Semana passada começamos nosso estudo sobre por que os homens não falam.
- A primeira coisa que vimos foi que há um desejo entre a maioria dos homens de ser “um homem de verdade”, mas aquilo que geralmente fazemos é ir procurar uma lista de coisas a fazer ou passos a seguir, os quais ajudarão a nos tornarmos homens de verdade. Estamos sempre tentando dar esses passos por contra própria e isso geralmente falha. Concluímos que, para sermos homens de verdade, é preciso preocuparmo-nos menos em seguir uma porção de passos e, ao invés disso, esforçarmo-nos mais para sermos tementes a Deus.
Ser temente a Deus significa ser semelhante a Deus, assim precisamos ver como Deus é. Em Gênesis 1:2 vimos que Deus se moveu dentro da escuridão e do caos e, ao falar, criou vida e ordem.
- Se o homem é criado à imagem de Deus, então ele precisa fazer o mesmo. Os homens precisam se mover dentro do caos e da escuridão e criar vida e ordem. Fazemos isso ao falar ou fazer – ao nos envolvermos emocionalmente.
- Mas a tendência natural do homem é evitar a escuridão. Nossa tendência natural é evitar situações bagunçadas. Vimos cinco exemplos em Gênesis de homens que ficaram quietos, que evitaram situações bagunçadas – Adão, Abraão, Ló, Betuel e Isaque. Em todos os nossos exemplos, os homens foram presenteados por uma situação que era de caos ou de desordem. Na verdade era apenas a vida real. Mas eles não fizeram nada, e assim suas esposas se intrometeram com sugestões, ou com engano ou tomaram o controle. Em cada exemplo, a consequência foi mais caos e relacionamentos rompidos.
- Assim, para resumir a última semana: quando Deus falou, ele colocou ordem no caos. Quando o homem falha em agir, e falar, segundo a imagem de Deus, a consequência é mais caos. E é muito importante reconhecer: causa o rompimento dos relacionamentos.
Esta semana vamos falar sobre por que os homens ficam calados.
A Realidade do Mistério
Há muitas coisas na vida que dão prazer, tais como poder, influência, dinheiro, status, ligações, realizações, sucesso, posses, comida, sexo, recreações, etc. Todas essas coisas são boas quando no seu devido lugar, mas temos a tendência de pensar que elas são a fonte da felicidade. Elas nos fazem sentir bem, mas não trazem a verdadeira felicidade. Não trazem satisfação.
- Se você estiver procurando pela felicidade no dinheiro, poderá jamais conseguir o suficiente. Sei que já ouviu a ilustração sobre John D. Rockefeller quando foi perguntado a respeito de quanto dinheiro é suficiente, e ele respondeu: “só um pouquinho mais”. Não dá prá acreditar que, se fôssemos milionários, desejaríamos mais, mas se é nisso que estamos procurando felicidade, ou segurança, então desejaríamos.
- Se é no sexo que você está tentando achar a felicidade, sua esposa nunca o satisfará.
- Se é no poder que você está buscando a felicidade, então nunca terá o suficiente.
- Se é nos bens materiais que você tenta encontrar a felicidade, então sua casa nunca será grande o suficiente e seu carro nunca será novo o suficiente.
- Se é nisto que você está procurando felicidade, quando estas coisas se forem, você ficará arrasado.
Deus quer que desfrutemos destas coisas, mas desfrutá-las não é a razão pela qual Deus nos colocou aqui. Deus nos criou com um propósito. A Bíblia toda é resumida em dois mandamentos – Amar a Deus e Amar ao Próximo. E Paulo resume toda a lei com a afirmação: ame a seu próximo; assim o propósito de Deus para nós é amar aos outros – construir relacionamentos, nos aproximarmos da vida de outras pessoas e ajudá-las a se aproximarem de Deus. Encontraremos as maiores alegrias da vida quando fizermos isso. Mas os relacionamentos estão uma bagunça. Conversamos muito sobre caos na semana passada. Bagunça = caos. Relacionamentos = caos. Os relacionamentos envolvem um mistério.
