Ronnie Smith foi morto com um tiro em
Benghazi, Líbia, dia 3 de Dezembro de 2013. Ele tinha 33 anos. Era marido e
pai. Os líderes da igreja da qual ele era membro me deram permissão para falar
acerca da sua morte de forma pública e cuidadosa.
Uma das razões
pelas quais quero falar acerca disso é porque o Ronnie escreveu a nós do Desiring God ano passado e nos disse que uma das minhas mensagens foi bastante
significativa em sua decisão de ir junto com sua família para a Líbia.
Anita agora é uma viúva, e seu filho
Hosea perdeu o pai.
Chorando com os que
choram
Como eu me sinto ao falar acerca do
que o levou à sua morte?
Eu chorei essa manhã ao orar por
Anita e Hosea. Chorar com os que choram não foi um mandamento naquele momento;
foi a tristeza tomando conta de mim. Eu me lembro de quando eu tinha 33 anos.
Essa era a idade que eu tinha quando Deus me chamou ao ministério pastoral. Eu
estava iniciando o meu ministério na mesma idade que o ministério de Ronnie
terminou. Assim como o de Jesus.
Depois da tristeza e simpatia, minha
resposta foi (e é) oração. “Senhor, dê à Anita uma grande fé. Ajude-a a chorar
– mas não como aqueles que não tem esperança. Torne aquele pequeno garoto
orgulhoso do seu pai. Que eles vivam sobre as glórias de Romanos 8 – os gemidos
deste mundo caído que aguarda (Romanos 8.23), e a sólida certeza de que, embora
sejamos mortos todos os dias, ainda assim, em todas essas coisas somos mais que
vencedores (Romanos 8.36-37).”
Algo pior do que a
morte
Sendo sóbrio. Ronnie não é a primeira
pessoa que morreu fazendo o que eu as encorajei a fazer. Ele não será o último.
Se eu pensasse que a morte fosse a pior coisa que poderia acontecer a uma
pessoa, eu estaria cheio de ressentimentos.
Mas o ponto central da vida do Rommie
é que há algo pior do que a morte. Então ele estava disposto a arriscar a sua
própria vida a fim de salvar outros de algo ainda pior. E ele poderia arriscar
a sua própria vida porque sabia que seu próprio risco e morte poderiam lhe
trazer “um eterno peso de glória” (2 Coríntios 4.17); Ele sabia que Deus era
capaz de suprir cada necessidade da sua esposa e filho (Filipenses 4.19).
Não não estamos brincando. Quando eu
prego que correr riscos é o correto, eu sei o que eu estou fazendo. Quando eu
digo “Deus é mais satisfeito em nós quando estamos mais satisfeitos nele –
especialmente no sofrimento”, eu sei o que sofrimento pode significar. Quando
eu digo, “Não tenham medo, o máximo que podem lhe fazer é mata-lo” (Mateus
10.28), eu levo a sério as palavras de Jesus: “entregarão alguns de vocês à
morte…Contudo, nem um fio de cabelo da cabeça de vocês se perderá (Lucas
21.16-18).”
Inunde o mundo com
substitutos
Finalmente, eu chamo centenas de vocês
para tomar o lugar do Ronnie. Eles não nos matarão rápido o suficiente. Que os
substitutos inundem o mundo. Nós não buscamos a morte. Nós buscamos a eterna
alegria do mundo – incluindo a dos nossos inimigos. Se eles nos matarem
enquanto nós os amamos nós estamos em boa companhia. Jesus não nos chama para
uma vida fácil ou segura. Ele nos chamou para amar, pela causa do Seu nome. Em
todo lugar. Entre todos os povos.
Anita e Hosea, eu amo vocês. Eu sinto
muito, muito, pela perda de vocês. Eu admiro vocês e o Rommie profundamente.
Apeguem-se firmemente a isso: “Deus não destinou vocês (ou Rommie) para a ira,
mas para alcançar a salvação, mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu
por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele” (1
Tessalonicenses 5.9-10).
John Piper
Original: http://www.desiringgod.org/blog/posts/when-we-send-a-person-to-his-death
Tradução feita por Igor Sabino
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