sexta-feira, 25 de abril de 2014

Como Encontrar Descanso na Fidelidade de Deus? Com a Palavra A. W. Pink

 A infidelidade é um dos pecados mais proeminente nestes maus dias. Com raríssimas exceções, a palavra de um homem não é mais a sua fiança, nos negócios deste mundo. No mundo social, a infidelidade conjugal ocorre por todo lado, sendo que os laços matrimoniais são desfeitos com a mesma facilidade com que uma roupa velha é rejeitada. Na esfera eclesiástica, milhares que se comprometeram solenemente a pregar a verdade, sem nenhum escrúpulo a negam e a atacam. Nem o autor, como tampouco o leitor, podem arrogar-se completa imunidade deste pecado terrível: de quantas maneiras temos sido infiéis a Cristo, e à luz e aos privilégios que Deus nos confiou! Como é animador então, que indizível benção é erguer os olhos acima desta ruinosa cena e contemplar Aquele que, só Ele, é fiel, fiel em tudo, fiel o tempo todo.

      Deus é verdadeiro. Sua Palavra de promessa é certa. Em todas as Suas relações com o Seu povo. Deus é fiel. Pode-se confiar nEle, com segurança. Nunca houve alguém que tivesse confiado nEle em vão. Vemos esta preciosa verdade expressa em quase toda parte nas Escrituras, pois o Seu povo precisa saber que a fidelidade é uma parte essencial do caráter divino. Esta é a base da nossa confiança nEle. Mas, uma coisa é aceitar a fidelidade de Deus como uma verdade divina, e outra coisa, muito diferente, é agir com base nisso. Deus “nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas”, mas nós contamos realmente com o seu cumprimento por Deus? Esperamos de fato que Ele vai fazer por nós tudo que disse que fará? Descansamos com implícita segurança nestas palavras: “... fiel é o que prometeu” (Hb 10:23)?

      Há ocasiões na vida de todos em que não é fácil, nem mesmo para os cristãos, crer que Deus é fiel. Nossa fé é provada dolorosamente, nossos olhos ficam toldados pelas lágrimas, e não conseguimos mais encontrar o rumo dos baluartes do Seu amor. Os nossos ouvidos se distraem com os ruídos do mundo, arruinados pelos sussurros ateísticos de Satanás, e não conseguimos mais ouvir a doce entonação da voz mansa e delicada do Senhor. Sonhos alimentados foram frustrados, amigos em quem confiávamos falharam conosco, um falso irmão ou irmã em Cristo nos traiu. Vacilamos. Procuramos ser fiéis a Deus, e agora uma trevosa nuvem O esconde de nós. Achamos difícil, impossível mesmo, à razão carnal harmonizar a Sua sombria providência com as promessas de Sua graça. Ah, alma titubeante, companheiro de peregrinação provado com tanto rigor, procure graça para ouvir Isaías 50:10: “Quem há entre vós que tema a Jeová, e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus”.


“Não julgues o Senhor por tua mente,
Porém, confia nEle por Sua graça.
Por trás de uma severa providência
Ele oculta um semblante sorridente.
Animai-vos, ó santos temerosos!
As nuvens que temíveis vos parecem,
Ricas são de mercês, e irromperão
“Em benção derramadas sobre vós.”

      A percepção desta bendita verdade calará as nossas murmurações. O Senhor sabe o que é melhor para cada um de nós, e um efeito da confiança nesta verdade será o silenciar das nossas petulantes reclamações. Deus é grandemente honrado quando, sob provação e castigo, temos bons pensamentos sobre Ele, vindicamos a Sua sabedoria e justiça, e reconhecemos o Seu amor mesmo em Suas repreensões.



PINK, A. W. Os Atributos de Deus. Trad. Odayr Olivetti, S.Paulo, PES, 1990. Cáp.: 10.

Lídia Santos
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