A infidelidade é um dos pecados mais
proeminente nestes maus dias. Com raríssimas exceções, a palavra de um homem
não é mais a sua fiança, nos negócios deste mundo. No mundo social, a
infidelidade conjugal ocorre por todo lado, sendo que os laços matrimoniais são
desfeitos com a mesma facilidade com que uma roupa velha é rejeitada. Na esfera
eclesiástica, milhares que se comprometeram solenemente a pregar a verdade, sem
nenhum escrúpulo a negam e a atacam. Nem o autor, como tampouco o leitor, podem
arrogar-se completa imunidade deste pecado terrível: de quantas maneiras temos
sido infiéis a Cristo, e à luz e aos privilégios que Deus nos confiou! Como é
animador então, que indizível benção é erguer os olhos acima desta ruinosa cena
e contemplar Aquele que, só Ele, é fiel, fiel em tudo, fiel o tempo todo.
Deus é verdadeiro. Sua Palavra de
promessa é certa. Em todas as Suas relações com o Seu povo. Deus é fiel.
Pode-se confiar nEle, com segurança. Nunca houve alguém que tivesse confiado
nEle em vão. Vemos esta preciosa verdade expressa em quase toda parte nas
Escrituras, pois o Seu povo precisa saber que a fidelidade é uma parte
essencial do caráter divino. Esta é a base da nossa confiança nEle. Mas, uma
coisa é aceitar a fidelidade de Deus como uma verdade divina, e outra coisa,
muito diferente, é agir com base nisso. Deus “nos tem dado grandíssimas e
preciosas promessas”, mas nós contamos realmente com o seu cumprimento por
Deus? Esperamos de fato que Ele vai fazer por nós tudo que disse que fará? Descansamos
com implícita segurança nestas palavras: “... fiel é o que prometeu” (Hb
10:23)?
Há ocasiões na vida de todos em que não é
fácil, nem mesmo para os cristãos, crer que Deus é fiel. Nossa fé é provada
dolorosamente, nossos olhos ficam toldados pelas lágrimas, e não conseguimos
mais encontrar o rumo dos baluartes do Seu amor. Os nossos ouvidos se distraem
com os ruídos do mundo, arruinados pelos sussurros ateísticos de Satanás, e não
conseguimos mais ouvir a doce entonação da voz mansa e delicada do Senhor.
Sonhos alimentados foram frustrados, amigos em quem confiávamos falharam
conosco, um falso irmão ou irmã em Cristo nos traiu. Vacilamos. Procuramos ser
fiéis a Deus, e agora uma trevosa nuvem O esconde de nós. Achamos difícil,
impossível mesmo, à razão carnal harmonizar a Sua sombria providência com as
promessas de Sua graça. Ah, alma titubeante, companheiro de peregrinação
provado com tanto rigor, procure graça para ouvir Isaías 50:10: “Quem há entre vós que tema a Jeová, e ouça a
voz do seu servo? Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no
nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus”.
“Não
julgues o Senhor por tua mente,
Porém,
confia nEle por Sua graça.
Por
trás de uma severa providência
Ele
oculta um semblante sorridente.
Animai-vos,
ó santos temerosos!
As
nuvens que temíveis vos parecem,
Ricas
são de mercês, e irromperão
“Em
benção derramadas sobre vós.”
A percepção desta bendita verdade calará
as nossas murmurações. O Senhor sabe o que é melhor para cada um de nós, e um
efeito da confiança nesta verdade será o silenciar das nossas petulantes
reclamações. Deus é grandemente honrado quando, sob provação e castigo, temos
bons pensamentos sobre Ele, vindicamos a Sua sabedoria e justiça, e
reconhecemos o Seu amor mesmo em Suas repreensões.
PINK, A. W. Os Atributos
de Deus. Trad. Odayr Olivetti, S.Paulo, PES, 1990. Cáp.: 10.
Lídia Santos
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