É interessante notar que, apesar de este tópico ser acerca da ética filosófica, precisamos pensar sobre ele pelo viés da cosmovisão cristã. Sendo assim, temos que conceber o homem criado, em comunhão com Deus e com sua razão completamente alinhada ao ideal criador (Gn 1 e 2). Com a queda (Gn 3), isto é manchado, totalmente afetado pelo pecado. O homem busca, a partir da razão, a afirmação que ele tinha quando do alinhamento de sua razão com o Criador. Neste aspecto, a razão torna-se incapaz de fazer este realinhamento. Por isso, vemos, no decorrer da história, tantas linhas de pensamentos tentando definir a melhor maneira do homem pensar, agir e reagir no e sobre o mundo. E sendo assim, o homem vem a tornar-se o centro do pensamento, desvinculado da ideia de um criador e ser supremo e sobreano sobre todos. Na prática, isto acontece quando o homem, destituído da glória de Deus (Rm 3.23) não o glorifica por seus atos e feitos. Ao contrário, glorifica a sim mesmo e diz, com estas ações como prevê o salmista no salmo 14 (diz o insensato no seu coração: Não há Deus). Enquanto o homem pensar que toda ética proposta deve ter como centro o próprio homem, seu bem estar, sua felicidade, autonomia, liberdade e independência, haverá sempre frustração, desencontro e morte, pois estes atos comprovam a rebeldia de nosso coração e idolatria , fazendo de nós nossos próprios deuses. E aí entramos num ponto interessante. Se houve a criação e a queda, houve também a redenção. E é nesse princípio que, como cristãos,precisamos enxergar esta produção filosófica. Temos que redimir o conhecimento por meio do Evangelho e submeter toda e qualquer proposta ética às Escrituras, que apresentam os princípios éticos santos e oriundos do santo Deus, para que assim, rendamos a devida glória a Ele (1 Co 10.31) e testemunhemos da graça salvadora em Cristo Jesus.
O pensamento cristão, assim como todas as outras áreas da vida cristã, deve glorificar a Deus ( 1Co 10.31) e testemunhar da redenção em Cristo Jesus. Devemos reconhecer que a capacidade de produzir conhecimento vem de Deus (Ex 31.2-5, Gn 4.20-22) e o único ato devido é de honrá-lO com este conhecimento, mostrando assim que este era o propósito de Deus para o homem antes da queda e que os homens podem voltar a ter este relacionamento com o Pai por meio do Filho. Assim devemos observar todas as contribuições dadas no decorrer da história sob a ótica das Escrituras e assim construirmos nossas ideias e embasarmos nossas ações com o fim de glorificar a Deus, longe de legalismo (evangelho do pode e não pode) e do liberalismo (pode tudo). Toda produção de conhecimento e toda prática, que aliada ao pensamento, reflete nossa ética e cosmovisão deve ser como base as Escrituras, e o princípios de que tudo posso, mas nem tudo convém deve permear nossa consciência , que deve ser cativa a Cristo. Não podemos ignorar o que tem sido concedido pela graça comum. Em contrapartida, não podemos assimilar inverdades.
Calvino , ao estabelecer as bases de sua ética cristã , o faz em pressupostos bíblicos. Precisamos compreender o alcance temporal da Palavra de Deus. Isto é, o que era verdade bíblica no tempo de Calvino, o é ainda hoje. Sendo assim, é totalmente aplicável visto que: 1) O governo deve ser visto como algo bom e que tem como objetivo, segundo as Escrituras, promover o bem (leis justas e justas aplicações dos impostos) e punir o mal (exercício da justiça), este deve ser o foco do nosso alvo ao olhar para o governo a fim de aprová-lo ou reclamar contra o mesmo; 2) A prática do trabalho como maneira de render graças a Deus deve ser enfatizada e vivida pelos cristãos, pois a partir do mesmo, refletimos a graça de Deus, que o sustento e condições de cuidar dos nossos e dos pobres e necessitados. Se considerarmos estes pontos e observarmos que, quando Calvino aponta sua ética, ele ão está falando em puro assistencialismo, mas em o homem perceber-se como individuo indissociável de uma sociedade e que tudo que ele faz e ´produz é construção humana e social, sendo assim, manchada pelo pecado. Sendo assim, com o foco em Deus, buscamos exercer fielmente o mandato cultural e transformar (redimir) as relações por meio do Evangelho.
Calvino , ao estabelecer as bases de sua ética cristã , o faz em pressupostos bíblicos. Precisamos compreender o alcance temporal da Palavra de Deus. Isto é, o que era verdade bíblica no tempo de Calvino, o é ainda hoje. Sendo assim, é totalmente aplicável visto que: 1) O governo deve ser visto como algo bom e que tem como objetivo, segundo as Escrituras, promover o bem (leis justas e justas aplicações dos impostos) e punir o mal (exercício da justiça), este deve ser o foco do nosso alvo ao olhar para o governo a fim de aprová-lo ou reclamar contra o mesmo; 2) A prática do trabalho como maneira de render graças a Deus deve ser enfatizada e vivida pelos cristãos, pois a partir do mesmo, refletimos a graça de Deus, que o sustento e condições de cuidar dos nossos e dos pobres e necessitados. Se considerarmos estes pontos e observarmos que, quando Calvino aponta sua ética, ele ão está falando em puro assistencialismo, mas em o homem perceber-se como individuo indissociável de uma sociedade e que tudo que ele faz e ´produz é construção humana e social, sendo assim, manchada pelo pecado. Sendo assim, com o foco em Deus, buscamos exercer fielmente o mandato cultural e transformar (redimir) as relações por meio do Evangelho.
Por fim, só há dois caminhos. Uma ética pautada em Deus e na sua revelação (Escrituras) ou uma ética pautada na autonomia humana (cada um ou cada grupo com seu sistema ético de normas e valores). Precisamos compreender o ponto mais importante de qualquer sistema ético: o pressuposto. Sendo assim, ou reconhecemos Deus como criador a quem devemos submissão e pautamos nossa ética nas Escrituras ou pautamos nossa ética no antropocentrismo, fazendo do homem o fim de todas as coisas.
Presb. Cícero Pereira
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