempo, o governo israelense também dificulta a migração de judeus messiânicos para Israel.

Tudo isso mostra que tanto em Israel quando na Palestina os cristãos sofrem e que ambos os lados cometem graves erros. Isso porque analisei apenas a questão da liberdade religiosa. No atual conflito entre Israel e o Hamas, por exemplo, é verdade que as bombas lançadas por Israel são proibidas pelas convenções internacionais devido aos danos que podem causar em seres humanos, sendo considerado um crime. Mas por outro lado, e quanto aos civis palestinos que são utilizados pelo Hamas como escudos humanos para se defender dos taques israelenses? Assim, qual deve ser a posição de um cristão diante disso tudo? Creio que Paulo nos diz em Romanos 11.25-27:

Irmãos, não quero que ignorem este mistério, para que não se tornem presunçosos: Israel experimentou um endurecimento em parte, até que chegasse a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: "Virá de Sião o redentor que desviará de Jacó a impiedade. E esta é a minha aliança com eles quando eu remover os seus pecados".

            Paulo ao escrever aos Romanos os advertiu sobre a sua ignorância e presunção frente aos judeus. Provavelmente estava surgindo na Igreja alguma espécie de anti-semitismo. Talvez pelo fato de que ainda estivesse muito vívida a imagem de que foram os judeus quem mataram Jesus, o que sabemos ter sido apenas uma expressão da vontade de Deus, pois quem matou Jesus foi o próprio Deus. O fato é que infelizmente ao longo da História a Igreja tem sido ignorante com relação aos judeus e tem sido uma das maiores fontes de anti-semitismo. Vemos isso durante o período da Inquisição da Igreja Católica e até mesmo nos escritos de Lutero, o pai da Reforma que tanto admiramos e por quem somos tão gratos a Deus. Lutero, apesar de ter sido um homem muito piedoso e temente a Deus, era falho. Ele não compreendeu o mistério de Israel do qual Paulo fala em Romanos 11 e segundo alguns historiadores foi quem lançou as bases do anti-semitismo de Hitler. Essa mesma onda de anti-semitismo tem voltado a afetar a Igreja de Cristo nos dias atuais, mas com um novo nome: anti-sionismo!

Muitos cristãos fiéis, por crerem nos pressupostos aqui assumidos no início do texto sobre os judeus e ao verem os erros que o atual Estado de Israel tem cometido contra os palestinos acabam assumindo lobby pro-Palestino, o qual não quer simplesmente o fim da ocupação israelense e justiça para os palestinos, mas sim a destruição do Estado de Israel. Soma-se a isso um grande aumento em escala global do extremismo islâmico, que tem como principais alvos cristãos e judeus. Ou seja, se o Estado de Israel deixar de existir hoje, veremos um banho de sangue judeu maior do que o Holocausto. Um vislumbre que podemos ter disso é a perseguição aos cristãos em contextos islâmicos.

Devemos sim, como cristãos lutar por justiça para os palestinos e criticar determinadas ações do Estado judeu, mas não sermos anti-semitas. Digo isso, porque logo alertar a Igreja a não ser arrogante quanto aos judeus, Paulo revela o “mistério de Israel” que consiste no fato de que os judeus serão reconciliados por Deus após a plenitude dos gentios se completar. Isso significa que após o Evangelho do Reino ser pregado a todos os povos (Mt 24.12), haverá um avivamento entre os judeus e um grande número deles será salvo, completando assim o número de eleitos e preparando o caminho para a volta de Cristo. Entretanto, vale salientar que para que a plenitude dos gentios se complete eleitos de todas as nações devem ter ouvido a pregação do Evangelho.

Hoje os povos menos alcançados pelo Evangelho são exatamente aqueles que mais odeiam os judeus: são as diversas etnias árabes e os povos do Oriente Médio que professam o Islã. Os palestinos mesmo são considerados um povo não alcançado pelo Evangelho. O Islã é a última fronteira missionária para o Cristianismo e o Evangelho tem que voltar à Jerusalém, completando assim a plenitude dos gentios para que haja o avivamento entre os judeus e assim a paz seja estabelecida no Oriente Médio. Ou seja, Jesus, o Príncipe da Paz e o Seu Evangelho são a solução para o conflito entre árabes e judeus. O que os dois povos precisam é o Evangelho!

Paulo fala que a conversão dos gentios levará os judeus ao ciúme e assim eles serão novamente enxertados na oliveira, que é Jesus. Por isso, o papel de um cristão diante do conflito Israel-Palestina é orar para que o Evangelho seja pregado entre os árabes. Orar por um avivamento na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Um cristão de verdade deve amar os palestinos, pois assim estará também amando aos judeus e a Cristo. É por isso que como cristãos devemos tomar o lado da Igreja. Devemos fortalecer a Igreja nos territórios palestinos e em Israel. Devemos nos levantar contras as injustiças cometidas em ambos os lados. Mas acima de tudo devemos pregar o Evangelho a eles. A salvação dos judeus passa pela salvação dos palestinos. A paz na Faixa de Gaza é a paz em Israel e vice-versa.

Uma das coisas que tem me incomodado é perceber como no Oriente Médio muitos vêem no Islã a solução para o conflito e não temem divulgar isso. Aqui no Ocidente, sobretudo na academia, crer-se que ideologias humanistas como o Marxismo é que fará isso. Mas se realmente somos cristãos e cremos que a Bíblia é a palavra de Deus, veremos que é o Evangelho é que é a solução para todos os problemas. Por que, então, tememos afirmar isso?

É por isso que oro a Deus para que os cristãos da minha geração não ignorem o mistério de Israel. Que não cometamos os erros que a Igreja cometeu no passado com relação aos judeus. Que amemos os judeus, mas também amemos os palestinos. Que nos lembremos que a maior injustiça social é a falta de pregação fiel do Evangelho e a maior ocupação é a ocupação espiritual por sofismas e falsas ideologias que se opõem a Cristo. Que uma das nossas demonstrações de amor por Cristo seja amar os judeus e consequentemente os palestinos.

Igor Sabino

Graduando em Relações Internacionais pela UEPB
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