Ao contrário da imagem sempre forte que muitos tentam passar, a vida do
cristão é regada de fracassos. Fracassos por desobedecer a seu mestre, fracassos
por ser provado e cair, por não conseguir seguir de forma fiel, por não agüentar
a dor de ser cristão e muitas vezes ceder.
Devemos antes de qualquer coisa, constatar o problema. Em 1 João 1:8 o
apóstolo diz que nos enganamos a nós mesmos quando afirmamos que estamos sem
pecados. Paulo fala que não há um justo sequer, ninguém que busque a Deus (Rm 3:10-11).
É verdade, perecemos por nós mesmos. Jesus disse que no mundo passaríamos por
aflições. No salmo 31 – salmo Davídico, - o salmista revela sua dor no verso
10.
Gasta-se a minha vida na tristeza, e os meus anos, em
gemidos; debilita-se a minha força, por causa da minha iniquidade, e os meus
ossos se consomem.
Salmos 31:10
Salmos 31:10
A fraqueza é a sina do homem caído. Criar
forças é sua luta diária. Possivelmente passaremos dias sem força alguma, mais que
isso, teremos vontade de desistir e esquecer-nos de tudo isso. Por diversas
vezes nos vemos angustiados pelos nossos erros. Dizemos que amamos um Deus
perfeito e ainda assim o entristecemos com nossos pecados (Rm 7:15). A angústia
entra em nosso coração e mesmo quando o pecado é particular nos envergonhamos,
nos entristecemos, e queremos nos esconder. As nossas iniquidades nos matam
diariamente. É árduo!
Além disso, sofremos perseguições (2 Tm 3:12).
Não somente os nossos pecados nos tiram a paz, mas também a maldade incrustada
no coração de outros homens. Em diversos momentos da história, o povo de Deus
foi humilhado e exilado. Muitos cristãos foram torturados por professarem
Cristo como Senhor e Salvador.
Paulo sofreu como poucos. Em 1 Co 15:9,
afirma que ele mesmo perseguiu a igreja e por isso não era digno do título de
apóstolo. Após sua conversão, ele abandonou a antiga vida e provou as
consequências dos seus antigos atos. Viveu parte da vida na prisão (Fp 1:13),
sofreu com questionamentos quanto a seu ministério (2 Co 12:12), foi açoitado,
apedrejado e passou por perigos de morte em diversos lugares (2 Co11:23-27).
Ainda assim ele diz que o seu viver é Cristo, e o morrer é lucro (Fp 1:21).
Nos dias de hoje, em nosso país, talvez a
perseguição não seja tão aberta, mas, com certeza não podemos desconsiderá-la.
Somos “convidados” pela sociedade a abrir mãos dos nossos princípios e dos
mandamentos do Senhor. Às vezes nos entristecemos mais ainda por isso vir de
familiares próximos, amigos e não muito raramente, dos próprios irmãos em Cristo
(1 Co 8:6). A zombaria contra os cristãos verdadeiros é real e deve ser tratada
com muito cuidado.
O que fazer então com as nossas angústias? Nos
versículo 14 a 16, ele continua.
Quanto a mim, confio em ti, Senhor. Eu disse, tu és o
meu Deus. Nas tuas mãos, estão os meus dias. Livra-me das mãos dos meus
inimigos e dos meus perseguidores. Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu
servo; salva-me por tua misericórdia.
Salmos 31:14-16
Salmos 31:14-16
Davi, sofrido, fracassado e humano, confiou
em Deus. Preferiu lançar suas tristezas no Senhor e pedir que Ele
resplandecesse seu rosto sobre ele, além disso, pede “Salva-me pela tua
bondade”. Apesar de tudo, Deus nos salvou, nos deu vida e nos amou antes da fundação
do mundo. Como então iremos ficar ansiosos e preocupados com fracassos, quando
temos um Deus em que podemos chorar, lançar nossas tristezas e receber
salvação? Deus controla a história e a nossa vida. Essa certeza deve nos servir
de consolo em períodos de aflições (2 Co 7:6). Devemos apresentar nossas
súplicas a Deus (Fp 4:6)
Quais são os resultados em depositar a nossa confiança
em Deus? Nos versos 22-23, Davi completa.
Após falhar, cair, viver com angústias e
dizer que viveu como um morto para as pessoas (v12), o salmista revela porque devemos
confiar no Senhor. Assustados, nós pensamos como ele, que estamos “cortados” dos
olhos de Deus, porém o Senhor ouve as nossas súplicas e preserva os fiéis (v22-23).
O consolo de Deus é sempre presente e nos faz regozijar (v7). Em 2 Co 1:3-6, o
apóstolo Paulo nos lembra que temos um Deus de toda consolação e que o
sofrimento de Cristo se manifesta a nosso favor. Mesmo atribulados e aflitos,
somos confortados. Assim, a paz que excede todo entendimento guarda nosso
coração em Cristo (Fp 4:7). Por fim, são deixadas duas ordens.
Sedes fortes! Deus nos salva com sua
misericórdia, mas não podemos usar isso como desculpa para relaxarmos (Rm
6:1-2). A vida cristã não pode ser levada de qualquer jeito. Temos que nos
sujeitar a Deus, não podemos ser como o cavalo e a mula que precisam de
cabresto e freio (Sl 32:9). Guardar os mandamentos é dever de todo homem, e não
podemos fugir dele, pois Deus julgará até o encoberto (Ec 12:13-14). Se
semearmos a carne, colheremos corrupção, mas se plantarmos o Espírito,
colheremos vida eterna (Gl 6:8-9). Somente nEle podemos revigorar o nosso
coração e continuar a caminhada.
Fácil com certeza não é. Mas Cristo nos
deixou o Espírito Santo (Jo 14:16-17). Ele é o nosso consolador. Ele está
conosco e habita em nós, e se amamos a Cristo, guardaremos suas palavras (Jo 14:23).
Vivemos uma vida cheia de fracassos, cheia de
erros, tal qual o rei Davi, nos vemos desesperados (v9-13), mas também devemos confiar
(v7-8, 19-20) e louvar a Deus (v21-25). A vitória do cristão é certa, porque
não foi feita por nenhum homem falho. Foi produzida pelo único Deus confiável,
fiel, misericordioso e soberano, que tem uma vontade boa, perfeita e agradável
(Rm 12:12), através do seu filho na cruz. Por causa dEle temos nossas dívidas
eternas quitadas, tudo está pago (Jo 19:30). Nossos fracassos não nos tiram de
suas mãos poderosas, elas nos acalentam sempre que fracassamos. Nossas
dificuldades não nos impedem de seguirmos o caminho correto, antes, sabemos que
todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Ele (Rm 8:28). Como
dito antes, os nossos pecados nos matam todos os dias, mas as misericórdias do Senhor
se renovam a cada manhã (Lm 3:21-22). Glórias a Deus por isso!
Matheus Gonzaga
Facebook: https://www.facebook.com/matheus.gonzaga.92
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