terça-feira, 24 de março de 2015

Eis que estou convosco: O ensinamento da Páscoa na última ceia



Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.
João 16:33

e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.
Mateus 28:20 b

            Desde o capítulo 13 até o 17, existe um longo discurso de Cristo que tem por objetivo preparar os discípulos para a sua partida eminente, sendo necessário consola-los e prometer um outro consolador, uma parte do Pai que estaria com eles a ensina-los, fazendo lembrar de tudo o que Ele os havia ensinado (cap. 14:26). É interessante, como a presença de Jesus por todo aquele tempo, todas as suas palavras e ensinamentos de maneira repentina seria tomada e os discípulos de repente se viram às vésperas da partida daquele que significava tudo para eles.
É imaginável que o sentimento solidão os inundava ao entenderem a notícia da partida de Jesus. Eles estariam órfãos e não somente isto, além de se verem numa situação da predição da morte do Mestre, ainda são informados que passariam por aflições enquanto estivessem nesse mundo. Embora tenha sido mais uma notícia que provavelmente os entristeceu, antes disto Cristo havia ensinado várias lições que os ajudariam em sua nova caminhada cristã.
No capítulo 13, Cristo deu exemplo de humildade ao cumprir uma tarefa que era dever dos empregados do cenáculo: lavar os pés dos discípulos. John MacArthur comentando um texto da última ceia[1], diz que lavar os pés dos discípulos foi além de um exemplo de humildade, foi também um exemplo da verdadeira santidade, de forma que:
A lavagem externa nada vale o coração estiver contaminado. E o orgulho é uma prova segura da necessidade de uma limpeza do coração. Cristo tinha feito uma observação semelhante para os fariseus em Mateus 23.25-28. Agora ele lavou os pés dos discípulos, ilustrando que até mesmo crentes com corações regenerados precisam ser lavados periodicamente da corrupção externa do mundo.
            Na intensificação da preparação para os discípulos para a sua ida, Cristo os lembra que as aflições do mundo podem ser superadas com humildade e santificação. Nesse processo de santificação, era necessário vigiar e estar periodicamente se lavando de todo o pecado. Porque o que é o pecado se nada mais do que considerar que a minha forma de fazer algo é melhor que a de Deus? Isto é de longe humildade. A santificação passa por um processo de cotidianamente negar a si mesmo. Cristo afirma que mesmo sendo Mestre e Senhor (cap. 13:14-15) lavou os pés para que ele fosse tomado como exemplo. Cristo é Senhor, mas foi o menor servo, negando a si mesmo como exemplo. Em sua partida, todos os seus não estariam órfãos desse exemplo, pois o Consolador estaria com eles para os lembrar disto tudo.
            Após o lava-pés os discípulos voltam a ceiar e Jesus indica que será traído por um dos próprios discípulos. O verso 22 conta que os discípulos olharam uns para os outros, como quem analisa, mas não foram capazes de saber sobre quem Jesus se referia. Porém a lição aqui talvez fosse mais pessoal, semelhante ao que Paulo escreve na primeira carta aos Coríntios (11:28-32), Cristo estava promovendo um exame introspectivo, um julgamento que cada um deveria fazer de si mesmo sobre seus pecados ao lembrar que o Salvador de suas vidas houvera deixado aquele sacramento como lembrança de que ele voltaria para buscar os que são realmente seus. Essa análise deve ser diária, contudo sabemos que ela ganha mais intensidade quando nos lembramos do sacrifício do nosso Senhor na cruz.
Na continuação do discurso, Cristo enfatiza o escrito de Levítico 19.18 sobre o amor ao próximo. Algumas bíblias tem o título dessa passagem como “o novo mandamento”, mas aqui não há nada de novo, o texto de Levítico é bem claro: Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”. Aqui é ensinado que os que amam uns aos outros são reconhecidos como discípulos de Cristo, porém não é qualquer amar com qualquer amor, talvez o sentido de “novo mandamento” seja no sentido de amar “assim como eu vos amei” (verso 34). O padrão aqui se torna mais elevado, pois o vinculo do amor é uma obrigação aos que fazem parte do Corpo de Cristo, a prova desse elevado padrão pode ser melhor entendida quando consola os seus discípulos no capítulo 15:13, Ele diz que ninguém tem amor maior do que dar a própria vida pelos seus amigos. Isso é magnífico, pois a comunhão com o irmão é um meio de graça para que as aflições do mundo possam ser vencidas. Cristo está conosco através de todos que são juntamente Corpo!
Chegando no capítulo 16, há um conforto para todos os cristãos, prometendo o Espírito Santo, o consolador, aquele que convenceria o mundo do pecado, da justiça e do juízo (verso 8). Era necessário que Ele morresse para que sua presença fosse oferecida a todos que cressem na Sua justiça. Para que muitos de todas as tribos, povos e raças pudessem partilhar das mesmas bênçãos que os apóstolos desfrutaram durante a presença de Cristo encarnado. Agora, era necessário que Ele fosse para que todos os salvos fossem confortados com a promessa “eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28:20b). Seu corpo físico seria morto, mas Ele mesmo estaria com cada cristão até a sua volta triunfal, mesmo em meio às garantidas aflições que todos, sem exceção, haverão de viver. Contudo veja, mesmo no caminho de sua morte, Jesus já sabia que a sua vitória estava garantida. Que esplêndido! Era a morte da morte na morte de Cristo!
Ele esteve conosco, está e sempre estará como prometeu. Ele é digno de toda honra e poder, venceu a morte e virá para nos buscar. É este Cristo que ensinou tudo isto para que tenhamos paz nele, nós nunca passamos por aflições sozinhos porque Deus está sempre em ação, e mesmo que pareça que Ele não está respondendo, Ele está ao seu lado dando força nas mais diversas situações, através da sua Palavra, da comunhão dos santos, do seu Espírito. Ele está vivo, Ele ressuscitou!