Odiamos o caos e o mistério. O que realmente queremos na vida é ter certeza.
- Isso é verdade com relação à nossa religião. Queremos ter certeza em nossa religião. Queremos tudo preto no branco. Queremos pensar que há respostas diretas e conhecidas, de modo a discutirmos sobre pontos doutrinários e igrejas divididas, e assim podermos estar em companhia daqueles que crêem da mesma maneira que nós, e que reforçarão nossas opiniões, fazendo-nos sentir que estamos certos. Para muitas pessoas é difícil reconhecer que Deus é infinito e que nós somos finitos, e que há algumas coisas que simplesmente não podemos compreender. Há muitas coisas na Bíblia que simplesmente não são claras.
- Isso é verdade no processo de tomar decisões. Queremos saber se a decisão que estamos para tomar é a certa. Queremos que Deus nos mostre exatamente o que devemos fazer. Mas as decisões são cheias de mistério. Há mistério envolvido em decidir com quem casar, que emprego aceitar, se reformamos ou não nossa casa, que carro comprar, em que títulos investir, etc. Muitos de nós ficam paralisados pelo processo de tomar decisões e cometer erros. Não conseguimos decidir o que fazer, e assim não fazemos nada.
- Isso é verdade em nossos relacionamentos. Não há certeza nos relacionamentos. Há somente caos e mistério. As pessoas desapontam. Elas nos decepcionam, nos machucam… Como a pessoa reagirá se eu fizer isto ou aquilo? Minha esposa ainda me amará se souber que estou com medo de…? Por que minha esposa está deprimida? Por que meu filho é briguento na escola?
Assim, o que tentamos fazer é encontrar uma maneira de eliminar o mistério.
Como eliminamos ou dissipamos o mistério?
Em Busca de Certeza
A Teologia da Receita
Muitas pessoas usam a teologia da receita. A teologia da receita resiste às falsas promessas de certeza. Por teologia da receita quero dizer a crença de que se pudermos encontrar um determinado conjunto de passos ou princípios, e então segui-los corretamente, eles farão todo o trabalho por nós. Nós realmente gostamos de passos para seguir. Essa é uma das razões pelas quais os livros de auto-ajuda, as convenções dos guardiães da promessa e as conferências sobre vida familiar são tão populares. Geralmente saímos delas com uma lista de coisas a fazer. Algumas pessoas lêem os livros, vão às conferências e saem convictas de seu pecado e com uma nova determinação de confiar mais em Deus à medida em que avançam na vida. Mas outros saem dessas conferências apenas com um novo conjunto de passos a seguir. A teologia da receita diz: “Se eu pegar minhas meias, arrumar a cozinha para minha esposa e desistir do futebol de segunda à noite, então meu casamento será ótimo.” Quando isso não funciona, nossa conclusão é que esses eram os passos errados e assim vamos à procura de outra lista. Jamais entendemos que aquilo que realmente precisamos fazer é aprender como nos relacionar com nossas esposas.
Acho que uma das melhores e mais mal-usadas passagens da Bíblia a esse respeito está em Efésios 5:25. Ela diz que os maridos devem amar suas esposas como Cristo amou sua igreja e a Si mesmo se entregou por ela. Tenho ouvido as pessoas ensinarem sobre esta passagem e o que entendem é que precisamos nos sacrificar pelas nossas esposas. Então dão sua lista de coisas que podemos fazer para nos sacrificar. Mas o conceito todo por trás desta passagem é que Cristo veio à terra para construir relacionamentos com os homens. Nós O rejeitamos e O matamos. O que isto significa para o marido é que ele precisa se aproximar de sua esposa e construir um relacionamento com ela. No processo, ela vai rejeitá-lo, desapontá-lo, machucá-lo, vai argumentar com ele, não vai reagir a ele, etc. E é aí que o sacrifício entra – em estar disposto a ser machucado no processo de se aproximar de sua esposa. O sacrifício entra ao se estar disposto a penetrar o caos e o mistério dos relacionamentos.
