quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Regeneração: A Carta de Alforria da Alma


Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados. (Ef 2:1)

A carta de alforria era o documento que garantia o direito de liberdade a um escravo, concedida por seu proprietário. A Bíblia descreve o homem comum como um servo do pecado, inclinado às práticas de desobediência a Deus. (Rm 6.16). E o mesmo também permanece subjugado até que lhe seja concedido o atestado de soltura espiritual, concedido exclusivamente pelo Espírito Santo, através da Obra de Cristo (Tt 3:4-6).
A ação atribuída a este ato do Espírito é chamada de Regeneração, ou Novo Nascimento: o meio pelo qual o homem abandona o terrível estado de escravidão que se encontra, tornando-se nova criatura (Jo 3:3-6). Essa transformação não ocorre por livre escolha e desejo do escravizado, pois o mesmo se encontra totalmente incapaz de tomar qualquer decisão desta ordem. Pois a Bíblia é enfática ao afirmar que o homem natural é servo do pecado (Rm 6:17). A raça humana está terrivelmente depravada. Não importa quem sejam, nem o que façam, todos estão aprisionados à sua natureza corrompida (Rm 3.23).

O fato mais curioso é que, diferentemente do escravo comum que deseja adquirir sua liberdade a todo custo. O homem natural não demonstra a mínima insatisfação com sua vida iníqua. Sente-se confortável com as práticas que comete e vive em declarada e espontânea afronta ao Criador (Cl 1:21; Rm 5:10). Ele é como um servo que ao receber Carta de Alforria do seu senhor, ver os portões abertos das senzalas, mas nega-se a ir embora, preferindo permanecer sujeito àquele que lhe aprisionou. Da mesma forma, porta-se o ímpio com relação a sua permanente condição de pecador.

Sendo assim, o homem nem quer, nem pode deixar de ser escravo. Seu estado espiritual é de morte. Portanto, ainda que as portas da prisão estejam escancaradas e suas algemas destrancadas, ele permaneceria inalteravelmente inerte, como todo ser sem vida.

Em meio a tudo isto, surge-nos uma pergunta: Como um indivíduo nesta situação pode de forma autônoma, e espontaneamente, buscar uma mudança, à parte do Espírito, ou mesmo de forma sinérgica? Os defensores do livre-arbítrio cometem um terrível equívoco ao presumir que a criatura pode optar pela liberdade ou não de sua alma. Algo impossível para alguém que está morto, portanto, totalmente incapaz de esboçar alguma atitude que altere sua condição. O mesmo depende indubitavelmente dAquele que sopra onde quer (Jo 3.8).

Portanto, a transformação do homem é obra particular e exclusiva do Espírito Santo. Apenas por seu intermédio o pecador é regenerado, e a partir daí todos os seus atos de arrependimento surgirão em conseqüência à ação realizada pelo Espírito de Deus em seu coração.  Somente através deste agir sobrenatural, o homem pode gozar de plena liberdade espiritual. Por meio privativo do Regenerador, o servo do pecado poderá ver-se livre uma vez por todas da escravidão que assolava sua alma. A carta de alforria é definitiva e quem a concede é Poderoso para libertar o pobre pecador das enegrecidas e sujas prisões da perdição e transportá-lo para o Reino de Deus em total segurança (Cl 1:13) .

Ericon Fábio

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