É verdade que, onde abundou o pecado, superabundou a graça; então, permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? A genuína pregação do evangelho da salvação somente pela graça sempre leva à possibilidade desta censura ser lançada contra a graça. Não existe melhor teste
para sabermos se um homem está realmente pregando o evangelho do Novo Testamento: algumas pessoas o entendem mal e o interpretam de maneira errada, de modo que chegam à seguinte conclusão: visto que fomos salvos apenas pela graça, realmente não importa tudo que fazemos, podemos continuar pecando como queremos, pois isto redundará em mais glória da graça de Deus.
Este é um excelente teste para avaliarmos a pregação do evangelho. Se minha pregação deixa de expor o evangelho ao ponto de gerar este mal-entendido, realmente não estou proclamando o evangelho. Pretendo explicar o que estou afirmando. Se um homem anuncia a justificação por meio de obras, jamais teremos aquele entendimento errado. Se ele diz: Você deseja ir ao céu? Então precisa parar de cometer pecados, viver um vida repleta de boas obras e observar certas coisas até à sua morte, deste modo será um cristão e irá ao céu, quando morrer. O pregador da mensagem acima não será acusado de ter dito: Continuemos a pecar, para que a graça seja abundante. Mas todo fiel pregador que anuncia o evangelho tem sido acusado de anunciar uma mensagem que estimula a pecar! Todos eles têm sido acusados de antinomianismo (estar contra a lei). Eu poderia falar a todos
os ministros do evangelho: SE A SUA PREGAÇÃO DO EVANGELHO NÃO TEM SIDO ENTENDIDA DAQUELA MANEIRA ERRADA, VOCÊ DEVE EXAMINAR SEUS SERMÕES NOVAMENTE; é melhor certificar-se de que está realmente proclamando a salvação anunciada no Novo Testamento aos ímpios, pecadores, mortos em seus delitos e pecados, inimigos de Deus. Existe um certo elemento de perigo na apresentação da doutrina da salvação.
Publicado originalmente na Revista Fé para Hoje n° 4 da Editora Fiel
Com a palavra feita por Rodrigo Ribeiro
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