A Vida Continua
Outro jeito que podemos adotar para dissipar o mistério é tentar ignorar as necessidades dos relacionamentos e concluir que, de qualquer forma, “a vida continua”. Assim, fugimos das pessoas e dedicamos nossa energia às coisas controláveis, coisas em que somos bons. Habilidades como talento atlético, dons acadêmicos, ou jeito com máquinas, muitas vezes vêm à tona para nos dar um sentimento de poder, competência, apreciação, etc. Quando os relacionamentos estão por demais confusos e desanimadores, nos voltamos para aquelas coisas que nos trazem esses prazeres passageiros de que já falamos. No entanto, são passageiros, e assim gastamos mais e mais tempo no trabalho ou enterrados em nossos hobbies, ou consertando coisas na garagem, tentando satisfazer os anseios de nossas almas.
Por exemplo, se você é programador de computadores, acho que seria correto dizer que seu trabalho nunca se acaba, e se as coisas estão ruins em casa, seria muito fácil sempre trabalhar até tarde. Você poderia honestamente dizer à sua esposa que seu serviço está atrasado, pois nesse tipo serviço você está sempre atrasado. E fazer isso muito é mais atrativo mesmo; programação de computadores é um lugar seguro onde se esconder das pessoas. Um computador é apenas uma caixa estúpida que faz exatamente aquilo que você lhe diz. Assim você está no controle. E quando você está programando ou desenhando um gráfico ou qualquer outra coisa, você está sendo criativo. Isso atrai ao homem e satisfaz de forma ilusória aquilo que Deus pretendia que ele fosse.
Ou talvez sua solução seja ir jogar golfe ou pescar. Essas atividades são divertidas, desafiadoras e, mais importante, não exigem tanto que atrapalhe os relacionamentos.
Sendo Ditador
Outra maneira de tentar dissipar o mistério é sendo ditador. Se você é categórico e autoritário, com frequência poderá sujeitar os outros onde não o questionem, ou poderá pelo menos mantê-los a uma distância segura, a fim de que não tenha que tratar do assunto.
Aplacando a Dor
Outros tentam dissipar o mistério ao tentar aplacar a dor através do álcool, da pornografia, etc. Das quatro formas, esta é, socialmente, a menos aceitável, mas os outros métodos são, da mesma forma, mal e pecaminosidade.
Você pode pensar em outras maneiras que adotamos para dissipar o mistério?
Três Modos de Se Relacionar
Precisamos entender o princípio que move cada homem. O movimento define a vida de um homem. Se não estamos nos movendo na direção certa, então nos moveremos na direção errada. Bom movimento significa atravessar a miséria pessoal em direção a Deus. Mau movimento é o movimento direcionado para nada mais do que o alívio da miséria pessoal. As coisas sobre as quais acabamos de falar, entorpecer a dor, ser ditador, continuar a vida, e a teologia da receita, todas são exemplos de mau movimento – tentativas de aliviar a dor.
Uma vez que os homens são fundamentalmente seres que se relacionam, todos os movimentos serão vistos mais claramente na maneira de um homem se relacionar.
O Homem Carente
O homem carente sabe que precisa dos relacionamentos para ser feliz, mas sua visão dos relacionamentos é distorcida. O que ele quer é que os outros venham até ele e conheçam suas necessidades, sem que exijam algo de bom de sua parte. Na verdade, ele está procurando a felicidade nas pessoas, não em Deus. Ele está esperando que as pessoas lhe dêem aqueles prazeres de que falamos anteriormente.
Este é o homem que chega em casa todas as noites e solta um profundo suspiro ao entrar pela porta, a fim de que a família saiba o quanto ele esteve trabalhando o dia todo por eles (Isso é mentira. Ele está trabalhando para si mesmo.) Ele quer que cuidem dele, mas está enviando um sinal na expectativa de que não esperem nada dele.
