quinta-feira, 14 de março de 2013

Imagem de Deus


De toda a belíssima e perfeita criação divina, aprouve a Deus presentear o homem com uma marca que o tornaria diferente e o ser mais especial de todo o universo: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26). Seres únicos, que não apenas possuem a imagem de Deus, mas são a própria imagem dEle. Formada pelas próprias mãos do Artífice, utilizando-se do “pó da terra”, sendo assim, vasos de barro nas mãos do Oleiro, literalmente (Is 64.8). J. Gresham Machen, definiu esta verdade de forma magistral:

“ Que mistério estupendo é isso! Aqui temos o homem, criatura finita, saído da mão criadora de Deus, e que anda pela terra com um corpo feito do pó da terra. E apesar disso, este ser tão insignificante como possa parecer a primeira vista, [...] é capaz de desfrutar uma relação pessoal com o Deus infinito e eterno”.

A estas criaturas privilegiadas, Deus ainda dotou de honra e o pôs como administradores de toda a terra, dando-os domínio sobre todas as espécies:

Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares. (Salmos 8.5-8)

Após a queda no Éden, tudo mudou drasticamente. O homem, que até então desfrutava de um estado de total retidão e santidade, tal como o seu Criador, via-se agora corroído pelo pecado e moralmente defeituoso. Sofrendo assim as duras conseqüências pelo seu ato de rebeldia.

A semelhança divina agora estaria gravemente deformada, de modo que o homem natural não poderia mais refletir o seu criador de forma nítida, como fora antes. É certo que depois da queda esta imagem e semelhança ficou obscurecida pelo pecado, todas as faculdades humanas foram terrivelmente abaladas. Mas embora enrugado, ele continua refletindo a imagem do Deus criador. Como o reflexo distorcido de um espelho embaçado, a raça humana ainda é imagem daquele que o criou.

Como tal, todo o homem é digno de ser respeitado. Por mais deplorável e repugnante que seja o seu estado, não podemos esquecer que ali está á imagem de Deus. Independente de sua religião, de sua raça, do modo como este homem viva, ele é um ser especial e diferente de tudo o que veio a existir, porque assim Deus o fez.
Ainda que repudiemos as práticas daqueles que vivem tortuosamente, devemos amá-los, pelo “simples” e extraordinário fato de que foram as mãos do Altíssimo que os moldou. É certo que nem todos são filhos de Deus, mas todos são criaturas suas, portanto merecedores de consideração.

Como é estarrecedor ver tão linda criação entregue a idolatria, prostrando-se perante outros deuses; usando seus corpos para todo o tipo de promiscuidade; vê-los embriagados e jogados pelas calçadas como se não tivessem nenhum valor; totalmente escravizados pelo diabo, destruindo-se a si mesmos em declarada afronta ao Supremo benfeitor.

Por isso, devemos desejar que a imagem de Deus seja restaurada em cada pessoa, e isto só pode ocorrer através do Senhor Jesus Cristo. Aquele que é a perfeita imagem do Ser de Deus (Cl 1.15). Só através dele a criação pode ser restaurada. Amar o próximo consiste em levá-lo a conhecer o Evangelho, pois este é o único meio pelo qual a criatura caída poderá ser restaurada.

Nosso anseio também repousa sobre a expectativa de termos esta imagem e semelhança restaurada em nós mesmos, definitivamente. Seremos semelhantes a Cristo (1 Jo 3.2), e assim perfeitos novamente. Temos experimentado uma restauração gradativa, mas haveremos de experimentá-la completa e definitivamente, no porvir.

E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. (2 Co 3.18)

Em Cristo, a perfeita imagem de Deus.

Missionário Ericon Fábio

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