quarta-feira, 27 de julho de 2011

Eleição Incondicional





“... assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele: e em amor nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça...”

Efésios 1.4-6a

            Muitos são os que afirmam a soberania de Deus, mas muitos paradoxalmente não acreditam no que falam. Grande parte dos cristãos do nosso século são incoerentes no que falam em relação ao que acreditam ou em relação aos seus atos. Diante da soberania de Deus acreditamos que Ele pode tudo: pode dar vida e a pode tirar, pode fazer cego ver e cegar outrem. Mas em relação à salvação, seria Deus um ditador quando escolheu alguns para remissão de pecados e assim os predestinando-os à vida eterna? Teria Cristo morrido por todos ou por muitos? Vejamos.
            As afirmativas da doutrina da Eleição Incondicional são baseadas em argumentos bíblicos bastante enfáticos, como por exemplo, o texto de Mateus 26.28: Porque isto é o meu sangue; o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados”.  Um dos pontos mais altos do texto, Cristo afirma que morrerá por muitos e não por todos, tornado assim, seu sacrifício consumado eficazmente na cruz de forma que foi suficiente para todos, porém eficiente e válido somente para os escolhidos.
            No texto de Efésios 1.4, Paulo afirma que Deus nos escolheu antes da fundação no mundo para sermos santos, porém

“Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições.” [1]

ou seja, Deus nos elegeu segundo consentimento, licença e aprovação próprias de sua vontade, para que seja seu nome glorificado. Um traço inegável de caráter divino que expressa misericórdia, amor, providencia e fidelidade a si mesmo. Diferente do suposto Deus ditador que escolhe alguns e reprova outros, o Deus misericordioso tirou alguns do lamaçal do pecado, mediante sacrifício de Cristo, e os trouxe à vida.
            O que talvez fosse dito se fosse afirmado que Deus querendo mostrar sua justiça e fazer conhecido seu poder, tolerou com paciência os preparados para a perdição? Talvez alguns diriam de cara : “ - esse não é o Deus que sirvo!”; Então estariam, também de cara,  contestando afirmativa de Paulo, contida em Romanos 9.22 : “E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição” e não somente isso, mas “Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou” Romanos 9.23.
            O ultimo e não menos importante exemplo Jacó e Esaú:

 “... E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama),  já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú. Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum!”.  Romanos 9.11-14

Não existe injustiça alguma a Eleição Incondicional de Deus, mas sim grande misericórdia. Quem seria considerado justo, mediante suas obras corrompidas pelo pecado, para que pudesse levantar a voz e afirmar ser justo? Todos se perderam e juntamente se fizeram inúteis e não existindo um só justo, ninguém que busque a Deus e que pudesse ser considerado justo. Nosso padrão de justiça é considerado trapo de imundícia (Isaías 64.6), então entendamos que o padrão de justiça, para a eleição de alguns, usado por Deus não pode ser contestado por nenhum  ser humano, mas sim entendido como ato de misericórdia!

[1]  Confissão de Fé de Westminster, capitulo III parágrafo 2.


Por Felipe Medeiros - @felipe_ipb

Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Excelente texto Felipe, devemos ser eternamente gratos a Deus, que dentre tantos outros nos escolheu incondicionalmente,tirando-nos do lamaçal de pecados, nos dando a vida eterna, para que seu nome seja glorificado através de cada um de nós. Que Ele nos capacite a fazer a nossa parte, segundo a sua boa ,perfeita e agradável vontade.

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  2. A medida que somos convencidos dessa verdade,mais aumenta a nossa responsabilidade em anunciá-la,ao mesmo tempo,podemos descansar na certeza que virão todos destinados a crer.

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