Para se entender a expressão “marca da besta”, devemos
nos lembrar que não apenas o gado, mas também os escravos eram marcados com um
sinal de propriedade. A marca significava que o escravo pertencia ao seu dono.
Logo, a expressão “receber marca de alguém” começou a ser usada para indicar
que alguém servia ou cultuava alguém. Provemos esse ponto. Em apocalipse 14.9,
lemos: “Se alguém adorar a besta, e a sua
imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão”. Aqui, “receber a
marca da besta” parece significar pertencer a besta e adorá-la. Igualmente, em
Apocalipse 14.11: “e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a
besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome”. (cf. também Ap
20.4). Assim, “receber a marca da besta” parece significar “pertencer à besta e
adorá-la”. A “marca besta” é a oposição a Deus, a rejeição a Cristo, o espírito
do anticristo de perseguição da Igreja, onde e quando ela se manifesta. Essa
marca está impressa na fronte e na mão direita (cf. Dt. 6.8) A fronte simboliza
a mente, a vida em termos de pensamento, da filosofia da pessoa. A mão direita
refere-se às obras da pessoa, a ação, o comércio, a indústria. Portanto,
receber a marca da besta na fronte e na mão direita, significa que a pessoa
pertence à companhia dos que perseguem a Igreja, e nisso – quer eminentemente
no que ela pensa, diz, escreve ou, mais enfaticamente no que faz – o espírito
anticristão se torna evidente.
HENDRIKSEN, William.
Capitulo 11: Apocalipse 12-14: Cristo versus o dragão e seus aliados. In: Mais
que Vencedores, tradução de Wadislau Martins Gomes. São Paulo, SP: Editora
Cultura Cristã, 2011.
Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd
[1]
Ver pp. 89ss., 133ss - Esta nota específica não está originalmente
neste local, mas coloquei aqui a fim de facilitar a procura daqueles que tenham
o livro e tem o desejo de ler mais para entender melhor a questão relativa à
marca na fronte do crente defendida por Hendriksen. (Rodrigo Ribeiro)
[2]
Ver Capítulo 8, p.91s.
[3]
[...] A tentativa de se chegar a uma interpretação pela adição de valores numéricos
ao nome de Nero, Platão, etc., não leva a parte alguma juntamente porque leva a
tudo. O apocalipse é um livro de símbolos, não um livro de charadas.
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