Final de ano é tempo de reflexão,
época propícia para fazermos um balanço do período que se encerra e
vislumbrarmos com expectativa o início de um novo ano. Na perspectiva de um ano
de sucesso muitos depositam sua fé em algum tipo de superstição, como por
exemplo, vestir roupas brancas ou colocar algum tipo de grãos no bolso durante
a passagem do velho para o novo ano, outros nesta mesma perspectiva adotam
rituais religiosos como lançar flores ao mar crendo que Deus irá se agradar
deste ritual e favorece-lo ao longo do ano que se inicia. Poderíamos fazer uma
lista contendo vários ritos religiosos bem como redigir uma extensa lista de
práticas supersticiosas com promessas de paz, prosperidade e saúde para o ano
inteiro.
A IV IGREJA PRESBITERIANA DE
CAMPINA GRANDE adotou o tema “FÉ SÓ EM JESUS” para ser meditado e debatido durante
o mês de dezembro com o objetivo de despertar a importância de Jesus nesta
época em que o mundo comemora o seu nascimento, mas, que ao longo do tempo vem
dando significados distorcidos a este acontecimento tão importante para a
humanidade.
“Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que
tu és profeta. Nossos pais adoravam neste monte, vós, entretanto, dizeis que em
Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me
que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós
adorais o que não conheceis.; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação
vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura
para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o
adorem em espírito e em verdade. Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o
Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos ensinará todas as coisas.
Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.”
Este texto escrito no evangelho
de João narra à história de uma mulher, que no versículo sete é identificada
como sendo uma mulher samaritana. Durante o diálogo entre Jesus e a mulher
samaritana percebesse muitas expectativas no coração daquela mulher, no
versículo quinze ela pede para Jesus lhe dar da água da vida, ela desejava
nunca mais ter cede nem retornar aquele local. No versículo vinte ela demonstra
expectativa em relação ao local onde se deve adorar a Deus, e por fim no
versículo vinte e cinco ela expressa uma grande expectativa ao cumprir-se a
promessa da vinda do messias.
Ao longo do diálogo Jesus surpreende
a mulher samaritana apresentando-se como a fonte que sacia as expectativas de
um coração vazio, angustiado e sedento. Nós vivemos em uma época em que as
mesas podem até estarem fartas e abastardas, no entanto, os corações das
pessoas continuam vazios, angustiados e sedentos. Neste período seremos
bombardeados com palavras de incentivos, vindas de todas as direções com suas
receitas milagrosas prometendo um ano de sucesso e vitórias. Contrariando as
ideologias da época Jesus apresentou aquela mulher um caminho único, suficiente
e eficaz para transportá-la de um mundo de dúvidas e ilusões para uma vida de
paz que só a fé em Jesus proporciona. Jesus identifica-se como único caminho
por causa do seu zelo com a lei de Deus, sua autoridade, natureza divina e por
ser o filho de Deus.
O ZELO DE JESUS COM A LEI DE DEUS
Ao afirmar no versículo 22 que a
salvação vem dos judeus, Jesus confirmou a relevância da lei que Deus entregou
aos judeus no processo da salvação. Jesus ensinou aquela mulher que sem o
cumprimento da lei de Deus não há salvação, sem salvação na existe paz. No
evangelho segundo escreveu Mateus capítulo cinco, versículos dezessete e
dezoito, Jesus defende de forma veemente o caráter irrevogável desta lei. Os
homens alteram seus códigos de leis de acordo com o comportamento da sociedade
ou para atender seus desejos, com surgimento de regras novas e o relaxamento
das existentes nos códigos de leis de uma nação, no entanto, Jesus afirmou que
a lei de Deus é perfeita, portanto, irrevogável e imutável. Alguns pensam que
com o nascimento de Jesus a lei de Deus seria abolida, o evangelista Mateus
narra a história de Jesus dentro do contexto judaico, iniciando com a sua
genealogia e em todos os aspectos da lei, Ele foi impecável, cumpriu todos os
requisitos da lei de Deus transcrita nos livros do velho testamento. No
capítulo quinze Mateus narra Jesus repreendendo os fariseus por distorcerem a
lei. Diversas vezes Jesus foi provocado pelos fariseus a respeito da essência
da lei de Deus (Marcos 12.30), sendo prontamente atendidos; “AMARÁS, POIS, O
SENHOR, TEU DEUS, DE TODO O TEU CORAÇÃO, DE TODA A TUA ALMA, DE TODO O TEU
ENTENDIMENTO E DE TODA A TUA FORÇA. AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO”.
Jesus resumiu o que a lei de Deus exige do homem. Ao citar estes dois preceitos
da lei, Jesus reafirmou a exigência de exclusividade de Deus expressa em forma
de lei, transgredi-la sob qualquer aspecto por menor que seja, significa entrar
em juízo contra Deus, sujeitando-se as suas penalidades impostas. A epístola escrita aos Gálatas 4 4,5; afirma
que Cristo nos salvou em termos da lei, Ele assumiu a pena imposta pela lei de
Deus sobre todos os homens por transgressão. Quando Jesus encarnou submetendo-se
a lei de Deus, cumprindo-a integramente, tendo o seu ápice na cruz Ele o fez em
primeiro lugar em cumprimento ao primeiro mandamento e em segundo lugar em
cumprimento ao segundo mandamento.
Desconhecer, ignorar ou distorcer a
lei de Deus, não invalida ou altera a sua vigência, nem tão pouco seus efeitos.
