Qual o valor que arte tem para Deus? Como é tratada nas Escrituras Sagradas? Como os cristãos devem relacionar-se com ela? Tais indagações são tratadas nesta obra do renomado escritor Francis Schaeffer, um dos grandes nomes da literatura calvinista no século XX, tendo escrito a trilogia clássica, O Deus que Intervém, A Morte da Razão e O Deus que se Revela.
Primeiramente, o autor aborda os textos bíblicos que revelam o apreço de Deus pela beleza, mostrando o cuidado com os detalhes estéticos que o Senhor teve quando mandou que Moises fizesse um tabernáculo no Monte Sinai, determinado os mínimos detalhes, com uma perfeição que ultrapassa qualquer arquiteto ou artista plástico. Também argumenta que o mandato cultural dado ao homem alcança a vida artística, de modo que o senhorio de Cristo também existe no que atine a arte. Na mesma esteira aponta os detalhes ordenados por Deus no templo a Salomão, a beleza da poesia judaica encontrada nos belos salmos, nos cantares de Salomão, além das referências bíblicas aos cânticos e danças, indicado que todas estas artes podem e devem engradecer o nome de Deus.
Na segunda parte o autor nos brinda com excelentes perspectivas, mostrando que a arte tem valor em si mesma e a criatividade de criar coisas belas e tem valor por que é reflexo do poder criativo do próprio Deus. A arte deve ser usada para glorificar a Deus através de sua beleza e excelência, e não somente como propaganda evangelística. Mas também nos mostra que a arte traz consigo uma cosmovisão, e está pode estar de acordo com os padrões cristãos ou não. Por fim, nos ensina quatro modos de julgar uma obra de arte: Excelência técnica, validade, conteúdo intelectual e integração entre conteúdo e veículo. É preciso avaliar essas características de modo separado, para não absorvemos valores errados, mas também não nos afastarmos de maneira monástica da boa arte, jogando fora a criança junto com a água suja.
Enfim, para todos que gostam de arte, trabalham com ela, na igreja ou fora, este livro nos traz excelentes reflexões e nos dá importantes diretrizes para avaliar a arte ao nosso redor, e nos estimula a fazer o belo para glorificar e agradar o Deus que tudo fez, com beleza e perfeição.
Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd
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