[1] MACARTHUR, John. A morte de Jesus. Cultura Cristã, p. 36-53.

Felipe Medeiros

felipealexandremedeiros@outlook.com

segunda-feira, 23 de março de 2015

ASSIM, BELA E MODERADA

“Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia” 
(1 Timóteo 2:9)
   Hoje eu me propus a tratar de um tema bastante pertinente e pouco tratado entre as jovens da nossa geração, venho falar sobre moderação nas vestimentas de uma mulher cristã, e quero me restringir apenas as mulheres solteiras, pois, o tema é bastante abrangente e enseja varias discussões, vou apenas tratar aqui, das jovens solteiras. Quero que vocês moças atentem para tudo que será dito nesse texto, observem com atenção cada palavra, é muito importante que vocês compreendam que a forma como se vestem pode estar sendo pecaminosa, e este primeiro pecado seria o do adultério, mas, você pode estar agora se perguntando, se você é solteira, porque então, poderia haver o pecado do adultério? e eu te explico! Porque os homens, em geral, são muito mais afetados pelo que veem, do que as mulheres, roupas imoderadas podem ensejar no olhar pecaminoso de qualquer homem. O Senhor Jesus Cristo disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para cobiçá-la, já em seu coração cometeu adultério com ela”. (Mateus 5:27-28). Se um desejo lascivo como este é uma violação do sétimo mandamento, então, vestir-se intencionalmente de maneira que provoque ou estimule tal pecado, também deve ser pecaminoso. Por esta razão, o Catecismo Maior de Westminster mostra que o sétimo mandamento ensina “moderação no vestuário” (Resposta 138) e proíbe “imoderação no vestuário” (Resposta 139). As mulheres, em geral, são afetadas por uma combinação de estímulos, diferentemente dos homens. O desejo sexual é imediatamente despertado nos homens pelo olhar. “Fiz aliança com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?” (Jó 31:1). Outros trechos da Escritura confirmam esta ênfase de que os homens pecam facilmente ao olhar para uma mulher. Não posso concluir também que haja má intenção em alguma irmã em Cristo em se vestir de forma imoderada, é meu dever como cristã em ser caridosa em meus julgamentos e atribuir as melhores intenções ao que os outros cristãos fazem. Eu tenho plena convicção de que há mulheres Cristãs que não tem a menor ideia do que causam nos homens com seu modo de vestir. Também sei que a responsabilidade da mulher é limitada e em alguns casos, exigir de uma mulher que evite toda a cobiça masculina, somente para se assegurar que não é ela quem está provocando é errado, sei que alguns homens podem cobiçar as mulheres não importando a forma como elas se vistam. O islamismo é um testemunho vivo do absurdo de se pensar que limites externos podem resolver o problema do pecado.
     Em 1Timóteo 2:9, Paulo diz que, as mulheres devem se ataviar com “traje modesto”, vestindo-se “com pudor”. A ideia é de uma adequada reserva, com recato, sobriedade, moderação ou autocontrole. Por que então nos vestir? Referindo-se ao homem, antes da queda, lemos que “ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam” (Gênesis 2:25). Depois que Adão pecou, nos é dito que, “foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais” (Gênesis 3:7). E, depois, “fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu” (Gênesis 3:21). É evidente que o propósito das roupas era cobrir, mesmo que houvesse apenas Adão e Eva naquele lugar. Quero deixar claro, que devemos reconhecer a beleza feminina, pois, a mesma foi dada por Deus, a própria escritura nos mostra mulheres bonitas como, Sara, Raquel e as filhas de Jó, e se vestiam com extrema moderação, a beleza feminina foi concedida por Deus, e dessa forma devemos dar o devido valor e reconhecimento a mesma, não é pecado que os homens a reconheçam. A Santa Escritura não condena roupas bonitas e não exige deliberadamente um caráter monótono na forma de se vestir.
