quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A bem-aventurança dos famintos


O mais poderoso dos instintos dos seres vivos é o instinto de buscar alimentar-se ou, nos homens, o instinto da fome. Instinto que os leva à busca pelo alimento que os sacie. A fome é, portanto, um mecanismo de defesa  do homem. Pois sem fome, não há vontade de se alimentar ou, pelo menos, não há prazer em comer. Tornando-se fraco, desnutrido, raquítico, vindo a morrer. A garantia da saúde, bem-estar, força, ânimo, de vida é dada pela alimentação do homem. Esse instinto é tão poderoso, que a primeira coisa que um recém nascido faz é alimentar-se.

De fato, não vim aqui pra falar sobre esse tipo fome. Mas de uma fome que segue essas características da fome física. É a fome por Deus. Pois foi tomando esse exemplo que Jesus se apresenta como o Pão da Vida (João 6:48).
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A fome desse Pão da Vida provoca nos escolhidos do Senhor um vazio existencial. A necessidade de alimentarem-se espiritualmente. E ao encontrarem esse alimento, logo reconhecem qual era o motivo desse vazio e, assim como o recém-nascido procura alimentar-se, o novo homem busca aprender de Deus, ouvir de Deus, alimentar-se da justiça e da misericórdia desse Deus.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; 
Mateus 5:6

Um dos primeiros sintomas das pessoas que se encontram acometidos por algum tipo de doença, seja ela algum tipo de virose ou qualquer outra, é a falta de apetite. E isso nos ensina algo importantíssimo: a falta de apetite das coisas de Deus é sinal falta de saúde espiritual. Por isso, deve-se prestar bastante atenção em relação a isso. Em como temos buscado aprender mais de Deus, crescer no conhecimento da palavra,  em como temos buscado servir a Deus de alguma forma em nossas igrejas, sermos sal e luz em nosso dia-a-dia, na nossa escola, universidade, no nosso trabalho, na nossa família.

“A fome do trabalhador o faz trabalhar, porque a sua boca a isso o incita.” Prov. 16:26.

Fome de Deus é um termo bastante usado no meio evangélico, porém algo muito mal interpretado algumas vezes. Pois vemos comumente pessoas na busca desenfreadas por aquilo que Deus pode operar, ou melhor dizendo, nas bênçãos e benefícios que Deus pode conceder. Elegem isso como fome de Deus e das suas coisas. E isso tem desagradado a Cristo. Ora, Ele não muda! Ele é o mesmo que repreendeu multidões que o seguiam por aquilo que ele podia oferecer, pedindo-lhe maná do céu (João 6:31), como Deus fizera por intermédio de Moisés. É nesta ocasião onde Jesus se apresenta como o Pão da Vida afirmando que quem comer deste, não morrerá.

Da mesma forma que aquele discurso de Jesus desagradou uma grande multidão, hoje tem desagradado a muitos. Por isso, procuram doutrinas que satisfaçam o seu ego e sua fome de si mesmo, vontade de agradar o seu materialismo através de uma falsa religiosidade. Devemos então procurar pregar o que pregava Jesus. Desagradar as multidões desse mundo, causar constrangimento nos corações delas. Pois nesse mesmo texto do livro de João, Jesus assegura que aqueles a quem o Pai o deu, irá até Ele. Não por pregações que agradam o ego materialista de muitos, mas pela pregação do evangelho que os alimenta, pois são ovelhas do Senhor Jesus.

Que nós possamos, meus amados, estar constantemente ansiando pelas coisas de Deus. Famintos pela sua justiça, famintos pela sua palavra. Buscando a Deus de todo o nosso coração, buscando sermos moldado segundo o seu caráter, guiados pelas veredas da sua justiça e sua verdade.

“Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. 
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.” Salmo 42:1-2a

Walisson Alves
@walisson_alves

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