Em seu ministério terreno, Cristo proporcionou encontros profundos com muitas pessoas. Aos discípulos, chamou um por um. A Zaqueu fez-se hóspede em sua casa e dono de seu coração. Curou o fluxo de sangue daquela mulher doente já fazia doze anos. Deixou o jovem rico frustrado ao entender que o reino e Deus não se tratava nem de riquezas nem de legalismo. Foram muitos, e cada um com seu objetivo e com sua peculiaridade. A do encontro de Cristo com o cego em Betsaida (casa de pesca) é o fato de se tratar do único milagre de Jesus realizado em duas etapas. Não sabemos o porquê Jesus ter agido dessa maneira, mas podemos tirar algumas lições valiosíssimas para nossas vidas atentando para este encontro.
1 – TUDO COMEÇA COM UM ENCONTRO
No versículo 22 e no início do 23 é relatado como esse homem chegou até Cristo. Ele foi levado até Jesus. Isto ressalta o fato da importância de pregarmos o evangelho e rogarmos pelas almas sem Cristo. A atitude de Cristo é que me chama atenção. Aquele cego foi levado a Cristo, mas o seu confronto com Cristo é pessoal. Cristo dirige-se a cada um de nós individualmente.
2 – JESUS NOS RECOBRA A VISÃO
Uma vez encontrando-se com o Salvador é impossível vermos as coisas da mesma maneira, pois nossa cegueira espiritual é tirada. As coisas de Deus são desvendadas aos nossos olhos e a nossa condição de pecador miserável nos é desvendada e a certeza da impossibilidade de voltarmos a Deus por nossos próprios méritos. A loucura torna-se sabedoria, a maldição é substituída pela bênção, a morte pela vida, e então, por meio do Espírito Santo, Deus inicia em nossas vidas o processo de santificação. Logo após ter passado saliva nos olhos do homem, Cristo perguntou se ele já podia enxergar alguma coisa. No início do versículo vinte e quatro, o tempo verbal é o gerúndio (recobrando). Ou seja, é algo que está ocorrendo. A cura estava se dando processualmente. E é exatamente isso que o Senhor faz após abrir nossos olhos, ele continua nos curando.
3 – JESUS APRIMORA A NOSSA VISÃO
Após aquele cego informar que estava vendo os homens, mas como árvores (fato que indica que ele já vira antes e não era cego de nascença), têm seus olhos novamente tocados por Jesus, passando agora a distinguir perfeitamente o que via, como relata o versículo vinte e cinco. Ou seja, houve um aprimoramento da visão. E isto a busca da santificação proporciona, pois um mergulho na palavra de Deus nos faz ouvir e entender cada vez mais a voz do Senhor; uma vida de oração nos conscientiza cada vez mais da necessidade de uma vida piedosa e que busque, em tudo, a glória de Deus.
4 – CRISTO NOS COMISSIONA
Após curar completamente aquele homem, o Senhor recomenda-o não voltar para a aldeia. É possível que mais uma vez Jesus estivesse se referindo a que não se alardeasse sobre seus feitos, como já tinha feito anteriormente em várias ouras curas. Não foi obedecido em nenhuma. Pelo simples fato de que é impossível ter um encontro real com Jesus e ficar calado quanto a isso. Vejamos o caso específico dos discípulos. Primeiro, ele vai ao encontro de cada um, chamando-os pra serem feitos pescadores de homens (Mt. 4.18-22). Após três anos, aprimorando-lhes a visão através de ensinos (parábolas) e exemplos (vida de oração; lava-pés), ele dá a ordem para se pregar o evangelho e fazer discípulos de todas as nações (Mt. 28. 18-20). Ordem essa que extrapola o limite dos apóstolos e aplica-se a todo crente. Quanto ao chamado, aplica-se a todo ser humano. Mas há aqueles que Cristo tomará pela mão.
5 – CONCLUSÃO
A vida que Cristo nos dá é maravilhosa, pois ele nos toma pela mão, abre nossa visão, aprimora essa visão, nos leva a pregar essa palavra e nos dá o Espírito Santo e a certeza de sua presença sempre conosco. Isto é, mais uma vez ele mostra que nada podemos fazer sem ele, razão pela qual devemos buscá-lo incessantemente. E que nada podemos fazer para achegar-se a ele, pois tudo já foi feito na cruz do Calvário.
Presb. Cícero Pereira
@ciceroeiris
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