   Você jovem solteira pode me trazer o seguinte questionamento: ”Como poderei eu, solteira, conseguir um marido se não me fizer atrativa?” E eu trago pra você a resposta dada pelo Rev. David Silversides para o mesmo questionamento: ”Primeiro, vestir com modéstia não significa vestir roupas feias ou tristes. Moderação e bom gosto sempre serão “o seu melhor aspecto”. Segundo, a atenção masculina que você atrair para si por vestir-se de forma indecente não vale um centavo. E qualquer marido, obtido por tais meios, não será um marido que lhe fará como esposo. Pois, um homem que é lascivo antes de se casar continuará lascivo depois das bodas. O casamento ajuda os homens a buscarem a santidade; casamento não cura os homens que não são santos. A atração sexual tem sua importância dentro do casamento, mas um homem piedoso a manterá em justa medida. Ele não sentirá necessidade de vê-la vestida de forma indecente para decidir se você seria uma boa esposa em todos os sentidos, incluindo o aspecto físico. Terceiro, o vestir imodesto irá desencorajar os homens de Deus que podem estar pensando e considerando esta mulher. Ele ponderará se você é alguém sério em seguir a Cristo e, ainda, se você vai se vestir assim depois de casada. Então, não há vantagem alguma para uma mulher cristã vestir-se imodestamente.”
   Moças, vos trago o conselho de Elizabeth George ”A mulher que é bela aos olhos de Deus enfeita-se diariamente com roupas que não fazem parte de seu armário. Provérbios 31.25 diz: ” A força e a dignidade são os seus vestidos”. Esses dois preciosos ornamentos são as peças mais importantes da indumentária de nossa mulher virtuosa, porque são vestimentas de um caráter piedoso.” Quero vos dizer, que não se atenham a padrões de beleza estipulados pelos homens, quero vos dizer que a maior beleza que vocês podem ter está em ser uma mulher virtuosa, piedosa. Não venho aqui hipocritamente condenar a moda, pois me pego sendo vitima dela por muitas vezes, de mesma forma, não venho querer dizer para que vocês percam o seu desejo de vestir-se bem, de arrumar o cabelo, ou fazer uma bela maquiagem, mas digo, que vocês atentem a forma como se vestem, eu vejo igrejas que se tornaram desfile de moda no domingo, o dia sagrado do SENHOR. Moças o centro de suas vidas, não pode ser a roupa do próximo culto, ou do próximo encontro com as amigas. Chamo a atenção de vocês para uma leitura complementar do texto da minha querida amiga Sonaly Soares ”A SANTIDADE VOS TORNA BELA”, leiam com atenção, compreendam o quão bela vocês serão em santidade. ”Portanto as pessoas mais bonitas que podem existir nesse mundo, são aquelas que se assemelham a Ele, que foram recriadas nEle, para serem conformadas a imagem dEle (Rm 8.29). O que torna uma mulher bonita e admirável é a vida de Deus que foi gerada nela através da obra regeneradora do Espírito Santo e que se manifesta por meio da pureza, expressada em sua maneira de se vestir, como trata as pessoas, nos relacionamentos, na obediência aos mandamentos do Senhor, na maneira como se comporta com os homens, na forma de falar e em todos os aspectos da sua existência.” (Sonaly Soares)
   Podemos tratar de forma pratica agora, exemplificando algumas roupas, como mini saias, mini biquinis, grandes decotes, ou roupas em geral, que não cumpram a sua função principal que é cobrir, mostrar uma parte o todo de lugares que só devem ser conhecidos por seu marido é errado, o intuito dessas roupas é meramente sexual, a exemplo da mini saia que foi criada pela Mary Quant ela diz que ”Foi com o propósito de tornar o sexo mais disponível… Mini roupas são uma marca daquelas garotas que querem seduzir um homem”. Chamo a atenção de vocês, para Isaías 47:2,3, a Babilônia retratada como uma mulher que se exibe: “Toma a mó, e mói a farinha; remove o teu véu, descalça os pés, descobre afinal as pernas e passa os rios. A tua vergonha se descobrirá, e ver-se-á o teu opróbrio; tomarei vingança, e não pouparei a homem algum”. Vestir-se de forma moderada nunca vai indicar que nos vestiremos de forma brega, ou feia, e sim com elegância, se vestir bem, nunca vai ser o mesmo que se vestir de forma provocante. Nós, certamente devemos seguir os Puritanos em sua preocupação com a moderação no vestir, porque esta é uma exigência Bíblica, tanto para o século 17, quanto para o século 21.
Soli Deo Gloria.
Rebeka França

