quarta-feira, 9 de maio de 2012

Missões: Precisamos ir além


Em Jerusalém a promessa fora cumprida e no dia de pentecostes todos os que estavam reunidos foram revestidos com o poder do Espírito Santo. Milhares de pessoas se convertiam e eram batizadas. Viviam num ambiente de extraordinária comunhão. “Da multidão dos que creram eram um o coração e a alma” (At 4.32). Imagino o quanto deveria ser bom conviver naquela comunidade cristã. Pessoas que se desfaziam de seus próprios bens pelo prazer de ajudar o próximo, que diariamente estavam no templo adorando a Deus com fervor e que perseveravam na sã doutrina.

As coisas estavam caminhando quase que perfeitamente a não ser por um único detalhe. O evangelho também precisara ser anunciado em outras regiões e não apenas poderia ficar restrito aos irmãos de Jerusalém. “E sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como na região da Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).  Foi em meio a este contexto que os cristãos começaram a enfrentar o que conhecemos como a primeira perseguição à Igreja primitiva desencadeada através da morte do piedoso Estevão. O diácono foi apedrejado e morto, após ter sido condenado pelo Supremo Tribunal de Jerusalém. A maioria dos judeus convertidos exceto os apóstolos foram obrigados a ir para outras regiões, devido o atormento causado pelos lideres religiosos judeus. Este acontecimento por mais que tenha sido doloroso, deve ser visto como a soberana intervenção de Deus na historia da Sua igreja, pois este acontecimento foi um fator providencial que contribuiu diretamente para que o evangelho começasse a ser difundido entre os gentios.

Quando olhamos para as Comunidades Evangélicas atuais, vemos que estas estão cada vez mais bem estruturadas. Tanto fisicamente através de seus templos que oferecem o máximo de conforto possível, quanto em suas programações que visam o entretenimento, o envolvimento e a unidade entre os membros de tal forma que estes não sentem nem um pouco impelidos de ir para outras localidades. Estamos tão bem aqui porque então ir para outro lugar? Poderíamos pensar. Mas na verdade fomos chamados para fora. A próprio vocábulo grego ekklesia traduzido para igreja  deriva de dois vocábulos que juntas trazem este significado. É como se alguém fosse “gentilmente” convidado a retirar-se de um ambiente. Não é uma cena muito elegante, não é mesmo?! Mas é este o convite que o Senhor faz ao seu povo para que esta cumpra o seu propósito.

Quanto ao crescimento numérico de nossas congregações. Não podemos pensar que isto irá nos eximir de nossa responsabilidade de irmos além e pensarmos que já executamos o nosso papel. A multiplicação da membresia local não deve ser vista como a totalidade do cumprimento de nossa tarefa. O nosso dever não estará completo enquanto não alcançarmos cada povo, raça, tribo e nação. Temos a obrigação expandirmos, pois esta foi uma atribuição dada por Deus exclusivamente a sua Igreja. Por isso, enquanto ela não conquistar o ultimo palmo de chão deste planeta, não pode se dar por satisfeita.

A apatia missionária da Igreja também deve nos levar a uma séria reflexão. Será que temos ansiado a volta de Cristo? E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”. (Mt 24.14). Cristo condicionou a Sua volta ao nosso trabalho missionário. Mas a Igreja parece não ter despertado para isto. Não pode existir nenhuma motivação maior do que esta para trabalharmos do que a volta do Senhor Jesus. Ver o Reino de Deus ser estabelecido de forma definitiva significa nos empenharmos ao máximo em concluir o mais rápido possível este encargo.

Dificilmente enfrentaremos em nossos dias tal perseguição semelhante a que afligiu os convertidos do primeiro século e sejamos obrigados a nos refugiar em outras regiões. Podemos dizer que o que ocorreu a dois mil anos atrás foi à dispersão da providencia divina para que a igreja iniciasse a sua missão. E o que precisamos hoje é a dispersão da consciência cristã para que esta continue a Sua missão. Não nos esqueçamos que além da nossa Jerusalém existem as “Judéias”, as “Samarias” e confins que ainda precisam ser alcançadas.

Avante Igreja!

Missionário Ericon Fábio
@ericonfabio

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