De toda a belíssima e
perfeita criação divina, aprouve a Deus presentear o homem com uma marca que o
tornaria diferente e o ser mais especial de todo o universo: “Também disse
Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26).
Seres únicos, que não apenas possuem a imagem de Deus, mas são a própria imagem
dEle. Formada pelas próprias mãos do Artífice, utilizando-se do “pó da terra”,
sendo assim, vasos de barro nas mãos do Oleiro, literalmente (Is 64.8). J.
Gresham Machen, definiu esta verdade de forma magistral:
“ Que mistério estupendo é isso!
Aqui temos o homem, criatura finita, saído da mão criadora de Deus, e que anda
pela terra com um corpo feito do pó da terra. E apesar disso, este ser tão
insignificante como possa parecer a primeira vista, [...] é capaz de desfrutar
uma relação pessoal com o Deus infinito e eterno”.
A estas criaturas
privilegiadas, Deus ainda dotou de honra e o pôs como administradores de toda a
terra, dando-os domínio sobre todas as espécies:
Fizeste-o,
no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe
domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e
bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu, e os peixes do mar,
e tudo o que percorre as sendas dos mares. (Salmos 8.5-8)
Após a queda no Éden,
tudo mudou drasticamente. O homem, que até então desfrutava de um estado de
total retidão e santidade, tal como o seu Criador, via-se agora corroído pelo
pecado e moralmente defeituoso. Sofrendo assim as duras conseqüências pelo seu
ato de rebeldia.
A semelhança divina
agora estaria gravemente deformada, de modo que o homem natural não poderia
mais refletir o seu criador de forma nítida, como fora antes. É certo que depois
da queda esta imagem e semelhança ficou obscurecida pelo pecado, todas as faculdades
humanas foram terrivelmente abaladas. Mas embora enrugado, ele continua refletindo
a imagem do Deus criador. Como o reflexo distorcido de um espelho embaçado, a
raça humana ainda é imagem daquele que o criou.
Como tal, todo o homem
é digno de ser respeitado. Por mais deplorável e repugnante que seja o seu
estado, não podemos esquecer que ali está á imagem de Deus. Independente de sua
religião, de sua raça, do modo como este homem viva, ele é um ser especial e
diferente de tudo o que veio a existir, porque assim Deus o fez.
Ainda que repudiemos as
práticas daqueles que vivem tortuosamente, devemos amá-los, pelo “simples” e
extraordinário fato de que foram as mãos do Altíssimo que os moldou. É certo
que nem todos são filhos de Deus, mas todos são criaturas suas, portanto merecedores
de consideração.
Como é estarrecedor ver
tão linda criação entregue a idolatria, prostrando-se perante outros deuses; usando
seus corpos para todo o tipo de promiscuidade; vê-los embriagados e jogados
pelas calçadas como se não tivessem nenhum valor; totalmente escravizados pelo
diabo, destruindo-se a si mesmos em declarada afronta ao Supremo benfeitor.
Por isso, devemos
desejar que a imagem de Deus seja restaurada em cada pessoa, e isto só pode
ocorrer através do Senhor Jesus Cristo. Aquele que é a perfeita imagem do Ser
de Deus (Cl 1.15). Só através dele a criação pode ser restaurada. Amar o
próximo consiste em levá-lo a conhecer o Evangelho, pois este é o único meio
pelo qual a criatura caída poderá ser restaurada.
Nosso anseio também
repousa sobre a expectativa de termos esta imagem e semelhança restaurada em
nós mesmos, definitivamente. Seremos semelhantes a Cristo (1 Jo 3.2), e assim
perfeitos novamente. Temos experimentado uma restauração gradativa, mas
haveremos de experimentá-la completa e definitivamente, no porvir.
E todos
nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do
Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como
pelo Senhor, o Espírito. (2 Co 3.18)
Em Cristo, a perfeita imagem de
Deus.
Missionário
Ericon Fábio
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