Este é o homem que se sente como um mártir porque está casado com uma mulher que não se interessa por sexo. A verdade é que ela não reage porque ele não está se dirigindo a ela e então não há nada a que reagir. Quando ela não atende às suas necessidades, ele se sente como um mártir e se sente justificado ao cobiçar outra mulher ou ter um romance, pois é seu direito ter suas necessidades sexuais satisfeitas, e sua esposa não as está atendendo.
O que este homem precisa fazer é perceber sua atitude infeliz – ver o seu mal – e se arrepender. Mas o homem carente não vê isso.
O Rei Saul é um bom exemplo. Ele tinha necessidade de respeito. Quando falhou em exterminar os amalequitas e seus animais como Deus ordenara (deixou vivo o rei, o gado e o rebanho) e foi pego por Samuel, começa a se embananar e diz que deixou-os vivos para sacrificar a Deus. Quando Samuel diz que é melhor obedecer do que sacrificar, Saul diz, pequei, mas então, imediatamente, pede a Samuel que volte com ele à capital e fique a seu lado na adoração pública. Quando Samuel se vira para partir, Saul agarra a orla de seu manto e o rasga. Então Samuel diz que o rasgo em seu manto é uma ilustração de que Deus vai retirar o reino de Saul. Saul diz novamente “pequei”, mas rapidamente acrescenta “honra-me, pois, agora, diante dos anciãos e do povo de Israel…” Ele estava mais preocupado com as aparências e em manter o respeito do povo do que com seu pecado. I Sm. 15:13-30.
O Homem Durão
Superficial mas inflexível descreve este homem. Ele tem a postura “a vida continua”, que já discutimos. Este é o tipo “grandalhão silencioso” sobre o qual falamos na semana passada. Raramente fala sobre suas lutas pessoais e tende a “resolver” rapidamente qualquer tensão nas relações que não puder evitar ou dispensar. Ele canaliza sua força para as coisas em que é bom e se recusa, mesmo que por um momento, a mostrar-se envolvido em qualquer coisa em que não seja bom – isto é, nos relacionamentos. Quer ficar onde se sente confortável. Quer dissipar o mistério.
Ser durão não significa necessariamente ser malvado ou cruel. Ele não tem que ser grosseiro. Pode ser cordial o tempo todo – e geralmente é. Ele é legal, acima de reprovação, só não tem envolvimento emocional. Ele tem uma porção de colegas, mas nenhum amigo chegado.
Ele somente não se permite sentir qualquer coisa. O homem carente sente a dor, e se preocupa com ela. O durão a ignora.
O Homem Temente a Deus
O homem temente a Deus é sensível, mas isso não o leva à preocupação ou à queixa. Ele é magoado pelos relacionamentos rompidos, mas em vez de fugir ou exigir que os outros venham até ele, usa essa mágoa para dar mais definição e energia à sua responsabilidade nos relacionamentos. Ele está disposto a sacrificar seu prazer (legítimo ou ilegítimo) a fim de poder ajudar aos outros. Ele liberta os outros de seu controle e os encoraja, a fim que sejam livres para lutar com a sua própria solidão, dor e egoísmo. Ele esteve em meio às batalhas e atravessou para o outro lado – para o lado de Deus. Ele quer ajudar os outros a encontrarem a Deus também.
Assim, há três modos de se relacionar: você pode ser um homem carente, sempre arrastando os outros de encontro às suas necessidades. Ou pode ser do tipo durão e ignorar seus sentimentos, e os dos outros, canalizando sua energia para as coisas em que é bom. Ou pode ser um homem temente a Deus, e sentir sua própria dor, e a dos outros, e usar isso para crescer pessoalmente, e depois usar seu crescimento para ajudar os outros a crescerem.
O Que Falar Não É
Na última semana começamos falando sobre o silêncio de Adão. Ao mesmo tempo mostramos que ficar em silêncio não é bom. Fugir de nossos relacionamentos não é bom.
Provavelmente você também chegou à conclusão de que isto significa que precisamos falar claramente.