sexta-feira, 20 de março de 2015

O QUE SIGNIFICA CRER NO PERDÃO DOS PECADOS? COM A PALAVRA C.S. LEWIS



        Falamos muita coisa na igreja (e também fora dela) sem pensar no que estamos falando. Por exemplo, dizemos no credo: “Eu creio no perdão dos pecados”. Fiquei repetindo isso por muitos anos antes de me perguntar por que isso estava no credo. À primeira vista, parece difícil valer a pena explicar. “Quando alguém é cristão”, pensei comigo, “é claro que acredita no perdão dos pecados. É uma evidência gritante.” Porém, parece que quem escreveu e compilou os credos achou que essa era uma parte da nossa crença que precisávamos lembrar toda vez que fôssemos á igreja. Depois que me dei conta disso, se me perguntassem hoje, eu diria que eles estavam certos. Acreditar no perdão dos pecados não é tão simples quanto eu pensava. A crença real nesse tipo de coisa facilmente nos escapa se não tivermos a disciplina de continuar alimentando-a.
       Acreditamos que Deus perdoa os nossos pecados, mas também que ele não o fará a menos que nós perdoemos os pecados que as outras pessoas cometem contra nós. Não há dúvida sobre a segunda parte dessa declaração. Está escrito no Pai-Nosso e foi fortemente enfatizado pelo nosso Senhor. Se você não perdoar, não será perdoado. Não há parte mais clara no ensinamento de Jesus, e ela não dá margem a exceções. Deus não diz que devemos perdoar os pecados dos outros se eles não forem tão assustadores ou desde que existam circunstâncias atenuantes ou algo desse tipo. Devemos perdoá-los todos, não importa o quanto eles sejam malignos, miseráveis e frequentes. Se não o fizermos, também não seremos perdoados de nenhum dos nossos.

Extraído de O Peso de Glória, escrito por C.S. Lewis.

LÍDIA SANTOS
https://www.facebook.com/lidiasantoss?ref=ts&fref=ts



quinta-feira, 19 de março de 2015

É MUITO FÁCIL DE NOVO?


