A
nossa arte é voltada para sensações ou para percepções? A música que produzimos
e reproduzimos até mesmo na liturgia do culto, tem como objetivo maior nos
fazer sentir coisas, ou enriquecer nossa percepção?
No
mês de Maio do ano de 2012, ocorreu o III Congresso de Teologia e Igreja no
Mackenzie, tendo como principal preletora Nancy Pearcy, mas dentre as varias
palestras, uma das que vi e me chamou bastante atenção foi este que indico
agora: Teologia Natural e a Tarefa do Artista Cristão Contemporâneo, ministrada
por Guilherme de Carvalho, que responde de forma brilhante e edificante as
indagações feitas no parágrafo anterior.
Esta
palestra traça um caminho que se inicia no iluminismo, com o que Guilherme chama
de “Giro Narcísico da modernidade”, instante que o homem se coloca como centro
de todas as coisas, fazendo com que o mundo exterior perca completamente o
sentido, e assim, acaba aprisionado dentro de si mesmo.
Como
resposta a este isolamento em si mesmo do homem moderno, o Cristianismo
contemporâneo não apresenta uma alternativa correta, mas tão somente uma
adaptação. Para o cristão de hoje, o mundo ainda não tem sentido, mas ele foca
suas expectativas no mundo que há por vir, deixando de observar a glória de
Deus neste mundo, que continua sem significado. Esta visão acaba o levando,
assim como o homem hiper-moderno, a buscar somente sensações.
A
resposta adequada do artista Cristão, segundo Guilherme, com base em uma
consiste teologia reformada e histórica, é um combate à secularização da fé,
através de uma nova concepção de Teologia Natural, que se afasta de clássica,
muito críticada pelos reformadores, mais que entende a imagem de Deus na
natureza, visualizada através de Jesus Cristo, o Deus revelado.
Deste
modo, o cristão, deve propor uma arte que traga uma nova percepção, significado
ao mundo, se contrapondo a arte hiper-moderna que se perde dentro de si mesmo,
numa busca desenfreada por prazer e entendimento, sem um significado maior.
Esta jornada teórica, ao longo da palestra, é demostrada através da análise de
várias obras de arte plástica de autores significativos como Da Vinci, Picasso
e etc.
Esta
palestra é imprescindível para todos os que desejam fortalecer sua forma de
apreciar a beleza da criação, percebendo nas artes os contornos do Criador,
atentando ao significado espiritual de todas as coisas, assim como para os
artistas cristãos que precisam se desvencilhar da arte sem significado, focando
em meros sentimentos e experiências subjetivas, e alcançar um nível mais amplo
e rico de arte.
Sobre o palestrante: Guilherme de Carvalho é casado com Alessandra
e pai de duas mocinhas: Ana Elisa e Helena. Seu chamado é o ensino sobre a
unidade de Criação e Evangelho, e o escopo universal do Senhorio de Cristo, e
tem interesse especial por filosofia da religião, teologia natural e teologia
da cultura. É formado pela Escola Superior de Teologia do Mackenzie, mestre em
Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo, e mestre em Ciências da
Religião pela Universidade Metodista de São Paulo. Foi professor de teologia
por vários anos, e atualmente é pastor da Igreja Esperança em Belo Horizonte e
diretor de L’Abri Fellowship Brasil.
Assita a palestra:
Rodrigo
Ribeiro
@rodrigolgd
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