quinta-feira, 19 de julho de 2012

A responsabilidade do amar a Deus


Todos nós, que já nos envolvemos em algum tipo de relacionamento, já chegamos ao momento de ouvir a seguinte pergunta: “Você me ama?”.  Pode ter certeza que, se essa pergunta está sendo feita a você, é porque algum tipo de atitude de sua parte está sendo insuficiente na demonstração de seu amor.

                Imagine, então, se essa pergunta é feita por Jesus? Pois é. Estava lá Simão Pedro, reunido com os demais discípulos, após uma ceia, quando Jesus o interpela: “Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes?”. Pensem qual a surpresa que essa pergunta causou em Pedro, sobretudo porque Jesus comparou o seu amor com o dos seus companheiros. A resposta não poderia ser outra: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”.  E, após essa resposta, Jesus pede: “Apascenta os meus cordeiros” (João 21:15).

                Não satisfeito com a resposta, Jesus repete essa pergunta por mais duas vezes, ao que, segundo o evangelho, Pedro se entristece e responde: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas” (João 21:17).

                Dois fatos chamam a atenção nessa passagem da Bíblia. A primeira delas é a insistência de Jesus na pergunta feita a Pedro. Obviamente que Jesus, sendo Deus, sabia do amor do apóstolo por Ele, mas por que Jesus insistiu em sua pergunta?

Responder a mesma pergunta, três vezes, nos leva à reflexão e era isso que Ele queria de Pedro: Jesus queria que o discípulo tivesse consciência do seu amor e entendesse que amar a Deus implica em responsabilidades. Amar a Deus não é só proferir que O ama. Amá-Lo verdadeiramente implica em mudança de vida, em responsabilidade com o próximo, em focar a sua existência, não nas coisas mundanas, mas na vontade de Dele.

Daí que o primeiro mandamento de Deus é: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento”. (Mateus 22:37). 

Amar com o coração, com a alma e com o pensamento é direcionar toda a nossa vida de acordo com a vontade Dele, nos caminhos Dele e dentro da palavra Dele, de forma inteira, a tal ponto que, “se o teu pé te escandalizar, corta-o; melhor é para ti entrares coxo na vida do que, tendo dois pés, seres lançado no inferno, no fogo que nunca se apaga” (Marcos 9:45). Tudo o que for nos desviar ou nos afastar dos propósitos divinos deve ser afastado de nós, pois o nosso amor a Ele deve ser o centro de nossa vida e devemos ter discernimento disso, assim como Jesus queria que Pedro tivesse.

Outro ponto que é interessante ressaltar é o pedido que Jesus faz a Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas”. Em outras palavras, Jesus dizia: “se me amas, prova: cuida das minhas ovelhas”. Aquele que apascenta, deve guiar, zelar, cuidar, vigiar, alimentar e manter em segurança, o seu rebanho. Apascentar os cordeiros de Deus é cumprir o segundo mandamento de Sua lei: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39).

Amar a Deus sobre todas as coisas é comprometer-se, com o Seu amor e era isso que Jesus mostrava a Pedro naquele momento e não apenas isso, que amá-Lo é também comprometer-se com todos os que O amam: é oferecer ombros, palavras, atitudes e um pouco do amor que vem Dele, para quem precisa. Alimentar com atitudes e palavras os que andam perdidos nas trevas do mundo. Apenas dessa forma, podemos responder a Jesus: “Sim, Mestre, Tu sabes que te amo e que me comprometo com Teu amor, apascentando as Tuas ovelhas”.

Andrea Grace

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