E mais uma vez falo sobre a facilidade de ser conselheiro de uma turma como a UMP da IV. Pode parecer repetitivo, mas é verdade. Uma turma de jovens cientes de sua condição de pecadores e carentes da graça de Deus. E, por meio dessa graça, vem buscando viver o Evangelho para a glória do Senhor. A prova disso é que eles tem me suportado já há algum tempo. Tempo no qual tenho aprendido muito, crescido ao entender o ânimo, a vontade de trabalhar, as precipitações naturais da juventude, suas ansiedades, frustrações, alegrias, vitórias e derrotas. Mas acima de tudo, um desejo imenso de servir ao Senhor e amá-lo de toda a sua alma, com todas as suas forças e entendimento. E aprender com professores desse naipe é muito fácil, realmente. Por isso que eu digo ser fácil ser conselheiro dessa turma. O que tento passar pra vocês aprendo com vocês mesmo. Teria melhor fonte? Duvido.
Foi assim nos vários momentos que Deus nos proporcionou.  DJP em Natal (2013), Congresso da Sinodal (2013), Congressos da Federação, Aniversários de nossa UMP (2013, inesquecível e 2014 estão ai de testemunha). E muito ainda virá, pois temos muito a crescer na graça e conhecimento de Deus.
 E aqui chegamos. Nesta semana, reiniciamos os trabalhos do blog, teremos o primeiro culto na igreja dirigido pela UMP na igreja (depois de amanhã) e na próxima quinta reiniciaremos o grupo de estudos com o novo livro. Vocês perceberam que todas estas coisas concentraram-se nesses dias? E vendo isso, só me resta louvar a Deus pela vida de cada um de nossos jovens e que Ele, sem sua graça e sabedoria, nos mantenha alegres na esperança, fortes na fé, dedicados no amor, unidos no trabalho.
E trabalho não falta este ano. E o primeiro deles, aqui em curso. Que Deus abençoe grandemente os leitores de nosso blog. Que nossos textos venham carregados de graça e sabedoria. Teremos ainda o Dia do Jovem Presbiteriano em João Pessoa, no mês de maio, Congresso da Sinodal em Julho, Congresso da Federação em dezembro e uma série de trabalhos neste ano. Nosso 22º aniversário, onde teremos o Rev. Paulo Brasil e o retorno de Gladir Cabral. E, em cada um deles, oportunidades de aprender mais com vocês. Deus seja conosco. E não vou me cansar de dizer: É muito fácil.

Vamos em frente.





quarta-feira, 18 de março de 2015

Tens Certeza Que És Salvo?





O Pastor Paulo Júnior traz uma breve meditação descrevendo como enxergar a diferença entre dois tipos de "crentes": o nascido de novo, alguém que teve uma experiência verdadeira com o Espírito Santo e um "Simpatizante" do Evangelho ou mero religioso.

O vídeo nos faz refletir sobre como está a nossa caminhada com Deus. Reflitam e sejam edificados!

Clique abaixo e assista.

Tens Certeza Que És Salvo ? - Paulo Junior

terça-feira, 17 de março de 2015

Uma lição que é aprendida em meio a lágrimas

Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da minha vida é como nada diante de ti; na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade.
Salmos 39:5

