Tive o grande prazer de ser
presenteado por Rodrigo Ribeiro (editor deste blog) com esta obra de John
Stott. Não havia outrora aderido à literatura cristã, sendo eu relativamente um
novo convertido (Deus converteu meu coração em 2009). E agora deslanchei na
leitura cristã, dando o ponta-pé inicial com essa obra do líder anglicano
britânico, o qual muitos já conhecem.
John Stott (1921 – 2009) nasceu e
viveu em Londres. E desde os oito anos de idade foi encaminhado a um internato.
Já em outra escola (Rugby Scholl) teve a oportunidade de ser orientado pelo reverendo
Eric Nash no ano de 38, que apresentou a Stott o texto de Apocalipse 3:20 "Eis
que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta,
entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo".
Sobre esse trecho de Apocalipse,
Stott escreveu:
Aqui, então, é a questão crucial que temos que chegar. Será
que já abrimos nossa porta para Cristo? Será que já o convidamos? Essa era
exatamente a questão que eu precisava ter colocado para mim. Pois,
intelectualmente falando, eu tinha acreditado em Jesus durante toda a minha
vida, mas do outro lado da porta. Eu tinha regularmente me esforçado para dizer
minhas orações pelo buraco da fechadura. Eu até tinha empurrado tostões por
debaixo da porta, em uma vã tentativa de acalmá-lo. Eu havia sido batizado, ia
à igreja, lia a Bíblia, tinha altos ideais e tentava ser bom e fazer o bem. Mas
o tempo todo, muitas vezes sem perceber, eu estava segurando Cristo no
comprimento do braço, mantendo-o fora. Eu sabia que abrir a porta teria
conseqüências graves. Estou profundamente grato a ele por permitir-me abrir a
porta. Olhando para trás agora em mais de 50 anos, percebo que esse passo
simples mudou todo o curso de direção e a qualidade da minha vida.
A obra de John Stott foi
reconhecida mundialmente, seu livro mais importante, Cristianismo Básico, vendeu mais de 2 milhões de cópias e já foi traduzida
para mais de 60 línguas. E o mesmo foi classificado entre as 100 pessoas mais
influentes do mundo.
O LIVRO
É ótimo. Como já falei, Rodrigo
não podia ter me presenteado de forma melhor. Tanto é que já indiquei à minha
irmã, que leu, e agora minha namorada está lendo. De fato, uma injeção de ânimo
na carreira cristã.
O Discípulo Radical trata-se da última Obra de John Stott antes da
sua morte. São oito capítulos expondo características de um discípulo de
Cristo, ou que um discípulo de Cristo deve ter.
Já na introdução somos
surpreendidos pelo autor ao contestar que os seguidores de Cristo são chamados
de cristãos apenas três vezes na bíblia. As palavras “cristão” e “discípulo”
nos levam a um mesmo pensamento, ou a um mesmo significado físico. Mas o autor
nos lança uma pergunta: por que “discípulo radical”? John Stott nos responde
claramente: “Existem diferentes níveis de comprometimento na comunidade cristã.
O próprio Jesus ilustra isso ao explicar o que aconteceu com as sementes na
Parábola do Semeador (Mt 13.3-23). A diferença está no tipo de solo que as
recebeu. A semente semeada em solo rochoso ‘não tinha raiz’”.
Os oito capítulos
(características) descritos por Stott são inconformismo, semelhança com Cristo,
maturidade, cuidado com a criação, simplicidade, equilíbrio, dependência e
morte.
Um dado interessante é que em seu
último capítulo, do seu último livro escrito, Stott fala sobre a forma que o
discípulo radical encara a morte. Fala um pouco sobre o final da carreira e nos
chega a parecer uma carta de despedida. E, no ano posterior, John Stott falece
em sua velhice.
Esta é uma obra de muito fácil
leitura, atual, e recomendadíssima. Fica aqui a indicação da semana e,
modestamente, uma das melhores indicações feitas. Para todos, uma boa leitura.
Walisson Alves
@walisson_alves
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