Como geralmente é o caso, quando aprendemos aquilo que não deveríamos estar fazendo, pulamos o problema e decidimos que vamos resolvê-lo depois. No entanto, geralmente vamos para o extremo oposto. Assim, precisamos compreender com o que temos que tomar cuidado. Precisamos compreender o que falar não é.
Falar não é dizer coisas sem sentido
Você pode falar muito e nunca tocar em assuntos importantes. Talvez você fale o tempo todo sobre esportes ou computadores e nunca tenha qualquer conversa significativa. Menciono computadores porque essa é a minha fraqueza. Quando fazemos isto, ainda estamos ficando calados sobre coisas importantes, mesmo que nossas bocas estejam completamente abertas.
Paulo diz em I Coríntios 13:1 que quando falamos sem amor somos como o bronze que soa e como o címbalo que retine. O alvo principal de nosso estudo na última semana, e o de hoje também, é como realmente ter relacionamentos melhores. É sobre como amar. Assim, a afirmação de Paulo em I Coríntios é muito apropriada. Efésios 4:15s também está relacionado, onde Paulo fala sobre dizer a verdade em amor.
Falar não é só conversar
Digo isto outra vez porque desta vez quero mostrar que, para o propósito de nosso estudo, falar também envolve ações. Envolve tanto palavras quanto obras. Se você só diz que vai fazer algo e não faz, então isso não tem valor. Tiago fala sobre isso no capítulo 2. Falar significa envolver-se. E acho que devo ressaltar que significa envolver-se emocionalmente.
Falar não é dominar
Falar não é controlar uma situação aos berros ou submeter os outros à humilhação ou à obediência. Isso apenas torna uma pessoa introspectiva e distante de Deus. Você também imporá aos outros a resignação ou os incitará à rebelião para se preservarem. Você pode ver isto em seus filhos. Se é assim que você se relaciona, um filho pode ser complacente e cordato e o outro sempre metido em encrencas na escola.
O que quero deixar claro é que não estou dizendo que os homens devam começar a dominar todas as situações e relacionamentos à sua volta. Não estou dizendo que precisamos ser categóricos e simplesmente dizer às nossas esposas para calarem a boca quando discordarem de nós.
Quando você faz isso, não está sendo um homem forte. Está somente tentando tomar o controle (através da carne) e impor ordem à situação e fazer com que os outros recuem para que você não tenha que tratar do assunto. Você está se escondendo outra vez, como Adão fez no jardim do Éden.
Conclusão
Todas estas coisas são exemplos do que falar não é. Então, o que é falar?
Falar é dizer ou fazer qualquer coisa que seja necessária para me aproximar de outra pessoa e levar a mim mesmo e a essa outra pessoa a confiar em Deus em meio às situações da vida, em meio ao caos.
Com o Que o Silêncio se Parece: Alguns Exemplos Atuais:
Exemplo 1
Testemunho é um bom exemplo de caos. Quando você está no meio de uma conversa com alguém e o assunto gira em torno de algo que você poderia facilmente usar para perguntar à pessoa sobre suas crenças pessoais, o que você faz? Você fala? Ou ignora o empurrão do Espírito Santo porque teme que a reação da pessoa possa ser de rejeição a você? O que você precisa fazer é ir em frente e fazer-lhe a pergunta, e confiar os resultados a Deus. Precisamos nos mover dentro do caos e falar. No entanto, com muita frequência, ficamos com medo e permanecemos calados.
Exemplo 2
Recentemente estive lendo outro livro sobre relacionamentos baseados em vergonha e percebi que o que eu estava lendo naquele livro se relacionava com nosso assunto. O livro dizia que se você cresceu numa família onde ouvia coisas como “você não vai vestir isso, vai…” ou “não acredito que fez isso…”, etc. Então uma das maneiras como seus pais o controlavam era através da vergonha. Alguns chamam isso de relacionamentos baseados em vergonha. Alguém que cresce nesse tipo de ambiente vai ter uma opinião muito baixa sobre suas ideias e sobre sua capacidade.
