sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O que Significa a "Marca da Besta" citada no livro de Apocalipse? Com a Palavra, William Hendriksen.

Para se entender a expressão “marca da besta”, devemos nos lembrar que não apenas o gado, mas também os escravos eram marcados com um sinal de propriedade. A marca significava que o escravo pertencia ao seu dono. Logo, a expressão “receber marca de alguém” começou a ser usada para indicar que alguém servia ou cultuava alguém. Provemos esse ponto. Em apocalipse 14.9, lemos: “Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão”. Aqui, “receber a marca da besta” parece significar pertencer a besta e adorá-la. Igualmente, em Apocalipse 14.11: “e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome”. (cf. também Ap 20.4). Assim, “receber a marca da besta” parece significar “pertencer à besta e adorá-la”. A “marca besta” é a oposição a Deus, a rejeição a Cristo, o espírito do anticristo de perseguição da Igreja, onde e quando ela se manifesta. Essa marca está impressa na fronte e na mão direita (cf. Dt. 6.8) A fronte simboliza a mente, a vida em termos de pensamento, da filosofia da pessoa. A mão direita refere-se às obras da pessoa, a ação, o comércio, a indústria. Portanto, receber a marca da besta na fronte e na mão direita, significa que a pessoa pertence à companhia dos que perseguem a Igreja, e nisso – quer eminentemente no que ela pensa, diz, escreve ou, mais enfaticamente no que faz – o espírito anticristão se torna evidente.

Essa interpretação se harmoniza perfeitamente com nossa explicação com respeito ao selo que o crente recebe em sua fronte[1]. O selo indica que ele pertence a Cristo, adora-o, respira seu Espírito e pensa seus pensamentos. Igualmente, a marca da besta simboliza que o não-crente, que persiste em iniquidades, pertence à besta e, assim, a Satanás, a quem adora. Observe, entretanto, que há uma diferença. O crente recebe um selo, não apenas uma marca. Através da dispensação tem-se demonstrado verdadeiro (lembre-se Tiatira)[2] que aqueles que não recebem a marca da besta e que adoram o seu nome sofrem restrições em seus negócios. São impedidos e oprimidos. Não lhes é permitido comprar ou vender enquanto permanecem leais aos seus princípios. À medida que nos aproximamos do fim, essa oposição aumentará. Não obstante, que o crente não se desespere. Que ele se lembre de que o numero da besta é número de homem. Ora, o homem foi criado no sexto dia. O numero seis, sobretudo, não é o número sete e jamais chega a sete. Falha sempre em atingir a perfeição, isto é, nunca se torna sete. Seis significa não atingir a marca, significa falha. Sete significa perfeição ou vitória. Regozije-se, ó Igreja de Deus! A vitória está do seu lado. O número da besta é 666. Isto é, falha sobre falha![3] É número de homem, pois a besta se gloria no homem; e tem de falhar!

HENDRIKSEN, William. Capitulo 11: Apocalipse 12-14: Cristo versus o dragão e seus aliados. In: Mais que Vencedores, tradução de Wadislau Martins Gomes. São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2011.
Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd




[1] Ver pp. 89ss., 133ss - Esta nota específica não está originalmente neste local, mas coloquei aqui a fim de facilitar a procura daqueles que tenham o livro e tem o desejo de ler mais para entender melhor a questão relativa à marca na fronte do crente defendida por Hendriksen. (Rodrigo Ribeiro)
[2] Ver Capítulo 8, p.91s.
[3] [...] A tentativa de se chegar a uma interpretação pela adição de valores numéricos ao nome de Nero, Platão, etc., não leva a parte alguma juntamente porque leva a tudo. O apocalipse é um livro de símbolos, não um livro de charadas.

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