Confiamos demais em nós mesmos. Apresentamos um quadro grave de fobia ao desconhecido e inesperado. Até os mais aventureiros entre nós, só desejam a adrenalina nos limites da sua diversão, pois uma coisa é permitir que seu corpo seja atirado do alto de uma ponte, amarrado apenas por uma corda, outra totalmente diferente é permitir que alguém tenha acesso irrestrito a nossa conta bancária e que cuide de nossos interesses em nosso. Odiamos perder o controle de nossas vidas. Isso nos apresenta um diagnóstico: o problema não é que confiamos pouco nos outros, mas significa que confiamos demais em nós mesmos, e só.
            Tal procedimento, quando direcionado aos homens, encontra algum respaldo, mas quando direcionamos esta desconfiança a Deus, incorremos numa atitude de completa insensatez e incredulidade. Mas o melhor de tudo é que o Senhor, se nos ama, não permitirá que fiquemos nesta situação. Ele nos arrancará dela. De que forma? O repertório de medidas a serem tomadas por sua santa mão são infinitos, no entanto, estejamos certo que por vezes serão dolorosos, embora sempre bons e necessários.
O Salmista expõe diante de nós um coração que aprendeu estas verdades a custo de bastante sofrimento. Ao contemplar a finitude e brevidade da vida, em comparação com a eternidade de Deus, como podemos procurar estabilidade e segurança em nós mesmos? Seria uma carteira assinada ou imóvel livre de hipoteca mais seguro que a mão que firma todo o universo? Pensamos que estamos no controle de nossas vidas. A dor nos desperta desta imensa tolice. É por isso que muitas vezes, em um minuto tudo vira pó e os planos se desmancham. Se nós somos mera neblina, que dirá de nossos sonhos tão frágeis? A verdade indubitável encontra-se na consciência bíblica de nossas limitações, como afirma o poeta:
Desenho planos, traço a vida, como se eu fosse autor
Pura ilusão eu sei, e acordo sempre que há dor. [...]
Ainda que a vida às vezes doa contigo eu quero prosseguir
Não sei pra onde, quando, nem muito menos como
Mas sem com que eu vou
Sei a quem eu vou seguir (Gladir Cabral)
As decepções são alertas do Senhor. Deus as usa para nos lembrar de nossa fragilidade. Nossa alma só está segura quando repousa Nele. Sem ansiedade, e sem a tola pretensão de controlar os rumos de nossa vida.
Quando os sonhos que transformamos em ídolos tornam-se pó diante de nossos olhos, a misericórdia do Senhor nos acolhe, enxuga nossas lágrimas e aplica a nossos corações a mais preciosa promessa para os momentos de dor: Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará (Salmos 37:5).
É assim que devemos andar. Olhos fitos Nele e corações curvados diante de sua soberania. Ele deseja ser o nosso único recurso infalível, e para isso irá frustrar todas as nossas rotas de fuga, todos os sonhos que nos prometam estabilidade a parte Dele. E quanto isto ocorrer, levante a cabeça e siga. Confie no mestre que vai à sua frente. Ele cuida de seu povo e seu grande e soberano plano jamais será frustrado. Os teus podem se frustrar, mas os dele não. E acredite: os Dele são sempre melhores. Viva pela fé!

