1) Você fez parte de Vencedores por Cristo, trabalhando com o Nelson Bomilcar, Sérgio Pimenta e outros. Conte-nos um pouco sobre esse momento.
Foram talvez, um dos melhores e mais ricos momentos da minha vida. VPC foi um marco na minha existência. Foi um enriquecimento musical e espiritual, que mudou inclusive o rumo da minha carreira profissional. Naquela época, lá pelos idos de 1977, eu já trabalhava no meu sonho de criança. Queria ser publicitário e já estava começando minha carreira. Com VPC percebi que poderia ser publicitário e trabalhar para o maior cliente do mundo: Deus! O que me fez enxergar isso, foi exatamente a intima convivência com pessoas como o Sérgio Pimenta, o Nelsão Bomilcar, Oziander Shaft, Ivailton dos Santos e meu eterno parceiro e amigo mais que irmão, Edy Chagas.
Naquele tempo respirávamos música dia e noite. Bastava estar junto, pra sair uma nova cançãoo. Serjãoo, apesar de militar, era uma criatura doce. Tinha música nas veias. Ao lado dele, numa tarde trigueira, fiz “Vou chegar”. A música é minha, mas o violão é dele. Serjão estraçalhava o violão. Onde eu via um acorde, Serjão montava três! Já o Edy Chagas, meu amigo Edão, é o meu arroz com feijão. Crescemos juntos. Fizemos muitas músicas juntos. Na Igreja Presbiteriana de Bauru, onde tinha música, lá estávamos eu, o Edy, o Bilão. Éramos o “trio Bauru”. E foi exatamente ali, na IP Bauru que VPC descobriu o “trio Bauru”.
2) Como músico, produtor e diretor de programação (eita quanta coisa) como você vê a música chamada evangélica hoje no Brasil?
No meu tempo musica evangélica chamava “corinho” e soltar a voz. Tocar instrumentos com maestria era querer aparecer.
Hoje, nossos músicos cresceram. Estão tocando e cantando muito bem. Já temos grandes artistas de estúdio e palco. A música cristã evangélica se profissionalizou até no ambiente de muitas igrejas. Os antigos conjuntinhos viraram grupos musicais.
E quanto à produção musical, diria que hoje somos muito mais pluralistas. Não seria demais afirmar que o disco De Vento em Popa, de VPC, foi um divisor de águas. Antes dele, as músicas predominantes eram as baladas americanas e as marchas e valsas europeias. De Vento em Popa libertou a criatividade nacional. Hoje nossos compositores refletem bem a riqueza de estilos da nossa cultura musical. Temos do baião ao fandando gaúcho, passando pelo frevo, samba, bossa nova e ate sertanejo. Afinal a musica é de Deus, mas o ritmo é dos homens, do cidadão local. Cada povo reflete sua cultura. O que faz diferença é a letra centrada na bíblia e o coração de quem faz.
3) Fale-nos um pouco sobre a APECOM, sua função e importância na comunicação da IPB?
A Igreja Presbiteriana do Brasil ao longo de seus 152 anos, sempre foi uma igreja seria e “low profile”, pouco se expõe. Mas a partir da criação da APECOM, Agencia Presbiteriana de Evangelização e Comunicação novos ares estão surgindo. Hoje já temos cruzadas presbiterianas feitas em praças públicas, duas rádios, uma tv, programa de televisão em rede nacional.
Vivemos um novo tempo. Se no passado perdemos alguns bondes da historia, hoje estamos no bonde certo e na hora certa. A IPB está praticamente presente em todas as grandes mídias do momento. Estamos no Facebook, Twitter, temos um grande portal na internet com mais de 400 mil pages views por mês.
Temos a radio IPB com mais de 60 mil ouvintes por mês, temos a radio ipb2 instrumental, dirigida a um público mais conservador que gosta de velhos e bons hinos e temos também a ipbtv com uma programação 24 horas por dia e também a redeipbtv, uma rede de igrejas Presbiterianas com 43 canais transmitindo cultos e eventos ao vivo. Se antigamente, e não tãoo longe assim, só tínhamos a praça publica e o púlpito, hoje a IPB praticamente está presente em todos os devices, aparelhos e mídias disponíveis no mundo moderno.
A IPB esta no iPhone, iPad e os novos aparelhos, como o Roku, uma nova fonte de entretenimento já presente em milhares de lares americanos.
Como coordenador de comunicação da APECOM, meu trabalho consiste em gerenciar as rádios, a tv e o portal, produzir material pra todas as mídias e colocar tudo isso no ar, 24 horas por dia. Nossa equipe é enxuta. Pra fazer tudo isso andar, eu tenho a ajuda de duas pessoas: para o portal, a jornalista Cibele Lima. Cibele alimenta o portal e o noticiário da radio IPB. Já na rádio, o reverendo de Goiânia, Natsan Matias, é meu braço direito nas edições e na locução dos programas.
4) Um dos movimentos mais interessantes na internet é o Chat da IPB rádio, do qual eu sou um dos CHATeados. Como se dá essa dinâmica na rádio e como ela tem servido a IPB e a igreja cristã como um todo?
A interatividade é a grande alma da internet. É impossível conceber uma rádio web, uma tv web ou até qualquer rádio normal, sem a participação do ouvinte. E a internet, o chat, facilita esse encontro do radialista com seu ouvinte. O chat é o sangue pulsando. Ele anima, dá vida a programação e até me ajuda a encontrar o caminho certo. O chat é meu termômetro, tanto de audiência quanto do agrado. É ali que percebo as músicas e programas que agradam e as músicas que não agradam. E, no caso de nossa igreja, o chat da rádio ipb, tem sido sem sombra de dúvidas, um agregador de irmãos dos quatro cantos do Brasil e do mundo. Com certeza, muitos irmãos jamais se conheceriam, não fosse o chat da rádio ipb.
5) Artur, quero agradecer pela paciência e compreensão em nos ceder esta entrevista. Como de praxe, deixe uma mensagem para os leitores do blog e o convite para todos conhecerem a programação da rádio e da TV.
Bem Cicero, meu negocio é musica. Respiro música desde que nasci. Na minha casa sempre se tocou de tudo. Cresci ouvindo de Orlando Silva a Bach.
Quando me converti, na Igreja Presbiteriana de Bauru, fiz de tudo musicalmente: cantei em Coral, quartetos, conjunto jovem. Tive a felicidade de ser pastoreado por bons pastores, como Rev. Wilson Castro Ferreira e Rev. Miguel Orlando de Freitas, pastores que incentivavam a música e a produção musical local. A música é um adorno do culto a Deus. Ela prepara a alma e o sentimento. Uma igreja que quer o jovem pra si, não pode tolher nem censurar a música. O bom pastor tutela a música e o músico, porém com laços de ternura.
Artur Mendes
@arturmendes
facebook - http://www.facebook.com/artmendes
Entrevista feita pelo Presb. Cícero Pereira
@ciceroeiris
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