Aquilo que a Bíblia ensina sobre casamento não reflete meramente o ponto de vista de uma cultura ou de uma época. Os ensinamentos das Escrituras desafiam a narrativa da nossa cultura ocidental contemporânea da liberdade individual como único caminho para a felicidade. Ao mesmo tempo, confrontam o modo de as culturas tradicionais verem os solteiros como seres humanos incompletos. O livro de Gênesis analisa de modo radicalmente crítico a instituição da poligamia, embora fosse uma prática cultural aceita na época, ao pintar um retrato vívido das desgraças e desintegrações que ela provoca nos relacionamentos familiares, e a dor que ela causa, principalmente para as mulheres. Os autores dos livros do Novo Testamento causaram espanto no mundo pagão ao exaltar a condição duradoura de solteiro como moda de vida legítimo. Em outras palavras, os ensinamentos dos escritores bíblicos desafiavam constantemente suas próprias crenças culturais, e portanto, não eram produtos de meras tradições e prática antigas. Logo, não podemos descartar a visão bíblica como um conceito unidimensionalmente retrógrado ou culturalmente obsoleto. Pelo contrário, é repleto de ideias e soluções práticas e realistas, bem como de promessas maravilhosas sobre o casamento. E tudo isso é apresentado não apenas na forma de proposições claras, mas também de narrativas vívidas e poesias comoventes. A menos que você consiga olhar para o casamento através das lentes das Escrituras, e não de seus próprios medos ou de seu romantismo, de suas experiências pessoais ou da perspectiva limitada de sua cultura, não será capaz de tomar decisões inteligentes a respeito de seu futuro conjugal.
FONTE: O Significado do Casamento. Timothy Keller e Kathy Keller, tradução de Suzana Klassen. Edições Vida Nova, 2012. Páginas 20 a 22.
Rodrigo Ribeiro
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