Pb. Rodrigo Ribeiro

terça-feira, 10 de março de 2015

Rejeitando a Governança de Deus: Uma exposição de 1 Samuel 12




Temos ouvido e aprendido em nossa carreira cristã sobre a soberania de Deus e sobre o seu governo eterno sobre tudo. Esse, sem dúvidas, é o atributo de Deus que mais deve dar segurança aos seus filhos. Pois nenhum dos seus desígnios será frustrado e todas suas promessas serão cumpridas.
No livro de 1 Samuel capítulo 12, vemos a narrativa da ocasião em que Samuel resigna o seu cargo e entrega ao povo o governo de um rei. Pois o povo de Israel clamara anteriormente por essa forma de governo, alegando que as outras nações têm um rei para si que governa absolutamente sobre o povo.  E, antes de fazer qualquer exposição do capítulo 12 de 1 Samuel, lembro-me paralelamente do conhecido texto de Romanos 12:2:
 ”E não vos conformeis com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. 
O primeiro erro é identificado desde a motivação do povo de Israel em parecerem-se mais com o mundo, com a forma de governo das regiões vizinhas. No entanto, sigamos no texto de nosso estudo para tentarmos extrair fielmente o que nos dizem as escrituras. Leiamos:
Então disse Samuel a todo o Israel: Eis que ouvi a vossa voz em tudo quanto me dissestes, e constituí sobre vós um rei.
Agora, pois, eis que o rei vai adiante de vós. Eu já envelheci e encaneci, e eis que meus filhos estão convosco, e tenho andado diante de vós desde a minha mocidade até ao dia de hoje.
Eis-me aqui; testificai contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido, a quem o boi tomei, a quem o jumento tomei, e a quem defraudei, a quem tenho oprimido, e de cuja mão tenho recebido suborno e com ele encobri os meus olhos, e vo-lo restituirei.
Então disseram: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem recebeste coisa alguma da mão de ninguém.
E ele lhes disse: O Senhor seja testemunha contra vós, e o seu ungido seja hoje testemunha, que nada tendes achado na minha mão. E disse o povo: Ele é testemunha.
1 Samuel 12:1-5
O profeta começa sua defesa declarando ao povo a sua integridade na obra que o Senhor havia entregado em suas mãos. O povo queria um rei, como em outros povos. Mas Samuel os adverte sobre os impostos, opressão e outras consequências do que aconteceria após essa mudança na nação de Israel, enquanto mostra também que nunca foi achado em opressão para com o povo. 
E prosseguimos:
Então disse Samuel ao povo: O Senhor é o que escolheu a Moisés e a Arão, e tirou a vossos pais da terra do Egito.
Agora, pois, ponde-vos aqui em pé, e pleitearei convosco perante o Senhor, sobre todos os atos de justiça do Senhor, que fez a vós e a vossos pais.
Havendo entrado Jacó no Egito, vossos pais clamaram ao Senhor, e o Senhor enviou a Moisés e a Arão que tiraram a vossos pais do Egito, e os fizeram habitar neste lugar.
Porém esqueceram-se do Senhor seu Deus; então os vendeu à mão de Sísera, capitão do exército de Hazor, e na mão dos filisteus, e na mão do rei dos moabitas, que pelejaram contra eles.
E clamaram ao Senhor, e disseram: Pecamos, pois deixamos ao Senhor, e servimos aos baalins e astarotes; agora, pois, livra-nos da mão de nossos inimigos, e te serviremos.
E o Senhor enviou a Jerubaal, e a Bedã, e a Jefté, e a Samuel; e livrou-vos da mão de vossos inimigos em redor, e habitastes seguros.
1 Samuel 12:6-11
Aqui está um ponto deste capítulo que muito me encanta e deve ser perceptível aos nossos olhos constantemente nas escrituras. Após defender-se e em exortação ao povo, Samuel não opta por falar por si próprio e também não há uma nova revelação em que o povo seja exortado. Mas Samuel faz menção aos acontecimentos anteriores, ou seja, às escrituras. 
É disso que nós precisamos. Púlpitos que preguem os ‘acontecimentos anteriores’, pregadores que tenham um fiel compromisso com as escrituras; que rejeitem veementemente outras revelações, outro evangelho, outro Cristo. É assim que Samuel combate a rejeição a governança de Deus: fazendo menção à própria Palavra de Deus.
E é sobre essa rejeição que o próximo versículo fala. Vejamos:
E vendo vós que Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra evós, me dissestes: Não, mas reinará sobre nós um rei; sendo, porém, o Senhor vosso Deus, o vosso rei.
1 Samuel 12:12
Aqui fica claro o ponto chave da nossa observação. O tema central sobre o que estamos discorrendo. O povo de Israel, a quem Deus havia operado maravilhas, dado livramentos, conduzido desde Abraão, Moisés até aqui, rejeitou o senhorio de Deus. Rejeitou a sua governança.
Oh, igreja! Vens fazendo isso repetidamente nos tempos. Todas as vezes que rejeita a palavra de Deus, sempre que diz que seu juízo de valor é melhor do que o de Deus; rejeitas o governo de Deus!