Com isso em mente, pense na seguinte situação: Um marido e sua esposa têm diferentes opiniões sobre alguma coisa. O que isso significa? Significa simplesmente que cada um deles tem uma opinião diferente. Não significa que um esteja certo e o outro errado. Se um homem é casado com uma mulher de opinião e de fortes convicções, ela poderá presumir que o marido está errado sempre que a opinião dele diferir da dela. Se o marido cresceu debaixo de um relacionamento baseado em vergonha, ele sentirá que sua opinião está errada quando esta diferir da opinião de sua esposa. Se ele seguir sua inclinação natural de ficar em silêncio, apenas se calará e deixará que a opinião de sua esposa dite a política da família. Isso não é liderança. Não estou dizendo que o marido precise sempre seguir sua própria opinião porque ele é o líder. Estou dizendo que ele precisa avaliar aberta e honestamente ambas as opiniões e então seguir aquela que pensa ser a melhor para sua família.
Mas, o que acontecerá se o marido ficar diante de sua esposa e disser “Querida, não acho que devamos fazer isso. Acho que devemos fazer aquilo em vez disso.”? Ela pode seguir sua liderança. Ela também pode questioná-lo ou enlouquecê-lo, ou magoá-lo e evitá-lo. E se a decisão dele revelar ser ruim? Então ela pode dizer “Eu disse.” Mesmo que ela não diga isso, certamente pensará.
Essa é a vida real e é um caos. Isso pode descrever por que Ló concordou com o desejo de sua esposa de viver em Sodoma e Gomorra.
Exemplo 3
O que você diz ou faz quando o professor da escola de seu filho ou da Escola Dominical chega para você e lhe diz que Johnny estava sendo cruel com outro garoto ou estava colando numa prova, etc.? Você lhe dá a maior surra de sua vida quando ele volta para casa ou o tranca em casa por um mês? ou conversa com ele para tentar descobrir o que está acontecendo com seu cérebro imaturo, que o faz querer fazer essas coisas? Talvez ele esteja buscando a atenção que não tem em casa. Ele pode precisar ser disciplinado, mas só disciplinar muitas vezes é simplesmente um esforço para controlar a situação e a criança enquanto ela está sob seu teto. Você pode disciplinar sem nunca realmente estar envolvido. Se você não trabalhar no relacionamento e descobrir a razão pela qual ele se comporta mal, quando ele sair de casa, vai fazer aquilo que seu coração desejar.
Isso é o caos. Esses tipos de situações fazem muitos homens congelar, ficar em silêncio, e fugir para algo em que são bons, ou atacar violentamente os outros e tentar forçá-los a entrar nos eixos.
A Solução
Não posso lhe dar qualquer passo a seguir. Você tem apenas que entender suas tendências e reconhecer quando está deslizando prá esse tipo de coisa e então voltar-se para Deus e seguir em frente. A solução é confiar em Deus e se aproximar dos outros dentro do caos.
Com frequência há muitas verdades contidas nessas listas e passos, mas colocamos o carro adiante dos bois. Na verdade, as listas e passos são mais como um bom relacionamento se parece do que meios para se chegar lá.
O homem viril, temente a Deus, é aquele que, diante de situações caóticas, diz: “Não sei o que fazer Senhor, mas penso que isto seja o melhor para minha família e vou fazê-lo e confiar a Ti as conseqüências.”
A Responsabilidade da Mulher
Entender essa luta nos homens e em si mesmas.
Entender sua tendência natural de intrometer-se e assumir o controle (Gn. 3:16);
- Não tentar isso; parecerá funcionar por algum tempo, mas no final, o caos reinará (a mensagem de Juízes);
- Confiar em Deus e esperar;
- Isso é o oposto da responsabilidade do homem, que é:
- Confiar em Deus e agir. A responsabilidade do homem é confiar em Deus e falar.
- A responsabilidade da mulher é confiar em Deus em ficar em silêncio.
Hampton Keathley IV
Publicado em: http://homenspiedosos.com/?p=1014
Pablo Nóbrega
Nenhum comentário:
Postar um comentário