Conta-se que certa vez
um dos soldados da milícia de Alexandre “o Grande”, acovardou-se perante um prisioneiro
inimigo negando-se a matá-lo. Bastante contrariado ao saber do episódio,
Alexandre resolveu indagar seu acuado soldado e vendo-o Imperador perguntou como
se chamava o covarde combatente: “Meu nome é Alexandre, senhor!”, respondeu. Curiosamente,
o guerrilheiro possuía exatamente o mesmo nome de seu líder. Furioso, Alexandre
“O grande” lhe chamou a atenção, dizendo: “Soldado, ou você muda de nome, ou
muda de atitude!”
Fictícia ou não, essa
história nos serve para ilustrar sobre o nome de Cristo que muitos tem usado de
maneira desonrosa. Milhões de pessoas são conhecidas como cristãs em todo o
mundo, mas uma minoria tem levado à sério o verdadeiro significado desse nome e
suas implicações práticas para a vida daqueles que assim são conhecidos,
tornando o nome inócuo, e longe de seu verdadeiro significado. É evidente, que muitos
têm se apossado dessa terminologia sem fazer a mínima ideia de que, ou
principalmente, de Quem se trata, uma vez que o cristianismo se refere exclusivamente
a uma Pessoa – Jesus Cristo.
O termo cristão foi o
apelido dado aos seguidores de Jesus na cidade de Antioquia (At 11.26). Os
“pequenos Cristos” ganharam esta nomenclatura devido ao testemunho fiel, demonstrado
através de suas vidas que imitavam muito claramente os passos de seu Mestre. Estes
buscavam zelosamente não envergonhar o nome que possuíam, pois tinham a
consciência de quão precioso era ser conhecidos pelo nome de Cristo. Além
disto, defender o cristianismo era está preparado para enfrentar diversas perseguições.
Foi pelo nome de Jesus Cristo
que os apóstolos se alegraram mesmo em meio de muitos sofrimentos: “E eles se
retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de
sofrer afrontas por esse Nome” (At 5.41). Vários discípulos morreram por
defenderem esse Nome, pois para eles o Salvador era mais importante que suas
próprias vidas (At 20.24); Em face da morte Inácio de Antioquia, um dos pais da
Igreja, escreveu aos irmãos de Esmirna: “É somente no nome de Jesus Cristo e por causa de compartilhar seus sofrimentos
que eu posso enfrentar tudo isso”. Assim, o bispo de Antioquia foi martirizado.
Estes cristãos, verdadeiramente,
fizeram jus ao nome de quem eram
chamados, mostrando que ser cristão é bem mais que uma nomenclatura, um status,
ou uma profissão de fé, mas um assemelhar-se com Cristo, seguindo o exemplo que
Cristo deixou: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que
também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os
seus passos” (1
Pe 2.21).
Ainda que o termo
Cristão tenha caído em uso comum, nós, os que assim somos
conhecidos, precisamos refletir seriamente sobre a forma como temos utilizado
este nome. É hora de mudar de nome ou mudar de atitude, como o soldado do exército de
Alexandre fora desafiado. Enquanto nossa vida não for um reflexo do
caráter dAquele a quem dizemos estar seguindo, não podemos nos apropriar indevidamente
de seu santo Nome, desonrando ao Senhor Jesus, e, igualmente, a todos aqueles que antes de
nós defenderam com temor e paixão este Nome, até os nossos dias. Precisamos ser
conformados à imagem de Cristo (Rm 8.29), e andar assim como ele andou (1 Jo 2.6),
para assim podermos ser chamados como Ele é.
Atente para isso! Hoje,
podemos facilmente nos camuflar em meio a massa cristã que se prolifera dia
após dia, mas chegará o dia em que não poderemos mais esconder nossa verdadeira
identidade, pois o Deus que revela o que está em oculto (Mc 4.22) haverá de revelar
os seus filhos (Is 43.1), e irá desmascarar os falsos cristãos. E
assim todos verão a diferença entre os chamados cristãos, e os cristãos
chamados.
“Aquele
que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.” (1 Jo
2.6).
Ericon Fábio
Muito bom!
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