As pessoas estão sendo penalizadas por causa de sua situação perante a lei de
Deus.
AUTORIDADE DE JESUS
No versículo dezenove a mulher
samaritana faz uma declaração contundente “vejo que tu és profeta”, confissão
fruto de uma experiência pessoal e única com Jesus. Jesus tratou de temas
complexos e polêmicos com uma pessoa aflita e com a vida conturbada,
preconceito, rejeição social e conflitos religiosos faziam parte do drama.
Diante destes casos o aconselhável seria esquivar-se, passar de largo,
preservando-se e não correndo o risco de causar maiores estragos, se fora
possível. Tanto a mulher samaritana como os discípulos surpreenderam-se com a
atitude de Jesus, mais surpreendente foi à autoridade de Jesus ao tratar com
aquela mulher sobre suas angustias, sofrimentos e sequidão de alma, apontando
para o seu pecado como causa, é bem provável que ela responsabilizasse a
sociedade, os líderes religiosos e até os homens com quem ela se relacionou.
Jesus exerceu o ofício profético de forma plena, anunciando à mulher samaritana
que era chegada a hora do arrependimento, revelando o plano de Deus para restaurar
a verdadeira adoração, através do nascimento e ministério profético do seu
escolhido. As simpatias e receitas miraculosas oferecidas neste período não
passam de ilusionismo, incapazes de sanar os sofrimentos de uma alma sedenta em
consequência do pecado, só uma experiência pessoal com Jesus liberta o homem,
pois, a sua autoridade provem de um testemunho de comunhão plena com Deus, e
mesmo sem pecar, se fez pecador por nós, sofrendo em toda a sua plenitude as
angústias causadas pelo pecado.
NATUREZA DIVINA
“Disse-lhe, pois, a
mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou
mulher samaritana”? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).
(João 4:9), causou espanto naquela mulher Jesus dirigir-lhe a palavra, assim como causou espanto Ele tocar em um leproso (Mt 8.3) e permitir que uma pecadora ungisse seus pés (Lc 7 36-50). Deus proibiu que o povo se alimentasse de animais considerados impuros, proibiu também o contato com pessoas em estado de impureza, estas proibições preservaram a nação de contaminar-se por causa de sua natureza afetada pela queda, inclinada ao pecado, vulnerável ao encanto com filosofias e práticas que afrontam a santidade de Deus. A natureza divina de Jesus permitiu sua comunhão com pessoas impuras, todavia, sem contaminar-se, lançando luz sobre a nossa natureza corruptível. O mundo encontra-se totalmente contaminado pela maldade, a exemplo das instituições de saúde do nosso país, onde há um clamor da sociedade, cobrando o emprego de valores éticos dos profissionais de saúde para aliviar a dor e o sofrimento de muitos, só que estes valores foram substituídos pelo egoísmo. Jesus propagou e empregou em seu ministério terreno valores do reino de Deus. Ao revelar na cruz os atributos de sua natureza divina provocou reações distintas, enquanto muitos zombavam, outros foram atraídos para o reino de Deus, compreendendo que naquele instante o reino de Deus prevaleceu contra o mal, empregando valores inerentes a natureza de Deus.
(João 4:9), causou espanto naquela mulher Jesus dirigir-lhe a palavra, assim como causou espanto Ele tocar em um leproso (Mt 8.3) e permitir que uma pecadora ungisse seus pés (Lc 7 36-50). Deus proibiu que o povo se alimentasse de animais considerados impuros, proibiu também o contato com pessoas em estado de impureza, estas proibições preservaram a nação de contaminar-se por causa de sua natureza afetada pela queda, inclinada ao pecado, vulnerável ao encanto com filosofias e práticas que afrontam a santidade de Deus. A natureza divina de Jesus permitiu sua comunhão com pessoas impuras, todavia, sem contaminar-se, lançando luz sobre a nossa natureza corruptível. O mundo encontra-se totalmente contaminado pela maldade, a exemplo das instituições de saúde do nosso país, onde há um clamor da sociedade, cobrando o emprego de valores éticos dos profissionais de saúde para aliviar a dor e o sofrimento de muitos, só que estes valores foram substituídos pelo egoísmo. Jesus propagou e empregou em seu ministério terreno valores do reino de Deus. Ao revelar na cruz os atributos de sua natureza divina provocou reações distintas, enquanto muitos zombavam, outros foram atraídos para o reino de Deus, compreendendo que naquele instante o reino de Deus prevaleceu contra o mal, empregando valores inerentes a natureza de Deus.
O FILHO DE DEUS
Jesus recebeu uma missão
privilegiada e ao mesmo tempo árdua, revelar com a sua vida os preceitos da lei
de Deus e proclamar as bênçãos provenientes da obediência bem como as maldições
em decorrência da desobediência, para realizar esta obra foi-lhe concedido
autoridade plena para tocar, ensinar, curar, repreender, testemunhar, em fim,
cumprir o que Deus havia prometido por meio dos profetas. Somente alguém que
tivesse uma comunhão plena com Deus poderia realizar de forma eficaz uma obra
tão maravilhosa como esta que Jesus realizou na vida daquela mulher, abriu os
seus olhos para o real motivo das suas angústias, aproximou-se e tocou onde
ninguém jamais desejaria, nem ousaria tocar, diagnosticou a causa da sua dor,
restaurou com o poder de Deus o que o conhecimento humano havia desenganado.
Este verdadeiramente é o filho de Deus.
Presb. Amauri Ribeiro
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