Ora, não foi isso que fez Adão quando decidiu que comeria do fruto desobedecendo a Deus? Por esse instante julgou Adão que a sua vontade era melhor que a vontade do seu Criador. Por esse instante, constituiu sobre si um rei que não era o Deus Todo Poderoso. Constituiu-se rei sobre sua vontade.
O fato é que Deus reina sobre a história da humanidade e não há nada que jamais tenha saído do controle de suas poderosas mãos. E, da mesma forma que a queda de Adão não foi um contratempo, o propósito eterno de Deus estava se cumprindo na vinda de um rei sobre Israel. Um dia, sobre esta nação, reinaria aquele que é Rei dos reis. E que o seu trono seria eterno! Glória a Deus!
E essa soberania já começa a revelar-se em outros atributos de Deus revelados nos próximos versículos: a sua misericórdia e a sua justiça. Trazendo o povo um chamado a obediência e pactuando novamente com o seu povo. Leiamos:
Agora, pois, vedes aí o rei que elegestes e que pedistes; e eis que o Senhor tem posto sobre vós um rei.
Se temerdes ao Senhor, e o servirdes, e derdes ouvidos à sua voz, e não fordes rebeldes ao mandado do Senhor, assim vós, como o rei que reina sobre vós, seguireis o Senhor vosso Deus.
Mas se não derdes ouvidos à voz do Senhor, e antes fordes rebeldes ao mandado do Senhor, a mão do Senhor será contra vós, como o era contra vossos pais.
1 Samuel 12:13-15
Que grande maravilha! Se dependesse de Israel qualquer ponto do cumprimento do pacto feito a Abraão, não teríamos hoje as boas novas do Evangelho. Mas Deus, em seu imenso amor, senso de justiça, misericórdia e soberania selou sozinho o pacto feito com Abraão (Gênesis 15:12-20). Deus é soberano! E ele mostra isso através do profeta Samuel dos versos seguintes:
Ponde-vos também agora aqui, e vede esta grande coisa que o Senhor vai fazer diante dos vossos olhos.
Não é hoje a sega do trigo? Clamarei, pois, ao Senhor, e dará trovões e chuva; e sabereis e vereis que é grande a vossa maldade, que tendes feito perante o Senhor, pedindo para vós um rei.
Então invocou Samuel ao Senhor, e o Senhor deu trovões e chuva naquele dia; por isso todo o povo temeu sobremaneira ao Senhor e a Samuel.
1 Samuel 12:16-18
O Deus de Israel é poderoso! Nada foge das suas mãos. Antes de dar ao povo um rei, Ele prova sua soberania. Aí é como se ele estivesse dizendo ao povo: ‘Vocês querem um rei sobre si, como os outros povos. Mas eu faço a minha vontade e EU colocarei sobre vocês o rei que pedem’.
O povo temeu o que Deus poderia lhes fazer. Pois o que diferenciava o povo de Israel dos demais povos era o governo e o senhorio do Deus Vivo indo adiante deles e ordenando tanto a lei, quanto dando as diretrizes do que haveria de ser feito. Agora, o poder de Deus se mostrou mais uma vez ao seu povo que se rebelara contra Ele. Por isso a palavra diz que eles temeram ao Senhor e a Samuel, o profeta do Senhor. 
Estamos terminando o capítulo e aos nossos olhos, vemos que a ira do Senhor deveria consumir esse povo rebelde. Mas se olharmos nossas faces no espelho das escrituras, veremos que esse povo rebelde somos nós, todas as vezes que decidimos que a nossa vontade é melhor do que o senhorio de Deus. Mas, por causa do Seu nome, da Sua fidelidade ao pacto, Deus usa de misericórdia para o seu povo, sempre os trazendo ao arrependimento e à obediência:
Então disse Samuel ao povo: Não temais; vós tendes cometido todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao Senhor, mas servi ao Senhor com todo o vosso coração.
E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, que nada aproveitam, e tampouco vos livrarão, porque vaidades são.
Pois o Senhor, por causa do seu grande nome, não desamparará o seu povo; porque aprouve ao Senhor fazer-vos o seu povo.
1 Samuel 12:20-22
Como não ser quebrado por Deus ao ler esse capítulo das escrituras? Quantas facetas do nosso Senhor nos são reveladas nessa passagem? Deus é fiel a Si. Ele é santo, justo, irado, misericordioso, amoroso, compassivo. E temos visto isso no que temos lido agora. O capítulo é encerrado com o sacerdote continuando cumprindo a sua função:
E quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós; antes vos ensinarei o caminho bom e direito.
Tão-somente temei ao Senhor, e servi-o fielmente com todo o vosso coração; porque vede quão grandiosas coisas vos fez.
Porém, se perseverardes em fazer mal, perecereis, assim vós como o vosso rei.
1 Samuel 12:23-25
O sacerdote ora pelo povo, admoesta o povo, pastoreia. E esse final nos dá a segurança em um Deus soberano, que sustenta os seus sacerdotes e que os susterá até a sua vinda. Nos dá uma nova perspectiva de governo onde ele continua soberano, mas temos a figura de um rei, apontando posteriormente para Cristo como também na sua intervenção sacerdotal através de Samuel. Cristo é o Rei soberano e o Sacerdote Supremo.
Nos alegremos e confiemos pois nEle. O Rei dos reis, Soberano sobre toda a terra e que tem o trono e o reino estabelecido até a eternidade. Somente a Ele toda a Glória.

Walisson Alves